domingo, 21 de maio de 2023

PESQUISA CIENTÍFICA: "PROJETO PANGENOMA PODE REVOLUCIONAR A PESQUISA MÉDICA"

Aproveitando uma pausa para reler o livro que Mayana Zatz publicou recentemente: “O legado dos genes” (2021), em que mostra de modo simples e acessível, como se dão alterações fisiológicas que ocorrem com o passar dos anos, revisitei novamente este livro que há algum tempo cotejei com alguns elementos da obra de Otfried Höffe, sobre envelhecimento, comentei aqui em outra postagem no blog em que ele formula uma ética social simples e convincente para a velhice.

Höffe se opõe à superioridade da economia e à predominância de imagens negativas do envelhecimento e responde à ameaça do "envelhecimento da sociedade" com a perspectiva dos "anos vencidos" e também dá conselhos práticos: correr, aprender, amar e rir trabalham contra a velhice e ajudam ao bem-estar.

Pois o que a experiência ensina há muito é confirmado pelas pesquisas: que se encontra as forças que combatem os "males" da idade em extensão considerável de nós em nós mesmos.

E, por outro lado, Mayana Zatz também reflete sobre o tema "envelhecimento" e, por isso acrescento mais esta informação que li recentemente no Jornal da USP, além de ter acompanhado a página em que suas pesquisas são divulgadas. Aprendendo sempre!

Segue o texto abaixo:

Fabiana Mariz conversa com Mayana Zatz - Rádio USPhttps://jornal.usp.br/?p=640335 - Publicado: 18/05/2023

Consórcio iniciado em 2019 pretende mapear a variabilidade genética da população mundial

A revista científica Nature publicou em maio um artigo intitulado A draft human pangenome references. Trata-se de um primeiro rascunho, como os pesquisadores denominaram, sobre o Projeto Pangenoma, um consórcio iniciado em 2019 que pretende mapear a variabilidade genética da população mundial.

O artigo traz as informações genéticas de 47 pessoas ao redor do mundo. “Se, a partir do Projeto Pangenoma, forem conhecidos os genomas de diferentes grupos étnicos, poderemos conhecer a composição da nossa população com muito mais precisão”, afirma Mayana Zatz, diretora do Centro de Estudos do Genoma Humano e Células-Tronco (CEGH-CEL) da USP. “Isso pode contribuir na medicina, isto é, saber quando uma variante genética ainda desconhecida é responsável por uma doença genética ou simplesmente é uma variante rara característica de um determinado grupo étnico.”

Mayana relembra que o Projeto Genoma, iniciado em 1990 com o objetivo de mapear todos os genes humanos até 2005, se difere do Pangenoma por, no primeiro, serem incluídas somente pessoas de ancestralidade europeia. “E isso levou a questionar: como seriam os genomas de outras populações?”

Os integrantes do Projeto Pangenoma pretendem sequenciar os genes de 350 pessoas até meados de 2024. Mayana destaca mais uma importante contribuição desse tipo de estudo: “Sabemos que a resposta a drogas depende dos nossos genomas, o que chamamos de farmacogenômica. Isso quer dizer que diferentes grupos étnicos podem responder diferentemente ao mesmo medicamento”.

Decodificando o DNA

A coluna Decodificando o DNA, com a professora Mayana Zatz, vai ao ar quinzenalmente, quarta-feira às 9h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP,  Jornal da USP e TV USP.

______.

CÍCERO. Saber envelhecer. A amizade. Porto Alegre, RS: L&PM, 1997.

COLLINS, Francis. A linguagem da vida: o DNA e a revolução na sua saúde. São Paulo: Gente: 2010.

______. Belief: readings on the Reason for faith. HarperOne, 2010.

______. The language of life: DNA and the revolution in personalized medicine. Harper Perennial; Illustrated edition, 2011.

______; PETERS, Ted. Playing God?: genetic determinism and human freedon.  Routledge, Year: 2002.

HÖFFE, Otfried. Die hohe Kunst des Alterns: Kleine Philosophie des guten Lebens. 4. Ed. C. H. Beck, 2019.

ZATZ, Mayana; FRANÇA, Martha San Juan; NEWLANDS, Mariana. O legado genes. São Paulo: Objetiva, 2021.

______. GenÉtica: escolha que nossos avós não faziam. Rio de Janeiro: Globo, 2011.


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