quarta-feira, 31 de outubro de 2018

A HISTÓRIA DA FILOSOFIA DA MENTE: SÉCULO XIX - ENTRE KANT E HUSSERL




Entre uma aula e outra; leituras, prazos e trabalhos...

Como tem acontecido de tempos para cá; aliás desde que iniciei os estudos da obra de Immanuel Kant, tenho formado um conjunto de leituras sobre o tema "filosofia da mente", acrescentando a isso os vários temas correlatos, sempre ou na medida do possível, mantendo o referencial básico para tais leituras, como é o caso aqui. Conheci há pouco tempo, a obra e produção dessa autora e junto aqui algumas outras obras para que, doravante, eu vá acrescentando, como puder, às leituras futuras. Ela produziu essa obra focada no século XIX, sobre o tema e por isso o interesse em acompanhar mais de perto essa produção. 
Mais abaixo acrescentei o link com outas produções da mesma editora e outros autores sobre o tema, estudados a partir de outros períodos históricos
Somo a isso enfim, evidente, o fato de que Sandra Lapointe aproxima-se de Kant e do idealismo alemão,  conforme anotado também mais abaixo. Uma obra densa que pretendo acessar com mais detalhes. Aos estudos! Que seja proveitosa para a pesquisa esse contato. Ou pelo menos, para produção de um texto.  

“Entre a publicação da Crítica da Razão Pura de Kant em 1781 e as Ideias de Husserl em 1913, o século XIX foi um período crucial na filosofia da mente, testemunhando o surgimento das tradições fenomenológicas e analíticas que continuam a moldar o debate filosófico de maneiras fundamental. O século XIX também desafiou muitos pressupostos predominantes sobre a transparência da mente, (particularmente nas idéias de Nietzsche e Freud, ao mesmo tempo em que testemunhava o nascimento da psicologia moderna na obra de William James. Cobrindo as principais figuras do idealismo alemão para o nascimento do movimento fenomenológico sob Brentano e Husserl, Filosofia da mente no século XIX fornece uma pesquisa excelente para essas novas direções na filosofia da mente. Após uma introdução de Sandra Lapointe, catorze capítulos especialmente encomendados por uma equipe internacional de colaboradores discutem tópicos importantes, pensadores e debates, incluindo: Idealismo alemão, Bolzano, Johann Friedrich Herbart, Ernst Mach, Helmholtz, Nietzsche, William James, Sigmund Freud, A filosofia da mente de Brentano, Meinong, Christian von Ehrenfels, Husserl e Natorp. Leitura essencial para estudantes e pesquisadores em filosofia da mente, filosofia continental e história da filosofia, filosofia da mente no século XIX também é um recurso valioso para aqueles em disciplinas relacionadas como psicologia, religião e literatura.”
(Grifos são meus)
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Outras referências, abaixo, para saber mais sobre o tema.
Link (editora):  
https://www.routledge.com/The-History-of-the-Philosophy-of-Mind/book-series/HOPM
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Sobre o Autor:
Sandra Lapointe é Professora Associada de Filosofia na Universidade McMaster, no Canadá. Aluna da Commonwealth e membro da Fundação Humboldt, publicou extensivamente na história da filosofia, da linguagem e da mente dos séculos XIX e XX. É editora associada fundadora da Revista de História da Filosofia Analítica e presidente fundadora da Sociedade para o Estudo da História da Filosofia Analítica.”

Link site da autora (artigos): https://philpeople.org/profiles/sandra-lapointe


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LAPOINTE, Sandra. Philosophy of Mind in the Nineteenth Century: the history of the philosophy of mind, Volume 5 (English Edition). Abingdon, Inglaterra, UK: Routledge, 2018.

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

IMMANUEL KANT E A MÚSICA: REVISITANDO UM TEMA



E, um autor como Immanuel Kant, que também me possibilita algumas reflexões sobre a música, me faz lembrar os tempos de estudos de música. Bons tempos, aliás.

Aqui, além de ter lido o livro, fiz um apanhado de referências sobre o tema, inclusive acrescentando um livro sobre Kant e Hanslick.:

Sobre o livro de Nachmanowicz, indicado abaixo:

“É possível pensar musicalmente?” A questão colocada por Ricardo Nachmanowicz no início de seu livro pode ser considerada “clássica” em dois sentidos: tanto o é porque sempre retorna em toda estética da música, tornando-se a pedra de toque para a avaliação da fecundidade das respostas, como também porque, do ponto de vista formal, ela somente adquire sentido pleno, na tradição da música ocidental, a partir do período clássico ou, mais precisamente, entre este e o período romântico. Não é por acaso que os autores aos quais Nachmanowicz dedica seus esforços sejam Eduard Hanslick e, sobretudo, Kant. Ao primeiro, coube o reconhecimento de que “o ouvir atento” que caracteriza a apreciação de formas musicais tem um componente vinculado ao entendimento, uma condição singular que se mostra na medida em que se oculta: tudo ocorre como se a apreciação se fizesse de modo imediato, no estrito deixar-se levar pela sucessão das ideias musicais, conquanto esse abandono ao sentido das formas sonoras dependa, criticamente, de uma complexa operação do entendimento, o que significa que se dá de modo mediado (um passo que a noção de “ideia musical”, evocada por Hanslick, já indica). A Kant foi legada, por Nachmanowicz, a tarefa atlante de esclarecer essa condição da significação musical, uma tarefa que se desdobra na pergunta acerca da possibilidade de uma epistemologia da música..."

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Texto prof. José Oscar de Almeida Marques sobre o tema:

Sugestão de livro:

NACHMANOWICZ, Ricardo Miranda. Lógica e música: conceitualidade musical a partir da filosofia de Kant e Hanslick. Belo Horizonte, MG: Relicário edições, 2014

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ABBEG, W. Musikästhetik und Musikkritik bei Eduard Hanslick. Gustav Bosse Verlag, Regensburg, Alemanha, 1974.

BAUMGARTEN, A.G. Theoretische Ästhetik. Hamburg, Alemanha, 1983.

BECKER, A.; VOGEL, M. (Org.). Musikalischer Sinn. Suhrkamp, Frankfurt, Alemanha, 2007.

BORBA T.; GRAÇA L. Dicionário de música. Ed. Cosmos, Lisboa, Portugal, 1962.

CASSIRER, E. Kant, vida y doctrina. Fondo de Cultura Economica, México, 1948.

____________. Rousseau, Kant, Goethe. Ed. Belin, Saint-German-du-Put, França, 1996.

DAHLHAUS, C. Analyse und Werturteil. Schott, Mainz, Alemanha, 1970.

_____________. Die Idee der absoluten Musik. Bärenreiter, Kassel, Alemanha, 1994.

_____________. Esthetics of Music. Cambridge U.P., 1995.

DÜRR, W. Sprache und Musik. Bärenreiter, Kassel, Alemanha, 1994.

EGGEBRECHT, H.H. Musikalisches Denken. Heinrichshofen Verlag, Wilhelmshaven, Alemanha, 1977.

GATZ, F.M. MusikÄsthetik in ihren Hauptrichtungen. Verlag von Ferdinand Enke, Stuttgart, Alemanha, 1929.

GIORDANETTI, P. Kant und die Musik. Königshausen. Neumann, Würzburg, Alemanha, 2005. 

HANSLICK, E. Do belo musical. Editora da Unicamp, Campinas, 1989.

HIRSCH, F. Das grosse Wörterbuch der Musik. Verlag Neue Musik Berlin, Alemanha, 1985. 

HÖFFE, O. Immanuel Kant. Verlag C.H. Beck, Alemanha, 2000.

KANT, I. Dissertação de 1770. Imprensa Nacional, Casa da Moeda, Portugal, 1985.

_______. Fundamentação da metafísica dos costumes. Porto Editora, 1986.

_______. Crítica da razão pura. Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 2ª Ed., 1989.

_______. A religião nos limites da simples razão. Edições 70, Lisboa, 1992a.

_______. Crítica da Faculdade do juízo. Rio de Janeiro, RJ: Forense Universitária, 2012.

________. Idéia de uma História universal de um ponto de vista cosmopolita. Martins Fontes, 2004.

________. Observações sobre o sentimento do belo e do sublime. Papirus, Campinas, 1993.

_______. Duas introduções à crítica do juízo. Org. Ricardo Terra, Editora Iluminuras Ltda., São Paulo, 1995.

_______. Werke in sechs Bänden. Heraus. von Wilhelm Weischedel, Wissenschaftlichen Buchgesellschaft, Darmstadt, 1998.

_______. Lógica. Biblioteca Tempo Universitário, 1999.

_______. Manual dos cursos de lógica geral. Editora da Unicamp, 2003.

_______. Crítica da razão prática. Martins Fontes, São Paulo, 2002.

KARBUSICKY, V.(Org.). Sinn und Bedeutung in der Musik. Wissenschaftliche Buchgesellschaft Darmstadt, Alemanha,1990.

KIVY, P. Music alone. Cornell U.P., 1990.

KULEMKAMPFF, J. Kants Logik des ästhetischen Urteils. Vittorio Klostermann, Frankfurt, Alemanha, 1978.

______. Musik bei Kant und Hegel. In: Hegel Studien, Band 22, Bouvier Verlag Herbert Grundmann, Bonn, Alemanha, 1987.

LAZAROFF, A. The kantiansSublime: Aesthetic Judgment and Religious Feeling. in Kant studien, Heft 2, 1980.

LEBRUN, G. Kant e o fim da metafísica. Martins Fontes, São Paulo, 1993.

__________. Sobre Kant. Iluminuras, São Paulo, 2001.

ROSCHER, W. Musik, Kunst, Kultur als Abenteuer. Bärenreiter, Kassel, Alemanha, 1994.





sábado, 27 de outubro de 2018

OS ESCRITOS PRÉ-CRÍTICOS KANTIANOS

1.  2. 


Ao trabalho, sobre os escritos pré-críticos de Immanuel Kant; trabalho é o que não falta...

Cotejando com os originais: O "fim de todas as coisas" e “Investigação sobre a evidência dos princípios da teologia e da moral [1] Anúncio do Programa de Lições para o Semestre de Inverno de 1765-1766 ”.

Na verdade,  dando continuidade aos estudos...

  1. Textos seletos. “Recordar Kant é pensar, em tudo o que disse, o que o coração de sua filosofia quis dizer. É o exemplo do próprio Kant. No que outros pensadores disseram, só se interessava pelo que quiseram dizer. Immanuel Kant foi um dos mais importantes e influentes filósofos da modernidade. Para recordá-lo, a presente publicação reúne o prefácio da Crítica da razão pura e outros textos menos conhecidos.”
  2. Textos pré-críticos: “A coletânea apresentada neste livro reúne boa parte dos textos publicados por Kant entre 1762 e 1770, quando, já bastante conhecido no meio filosófico alemão, ocupou o cargo de Magister na Universidade de Königsberg. Essa reunião não é arbitrária. Ela dispõe de um critério que subordina sua referência cronológica principal - a década de 1760 - a uma unidade de natureza intelectual, e marca uma etapa decisiva da trajetória de Kant, iluminando sua filosofia madura, a qual inicia com a Crítica da razão pura, de 1781.”
  3.   Destacando aqui: "Investigação sobre a evidência dos princípios da teologia e da moral": Obra que "[...] foi escrita por Kant em 1763, com a finalidade de responder à pergunta, posta a concurso pela Academia das Ciências da Prússia, sobre a natureza das verdades metafísicas e a sua relação com as verdades matemáticas. Nesta obra, Kant evidencia encontrar-se já na posse de um dos princípios básicos da sua futura filosofia crítica, a saber: a insuficiência dos princípios lógicos para fornecer conhecimentos concretos sobre a natureza dos fenómenos físicos e metafísicos. Nestes últimos, os conceitos dados das coisas constituem o ponto de partida da análise, de modo que as suas determinações intrínsecas se encontram no final, e não no início, do trabalho filosófico.”

sábado, 20 de outubro de 2018

LIBERDADE MENTAL É SUPREMA


Tendo acompanhado essa temática há alguns anos, em meio às pausas na pesquisa, deparei-me recentemente com a obra desse autor A. A. Long, que já postei aqui logo que tive acesso e juntei às leituras que tenho feito do trabalho do prof. Aldo Dinucci. 
Muita aprendizagem e reflexão.

.’.

“Uma excelente nova edição do famoso manual sobre estoicismo de Epictetus - traduzida por uma das principais autoridades do mundo sobre filosofia estóica.

Nascido escravo, o filósofo romano estóico Epictetus (c. 55-135 d. C.) ensinou que a liberdade mental é suprema, pois pode libertar uma pessoa em qualquer lugar, até mesmo em uma prisão. Em How to Be Free, A. A. Long - uma das principais autoridades do mundo sobre o estoicismo e pioneiro em seu notável reavivamento contemporâneo - oferece uma excelente nova edição do célebre guia de Epictetus sobre a filosofia estóica da vida (Encheiridion), juntamente com uma seleção de reflexões relacionadas em seus discursos.

A liberdade, para Epictetus, não é um direito humano ou uma prerrogativa política, mas uma conquista psicológica e ética, um 'dom' que só nós podemos conceder a nós mesmos. Todos nós podemos ser livres, mas somente se aprendermos a atribuir um valor supremo ao que podemos controlar (nossas motivações e reações), tratar o que não podemos controlar com equanimidade e ver nossas circunstâncias como oportunidades de ter um bom desempenho e estar bem, não importa o que nos aconteça através do infortúnio ou das ações de outras pessoas.

'Como ser livre' apresenta novas traduções esplêndidas e o grego original em páginas opostas, uma introdução convincente que define Epictetus no contexto e descreve a importância da liberdade estóica hoje e um inestimável glossário de palavras-chave e conceitos. 

O resultado é uma introdução incomparável a esse método poderoso de gerenciar emoções e lidar com situações da vida, das mais comuns às mais exigentes.”

(Os grifos são meus)

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LONG, A. A. How to be free. Princeton, New Jersey:  Princeton University Press, 2018.


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Sobre o autor:

A. A. Long is professor emeritus of classics and affiliated professor of philosophy at the University of California, Berkeley. His many books include Epictetus: A Stoic and Socratic Guide to Life, Stoic Studies, and (with Margaret Graver) Seneca: Letters on Ethics. He lives in Kensington, California.

domingo, 7 de outubro de 2018

QUATRO VIRTUDES



The Four Virtues of the Classical world. Very little is needed in order to raise good human communities. But this 'very little' is indispensable.



As Quatro Virtudes do mundo clássico. Muito pouco é preciso para criar boas comunidades humanas. Mas este 'muito pouco' é indispensável.

Четыре добродетели классического мира. Совсем немного требуется, чтобы воспитать хорошие общества. Но без этого «немного» не обойтись.

______.
Credit: Michel Daw for the image.


terça-feira, 2 de outubro de 2018

PHILOSOPHIA PERENIS


Resultado de imagem para Materie, Geist und Schoepfung. Kosmologischer Befund und kosmogonische Vermutung.

"A 'natureza pura', a 'consciência pura', o materialismo, o idealismo e até mesmo o dualismo eram ficções úteis; sob sua guarda foram e ainda serão alcançados importantes conhecimentos. Mas uma hora ter-se-á que nadar livremente e arriscar o mergulho em águas profundas. Não é certamente seguro apostar que o possamos fazer. Mas a afirmação de que as 'questões últimas' ali encontradas, uma vez que não podem esperar uma resposta demonstrável, sejam por isso sem sentido (como se ouve às vezes), não deve ser levada a sério... Naturalmente, toda tentativa de espalhar sal no rabo do enigma do universo acaba necessariamente por cair em descrédito, mas há que se arriscá-la sempre novamente, e a cada nova vez como uma aventura diferente e única, mitigada pelo consolo de que pelo menos, ao assim se fazer, se encontra em boa companhia - na melhor de todas as companhias, inclusive: aquela da 'philosophia perenis' "

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(JONAS, Hans. Materie, Geist und Schöpfung: Kosmologischer Befund und kosmogonische Vermutung. Frankfurt am Main: Suhrkamp Verlag, 1988)

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

USOS E ABUSOS NA CIÊNCIA




Ainda na linha do que sempre me disponho a ler, abro esse livro agora. O assunto, de certa forma, já me interessa há muito tempo, tem relações com história das ciências, ética e mesmo a bioética. Na dissertação escrevi algumas coisas sobre alguns dos temas tratados nesse livro. Daí, portanto, a justificativa em abri-lo e seguir com mais essa leitura.
Já conheço os autores, dos quais já li alguns livros (que já inclui aqui, nesta página) e assisti algumas palestras, em vídeo ou em eventos científicos. 

"Ao longo da história da humanidade, as ciências e a biologia em particular foram frequentemente manipuladas a ponto de causar imenso sofrimento humano. por exemplo, a biologia tem sido usada para justificar programas eugênicos, esterilização forçada, experimentação humana e campos de extermínio - tudo na tentativa de apoiar noções de superioridade racial. Ao investigar o passado, os colaboradores da Biologia e da Ideologia, nessa obra: De Descartes a Dawkins, esperam preparar-nos melhor para discernir o abuso ideológico da ciência caso venha a ocorrer no futuro.
Denis R. Alexander e Ronald L. Numbers reúnem catorze especialistas para examinar as várias maneiras pelas quais a ciência tem sido usada e abusada para fins não-científicos desde o século XV até os dias atuais. 
Apresentando um ensaio sobre eugenia de Edward J. Larson e um exame do progresso da evolução por Michael J. Ruse, Biologia e Ideologia examina usos benignos e sinistros, em última análise, lembrando-nos que a extrapolação ideológica continua hoje. Uma pesquisa acessível, esta coleção irá iluminar historiadores da ciência, seus alunos, cientistas praticando e qualquer pessoa interessada na relação entre ciência e cultura."

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Denis R. Alexander e Ronald L. Numbers (Editors). Biology and Ideology from Descartes to Dawkins. University of Chicago Press, 2010

O SUPOSTO "CONFLITO CIÊNCIA X RELIGIÃO" (II)

Recentemente, acrescentei, uma obra de  Alvin Plantinga  que até recentemente não conhecia: “ Ciência, religião e naturalismo:  onde está o ...