quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

REFLEXÃO MATINAL CLIII: “PASSOS PARA MODIFICAR OS DESEJOS” NO ESTOICISMO E NA TCC (II)


Iniciada a leitura. Dando prosseguimento às reflexões sobre essa relação entre Estoicismo e a TCC, como já escrevi aqui nessa página e tenho refletido em textos anteriores, sempre retornando à ideia de Pierre Hadot e Epicteto, para mais uma vez acrescentar reflexões sobre esta “relação”. Anotando as "técnicas” da TCC, a partir, por exemplo, das propostas de Ronald Robertson que é um defensor e estuda esta relação.

Quanto a essa obra que estou iniciando e acrescentando aqui, trata-se de obra “Completamente atualizada, com capítulos revisados e inclusão de novos tópicos, acompanha a evolução das pesquisas em psicoterapias cognitivo-comportamentais, apresentando, de forma didática e ilustrativa, as discussões e propostas mais atuais em tratamento psicoterápico e psicofarmacológico.”

"[...]

Visão geral histórica das teorias e das terapias cognitivo-comportamentais

Mudança de paradigma

Na década de 1960, teorias psicanalíticas dominavam de forma absoluta a psicologia clínica e a psiquiatria. Na teoria psicanalítica, a psicopatologia da depressão era atribuída, entre outras  hipóteses,  à  raiva  introjetada do objeto perdido, a emoções negativas relacionadas a vivências traumáticas reais. No entanto, a partir da década de 1970 se desencadeou nos Estados Unidos um movimento de questionamento nos meios científicos quanto à eficácia da abordagem psicanalítica para os transtornos mentais. Algumas das teorias cognitivo-comportamentais atuais surgiram nesse período. A Terapia  Racional  Emotiva,  desenvolvida por Albert Ellis (1962), estabeleceu a visão de  que  construções  cognitivas,  como  pensamentos  irracionais  e  negativos,  seriam  a base  dos  transtornos  psicológicos.  Bandura (1969 -1971), com sua teoria da aprendizagem social, estabeleceu o processo cognitivo como um elemento fundamental na aquisição e na regulação do comportamento. Outras  teorias  comportamentais  importantes com ênfase no processo cognitivo surgiram, como a de Meichenbaum (1973) com o Treino de Inoculação ao Estresse; a de D’Zurilla  e  Goldfried  (1971)  com  o  Treino em  Solução  de  Problemas;  a  de  Mahoney (1974)  com  a  Modificação  Cognitiva  do Comportamento;  representando  um  meio de  o  ser  humano  construir  sua  capacidade de aprendizado serviram como base para o fortalecimento da terapia cognitiva.

Construção do modelo de reestruturação cognitiva de Beck.

Foi no período entre 1959 e 1979 que Aaron Beck, psicanalista de formação, professor e pesquisador da  Universidade  da  Filadélfia, nos  Estados  Unidos,  juntamente  com  seus colaboradores,  desenvolveu  e  sistematizou o modelo da Terapia Cognitiva. Como  psicanalista  e  pesquisador,  a  intenção inicial de Beck foi estudar qual seria o processo psicológico central envolvido nas depressões. Sua hipótese inicial foi de que a “raiva internalizada” seria o processo psicológico central dos transtornos depressivos, e elegeu os sonhos como objeto de estudo para validar essa ideia. Investigou, inicialmente, o conteúdo  dos  sonhos  de  pacientes  deprimidos e não deprimidos, não encontrando uma diferença  significativa  em  conteúdos  hostis ou agressivos entre os dois grupos (1959).Sua  hipótese  alternativa  foi,  então,  a de  uma  necessidade  de  sofrer  ou  um  masoquismo,  e  elaborou  um  segundo  estudo, quantificando  o  conteúdo  masoquista  dos 20  primeiros  sonhos  de  pacientes  deprimidos  (n  =  18)  e  não  deprimidos  (n  =  12), encontrando uma diferença significativa na quantidade  de  temas  masoquistas  nos  sonhos  de  pacientes  deprimidos  comparados com os de não deprimidos (1959).Ele realizou a seguir um estudo maior que  confirmou  o  resultado  anterior:  uma maior  quantidade  de  conteúdo  masoquista nos  sonhos  do  grupo  de  pacientes  deprimidos quando comparado ao grupo dos não deprimidos. Além disso, encontrou também um paralelo entre o  conteúdo  masoquista  dos sonhos  de  pacientes  deprimidos  e  seu  comportamento em estado de alerta; isso o levou ao questionamento de que “a necessidade de sofrer” poderia ser encontrada, além de nos sonhos, em outros fenômenos cognitivos nos indivíduos depressivos quando acordados. A manipulação experimental desses  pacientes levou Beck e seus colaboradores a abandonar a hipótese de necessidade de sofrer – o masoquismo – como o principal elemento psicológico na depressão. A conclusão final desses estudos foi de que “certos padrões cognitivos poderiam ser responsáveis pela tendência do paciente  a  fazer  julgamentos  com  um  viés negativo de si mesmo, de seu ambiente e do futuro que, embora menos proeminentes no período fora do episódio depressivo, se ativariam  facilmente  durante  os  períodos  de  depressão” (Beck, 1967). Beck passou a utilizar esses achados em sua prática, apontando para seus pacientes deprimidos em atendimento suas distorções cognitivas negativas e a relação destas com o estado depressivo deles. Para sua surpresa, provocá-los  no  aqui  e  agora  a  perceber este  viés  negativo  de  pensamento  resultou em  uma  significativa  melhora  no  humor  e no comportamento desses indivíduos. A sistematização final dessas observações e intervenções foi publicada por Beck e colaboradores no livro Terapia Cognitiva da Depressão (1979). (RANGÉ, 2011. pp. 20-21)

[...]"

(Somente os Grifos e Destaques meus)

Para saber mais sobre esse livro que estou começando a ler:

https://loja.grupoa.com.br/psicoterapias-cognitivo-comportamentais-p989747

______.

BARLOW, David H; DURAND, Mark; HOFMANN, Stefan G. Psicopatologia: uma abordagem integrada. 3. ed. Boston: Cengage Learning, 2021.

BECK, Aaron T; Alford, Brad A. O poder integrador da terapia cognitiva. Porto Alegra, RS: Artmed, 2000.

BECK, Judith S. Terapia cognitiva: teoria e prática. Porto Alegre, RS, 2997.

CALVINO, Italo. Por que ler os clássicos. Trad. Milton Moulin. São Paulo: Companhia de bolso, 2007.

DINUCCI, A.; JULIEN, A. O Encheiridion de Epicteto. Coimbra: Imprensa de Coimbra, 2014.

______. Epictetus Discourses. Trad. Dobbin. Oxford: Clarendon, 2008.

______. Testemunhos e Fragmentos. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2008.

______. The Discourses of Epictetus as reported by Arrian; fragments: Encheiridion. Trad. Oldfather. Harvard: Loeb, 1928.  https://www.loebclassics.com/

GALENO. Aforismos. São Paulo: E. Unifesp, 2010.

______. On the passions and errors of the soul. Translated by Paul W . Harkins with an introduction and interpretation by Walter Riese. Ohio State University Press, 1963.

GAZOLLA, Rachel.  O ofício do filósofo estóico: o duplo registro do discurso da Stoa, Loyola, São Paulo, 1999.

HADOT, Pierre. The inner citadel: the meditations of Marcus Aurelius. London: Harvard University Press, 2001.

______. A filosofia como maneira de viver: entrevistas de Jeannie Carlier e Arnold I. Davidson. (Trad. Lara Christina de Malimpensa). São Paulo: É Realizações, 2016.

______. Exercícios espirituais e filosofia antiga. Trad. Flávio Fontenelle Loque, Loraine Oliveira. São Paulo: É Realizações, Coleção Filosofia Atual, 2014.

HANH, Thich Nhat. Meditação andando: guia para a paz interior. 21. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.

______. Silêncio: o poder da quietude em um mundo barulhento. Rio de Janeiro, RJ: Harper Collins, 2018.

HUIZINGA, Johan. Nas sombras do amanhã: um diagnóstico da enfermidade espiritual de nosso tempo . - Trad. Sérgio Marinho, Goiânia-GO: Editora Caminhos, 2017.

INWOOD, Brad. Reading Seneca: stoic philosophy at Rome. Oxford, Reino Unido: Clarendon Press, 2005.

IRVINE, William B. A Guide to the Good Life: the ancient art of Stoic joy. New York: Oxford University Press, 2009.

KARDEC, A. Le Livre des Esprits. Paris, Dervy-Livres, s.d. (dépôt légal 1985). O livro dos Espíritos. 93. ed. - 1. reimpressão (edição histórica) Trad. Guillon Ribeiro. Brasília, DF: Feb, 2013. (Q. 907-912: "paixões"; 893-906: “virtudes . “vícios” e 920-933: "felicidade").

LEBRUN, Gérard. O conceito de paixãoIn: NOVAES, Adauto (org.). Os sentidos da paixão. São Paulo: Cia. das Letras, 1987.

MARCO AURÉLIO. Meditações. São Paulo: Abril Cultural, 1973.

MORRISON, James. Entrevista inicial em saúde mental. Porto Alegre, RS: ARTMED, 2010.

OLIVEIRA, Sérgio Eduardo Silva de; TRENTINI, Clarissa Marceli. Avanços em psicopatologia: avaliação e diagnóstico baseados na CID-11. Porto Alegre, RS: ARTMED,  2023.

RANGÉ, Bernard. Psicoterapias Cognitivo-Comportamentais: um diálogo com a psiquiatria. 2. ed. Porto Alegre: Grupo A - Selo: Artmed, RS, 2011. pp. 20-21.

ROBERTSON, Donald. The Philosophy of Cognitive Behavioural Therapy (CBT): stoic philosophy as rational and Cognitive Psychotherapy. Londres  : Karnac Books, 2010.

______. Pense como um imperador. Trad. Maya Guimarães. Porto Alegre: Citadel Editora, 2020.

______. How to think Like a roman emperor: the stoic philosophy of Marcus Aurelius. New York: St. Martin's Press, 2019.

SÊNECA, Lúcio Aneu. Cartas a Lucílio. 5. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 2014.

______. Edificar-se para a morte: das cartas morais a Lucílio. Petrópolis, RJ: Vozes, 2016.

____. Sobre a clemência. Introdução, tradução e notas de Ingeborg Braren. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.

____. Sobre a ira. Sobre a tranquilidade da alma. Tradução, introdução e notas de José Eduardo S. Lohner. São Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2014.

____. Tragedies I: Hercules, Trojan women, Phoeniciam women, Medea, Phaedra. Tradução de J. G. Fitch. Cambridge, EUA: Harvard University Press, 2002.  https://www.loebclassics.com/.

____. Tragedies II: Oedipus, Agamemnon, Thyestes, Hercules on Oeta, Octavia. Tradução de J. G. Fitch. Cambridge, EUA: Harvard University Press, 2004.  https://www.loebclassics.com/.

____. Moral Essays. Tradução de John W. Basore. Cambridge, EUA: Harvard University Press, 1985.  https://www.loebclassics.com/.

______. Sobre a brevidade da vida. Porto Alegre, RS: L&PM,

terça-feira, 24 de janeiro de 2023

SEMINÁRIO PERMANENTE DE ESTUDOS KANTIANOS - SPEK

 

“Seminario Permanente de Estudios Kantianos

This semester we want you to join us and that's why we'll be with you on Wednesdays from 8 to 10 pm. We will be live on #Youtube #FacebookLive #Twitter

Exclusively dedicated to the #introduction of #Transcendental #Dialectics

We also remind you that all our live sessions are #FREE and during the two hours of the seminar we will be looking forward to your comments.”

Página do evento: https://www.facebook.com/spek.kant

Datas e o que será estudado:

1 de fevereiro: B350-B355

8 de fevereiro: B355-B359

15 de fevereiro: B359-362

22 de fevereiro: B362-B366




segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

MEDITAÇÃO VESPERTINA CLI: "CRIANDO O REINO DOS FINS"


Em andamento:

Estava há pouco relendo "Das Ende aller Dinge" cotejando com a tradução "O fim de todas as coisas" (2008).

A isso acrescentei um livro que ainda não tinha lido "Creasting the kingdom of ends", da professora Cristine Korsgaard:

"Christine Korsgaard tornou-se uma das principais intérpretes da filosofia moral de Kant. Ela é identificada com um pequeno grupo de filósofos que pretendem produzir uma versão da filosofia moral de Kant que seja ao mesmo tempo sensível às suas raízes históricas e que revele sua relevância particular para os problemas contemporâneos. Esta coleção contém alguns dos melhores trabalhos feitos sobre a ética de Kant e atrairá a atenção de todos os envolvidos no ensino e estudo da teoria moral."

...

"Christine Korsgaard has become one of the leading interpreters of Kant's moral philosophy. She is identified with a small group of philosophers who are intent on producing a version of Kant's moral philosophy that is at once sensitive to its historical roots while revealing its particular relevance to contemporary problems. This collection contains some of the finest work being done on Kant's ethics and will command the attention of all those involved in teaching and studying moral theory."

_______.

BAUMGATEN, Alexander Gottlieb; KANT Immanuel. Baumgarten's elements of first practical philosophy: a critical translation with Kant's reflections on moral philosophy. Bloomsbury Academic; Reprint edição, 2021.

CUNHA, Bruno. A Gênese da Ética de Kant: o desenvolvimento moral pré-crítico em sua relação com a teodiceia. São Paulo: LiberArs, 2017.

______; FELDHAUS, Charles. Estudo IntrodutórioIn: KANT, Immanuel. Lições de Ética. São Paulo: Unesp, 2018.

______. Estudo Introdutório. In: KANT, Immanuel. Lições sobre a Doutrina Filosófica da Religião. Petrópolis: Vozes/São Fransciso, 2019.

______. Estudo Introdutório. In: KANT, Immanuel. Lições de Metafísica. Petrópolis: Vozes/São Francisco, 2021.

KANT, Immanuel. Gesammelte Schriften. Vol. I-XXIX. Berlim: Reimer (DeGruyter) 1910-1983.

______. Lições de Ética. Trad. Bruno Cunha e Charles Feldhaus. São Paulo: Unesp, 2018.

______. Lições sobre a Doutrina Filosófica da Religião. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis: Vozes/ São Francisco, 2019.

______.Lições de Metafísica. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis: Vozes/São Francisco, 2021.

KANT, Immanuel. Resposta à pergunta: o que é esclarecimento? traduzido por Saulo de Freitas Araujo. In: Estudos Kantianos, Marília, v. 8, n. 2, p. 179-189, Jul./Dez., 2020.

KORSGAARD, Christine. Creating the kingdom of ends. Cambridge University Press, 2004.

Mais Bibliografia sobre o tema:

 

ANTOGNAZZA, Maria Rosa. The Oxford Handbook of Leibniz. Oxford University Press, 2018.

BUTLER, J; CLARKE, S; HUTCHESON, F; MANDEVILLE, B; SHAFTESBURY, L; WOLLASTON, W. Filosofia moral britânica: Textos do Século XVIII. Campinas, SP: Ed. Unicamp, 2014.

KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos costumes. Trad. Guido A. de. São Paulo: Discurso editoria: Barcarola, 2009.

______. Textos pré-críticos. São Paulo: Editora Unesp, 2005.

______. Textos seletos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.

______. Investigação sobre a clareza dos princípios da teologia e da moral. Lisboa: Imprensa Casa da Moeda, 2007.

LEIBNIZ. G. W. Novos ensaios sobre o entendimento humano. Lisboa: Edições Colibri, 1993.

______. Ensaios de teodicéia. São Paulo: Estação Liberdade, 2013.

______; WOLFF, C; EULER, L.P; BUFFON, G.-L; LAMBERT, J. H; KANT, I. Espaço e pensamento: textos escolhidos. Organização de Márcio Suzuki (Org.). Tradução de Márcio Suzuki e Outros. São Paulo: Editora Clandestina, 2019. 286.

LOCKE, John. Ensaio sobre o entendimento humano. São Paulo: Martins Fontes, 2012. 

PHILONENKO, Alexis. L'Oeuvre de Kant: la philosophie critique. Tome I. J. Vrin, 1996. (col. Bibliothèque d'histoire de la philosophie)

RATEAU, Paul. Leibniz on the Problem of Evil. Oxford University Press, 2019.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

REFLEXÃO MATINAL CLII: EXERCÍCIOS PARA A MANHÃ E NOITE

 

(IMAGEM: "Pinterest")

Um exercício útil

Manhã

Nas Meditações (Livro V : 1), Marco Aurélio, anotava suas reflexões estóicas, e é notória proximidade com Epictetus e Sêneca.

De manhã, quando te levantas contra vontade, pensas: Levanto-me para cumprir a minha tarefa de homem. Por que hei de afligir-me, visto que vou fazer justamente aquilo para que nasci e para o que fui mandado a este mundo? Fui porventura criado para me conservar no quente, deitado debaixo de cobertores? — É mais agradável. — Nasceste, pois, para te entregares ao que é mais agradável? Em suma, nasceste para a passividade ou para a ação? Repara como plantas, pássaros, formigas, abelhas fazem cada qual o seu trabalho e concorrem quanto podem para manter o equilíbrio do mundo. Só tu estarias dispensado da tua tarefa e terias o direito de te furtar ao que manda a natureza? — Também devemos descansar. — É justo; mas ao repouso também a natureza impõe um limite, como ao comer e ao beber; e tu ultrapassas tal limite, vais além do que é necessário, enquanto na ação, no esforço, te conservas aquém do possível.”

Noite

“Todas as noites, pego emprestado dos Anciãos uma técnica cujos três passos constituem para mim a melhor maneira de manter um diário; Acho eficaz para encerrar o dia e planejar o próximo [...].

Todas as noites, sento-me em um lugar tranquilo para revisar meu progresso e me faço três perguntas simples, que podem ser formuladas da seguinte forma:

  1. Hoje, quais foram minhas boas ações? (Eu reflito sobre meu progresso pessoal, realização de meus principais objetivos e como me comportei com os outros.)
  2. Onde foi que eu errei? (Penso nos lapsos, nas falsas promessas que fiz ou nas pessoas que negligenciei.)
  3. Como posso melhorar amanhã? (Pensando nos outros, em minhas metas para o dia e corrigindo erros do passado.)

Pessoalmente, este exercício noturno permitiu-me acompanhar o meu progresso, responsabilizar-me pelos meus atos e, espero, agir melhor com o meu próximo. Por que não tentar ?”

...

Uma reflexão, entre as que acho belíssimas e costumo associar com a que segue abaixo, em que se lê os preceitos seguintes:


“Não deixe teu sono cair sobre seus olhos lassos

Antes de ter pesado todos os atos do dia:

Em que falhei? Que fiz, qual dever omiti?

Começa por aí e prossegue o exame: após o que 

Condena o malfeito, alegra-te pelo Bem.” [1]

...

Antes de ir para a cama, portanto:

Reflita sobre as coisas mais importantes que aconteceram no dia que encerrou e o que de mais importante relaciona-se com uma ética pessoal.

Pergunte a ti mesmo:

  1. O que fiz errado?
  2. O que fiz certo?
  3. E o que ainda precisa ser feito?

...

Acrescento ainda, nessa mesma perspectiva, numa outra abordagem para uma “visão de mundo” (Weltanschauung), temos as seguintes questões:

“Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal?[2]

“Um sábio da Antiguidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo.”

a) - Conhecemos toda a sabedoria desta máxima; porém a dificuldade está precisamente em cada um conhecer-se a si mesmo. Qual o meio de consegui-lo?

Fazei o que eu fazia quando vivi na Terra: ao fim do dia, interrogava a minha consciência, passava revista ao que fizera e perguntava a mim mesmo se não faltara a algum dever, se ninguém tivera motivo para de mim se queixar. Foi assim que cheguei a me conhecer e a ver o que em mim precisava de reforma. Aquele que, todas as noites, evocasse todas as ações que praticou durante o dia e inquirisse de si mesmo o bem ou o mal que fez, rogando a Deus e ao seu anjo guardião que o esclarecessem, grande força adquiriria para se aperfeiçoar, porque, crede-me, Deus o assistiria. Dirigi, pois, a vós mesmos perguntas, interrogai-vos sobre o que tendes feito e com que objetivo procedestes em tal ou tal circunstância, sobre se fizestes alguma coisa que, feita por outrem, censuraríeis, sobre se obrastes alguma ação que não ousaríeis confessar. Perguntai ainda mais: “Se aprouvesse a Deus chamar-me neste momento, teria que temer o olhar de alguém, ao entrar de novo no mundo dos Espíritos, onde nada pode ser ocultado?” Examinai o que pudestes ter obrado contra Deus, depois contra o vosso próximo e, finalmente, contra vós mesmos. As respostas vos darão, ou o descanso para a vossa consciência, ou a indicação de um mal que precise ser curado.

“O conhecimento de si mesmo é, portanto, a chave do progresso individual. Mas, direis, como há de alguém julgar-se a si mesmo? Não está aí a ilusão do amor-próprio para atenuar as faltas e torná-las desculpáveis? O avarento se considera apenas econômico e previdente; o orgulhoso julga que em si só há dignidade. Isto é muito real, mas tendes um meio de verificação que não pode iludir-vos. Quando estiverdes indecisos sobre o valor de uma de vossas ações, inquiri como a qualificaríeis, se praticada por outra pessoa. Se a censurais noutrem, não a podereis ter por legítima quando fordes o seu autor, pois que Deus não usa de duas medidas na aplicação de Sua justiça. Procurai também saber o que dela pensam os vossos semelhantes e não desprezeis a opinião dos vossos inimigos, porquanto esses, nenhum interesse têm em mascarar a verdade, e Deus muitas vezes os coloca ao vosso lado como um espelho, a fim de que sejais advertidos com mais franqueza do que o faria um amigo. Perscrute, conseguintemente, a sua consciência aquele que se sinta possuído do desejo sério de melhorar-se, a fim de extirpar de si os maus pendores, como do seu jardim arranca as ervas daninhas. Faça o balanço de seu dia moral, como o comerciante faz o de suas perdas e seus lucros; e eu vos asseguro que a primeira operação será mais proveitosa do que a segunda. Se puder dizer que foi bom o seu dia, poderá dormir em paz e aguardar sem receio o despertar na outra vida.

“Formulai, pois, de vós para convosco, questões nítidas e precisas e não temais multiplicá-las. Justo é que se gastem alguns minutos para conquistar uma felicidade eterna. Não trabalhais todos os dias com o fito de juntar haveres que vos garantam repouso na velhice? Não constitui esse repouso o objeto de todos os vossos desejos, o fim que vos faz suportar fadigas e privações temporárias? Ora, que é esse descanso de alguns dias, turbado sempre pelas enfermidades do corpo, em comparação com o que espera o homem de bem? Não valerá este outro a pena de alguns esforços? Sei haver muitos que dizem ser positivo o presente e incerto o futuro. Ora, esta exatamente a ideia que estamos encarregados de eliminar do vosso íntimo, visto desejarmos fazer que compreendais esse futuro, de modo a não restar nenhuma dúvida em vossa alma. Por isso foi que primeiro chamamos a vossa atenção por meio de fenômenos capazes de ferir-vos os sentidos e que agora vos damos instruções, que cada um de vós se acha encarregado de espalhar. Com este objetivo é que ditamos O Livro dos Espíritos.

______.

AGOSTINHO. Confissões. São Paulo: Penguin/Companhia das Letras, 2017.

ARISTÓTELES. De Anima. Apresentação, tradução e notas de Maria Cecília Gomes dos Reis. São Paulo: Ed. 34, 2006.

DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 3. ed. – Porto Alegre, RS: Artmed, 2019.

DESCARTES, R. Oeuvres. Org. C. Adam e P. Tannery. Paris: Vrin, 1996. 11v. [indicadas no texto como Ad & Tan]

_______. Descartes: oeuvres et lettres. Org. André Bidoux. Paris: 
Gallimard, 1953. (Pléiade).

______. Discursos do Método; Meditações; Objeções e Respostas; As Paixões da Alma; Cartas. (Introdução de Gilles-Gaston Granger; prefácio e notas de Gerard Lebrun; Trad. de J. Guinsberg), Bento Prado J. 3. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983 (Os Pensadores).

______. O mundo (ou Tratado da luz) e O Homem. Apêndices, tradução e notas: César Augusto Battisti, Marisa Carneiro de Oliveira Franco Donatelli. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2009.

DICTIONNAIRE Philosophique - édition Garnier Frères (1878). Disponível em: https://fr.wikisource.org/wiki/Wikisource:Index_des_auteurs.

DINUCCI, A.; JULIEN, A. O Encheiridion de Epicteto. Coimbra: Imprensa de Coimbra, 2014.

EPICTETO. Entretiens. Livre I, II, III, IV. Trad. Joseph Souilhé. Paris: Les Belles Lettres, 1956.

______. Epictetus Discourses. Book I. Trad. Dobbin. Oxford: Clarendon, 2008.

______. O Encheirídion de Epicteto. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2012. (Edição Bilíngue).

______. Testemunhos e Fragmentos. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2008.

EPICTETUS. The Discourses of Epictetus as reported by Arrian; fragments; Encheiridion. Trad. Oldfather. Harvard: Loeb, 1928.  https://www.loebclassics.com/

FRANKL, Viktor. O sofrimento humano: Fundamentos antropológicos da psicoterapia. Trad. Bocarro, Karleno e Bittencourt, Renato. Prefácio, Marino, Heloísa Reis. São Paulo: É Realizações, 2019.

______. Em busca de sentido. 25. ed. - São Leopoldo, RS: Sinodal; Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.

______. Yes to Life: In spite of everything. Beacon Press, 2020.

______. Um sentido para a vida: psicoterapia e humanismo. Aparecida, SP: Ideias e letras, 2005.

______. The doctor and the soul: from psycotherapy to logotherapy. New york: Bantam Books, 1955.

GALENO. Aforismos. São Paulo: E. Unifesp, 2010.

______. On the passions and errors of the soul. Translated by Paul W . Harkins with an introduction and interpretation by Walter Riese. Ohio State University Press, 1963.

GUEROULT, M. Descartes selon l’ordre des raisons. Paris: Aubier-Montaigne, 1955. 2v.

HADOT, Pierre. The inner citadel: the meditations of Marcus Aurelius. London: Harvard University Press, 2001.

______. O que é filosofia antiga. São Paulo: Edições Loyola, 1999.

HEIDEGGER, M. Sein und Zeit. Tübingen: M. Niemeyer, 1986.

______. Ser e Tempo. Trad. Fausto Castilho. Campinas - SP: Ed. Unicamp, 2012

______. Que é metafisica? Trad. Ernildo Stein. São Paulo: Abril Cultural, 1989. (Os Pensadores).

______. Kant y el Problema de la Metafísica. 3. ed. México: Fondo de Cultura Econômica, 1996.

______. A questão da técnica. Trad. Marco Aurélio WerleIn: Scientiæ & Studia. São Paulo, v. 5, n. 3, p. 375-98, 2007.

KANT, Immanuel. A religião nos limites da simples razão. Edições 70, Lisboa, 1992. 

______.Vorlesung über die philosophische Encyclopädie. InKant gesalmmelte Schriften, XXIX, Berlin, Akademie, 1980, pp. 8 e 12).

______. Observações sobre o sentimento do belo e do sublime; Ensaio sobre as doenças mentais. Tradução e estudo de Vinicius de Figueiredo. São Paulo: Editora Clandestina, 2018.

______. Observações sobre o sentimento do Belo e do Sublime; Ensaio sobre as doenças mentais. (Trad. Vinícius Figueiredo). Campinas, SP: Ed. Papirus, 1993.

______. Observações sobre o sentimento do Belo e do Sublime; Ensaio sobre as doenças mentais. Lisboa: Edições 70, 2012.

______. Die Religion innerhalb der Grenzen der bloßen Vernunft. W. de Gruyter, 1968.

KARDEC, A. Le Livre des Esprits. Paris, Dervy-Livres, s.d. (dépôt légal 1985). (O Livro dos Espíritos. Trad. Guillon Ribeiro, ______. O livro dos Espíritos. 93. ed. - 1. reimpressão (edição histórica). Brasília, DF: Feb, 2013. (Q. 903-919)

PLATÃO. Mênon. Trad. Maura Iglésias. Rio de Janeiro: Ed. PUC-RIO; São Paulo: Ed. Loyola, 2001.

________. República de Platão. Trad. J. Guinsburg. São Paulo: Perspectiva, 2012.

________. Teeteto. Trad. Adriana Manuela Nogueira e Marcelo Boeri. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2010.

________. Timeu. Trad. Maria José Figueredo. Lisboa: Instituto Piaget, 2003.

SCHLEIERMACHER, F. D. E. Introdução aos Diálogos de Platão. Belo Horizonte, MG: Ed. UFMG, 2018. 

 

 



[1] PORFÍRIO. Vida de Pitágoras, § 40; Conversações III, 10. 3 (tradução Souilhé).

[2] KARDEC, A. Le Livre des Esprits. 2013. (Q.919-919a)

domingo, 8 de janeiro de 2023

LEITURAS DE DOMINGO: "SOBRE A FORMA DA FILOSOFIA E SOBRE O EU"

 

Leituras de domingo:


Schelling antecipou muita coisa que alguns acreditam ter descoberto...

...

1. Sobre a forma da filosofia e sobre o eu.

"A natureza foi sabiamente cuidadosa com os olhos humanos ao dispor para que eles alcancem o dia pleno somente depois de passar pelo crepúsculo. Não espanta que nas regiões mais baixas reste ainda um pequeno nevoeiro enquanto as montanhas já brilham sob o sol. Mas o sol não pode faltar quando é chegada a aurora. Fazer surgir esse dia mais belo da ciência está reservado a poucos ― talvez a um único ―, mas que seja permitido ao indivíduo que pressente a chegada do novo dia alegrar-se previamente com ele. Friedrich Schelling, 1795 Sobre a possibilidade de uma forma da filosofia em geral (1794) e Sobre o eu como princípio da filosofia ou sobre o incondicionado no saber humano (1795), os dois textos traduzidos neste volume, são as credenciais com que se apresenta ao mundo filosófico alemão o jovem Friedrich Wilhelm Joseph Schelling. Então ainda estudante de teologia no Seminário em Tübingen. A Alemanha vivia uma verdadeira febre filosófica: não fazia muito tempo que Friedrich Heinrich Jacobi provocara celeuma com a publicação de suas Cartas ao senhor Moses Mendelssohn sobre a doutrina de Espinosa (1785) e que Kant dera a lume suas três obras principais (Crítica da razão pura, cuja segunda edição é de 1787, Crítica da razão prática, em 1788, e Crítica do juízo, em 1790). Figuras importantes como Salomon Maimon, Schulze e Reinhold davam também sua contribuição para a discussão sobre a viabilidade da filosofia kantiana. Em 1794, Fichte publica duas obras destinadas a levar a perspectiva transcendental a uma radicalidade inimaginada pelo próprio Kant: Sobre o conceito da doutrina-da-ciência ou da assim chamada filosofia e Fundação de toda a doutrina-da-ciência. Os dois escritos de Schelling mostram o quão sintonizado ele estava com todas essas discussões: o principal problema da filosofia kantiana é a ausência de um princípio que unifique todo o saber, o que abriu flanco às objeções céticas sobre sua sustentabilidade e às tentativas de restabelecê-la sobre novos fundamentos, propostas por Reinhold e Fichte. A discussão sobre onde se encontra o princípio filosófico que está na base de todas as ciências é complexa, visto que um dos resultados mais importantes da própria crítica kantiana está em mostrar que este princípio já não pode ser uma proposição ou tese fundamental da qual decorram todas as outras proposições, como acontecia na metafísica dogmática. É preciso, portanto, discutir a fundo o que é a forma da filosofia, capaz de expor o princípio do saber humano. Essa forma está ligada ao deslocamento da filosofia teórica à filosofia prática ou à tentativa de expor o Absoluto não mais como algo do qual se parte, mas como algo que deve ser conquistado pela ação livre de cada sujeito. Essas duas questões ― como a filosofia pode ser exposta e o significado da liberdade humana ― permanecerão no horizonte do pensamento schellingiano, recebendo inflexões diferentes em seu longevo percurso. Mas nesses dois textos de juventude elas já são tratadas com frescor e vigor. Márcio Suzuki"

2. The Dark Ground of Spirit.

“O livro, S. J. McGrath não apenas torna as ideias de Schelling acessíveis ao público em geral, como também revela o papel seminal do filósofo romântico como criador de um conceito que moldou e definiu a psicologia do final do século XIX e início do século XX: o conceito de inconsciente.

McGrath mostra como o inconsciente funcionava originalmente na filosofia de Schelling como uma ponte entre a natureza e o espírito. Antes de Freud revisar o conceito para adequá-lo à sua psicopatologia, o inconsciente era entendido em grande parte segundo as linhas de Schelling, principalmente como uma fonte de poder criativo. O esforço de toda a vida de Schelling para entender formas intuitivas e não reflexivas de inteligência na natureza, na humanidade e no divino foi revitalizado por junguianos, bem como por psicólogos arquetípicos e transpessoais. Com o novo interesse pelo inconsciente hoje, as ideias de Schelling nunca foram tão relevantes.

The Dark Ground of Spirit será, portanto, leitura essencial para aqueles envolvidos em psicanálise, psicologia analítica e filosofia, bem como qualquer pessoa interessada na história das ideias."

______.

FFYTCHE, Matt. The foundation of the unconscious: Schelling, Freud and the birth of the modern psyche. Cambridge University Press, 2011.

______. As origens do inconsciente: o nascimento da psique moderna. Cultrix; 1. ed., 2014.

McGRATH, S. J. The dark ground of spirit: Schelling and the unconscious.  Routledge; Illustrated edição, 2012.

SCHELLING, F. W. J. Investigações Filosóficas sobre a essência da liberdade humana: e os assuntos com ela relacionados. Edições 70, 2018.

______. Sobre a forma da filosofia e sobre o eu. São Paulo: Iluminuras, 2021


BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

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CLARKE, James A (ed); GOTTLIEB, Gabriel(ed.). Practical philosophy from Kant to Hegel: freedom, right, and revolution. Cambridge University Press, 2022.

CREWS, Frederick. (Ed.). Unauthorized Freud: doubters confront a legend. New York: Penguin, 1999. 

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______. Out of my System: psychoanalysis, ideology, and critical method. Oxford University Pres, 1975.

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DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 3. ed. – Porto Alegre, RS: Artmed, 2019.

______. Religião, psicopatologia e saúde mental. Porto Alegre, RS: Artmed, 2008.

DALRYMPLE, Theodore. Admirable evasions: how psychology undermines morality. New York: Encounter books, 2015.

______. Evasivas admiráveis: como a psicologia subverte a moralidade. São Paulo: Ed. É Realizações, 2017.

FERMÉ, Eduardo; HANSSON, Sven Ove. Belief Change: introduction and overview. Springer,  2018.

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______. Estudos psiquiátricos. 6. ed. Petrópolis/RJ: Editora Vozes, 2011. (Obras completas, Vol. 1)

______. Estudos experimentais. 6. ed. Petrópolis/RJ: Editora Vozes, 2011. (Obras completas, Vol. 2)

______. Psicogênese das doenças mentais. 6.ed. Petrópolis/RJ: Editora Vozes, 2011. (Obras completas, Vol. 3)

______. Freud e a psicanálise. 6. ed. Petrópolis/RJ: Editora Vozes, 2011. (Obras completas, Vol. 4)

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_________. Lições de Ética. Trad. Bruno Cunha e Charles Feldhaus. São Paulo: Unesp, 2018.

_________. Lições sobre a Doutrina Filosófica da Religião. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis: Vozes/ São Francisco, 2019.

_________. Lições de Metafísica. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis: Vozes/São Francisco, 2021.

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______. Crítica da razão pura. Tradução Valerio Rohden e Udo Moosburguer. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1983.

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______. Anthropology from a pragmatic point of view. Carbondale, III: Southern Illinois University Press. 1996. eBook., Base de dados: eBook Collection (EBSCOhost).

______. Antropologia de um ponto de vista pragmático. Trad. Clélia Aparecida Martins. São Paulo: Iluminuras, 2006.

KARDEC, A. Le Livre des Esprits. Paris, Dervy-Livres, s.d. (dépôt légal 1985). (O Livro dos Espíritos. Trad. Guillon Ribeiro, ______. O livro dos Espíritos. 93. ed. - 1. reimpressão (edição histórica). Brasília, DF: Feb, 2013. (Q. 400-412: “O sono e os sonhos”).

 

O SUPOSTO "CONFLITO CIÊNCIA X RELIGIÃO" (II)

Recentemente, acrescentei, uma obra de  Alvin Plantinga  que até recentemente não conhecia: “ Ciência, religião e naturalismo:  onde está o ...