segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

REFLEXÃO MATINAL CLVIII: CONSOLAÇÕES. “FILOSOFAR É APRENDER A MORRER” E "EDIFICAR-SE PARA A MORTE"

(IMAGEM: "Pinterest")


Sempre o dia, sempre a Vida! 

"A 'morte' não é o apagamento da luz; é o ato de dispensar a lâmpada porque o dia já raiou"(Rabindranath Tagore)

...

"A vitória do Espírito origina-se da compreensão de que a vida não é o corpo, da mesma forma que a água não é o copo que a contém." (Provérbio Indiano)


“Se esses soberbos se virem despojados de seu esplendor vazio deixarão aparecer, esses senhores, as correntes que os prendem e que eles trazem dentro de si…” 

"[...] à Filosofia não é lícito deixar caminhando sozinho um discípulo seu”

Hoje, como tem sido disciplinadamente, um instante da manhã é dedicado às reflexões, a passar em revista os pensamentos e ações, e corrigendas são planejadas. Tendo aprendido esses “exercícios” com as leituras de Thich Nhat Hahn e os Estóicos, hoje, abri uma exceção nas leituras estudadas com esse intuito. Abri, bem cedinho, a obra A consolação da filosofia, releitura há muito planejada, decisão bem acertada e o resultado da leitura foi um ganho enorme! Muito aprendizado!

“Escrita na prisão por um condenado à morte, essa obra latina do século VI não deve nada, ou deve muito pouco, às circunstâncias “trágicas” de sua composição. Trata-se de uma obra-prima da literatura e do pensamento europeu; ela se basta, e teria o mesmo valor se ignorássemos tudo a respeito daquele que a concebeu entre duas sessões de tortura, à espera de uma execução. Mas, dado que essa obra-prima não é anônima, nada perde por ter um autor e ser situada em suas circunstâncias, torna-se também, assim, o testemunho da grandeza à qual um homem pode elevar-se pelo pensamento em face da tirania e da morte.”

Ademais:

"O que Boécio nos ensina, com tanta autoridade hoje como no século VI, é que a única cultura fértil, oral ou escrita, é a que trazemos intimamente em nós, são os textos clássicos inesgotáveis inseminados na memória e cujas palavras tornam-se fontes vivas, à prova da tristeza, do sofrimento, da morte. O resto, de fato, é 'literatura'” (p. 17.)

Basicamente, na obra, Boécio trata da questão da verdadeira felicidade. Uma profunda reflexão em tonalidades platônicas.
______.

E prosseguindo:

1. Leituras da manhã. De cunho estoico, para nova reflexão matinal:

“Quem se concentra na busca das coisas exteriores mostra que as valoriza mais que os bens interiores (que são adquiridos através de reflexão e uma prática que esteja em conformidade com essa reflexão). Sendo assim, necessariamente deixará em segundo plano a busca pelos bens interiores.”  (EPICTETO. trad. Aldo Dinucci)

.'.

Mais uma vez relendo alguns capítulos destas obras sobre Estoicismo.

E, recordando um livro que teria influenciado, como se sabe, grandes pensadores, Michel de Montaigne (1533-1592), nos Ensaios reuniu uma grande quantidade de textos independentes entre si e com diversos temas. Falando da natureza, da capacidade humana em refletir e até sobre a tristeza, a vaidade dos homens. Montaigne: um “humanista radical”?, um “precursor do Iluminismo”?. Aqui, destaco um de seus textos dos Ensaios, no Livro I da obra do autor, em que afirma "Que filosofar é aprender a morrer", refletindo sobre a vida e a morte. Assim, enquanto lembro este texto dos Ensaios, proponho, na verdade, uma leitura de uma coletânea de Cartas de Sêneca, selecionadas pela professora Renata Cazarini de Freitas (UFF), sobre “Edificar-se para a morte”. São dois autores, Sêneca e Montaigne, que viveram em épocas distantes; nem sempre a mesma reflexão ou conclusões sobre os temas, mas a tentativa é de refletir sobre um tema que não deve ser “tabu” para alguém que pretenda "filosofar".

Segue, portanto, a sugestão da obra (uma coletânea sobre o tema nas Cartas de Sêneca) que acabei de ler, agora pela manhã: “Edificar-se para a morte: das cartas morais a Lucílio”.

2. A isso acrescento outra obra que li hoje pela manhã: Consolações de um Estoico.

Consolações de um Estoico é composto pelas três cartas de consolação escritas por Sêneca, bem como por uma seleção de três cartas morais direcionadas a Lucílio, pertinentes ao tema. Uma verdadeira medicina da alma para a superação racional das paixões e dores espirituais.

Consolação a Márcia é endereçada a filha do proeminente historiador Aulo Cordo. Sêneca lhe escreve porque seu luto pela morte de seu filho Metílio parecia ter se tornado crônico, continuando três anos após a tragédia.
Consolação a Minha Mãe Hélvia é o texto escrito do exílio para sua mãe, inconsolada com a sorte do filho e outras desgraças que recentemente sofrera.
Consolação a Políbio é a terceira carta de consolação de Sêneca, escrita no ano 44. A obra dirige-se a Políbio, secretário particular do Imperador Cláudio, para consolá-lo sobre a morte de seu irmão.
Carta 63: Sobre sofrimento por amigos perdido.
Carta 93: Sobre a Qualidade da Vida quando contrastada com seu Comprimento.
•Carta 107: Sobre a Obediência à Vontade Universal.

O conjunto constrói uma coesa peça de consolação usando a filosofia estoica e sua visão de mundo a fim de ajudar os enlutados a considerar outros aspectos da perda e também reconhecer a inevitabilidade da morte. Leitura fundamental para quem passa por luto ou deseja auxiliar quem sofre com a perda de amados.”

 Os grifos e destaques são meus.

______.

BIBLIOGRAFIA E SUGESTÕES DE LEITURA

ARRIANO FLÁVIO. O Encheirídion de Epicteto. Edição Bilíngue. Tradução do texto grego e notas Aldo Dinucci; Alfredo Julien. Textos e notas de Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão. Universidade Federal de Sergipe, 2012 

BECK, Aaron T; Alford, Brad A. O poder integrador da terapia cognitiva. Porto Alegra, RS: Artmed, 2000.

BECK, Judith S. Terapia cognitiva: teoria e prática. Porto Alegre, RS, 2997.

BOÉCIO. (Anicius Manlius Torquatus Severinus Boetius)A consolação da filosofia. prefácio de Marc Fumaroli ; tradução do latim por Willian Li. – 2. ed. – São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2012. – (Clássicos WMF).

CALVINO, Italo. Por que ler os clássicos. Trad. Milton Moulin. São Paulo: Companhia de bolso, 2007.

CAMUS, Albert. O estrangeiro. 54. ed. Rio de Janeiro, RJ: Record, 1979.

DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 3. ed. – Porto Alegre, RS: Artmed, 2019.

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KANT, Immanuel. Observações sobre o sentimento do belo e do sublime. Papirus, Campinas, 1993.

KARDEC, A. Le Livre des Esprits. Paris, Dervy-Livres, s.d. (dépôt légal 1985). (O Livro dos Espíritos. Trad. Guillon Ribeiro, ______. O livro dos Espíritos. 93. ed. - 1. reimpressão (edição histórica). Brasília, DF: Feb, 2013.

LEBRUN, Gérard. O conceito de paixão. In: NOVAES, Adauto (org.). Os sentidos da paixão. São Paulo: Cia. das Letras, 1987.

MAY, Rollo. (Org.). Psicologia existencial. Rio de Janeiro: Globo, 1980.

______. A descoberta do ser. São Paulo: Rocco, 1988.

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RANGÉ, Bernard. Psicoterapias Cognitivo-Comportamentais: Um Diálogo com a Psiquiatria. 2. ed. Porto Alegre: Grupo A - Selo: Artmed, RS, 2011.

ROBERTSON, Donald. The Philosophy of Cognitive Behavioural Therapy (CBT): Stoic Philosophy as Rational and Cognitive Psychotherapy. Londres  :Karnac Books, 2010.

______. Pense como um imperador. Trad. Maya Guimarães. Porto Alegre: Citadel Editora, 2020.

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SÊNECA, Lúcio Aneu. Cartas a Lucílio. 5. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 2014.

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____. Sobre a clemência. Introdução, tradução e notas de Ingeborg Braren. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.

______. Consolações de um Estoico. Edição bilingue (latim-português). Trad. Alexandre Pires Vieira. São Paulo: Montecristo Editora, 2020.

____. Sobre a ira. Sobre a tranquilidade da alma. Tradução, introdução e notas de José Eduardo S. Lohner. São Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2014.

____. Tragedies I: Hercules, Trojan women, Phoeniciam women, Medea, Phaedra. Tradução de J. G. Fitch. Cambridge, EUA: Harvard University Press, 2002.  https://www.loebclassics.com/.

____. Tragedies II: Oedipus, Agamemnon, Thyestes, Hercules on Oeta, Octavia. Tradução de J. G. Fitch. Cambridge, EUA: Harvard University Press, 2004.  https://www.loebclassics.com/.

____. Moral Essays. Tradução de John W. Basore. Cambridge, EUA: Harvard University Press, 1985.  https://www.loebclassics.com/.

______. Sobre a brevidade da vida. Porto Alegre, RS: L&PM, 2007.

domingo, 29 de dezembro de 2024

REFLEXÃO MATINAL CLVII: “PASSOS PARA MODIFICAR OS DESEJOS” NO ESTOICISMO E NA TCC (IV)

Retomando uma antiga reflexão que já fiz aqui (sem poder digitar por muito tempo, uso o mesmo texto), enquanto faço mais uma pequena pausa na Oficina dos planejamentos.

Foi essa, novamente, sublimando a dores intensas e elevando "[...] a resignação ao nível das provas" (ESE, cap. VI, item 6), a "meditação matinal" de hoje. 

Para começar, segundo Sellars, a partir de Epictetus, por exemplo, descreve a filosofia da seguinte maneira: 

A filosofia não promete obter qualquer coisa exterior para o homem, pois se o fizesse ela estaria admitindo algo que se encontra fora de seu material apropriado (hules). Pois assim como a madeira é o material (hule) do carpinteiro, e o bronze o do estatuário, também a própria vida de cada indivíduo (ho bios autou hekastou) é o material da arte de viver (tes peri bion technes). (EPICTETUS, D. 1.15.2, apud SELLARS, 2003, p. 56)”

"Tornar-se um estudante de filosofia na antiguidade não significava meramente aprender uma série de argumentos complexos ou o engajamento no debate intelectual. Antes, envolvia o engajamento em um processo de transformar o caráter (ethos) e a alma (psique), uma transformação que por sua vez transformaria o modo de vida (bios) do indivíduo." (SELLARS, 2003, p. 23)

Ainda segundo Sellars, Epictetus, por exemplo, descreve a filosofia da seguinte maneira: 

A filosofia não promete obter qualquer coisa exterior para o homem, pois se o fizesse ela estaria admitindo algo que se encontra fora de seu material apropriado (hules). Pois assim como a madeira é o material (hule) do carpinteiro, e o bronze o do estatuário, também a própria vida de cada indivíduo (ho bios autou hekastou) é o material da arte de viver (tes peri bion technes). (EPICTETUS, Discursos 1.15.2, apud SELLARS, 2003, p. 56)

Então, em meio a tanta confusão, momentos de profunda tristeza, donde sempre nos recuperamos e nos colocamos a pensar no hábito a que tantos se deixam seduzir (eu mesmo me deixei levar noutro tempo): do pessimismo, por um lado e do extremo esforço em "mudar o mundo" por outro lado.

Ora, na empreitada a que me dedico há algum tempo, é fundamental esquecer pessimismos e o desejo de mudar o que nos é externo, que está fora do nosso alcance. Como tenho postado aqui, e pratico: "medito andando" e decidi, há alguns anos, aprofundar sistematicamente uma intensa busca por "eustatheia" (tranquilidade) e "euthymia" (crença em si). É projeto em andamento “há séculos” que às vezes por descuido, foi interrompido. Mas, retomando sigo o conselho sugerido pelos estoicos; mais especificamente Sêneca, Epictetus e Marco Aurélio; entre os que vou acrescentando à medida que sigo nos estudos sobre o tema!

Ao prokopton:

“Então, almejando coisas de tamanha importância, lembra que é preciso que não te empenhes de modo comedido, mas que abandones completamente algumas coisas e, por ora, deixes outras para depois. Mas se quiseres aquelas coisas e também ter cargos e ser rico, talvez não obtenhas estas duas últimas, por também buscar as primeiras, e absolutamente não atingirás aquelas coisas por meio das quais unicamente resultam a liberdade e a felicidade (EPICTETOEncheiridion. I,4).”

Para as meditações de hoje, tomei como base parte da obra Meditações“, do imperador Marco Aurélio; Livro IV : 24. Escritas em 167 d.C., Marco Aurélio (121-180), em 12 livros com máximas direcionadas a reflexões sobre o autoconhecimento; sobre crescimento pessoal, acrescentando excerto de EpictetoPierre Hadot, Donald Robertson.

“‘Ocupa-te com pouco’, diz alguém, ‘se queres ter bom ânimo’ Mas não seria melhor se ocupar das coisas necessárias e das quantas coisas que a razão do animal político por  natureza escolhe? Pois assim não se obtém contentamento apenas a partir do ocupar-se belamente, mas também a partir do ocupar-se com pouco. Pois, sendo a maior parte do que falamos e do que nos ocupamos desnecessária, se alguém a eliminar, terá mais tempo livre e será mais tranquilo. Por essa razão, também é preciso, quanto a cada coisa, indagar -se: isso é necessário ou não? É preciso que ajas para eliminar não apenas o que é desnecessário, como também as representações desnecessárias. Pois assim não te dedicarás a inutilidades que decorrem de tais representações. (2023)"

E, ainda na esteira dos chamados “exercícios espirituais”, propostos por Hadot (2001), ligados ao que encontramos, em certa medida, com cuidado, na obra dos estoicos e de Epicteto: do “exercício da consciência de si", como um “exercício da atenção” a si mesmo. Em “Diatribes. Livro IV. XII), o capítulo inteiro é sobre a atenção (prosoché- περί προσοχῆς).

Foi neste sentido, minha “reflexão matinal” de hoje, que só anotei agora aqui no Blog. retomo ideias de um outro texto, que escrevi aqui no Blog. A anterior foi sobre a prosoché: uma “prática que silencia o ruído que existe dentro de nós”. Tantas "coisas podem nos distrair" Não são poucas as vezes em que nos deixamos arrastar pelo que já aconteceu num remoto passado ou por algo que não aconteceu ainda e, às vezes ne acontecerá. Prendemo-nos às "velhas memórias e experiências”.

Mais uma vez, reforçando para releitura e constantes "exercícios": se quisermos, portanto, mudar nossos desejos”, devemos criar uma nova atmosfera interior. Como prioridade devemos encontrar um espaço de tranquilidade interior, aprendermos mais sobre nós mesmos. Isso exige de nós e inclui tentar reconhecer e compreender nossos limites.

E,

[LII.1] Ὁ πρῶτος καὶ ἀναγκαιότατος τόπος ἐστὶν ἐν φιλοσοφίᾳ ὁ τῆς χρήσεως τῶν δογμάτων, οἷον τὸ μὴ ψεύδεσθαι· ὁ δεύτερος ὁ τῶν ἀποδείξεων, οἷον πόθεν ὅτι οὐ δεῖ ψεύδεσθαι· τρίτος ὁ αὐτῶν τούτων βεβαιωτικὸς καὶ διαρθρωτικός, οἷον πόθεν ὅτι τοῦτο ἀπόδειξις; τί γάρ ἐστιν ἀπόδειξις, τί ἀκολουθία, τί μάχη, τί ἀληθές, τί ψεῦδος; [LII.2] οὐκοῦν ὁ μὲν τρίτος τόπος ἀναγκαῖος διὰ τὸν δεύτερον, ὁ δὲ δεύτερος διὰ τὸν πρῶτον· ὁ δὲ ἀναγκαιότατος καὶ ὅπου ἀναπαύεσθαι δεῖ, ὁ πρῶτος. ἡμεῖς δὲ ἔμπαλιν ποιοῦμεν· ἐν γὰρ τῷ τρίτῳ τόπῳ διατρίβομεν καὶ περὶ ἐκεῖνόν ἐστιν ἡμῖν ἡ πᾶσα σπουδή· τοῦ δὲ πρώτου παντελῶς ἀμελοῦμεν. τοιγαροῦν ψευδόμεθα μέν, πῶς δὲ ἀποδείκνυται ὅτι οὐ δεῖ ψεύδεσθαι, πρόχειρον ἔχομεν.

“[LII.1] O primeiro e mais necessário tópico da filosofia é o da aplicação dos princípios, por exemplo: “Não sustentar falsidades”. O segundo é o das demonstrações, por exemplo: “Por que é preciso não sustentar falsidades?” O terceiro é o que é próprio para confirmar e articular os anteriores, por exemplo: “Por que isso é uma demonstração? O que é uma demonstração? O que é uma consequência? O que é uma contradição? O que é o verdadeiro? O que é o falso?” [LII.2] Portanto, o terceiro tópico é necessário em razão do segundo; e o segundo, em razão do primeiro – mas o primeiro é o mais necessário e onde é preciso se demorar. Porém, fazemos o contrário: pois no terceiro despendemos nosso tempo, e todo o nosso esforço é em relação a ele, mas do primeiro descuidamos por completo. Eis aí porque, por um lado, sustentamos falsidades e, por outro, temos à mão como se demonstra que não é apropriado sustentar falsidades

Como já disse acima, refleti aqui mesmo, no texto anterior,  e retorno à ideia de Pierre Hadot, para mais uma vez acrescentar reflexões sobre a “relação” entre “estoicismo e TCC”, anotando as "técnicas” da TCC, a partir das propostas de Ronald Robertson:

Enfim, no início deste texto, o que eu pretendia, basicamente, era anotar algumas ideias a partir de leitura de obras de Robertson (2020, p. 145-161 – Passos para modificar os desejos”), sobre essa relação estoicismo e TCC. Acrescentei aqui, alguns pontos em que o autor discute a importância que ele vê na Terapia Cognitivo-comportamental e por que os "psicoterapeutas modernos" deveriam ocupar-se mais com filosofia, especialmente filosofia antiga? E, por que os filósofos deveriam interessar-se por psicoterapia?

Para Robertson, portanto, há vários elementos de contato entre as duas áreas, ainda que bastante distintas entre si e que sem dúvidas, nem sempre foi clara tal distinção. Considera que, ao reconsiderar a sabedoria geralmente recebida sobre a história desses assuntos intimamente relacionados, podemos aprender muito sobre filosofia e psicoterapia, inclusive sobre concepções como "auto-ajuda" e "desenvolvimento pessoal". 

Portanto, o meu interesse pela obra de Donald Robertson e demais autores que citei brevemente, está totalmente ligado a essa relação entre as duas propostas e suas técnicas, as quais tenho estudado nos escritos da TCC em geral e nos Estoicos. A reflexão, então, pela manhã foi uma retomada da questão “passos para mudar os desejos” (Robertson, 2020, p. 145-149).

Primeira anotação recomenda:

“[...] você deve avaliar cuidadosamente seus hábitos e desejos em termos gerais: quando essas atividades realmente contribuem para sua felicidade no longo prazo ou pra sua satisfação com a vida?”

E, recomenda os seguintes passos:

1.     Avalie as consequências de seus hábitos e desejos para selecionar quais mudar.

2.     Identifique sinais de alerta iniciais para que você possa cortar desejos problemáticos pela raiz.

3.     Obtenha distância cognitiva separando seus sentimentos da realidade externa.

4.     Faça outra coisa e vez de praticar o hábito.

“[...] Reflita como você pode introduzir outras fontes de sentimentos positivos e saudáveis”

1.     Planeje novas atividades que sejam coerentes com seus valores íntimos.

2.     Contemple as qualidades que você adira nas outras pessoas.

3.     Pratique a gratidão pelas coisas que você já tem na vida.

Robertson (2020, p. 149), também lembra que “[...] os estoicos gostavam de dividir as decisões em dicotomias simples.” Por exemplo, em “escolha de Hércules (p. 127-129), da mesma forma, há dois caminhos a seguir:

 

1.     O caminho do vício, ou seguir desejos excessivos e emoções irracionais.

2.     O caminho da virtude, ou exercer a autodisciplina e seguir a razão e os seus valores verdadeiros na vida.

Esforço e prática constantes na condução dos estudos para, cada vez mais internalizar a convicção que a nossa real felicidade depende de uma escolha nossa, jamais de coisas externas. Dos acontecimentos externos, quase nada está sob nosso controle, portanto, nas adversidades, devido à não disciplina em termos de prosoché. Afastamo-nos da lei natural e adotamos julgamentos bastante equivocados sobre os eventos à nossa volta.

Treino e esforço, doravante, é necessário, na retomada da direção, de retorno à Lei. Só assim volveremos às bases mais sólidas para reformulação do nosso comportamento e,  como consequência, qualificaremos nossos hábitos. Sempre atentos e vigilantes, o prokopton sabe o que quer fazer a cada instante e, compreende o que está sob seu controle e o que não está. Viverá, assim, sua vida: tranquilamente. Neste caminho, tenhamos em mãos, palavras como as de Marco Aurélio:

“Os médicos têm sempre à mão os instrumentos e ferros para os casos imprevistos; assim tenhas tu perto os preceitos com que possas conhecer as coisas divinas e humanas e proceder em tudo, mesmo nos mínimos atos, como quem não esquece os liames mútuos destas ou daquelas” (Marco Aurélio, Meditações, III, 13).”

Dado, portanto, que o prokopton, ideia dos estoicos que já estudei aqui na página e é fundamental para a continuidade de quem está sempre a aprender, veja na filosofia dos estoicos, neste caso, uma arte de viver bem, para afastar-se dos "males", da desordem, da influência das paixões, dos desejos desequilibrados, e dos medos exagerados e injustificáveis.

A quem se pretenda dedicar a esse roteiro, fácil será perceber desde que se decida, que o homem é infeliz à medida que se empenha tresloucadamente na conquista de bens exteriores, que não pode alcançar e por fugir cegamente de “males” que são naturalmente inevitáveis. Ou seja, devemos aprender a ter autocontrole para que as coisas interiores nos façam mais bem que as exteriores que desejamos.

“As virtudes da coragem e da moderação melhoram nosso caráter e nossas vidas de modo geral quando são praticadas com sabedoria, enquanto a maioria das coisas que almejamos nos proporciona apenas prazer passageiro” (Robertson, 2020, p.148)

É esse sentido que Robertson destaca a pergunta dos terapeutas dirigidas a seus clientes: “Como estão indo as coisas em longo prazo”.

Aqui, segundo os estoicos e que refletimos essa manhã, em conjunto com ténicas de TCC, é necessário uma mudança no modo de olhar o mundo e nas ações, uma conversão: metanoia.

E, o caminho é reeducarmo-nos na busca do Bem que está ao alcance de cada um, para que, daí descubra que o que lhe sucede não é necessariamente um mal a paralisá-lo. Haverá o que lhe foge ao controle, como lemos em (Epicteto. Encherídion, I, 1). Isso é o que exige de cada um:  e por isso, o esforço, prática e “exercício” no que está sob seu controle: o interior. Esse o trabalho imediato. O que é exterior está para além do nosso controle.

Uma boa reflexão a ser feita mais vezes...

______.

BIBLIOGRAFIA E SUGESTÕES DE LEITURA

ARRIANO FLÁVIO. O Encheirídion de Epicteto. Edição Bilíngue. Tradução do texto grego e notas Aldo Dinucci; Alfredo Julien. Textos e notas de Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão. Universidade Federal de Sergipe, 2012 

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Donadon, M. F., Lobo, B. O. M., & Neufeld, C. B. (2024, 01 abril). Questionamento socrático: o que é e como aplicar na psicoterapia cognitivo-comportamental. Blog da Artmed. 

GALENO. Aforismos. São Paulo: E. Unifesp, 2010.

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IRVINE, William B. A Guide to the Good Life: the ancient art of Stoic joy. New York: Oxford University Press, 2009.

KARDEC, A. Le Livre des Esprits. Paris, Dervy-Livres, s.d. (dépôt légal 1985). O livro dos Espíritos. 93. ed. - 1. reimpressão (edição histórica) Trad. Guillon Ribeiro. Brasília, DF: Feb, 2013. (Q. 907-912: "paixões"; 893-906: “virtudes . “vícios” e 920-933: "felicidade").

LEBRUN, Gérard. O conceito de paixãoIn: NOVAES, Adauto (org.). Os sentidos da paixão. São Paulo: Cia. das Letras, 1987.

MARCO AURÉLIO. Meditações. São Paulo: Abril Cultural, 1973.

______. Meditações. Trad. Aldo Dinucci. São Paulo: Penguin/Companhia, 2023.

RANGÉ, Bernard. Psicoterapias Cognitivo-Comportamentais: Um Diálogo com a Psiquiatria. 2. ed. Porto Alegre: Grupo A - Selo: Artmed, RS, 2011.

ROBERTSON, Donald. The Philosophy of Cognitive Behavioural Therapy (CBT): stoic philosophy as rational and Cognitive Psychotherapy. Londres  :Karnac Books, 2010.

______. Pense como um imperador. Trad. Maya Guimarães. Porto Alegre: Citadel Editora, 2020.

______. How to think Like a roman emperor: the stoic philosophy of Marcus Aurelius. New York: St. Martin's Press, 2019.

SELLARS, J. The Art of Living: The Stoics on the Nature and Function of philosophy. Burlington: Ashgate, 2003.

SÊNECA, Lúcio Aneu. Cartas a Lucílio. 5. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 2014.

______. Edificar-se para a morte: das cartas morais a Lucílio. Petrópolis, RJ: Vozes, 2016.

____. Sobre a clemência. Introdução, tradução e notas de Ingeborg Braren. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.

____. Sobre a ira. Sobre a tranquilidade da alma. Tradução, introdução e notas de José Eduardo S. Lohner. São Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2014.

____. Tragedies I: Hercules, Trojan women, Phoeniciam women, Medea, Phaedra. Tradução de J. G. Fitch. Cambridge, EUA: Harvard University Press, 2002.  https://www.loebclassics.com/.

____. Tragedies II: Oedipus, Agamemnon, Thyestes, Hercules on Oeta, Octavia. Tradução de J. G. Fitch. Cambridge, EUA: Harvard University Press, 2004.  https://www.loebclassics.com/.

____. Moral Essays. Tradução de John W. Basore. Cambridge, EUA: Harvard University Press, 1985.  https://www.loebclassics.com/.

______. Sobre a brevidade da vida. Porto Alegre, RS: L&PM, 2007.

VEILLARD, Christelle. Le souffle de la raison: le défi des stoïciens. Plon, 2023.

WALTMAN, Scott H; CODD, R. Trent; McFARR; Lynn M; MOORE,  Bret A. Questionamento socrático para terapeutas: aprenda a pensar e a intervir como um terapeuta cognitivo-comportamental. Porto Alegre, RS, 2023.

______; ______; PIERCE, Kasey; NEUFELD, Carmem Beatriz. Manual do estoicismo: desenvolvendo resiliência e superando os desafios da vida com o questionamento socrático. Porto Alegre, RS, 2025.

sábado, 28 de dezembro de 2024

A ÉTICA E RELIGIÃO NO PENSAMENTO DE KANT (II)

        

Retomando os estudos. Estudando hoje sobre "Ética e religião no pensamento de Kant" e retomando, ainda uma vez, "A religião nos limites da simples razão" ; relendo a "Fundamentação da metafísica dos costumes" e a "Metafísica dos costumes"

“Uma importante fonte para a investigação genética e para a compreensão geral do pensamento de Kant é o conjunto de Lições que passou a ser publicado desde os últimos anos da sua vida e depois postumamente. Estas Lições são, em sua natureza, um conjunto diverso de anotações manuscritas de estudantes tomadas diretamente da sala de aula ou apenas copiadas de outros cadernos. Elas retratam a atividade docente de Kant em sua totalidade. Em oitenta semestres, entre 1755-1796, Kant ministrou, na Universidade de Königsberg, cursos sobre temas diversos como lógica, matemática, física, geografia, ética, direito natural, teologia racional, enciclopédia filosófica e metafísica.  Como estas Lições nos atestam, somos capazes de testemunhar, no contexto informal da sala de aula, a partir da atitude crítica de Kant em relação à filosofia escolástica ensinada nas universidades alemãs, o lento desenvolvimento da reflexão filosófica que se tornaria célebre em clássicos atemporais tais como a Crítica da Razão Pura e a Fundamentação da Metafísica dos Costumes, dentre outras. Isso faz das Lições uma importante fonte para a pesquisa do pensamento de Kant, seja para a investigação genética de sua filosofia, seja para a compreensão pontual de vários aspectos de sua filosofia madura.” (CUNHA, Bruno. As Lições de Metafísica de KantIn: Revista Úrsula, nº6, jun/ago 2022).

E, aqui, na hora do primeiro cafezinho, estudando também um texto de Paul Guyer sobre o tema para elaboração de um texto para participação num evento, com uma "comunicação", ocorreu-me publicar, mais uma vez, esta passagem da Crítica da razão prática (KpV) que estou relendo agora:

"Duas coisas enchem o ânimo de admiração e veneração sempre nova e crescente, quanto mais freqüente e persistentemente a reflexão ocupa-se com elas; o céu estrelado acima de mim e a lei moral em mim. Não me cabe procurar e simplesmente presumir ambas como envoltas em obscuridade, ou no transcendente além de meu horizonte; vejo-as ante mim e conecto-as imediatamente com a consciência de minha existência. A primeira começa no lugar que ocupo no mundo sensorial externo e estende a conexão, em que me encontro, ao imensamente grande com mundos sobre mundos e sistemas de sistemas e, alem disso, ainda a tempos ilimitados de seu movimento periódico, seu início e duração. A segunda começa em meu si-mesmo [Selbst] invisível, em minha personalidade, e expõe-se em um mundo que tem verdadeira infinitude, mas que é acessível somente ao entendimento e com o qual (mas deste modo também ao mesmo tempo com todos aqueles mundos visíveis) reconheço-me, não como lá, em ligação meramente contingente mas em conexão universal e necessária. O primeiro espetáculo de uma inumerável quantidade de mundos como que aniquila minha importância enquanto criatura animal, que tem de devolver novamente ao planeta (um simples ponto no universo a matéria da qual ela se formara, depois que fora por um curto espaço de tempo (não se sabe como) dotada de força vital. O segundo espetáculo, ao contrário, eleva infinitamente meu valor enquanto inteligência, mediante minha personalidade, na qual a lei moral revela-me uma vida independente da animalidade e mesmo de todo o mundo sensorial, pelo menos o quanto se deixa depreender da determinação conforme a fins de minha existência por essa lei, que não está circunscrita a condições e limites dessa vida mas penetra o infinito.” (KANT, 2002. (pp. 255-256))

---

Sobre a obra (em edição bilíngue):

"Nesta obra-prima da filosofia moral moderna, Kant estabelece, com vistas ao conceito de autonomia, os princípios da ação humana e critica as tentativas de fundamentação heterônima da moral. Comprova a existência da liberdade mediante o que chama de factum da razão, convertendo-a, a partir dele, em parâmetro crítico de todo o uso prático e mesmo teórico da razão.

A presente edição bilíngue (Português-Alemão) da Crítica da razão prática, diversamente da sua versão monolíngue publicada por esta editora em 2002, destaca-se pela vantagem, sem equivalente em qualquer outra língua, de fornecer o texto da primeira edição original alemã de 1788 ao lado da tradução, feita aqui diretamente sobre ela. Este auspicioso fato editorial propicia a todo leitor e estudioso o contato direto com o texto original, bem como o cotejo da tradução com uma fonte que é a principal e obrigatória referência de todas as demais edições, sobretudo alemãs, dessa segunda Crítica de Kant. Pois, como se pode verificar a partir da opinião dos especialistas, mas, sobretudo do exame de sua correspondência e inclusive de seu Handexemplar (exemplar de usos pessoal de Kant) da Crítica da razão prática, consultado pelo tradutor, Kant deteve-se na releitura e correção apenas de sua primeira edição. Ante a iminência da 4ª edição, de 1797, e instado por seu editor, propôs-lhe que reproduzisse nesta somente aquela edição original.

O texto alemão da Crítica da razão prática, aqui editado e gentilmente fornecido em microfilme pela Biblioteca da Universidade de Münster, conta ainda com a peculiaridade de ter pertencido à princesa Amalia Fürstin Von Gallitzin, ligada ao círculo de Kant. Ela possui em sua biblioteca as obras completas originais de Kant, mas apenas esse exemplar da Crítica da razão prática, que aqui se republica, teve boa sorte de sobreviver e de, através da presente edição, perpetuar-se em nosso meio."

(Só os grifos e destaques são meus)

______.

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Nova Cultural, 1987 (col. Os Pensadores).

______. Ethica Nicomachea - III 9 - IV 15: As virtudes morais. Trad. Marco Zingano. São Paulo: Odysseus Editora, 2019.

BICALHO, Vanessa Brun. Ciência e sabedoria de vida na filosofia transcendental de Kant à luz do estoicismo. Tese de Doutorado (Campus de Toledo). Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Unioeste, 2021.

BUTLER, J; CLARKE, S; HUTCHESON, F; MANDEVILLE, B; SHAFTESBURY, L; WOLLASTON, WFilosofia moral britânica: textos do século XVIII. Campinas, SP: Ed. Unicamp, 2014.

CÍCERO, M.T. 1988. De finibus bonorum et malorum / Über die Ziele des menschlichen Handelns. Edição e tradução: Olof Gigon. München/Zürich: Ártemis.

CUNHA, Bruno. A gênese da ética em Kant. São Paulo: Editora LiberArs, 2017. 

DÖRFINGER, Bernd, HÜNIG, Dieter; KLINGER, Stefan. Studien zur Religionsphilosophie Immanuel Kants. Berlin, Boston: De Gruyter, 2023.

KANT, Immanuel. Lições de ética. Trad. Bruno Cunha e Charles Fedhaus. São Paulo: Editora Unesp, 2018.

______. A religião nos limites da simples razão. Edições 70, Lisboa, 1992.

______. A religião nos limites da simples razão. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2024.

______.Vorlesung über die philosophische EncyclopädieInKant gesalmmelte Schriften, XXIX, Berlin, Akademie, 1980, pp. 8 e 12).

______. Observações sobre o sentimento do belo e do sublime; Ensaio sobre as doenças mentais. Tradução e estudo de Vinicius de Figueiredo. São Paulo: Editora Clandestina, 2018.

______. Observações sobre o sentimento do Belo e do Sublime; Ensaio sobre as doenças mentais. (Trad. Vinícius Figueiredo). Campinas, SP: Ed. Papirus, 1993.

______. Observações sobre o sentimento do Belo e do Sublime; Ensaio sobre as doenças mentais. Lisboa: Edições 70, 2012.

______. Die Religion innerhalb der Grenzen der bloßen Vernunft. W. de Gruyter, 1968.

______. Fundamentação da metafísica dos costumes. Trad. Guido A. de. São Paulo: Discurso editoria: Barcarola, 2009.

______. A metafísica dos costumes. Trad. Clélia Aparecida Martins. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.

______. Textos pré-críticos. São Paulo: Editora Unesp, 2005.

______. Textos seletos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.

______. Investigação sobre a clareza dos princípios da teologia e da moral. Lisboa: Imprensa Casa da Moeda, 2007.

______. Lições de Ética. Trad. Bruno Cunha e Charles Feldhaus. São Paulo: Unesp, 2018.

______. Lições sobre a Doutrina Filosófica da Religião. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis: Vozes/ São Francisco, 2019.

______. Lições de Metafísica. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis: Vozes/São Francisco, 2021.

______. Crítica da razão pura. Tradução Valerio Rohden e Udo Moosburguer. Coleção Os Pensadores. São Paulo,Abril Cultural, 1983.

______Crítica da razão pura. "Do ideal de Sumo Bem como um fundamento determinante do fim último da razão pura. Segunda seção". (A805, 806 - B833, 834). Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 1994.

______. Crítica da razão pura. Trad. Fernando Costa Matos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.

______. Dissertação de 1770. De mundi sensibilis ataque inteligibilis forma et princípio. Akademie-Ausgabe. Acerca da forma e dos princípios do mundo sensível e inteligível. Trad. apres. e notas de Leonel Ribeiro dos Santos. Lisboa: Imprensa Casa da Moeda. FCSH da Universidade de Lisboa, 1985.

______. Prolegômenos a qualquer metafísica futura que possa apresentar-se como ciência. Trad. José Oscar de Almeida Marques. São Paulo: Estação Liberdade, 2014)

______. Prolegômenos a toda metafísica futura. Lisboa: Edições 70, 1982.

______. Resposta à pergunta: o que é esclarecimento? InEstudos Kantianos, Marília, v. 8, n. 2, p. 179-189, Jul./Dez., 2020.

______. Crítica da razão prática. Tradução de Valério Rohden. São Paulo, Martins Fontes, 2002.

______. Crítica da razão prática. Trad. Monique Hulshof. Petrópolis, RJ: Vozes, 2016.

______. Sobre a Pedagogia. Tradução de Francisco Cock Fontenella. Piracicaba, SP: Editora Unimep, 1996.

______. Antropologia de um ponto de vista pragmático. Tradução Clélia Aparecida Martins. São Paulo: Iluminuras, 2006.

______. Sobre a Pedagogia. Petrópolis, RJ, Editora Vozes, 2021.

SCHOPENHAUER, Arthur. Metafísica dos costumes. São Paulo: Editora Unesp, 2024.

______. Os dois problemas fundamentais da ética. Petrópolis, RJ: Vozes, 2024.

VUJOŠEVIĆ, Marijana. Kant on Self-Control. Cambridge University Press; 2024.

I CICLO DE CONFERÊNCIAS: O LUGAR DE DEUS NA FILOSOFIA ALEMÃ

  No  " Canal Filosofia de Combate" Convidamos todos a participar do "I ciclo de palestras: o lugar de Deus na filosofia alem...