Aproveitando
uma pausa para reler o livro que Mayana Zatz publicou recentemente:
“O legado dos genes” (2021), em que mostra de modo simples e acessível,
como se dão alterações fisiológicas que ocorrem com o passar dos anos, revisitei
novamente este livro que há algum tempo cotejei com alguns elementos da obra
de Otfried Höffe, sobre envelhecimento, comentei aqui em
outra postagem no blog em que ele formula uma ética social
simples e convincente para a velhice.
Höffe
se opõe à superioridade da economia e à
predominância de imagens negativas do envelhecimento e responde à
ameaça do "envelhecimento da sociedade" com a perspectiva
dos "anos vencidos" e também dá conselhos
práticos: correr, aprender, amar e rir trabalham
contra a velhice e ajudam ao bem-estar.
Pois o que a experiência ensina há muito é confirmado pelas pesquisas: que se encontra as forças que combatem os "males" da idade em extensão considerável de nós em nós mesmos.
E, por outro lado, Mayana Zatz também reflete sobre o tema "envelhecimento" e, por isso acrescento mais esta informação que li recentemente no Jornal da USP, além de ter acompanhado a página em que suas pesquisas são divulgadas. Aprendendo sempre!
Segue o texto abaixo:
Fabiana Mariz conversa com Mayana Zatz - Rádio USP - https://jornal.usp.br/?p=640335 - Publicado: 18/05/2023
Consórcio iniciado em 2019 pretende mapear a variabilidade genética da população mundial
A revista
científica Nature publicou em maio um artigo intitulado A draft human
pangenome references. Trata-se de um primeiro rascunho, como os
pesquisadores denominaram, sobre o Projeto Pangenoma, um consórcio
iniciado em 2019 que pretende mapear a variabilidade genética da população
mundial.
O artigo traz as
informações genéticas de 47 pessoas ao redor do mundo. “Se, a partir do Projeto
Pangenoma, forem conhecidos os genomas de diferentes grupos étnicos,
poderemos conhecer a composição da nossa população com muito mais precisão”,
afirma Mayana
Zatz, diretora do Centro de Estudos do Genoma Humano e Células-Tronco
(CEGH-CEL) da USP. “Isso pode contribuir na medicina, isto é, saber quando uma
variante genética ainda desconhecida é responsável por uma doença genética ou
simplesmente é uma variante rara característica de um determinado grupo
étnico.”
Mayana relembra que o
Projeto Genoma, iniciado em 1990 com o objetivo de mapear todos os genes humanos
até 2005, se difere do Pangenoma por, no primeiro, serem incluídas somente
pessoas de ancestralidade europeia. “E isso levou a questionar: como seriam os
genomas de outras populações?”
Os integrantes do Projeto
Pangenoma pretendem sequenciar os genes de 350 pessoas até meados de 2024.
Mayana destaca mais uma importante contribuição desse tipo de estudo: “Sabemos
que a resposta a drogas depende dos nossos genomas, o que chamamos de
farmacogenômica. Isso quer dizer que diferentes grupos étnicos podem responder
diferentemente ao mesmo medicamento”.
Decodificando o DNA
A coluna Decodificando o DNA,
com a professora Mayana Zatz, vai ao ar quinzenalmente, quarta-feira às 9h, na
Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio
USP, Jornal da USP e TV USP.
______.
CÍCERO. Saber
envelhecer. A amizade. Porto Alegre, RS: L&PM, 1997.
COLLINS,
Francis. A linguagem da vida: o DNA e a revolução na sua
saúde. São Paulo: Gente: 2010.
______. Belief: readings
on the Reason for faith. HarperOne, 2010.
______. The
language of life: DNA and the revolution in personalized medicine. Harper
Perennial; Illustrated edition, 2011.
______;
PETERS, Ted. Playing God?: genetic determinism and human
freedon. Routledge, Year: 2002.
HÖFFE, Otfried. Die
hohe Kunst des Alterns: Kleine Philosophie des guten Lebens. 4. Ed. C.
H. Beck, 2019.
ZATZ, Mayana; FRANÇA,
Martha San Juan; NEWLANDS, Mariana. O legado genes. São Paulo:
Objetiva, 2021.
______. GenÉtica: escolha
que nossos avós não faziam. Rio de Janeiro: Globo, 2011.
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