1. 2.
(Ainda Estudando o tema, como sempre, atual para mim)
BOA FILOSOFIA
Uma reflexão a partir de John Locke, sobre "fé e razão"
Com a leitura matinal, do livro
II do Ensaio, Locke, tratando da lei divina, sustenta que o homem
pode ter acesso a ela por meio de duas fontes: luz natural e revelação.
A luz natural é a razão de que o
homem é dotado para conhecer a lei moral que deve governar a sua vida. A
revelação é uma comunicação divina que traria ao homem algumas verdades “já
prontas”.
Já, em seu primeiro livro, o Ensaio,
várias vezes, Locke faz referência ao binômio razão-revelação. Uma
definição desses termos, mais sistemática só é apresentada no livro IV.
No capítulo XVIII desse livro IV, por
exemplo, Locke dedica-se a uma análise da razão. E, no capítulo XIX,
encontramos o estudo da relação entre fé (religiosa)
e razão, e apresenta uma definição para os dois termos:
"Por razão eu entendo, em
contraposição à fé, descobrir certeza ou probabilidade numa proposição ou
verdade à qual a mente chega por deduções a partir de ideias de sensação ou de
reflexão, suas faculdades naturais.(Ensaio. IV.XVIII.2)"
E, a "fé, por outro lado, é assentir a
uma proposição, que não apresentada por deduções da razão, mas com base no
crédito daquele que as propõe como vindas de Deus por comunicação
extraordinária. Essa via de manifestar verdades ao homem nós chamamos
revelação.(Ensaio. IV.XVIII.2)"
O filósofo alemão Leibniz
se interessou muito pelo Ensaio de Locke; e escreveu uma
obra crítica intitulada Novos ensaios sobre o entendimento humano, que se
corresponde com o Ensaio parágrafo por parágrafo.
Logo no prefácio, Leibniz diz o seguinte:
“Sendo que o Ensaio sobre
o entendimento, obra publicada por um ilustre inglês, constitui um dos mais
belos e mais estimados livros do tempo atual, tomei a resolução de fazer-lhe
observações (…)”.
As observações, bem diferentes de Locke sobre vários temas do Ensaio, mas quando fala do capítulo XVIII do livro IV, Leibniz concorda, quase que integralmente,
com o pensamento de Locke.
Leibniz comenta a relação entre a razão e a fé; é isso
que decidi voltar a estudar na manhã de hoje e, com certeza, prosseguirei,
já que os autores e a temática fundamental não foge do meus interesses básicos pessoais nem dos que tenho estudado para a pesquisa em si mesmo.
______.
AYERS, M. Locke: ideias
e coisas. Trad. José Oscar de Almeida Marques. São Paulo: Editora Unesp, 2000.
LEIBNIZ, G. W. Novos ensaios sobre o entendimento humano. Lisboa: Edições Colibri, 1993
______.Novos
ensaios sobre o entendimento humano. Trad. Luiz João Baraúna. São Paulo: Nova
Cultura, 1996.
LIMA VAZ, H. C.
Experiência mística e filosofia na tradição ocidental. São Paulo: Edições
Loyola, 2009.
http://socserv.socsci.mcmaster.ca/~econ/ugcm/3ll3/locke/index.html.
http://socserv.socsci.mcmaster.ca/~econ/ugcm/3ll3/locke/index.html.
______. Ensaio sobre o entendimento humano. Trad. Pedro Paulo Pimenta. São Paulo: Martins Fontes,
2012. (pp. 757-777)
______. An essay
concerning human understanding. Edited with an Introduction, Critical
Apparatusand Glossary by PeterH.Nidditch. Oxford, Clarendon Press, 1975.
______. La ley de la
naturaleza. Traducción Carlos Mellizo. Madrid: Editorial Tecnos, 2007.
______. Draft A do
ensaio sobre o entendimento humano. Trad. Pedro Paulo Pimenta. São Paulo:
Editora Unesp, 2013.
______. The
philosophical works and selected correspondence of John Locke. Edição
eletrônica da série Past Masters. Acessado em 4 de dezembro de 2019. https://searchworks.stanford.edu/view/9390257
Nenhum comentário:
Postar um comentário