sábado, 2 de abril de 2022

PROSSEGUINDO COM REFLEXÕES SOBRE NOVAS PERSPECTIVAS EM EPISTEMOLOGIA: "CIÊNCIA E PSEUDOCIÊNCIA" (II)

Recentemente, nas pausas, tenho lido e relido algumas publicações de Frederick Campbell Crews. Publicou ensaios, é crítico literário e professor emérito de Inglês na University of California, Berkeley.

Meu interesse em sua obra parte da fase em que Crews passou a estudar e criticar a obra de Freud. Analisa em seus escritos, o estilo, o método e a relevância científica das suas propostas tendo participado, entre os anos 80 e 90 de debates conhecidos como "guerras de Freud."

O que me levou ao tema foi meu interesse desde a graduação. À época ainda via como bons olhos o assunto. Com a leitura de Karl R. Popper e sua crítica sobre o “critério de demarcação” comecei a ver outros lados da mesma temática. Continuei e, recentemente, como disse acima cheguei a Crews, Hansson Catherine Meyer e demais autores, citados abaixo, que tem me ajudado bastante nestas leituras e releituras do tema que, desde à época são constantes. Tenho descoberto e me surpreendido com as nos abordagens. Portanto, ddou prosseguimento...  

E, tem mais:

Esta obra procura apresentar as histórias de pacientes de Freud que acabaram por receber pseudônimos pelo psicanalista. Traz 31 destinos que por vezes se cruzam e que acabaram por ensinar sobre a prática clínica de Freud. Como pano de fundo, busca mostrar o mundo de Viena do fim do Império austro-húngaro.”

E, ainda, da edição em espanhol, em e-book Kindle:

"Todo el mundo conoce los personajes descritos por Freud en sus historiales clínicos: "Elisabeth von R.", "Dora", el "Hombre de las ratas", el "Hombre de los lobos". Pero, ¿se conoce a las personas reales que se ocultaban detrás de estos famosos seudónimos: Ilona Weiss, Bauer, Ernst Lanzer, Sergius Pankejeff?

Más en general, ¿qué se sabe de todos esos pacientes sobre los cuales Freud nunca escribió nada, o muy poco: Pauline Silberstein (quien se suicidó tirándose desde el edificio de su analista), Olga Hönig (la madre del "pequeño Hans"), Elfriede Hirschfeld, el arquitecto Karl Mayreder, Viktor von Dirsztay, la heredera lesbiana Margarethe Csonka, el psicótico Carl Liebman, y muchos otros?

Mikkel Borch-Jacobsen reconstruye aquí con precisión sus historias, a veces cómicas, a menudo trágicas, siempre impactantes y conmovedoras.

No total, trinta e oito destinos que muitas vezes se cruzam, trinta e oito retratos vívidos – de pacientes por vezes até então desconhecidos – que nos ensinam mais sobre a prática clínica real de Freud do que os seus próprios relatos de casos. No fundo, um mundo inteiro que desapareceu diante de nós, o de Viena no final do Império Austro-Húngaro, revive como uma última valsa."

E, ainda tem mais:

Link de uma entrevista com Frederick Crews:

https://youtu.be/Z7sfVEGY0Sk?si=se8lQfhUTbWlTMZ2

“Nesta entrevista o ex-freudiano e crítico da psicanálise Frederick Crews discute diversos temas sobre psicanálise com Clarice Ferreira. Relata sobre como foi sua trajetória do freudianismo até a sua descrença na doutrina, sobre a queda da psicanálise nos Estados Unidos, os escândalos dos casos clínicos de Freud que marcam a história da psicoterapia e mais. Além disso, desmistifica ataques infundados às suas obras que estão sendo disseminados por psicanalistas no Brasil, envolvendo a discussão da batalha das memórias e a cientificidade da psicanálise supostamente estar relacionada à traição que Freud cometeu com sua cunhada. 

O canal Psicolosofia é um canal de divulgação científica que produz conteúdos sobre Psicologia Baseada em Evidências, filosofia científica/analítica e metodologia científica.”

Parasaber mais sobre estas discussões:

  1. Audiotexto de "Definindo ciência e pseudociência", de Sven Ove Hansson Psicolosofia https://mail.google.com/mail/u/0/?tab=rm&ogbl#inbox?projector=1
  2. Exposição sobre "Formal models in epistemology", de Sve Ove Hansson.
    https://www.youtube.com/watch?v=JQxMiO8SQIY
  3. Simpósio sobre "Filosofia da Pseudociência", de Sve Ove Hansson: https://www.youtube.com/watch?v=BHA1Rr6qgBQ
  4. Psicanálise NÃO funciona? Por que é uma PSEUDOCIÊNCIA? | Clarice Ferreira. https://www.youtube.com/live/IUCfBwceUck 
  5. Hansson, Sven Ove. Definindo pseudociência e ciência. Trad. Clarice Medeiros Ferreira. In: Crítica na Rede. https://criticanarede.com/pseudociencia.html
  6. Audiotexto de "Definindo ciência e pseudociência", de Sven Ove Hansson. In:  Psicolosofia: https://www.youtube.com/watch?v=E-RGXbyCP-Q&t=115s
  7. Acrescentando hoje, dia 14.09.2024: CAPONNETTO, Mario; ABUD Jordán; ALONSO, Ernesto. O que é a Psicologia? Sobre o estatuto epistemológico da psicologia. Rio de Janeiro, RJ, Centro Dom Bosco, 2024.


 "O que é a Psicologia? À medida que o processo da Ciência Moderna foi reduzindo toda experiência a mera experiência sensível e mensurável e fazendo da ciência fundada nesta experiência reduzida o único modelo válido de conhecimento científico, a separação wolffiana foi avançando até consumar-se no século XIX, quando a ruptura se tornou definitiva. A psicologia empírica de Wolff passou a chamar-se, simplesmente, a partir dos fisiólogos e dos filósofos oitocentistas, psicologia científica, de todo independente da psychologia metaphysica e a ela alheia." ("O que é psicologia?", pag. 45.)

“Quando se observa o campo da Psicologia atual, é impossível evitar um certo desalento. Com efeito, se – como é próprio e inseparável do rigor científico – nos perguntamos sobre o objeto material e formal da Psicologia, sobre seu método, seus limites epistêmicos e seu caráter como ciência (se é ciência prática ou especulativa, se corresponde às chamadas “ciências da natureza” ou se na verdade há de ser considerada uma das chamadas “humanidades” etc.), não encontraremos uma resposta unívoca, ou, melhor dizendo, não encontraremos sequer uma resposta medianamente satisfatória. Encontraremos, pelo contrário, uma multiplicidade de enfoques, de correntes, tendências e orientações diversas e contrapostas. É impossível, portanto, reduzir a alguma forma de unidade formal tamanha dispersão. Não obstante, a ciência exige, por sua própria natureza de conhecimento certo, uma unidade formal de seu objeto sob a qual reunir e subsumir a pluralidade de seus aspectos e conteúdo.

Atentos a essa situação problemática da Psicologia atual, os autores do presente trabalho procuram superar as dificuldades que dela se derivam, valendo-se dos princípios e fundamentos da sempre vigente e fecunda Ciência da alma, como elaborada pela tradição filosófica, sobretudo pela brilhante síntese de Santo Tomás de Aquino."

Estamos vivendo um período de grande confusão nas ciências e humanidades. A Psicologia tem se tornado cada vez mais subjetiva e confusa. A crescente dispersão de correntes, teorias e métodos não só fragmentou seu conhecimento, como também obscureceu o que um dia foi sua principal finalidade: compreender a alma humana. [...] somos convidados a mergulhar em uma profunda reflexão, por meio de uma análise histórica detalhada, que passa pelos fundamentos da Ciência da Alma na Antiguidade e na Escolástica Medieval, até às contribuições da Psicologia moderna e contemporânea.

Grifos Destaques são meus.

______.

ALLERS, Rudolf. O que há de errado com Freud? ‎ Rio de Janeiro, RJ: Editora CDB, 2023.

BAARS, B. J. The cognitive revolution in psychology. The Guilford Press, 1986.

BORCH-JACOBSEN, Mikkel; SHAMDASANI, Sonu. The Freud files: an inquiry into the history of psychoanalysis. Cambridge University Press, 2012.

BORSCH-JACOBSEN, Mikkel. Os pacientes de Freud: destinos. Lisboa: Edições Texto & Grafia, 2012.

CAPONNETTO, Mario; ABUD Jordán; ALONSO, Ernesto. O que é a Psicologia? Sobre o estatuto epistemológico da psicologia. Rio de Janeiro, RJ, Centro Dom Bosco, 2024.

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DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 3. ed. – Porto Alegre, RS: Artmed, 2019.

______. Religião, psicopatologia e saúde mental. Porto Alegre, RS: Artmed, 2008.

DALRYMPLE, Theodore. Evasivas admiráveis: como a psicologia subverte a moralidade. São Paulo: Ed. É Realizações, 2017.

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______. Raízes psicanalíticas no Iluminismo. Rio de janeiro: Imago, 2000. (Vol. I)

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