domingo, 12 de junho de 2022

REFLEXÃO MATINAL CXXIX: A GLORÍOLA E AS PAIXÕES

 

(IMAGEM: "My inner landscape"- "Pinterest")

"Vi entre os homens um mal que prevalece sob o sol.(Cohélet)"

"Vaidades... tudo vaidades...(Cohélet)"

... também ouvi: 
"Consciência... consciência"... ?
______.
Recordava-me há pouco do que disse o Cohélet:

"Tudo é vão e fútil. Futilidade das futilidades! Sim, tudo é fútil. (1 : 2)"

E, acrescentei, de uma lembrança de 2019 e antes, um texto de um dos estoicos estudados aqui. A mesma ideia está presente em Epicteto, Sêneca, entre outros que sigo relendo.

. ' .

Sobre algo que buscam tanto e não me apetece, a Gloríola: o que é?

É só futilidade das futilidades mesmo... e, para este efêmero rincão!

.'.

“Daqui a pouco tempo, só restará de ti cinza ou um esqueleto, um nome ou nem sequer um nome — e o nome é apenas ruído vão, um eco. As coisas mais apreciadas na vida não passam de vaidade, podridão, mesquinhez, cães que mordem, crianças que brigam, riem e logo a seguir choram. Fé, pudor, justiça e verdade fugiram “para o Olimpo, bem longe da face da Terra”. O que te prende ainda aqui, se é verdade que os objetos sensíveis não têm estabilidade nem duração, se os sentidos, desprovidos de agudeza, são fracos e facilmente enganados, se a tua própria alma pequenina é apenas um vapor do sangue, se a glória perante tais homens é apenas vaidade? Por que não esperas com serenidade o momento de te apagares ou mudares de morada? E até que chegue esse momento, de que precisas? Que outra coisa além de venerar e abençoar os deuses, fazer bem aos homens, suportá-los, abster-te e considerar que todas as coisas que vês, alheias ao teu corpo e ao teu espírito, não te pertencem nem estão sob o teu poder?

...

Podes sempre ter uma vida feliz porque está na tua mão seguir o caminho direito, pensar e proceder com método. Eis aqui duas coisas comuns à alma de Deus e do homem e de todo ser racional: não poder ser estorvado por outro; colocar o bem em intenções e ações conformes à justiça, e limitar aí os seus desejos.”

______.

ARRIANO FLÁVIO. O Encheirídion. Edição Bilíngue. Tradução do texto grego e notas Aldo Dinucci; Alfredo Julien. Textos e notas de Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão. Universidade Federal de Sergipe, 2012).

CÍCERO. On ends (The Finibus). Tradução de H. Rackham. Harvard: https://www.loebclassics.com, 1914.

COELHO, Humberto Schubert. Genealogia do Espírito. Brasília, DF: 2012.

______. Filosofia perene: o modo espiritualista de pensar. São Paulo: Ed. Didier, 2014.

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_______. Descartes: oeuvres et lettres. Org. André Bidoux. Paris: Gallimard, 1953. (Pléiade).

______. Discursos do Método; Meditações; Objeções e Respostas; As Paixões da Alma; Cartas. (Introdução de Gilles-Gaston Granger; prefácio e notas de Gerard Lebrun; Trad. de J. Guinsberg), Bento Prado J. 3. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983 (Os Pensadores).

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EPICTÉTE. Entretiens. Livre I, II, III, IV. Trad. Joseph Souilhé. Paris: Les Belles Lettres, 1956.

­­­______.Discourses of Epictetus as reported by Arrian; fragments: Encheiridion. Trad. Oldfather. Harvard: Loeb, 1928.  https://www.loebclassics.com/

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______. Moral dilemmas: and other topics in moral philosophy. Oxford University Press, 2003)

______. Virtues and Vices: and other essays in moral philosophy. OUP Oxford; Reprint, 2003). Informações sobre a a autora: https://pt.wikipedia.org/wiki/Philippa_Foot 

GALENO. Aforismos. São Paulo: Editora Unifesp, 2010.

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KARDEC, A. Le Livre des Esprits. Paris, Dervy-Livres, s.d. (dépôt légal 1985). (O Livro dos Espíritos. Trad. Guillon Ribeiro. 93. ed. - 1. reimpressão (edição histórica). Brasília, DF: Feb, 2013. (Q. 907-912: "paixões"; 893-906: “virtudes e vícios”e 920-933: "felicidade")

MARCO AURÉLIO. Meditações. São Paulo: Abril Cultural, 1973. Livro V : 33 – 34.

MASSI, C. D. Espírito e matéria: diálogos filosóficos sobre as causas primeiras. Curitiba: Kardec Books, 2020.

SELLARS, J. The Art of Living: The Stoics on the Nature and Function of philosophy. Burlington: Ashgate, 2003.

SÊNECA, Lúcio Aneu. Cartas a Lucílio. 14. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gubekian, 2014.

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