domingo, 26 de setembro de 2021

"O LABIRINTO DAS PALAVRAS"


Publiquei esse cartaz de 2017, ainda em 2017, no Facebook, hoje após ter lido o livro, volto a pensar no assunto e adiciono aqui, também, para futuras reflexões. O filme, à época me fez pensar em algumas coisas bem "existenciais"! Claro, era só um filme. Mas, os temas sempre me prendem e me levam a novas e reiteradas reflexões acrescentando temas que extraio de outros livros.
 
Sinopse: "É a história de um daqueles encontros improváveis ​​que podem mudar o rumo de uma vida: o encontro entre Germain, na casa dos cinquenta, quase analfabeto, e Margueritte, uma velhinha muito culta. Germain leva uma vida tranquila entre seus amigos, sua namorada Annette, instalado nos fundos do jardim de sua mãe. Ele nunca conheceu seu pai, sua mãe ficou grávida dele involuntariamente e o faz sentir isso. Seus amigos de bistrôs gostam dele, mas sempre riem dele.

No entanto, Germain, longe de ser um imbecil, é um filósofo sincero, um diamante bruto no qual ninguém jamais pensou em cortar facetas. Se sua cabeça permaneceu "pousada", é porque não foi cultivada. Um dia, ele encontrará Margueritte, que lerá em voz alta trechos de romances para ele. Germain vai descobrir a magia dos livros, dos quais ele se acreditava excluído para sempre. Mas Margueritte perde a vista, e pelo amor desta vovó travessa e atenciosa, ele chegará ao ponto de começar a ler para ela, em voz alta, quando ela não puder mais fazê-lo. É uma história sobre pessoas simples e reais, às vezes comoventes, engraçadas e muitas vezes muito engraçadas. Uma história terna, cheia de esperança, que prova que é sempre possível aprender e nunca é tarde para ser feliz."

(grifos e destaques meus)

Do livro, de Marie-Sabine Roger: “À quarante-cinq ans, Germain mène une vie de brute paisible, retrouvant ses amis au bistrot la journée et dormant le soir dans une caravane au fond du jardin de sa mère. Son autre distraction : compter les pigeons du parc. C’est là qu’il fait la connaissance de la très vieille mais très pétillante Margueritte, grande lectrice devant l’Éternel. Leur rencontre sous l’égide de la lecture bouscule doucement leur vie, et Germain découvrira peu à peu par les livres le monde qui l’entoure.,Racontant l’histoire d’une drôle d’amitié, ce roman rend hommage avec beaucoup d’humour et de tendresse au plaisir de la lecture.”

Link do Trailer (legendado): https://www.youtube.com/watch?v=hk6on8AmwVM

Link do Trailer (alemão): https://www.youtube.com/watch?v=mAbgEFVrKRk

______.

ROGER, Marie-Sabine. La tête en friche. J´'ai lu. 2012.

______. Das Labyrinth der Wörter.  dtv Verlagsgesellschaft, 2013.


SUGESTÕES DE LEITURA

CAMUS, Albert. A peste. Rio de janeiro, RJ, 2017.

DEFOE, Daniel. Um diário do ano da peste. São Paulo: Novo Século, 2021.

______. A journal of the plague year. Penguim Books, 2003.

KIEKEGAARD, S. A. O desespero humano: doença até a morte. São Paulo: Abril Cultural, 1979.

______. O desespero humano: São Paulo: Ed. UNESP, 2010.

______. Do desespero silencioso ao elogio do amor desinteressado. (Org. Alvaro Valls). Escritos, 2004.

______. O conceito de angústia. 3. ed. Trad. Alvaro Valls. Petrópolis, RJ, Vozes, 2015.

MAY. Rollo. May, R., Angel, E., & Ellenberger, H. (Orgs.). Existencia: nueva dimension em psiquiatría y psicología. Madrid, Editorial Gredos, 1977.

May, R. (Org.). Psicologia existencial. Rio de Janeiro: Globo, 1980.

______. A descoberta do ser. São Paulo: Rocco, 1988.

______. O homem à procura de si mesmo. São Paulo: Ed. Círculo do livro, 1992.

______. Psicologia do dilema humano. 2. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.

PONTE, Carlos Roger Sales da; SOUSA, Hudsson Lima de. Reflexões críticas acerca da psicologia existencial de Rollo May. Rev. abordagem gestalt.,  Goiânia ,  v. 17, n. 1, p. 47-58, jun.  2011 .   Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-68672011000100008&lng=pt&nrm=iso>.acessos em  17  ago.  2019.

segunda-feira, 20 de setembro de 2021

O SUPOSTO "CONFLITO CIÊNCIA X RELIGIÃO"

 

Recentemente, acrescentei, uma obra de Alvin Plantinga que até recentemente não conhecia: “Ciência, religião e naturalismo: onde está o conflito? (2018)”.

Hoje, revisitando e prosseguindo com estudos sobre o tema “ciência e religião”, durante as costumeiras pausas na oficina.

Como desde há muito tempo tem sido apresentado em termos de conflito entre as duas áreas e, como, de alguns anos para cá, tenho acompanhado as discussões em torno do assunto e já é bastante perceptível uma renovada ampliação do debate, com amplos avanços e esclarecimentos, sigo com as leituras e faço aqui as anotações após as leituras. 

Agora, estou lendo, recém lançado, este livro de Plantinga: “Conselhos aos filósofos cristãos”, considerando as especificidades das suas crenças cristãs e as diferenças com as crenças cristãs às quais sempre me filiei, é uma excelente reflexão para os tempos atuais.

Muita coisa boa sobre o tema tem surgido. Acrescentado em 30 de outubro de 2021:

"Uma das muitas e grandes contribuições de Alvin Plantinga à comunidade intelectual cristã tem sido certamente sua defesa do direito e responsabilidade de os acadêmicos cristãos desenvolverem e trabalharem, aberta e declaradamente, sua disciplina a partir de uma perspectiva cristã. Neste livreto, os ensaios de Plantinga levantam precisamente questões relacionadas à sua experiência como filósofo cristão e, portanto, às demandas e desafios apresentados tanto pelo trabalho filosófico em si quanto pela caminhada na fé cristã. Nesse sentido, o autor explora, em sua linguagem rigorosa porém límpida, quais são as possíveis relações entre a comunidade intelectual cristã (juntamente às universidades cristãs das diversas tradições confessionais) e o trabalho científico; de igual modo, expõe como as abordagens e práticas intelectuais dos cristãos diferem daquelas realizadas nos demais meios. As propostas do filósofo analítico, embora não se diluam em contemporizações, tampouco se reduzem a esquemas e simplificações apressadas; antes, primam pela necessidade do constante diálogo com o entorno intelectual, bem como da autocrítica e supervisão das próprias atividades de pesquisa porventura conduzidas pelo cristão. De igual modo, Plantinga oferece aqui “conselhos” reunidos de sua experiência pessoal e acadêmica a filósofos cristãos e que possivelmente servem, por extensão, a quaisquer outros pensadores teístas que buscam ou já mesmo ensaiaram uma integração de sua fé com seu trabalho filosófico. Traçando um breve histórico dos desafios anteriormente levantados pela corrente verificacionista, o autor passa a considerações de temas centrais da epistemologia da crença religiosa e da antropologia filosófica. Esses argumentos iniciais, conforme se verá, preparam sua posterior convocação pessoal e espiritual para que os cristãos envolvidos no trabalho acadêmico demonstrem maior liberdade, integridade e coragem cristãs em suas pesquisas e em sua jornada ou vida na universidade."

...

E, mais uma vez, revisitando e prosseguindo com estudos sobre o tema “ciência e religião”, durante as costumeiras pausas na oficina. Como desde há muito tempo tem sido apresentado em termos de conflito entre as duas áreas e, como, de alguns anos para cá, tenho acompanhado as discussões em torno do assunto e já é bastante perceptível uma renovada ampliação do debate, com amplos avanços e esclarecimentos, sigo com as leituras e faço aqui as anotações após as leituras. 

Autores como Ronald Numbers, que também já postei aqui e desde que li pela primeira vez sempre releio um ou outro de seus capítulos para reflexões; e faço esse registro por tratar-se, principalmente este que reli hoje pela manhã, de uma obra em que reuniu um grupo de pesquisadores sobre o tema que resultou no seu "Galileo goes to jail and other myths about science and religion" (2009). 

Tenho acrescentado outros a estas releituras, para continuidade nos estudos. Também reli o livro de John Hedley Brooke: "Science and religion: some historical perspectives (publicado em 1991, reimpresso em 2014)"; sobre o tema e em seguida também reli: “Science and religion: new historical perspectives" (2011) este que destaco aqui (na imagem). E, recentemente acrescentei: "Science anda Religion: are they compatible?" Um debate entre Alvin Plantinga Daniel C. Dennett.

Foi neste sentido que voltei a este que acrescentei, também de Plantinga que até recentemente não conhecia: "Ciência, religião e naturalismo: onde está o conflito?"(2018).

Nesta obra Plantinga discute:                                             

A compatibilidade entre ciência e religião talvez seja um dos maiores debates da humanidade. Especialmente nas últimas duas décadas, vários livros foram escritos sobre o assunto, mas quase sem nenhum consenso. Diante desse cenário e a fim de responder à pergunta proposta no título deste livro, Alvin Plantinga analisou temas como evolução, psicologia evolucionista, exegese das Escrituras, estudo científico da religião, além dos argumentos de proeminentes filósofos ateus como Dan Dennett, Richard Dawkins e Philip Kitcher, os quais defendem que a evolução e a crença teísta não podem coexistir. O resultado é esta contribuição singular e há muito aguardada do principal filósofo contemporâneo da religião.”

Para saber mais:

 ______.

DENNETT, Daniel C. Science anda Religion: are they compatible? Oxford University Press (USA), 2010.  

DIXON, Thomas; CANTOR, Geoffrey; PUMFREY, Stephen. Science and religion: new historical perspectives, 2011.

DIXON, Thomas. Science and Religion: a very short introduction. Ouxford University Press, 2008.

HARRISON, Peter. The territories of science and religion. University of Chicago Press, 2015.

______. (Org.) The Cambridge companion to science and religion. Cambridge Universtity Press, 2010.

______. (Org.) Ciência e religião. São Paulo: Ideias e Letras, 2014.

LINDBERG, David C; NUMBERS, Ronald. When Science and Christianity Meet. University of Chicago Press; Edição: Reprint 1, 2008.

NUMBERS, Ronald L. Galileo Goes to Jail: and other myths about science and religion. Harvard University Press, 2009.

PLANTINGA, Alvin. Ciência, religião e naturalismo: onde está o conflito? Vida Nova, 2018.

______. Conselhos aos filósofos cristãos. Brasília, DF: Ed. Monergismo, 2021.

______. Deus, a liberdade e o mal. Vida Nova, 2012.

VAN INVAGEN, Perter. O problema do mal. Brasília, DF: UNB, 2018. 


CURSO: "CIÊNCIA RELIGIÃO ATRAVÉS DA HISTÓRIA"

Interessante, para abordagem do tema, desde que se esteja atento ao que realmente implicaram essas "complexas relações históricas entre ciência e religião". Há extensa bibliografia e discussões atualmente.


______.

DENNETT, Daniel C. Science anda Religion: are they compatible? Oxford University Press (USA), 2010.  

DIXON, Thomas; CANTOR, Geoffrey; PUMFREY, Stephen. Science and religion: new historical perspectives, 2011.

DIXON, Thomas. Science and Religion: a very short introduction. Ouxford University Press, 2008.

HARRISON, Peter. The territories of science and religion. University of Chicago Press, 2015.

______. (Org.) The Cambridge companion to science and religion. Cambridge Universtity Press, 2010.

______. (Org.) Ciência e religião. São Paulo: Ideias e Letras, 2014.

LINDBERG, David C; NUMBERS, Ronald. When Science and Christianity Meet. University of Chicago Press; Edição: Reprint 1, 2008.

NUMBERS, Ronald L. Galileo Goes to Jail: and other myths about science and religion. Harvard University Press, 2009.

PLANTINGA, Alvin. Ciência, religião e naturalismo: onde está o conflito? Vida Nova, 2018.

______. Deus, a liberdade e o mal. Vida Nova, 2012.

VAN INVAGEN, Perter. O problema do mal. Brasília, DF: UNB, 2018. 

sábado, 18 de setembro de 2021

A MÚSICA; O INEFÁVEL; A MENTE: REFLEXÕES

 

(IMAGEM: "Pinterest")

Enquanto não termino a "terrível" última revisão; ouço algumas partituras e releio alguns textos sobre o tema; sempre com foco em aspectos científicos das questões a que me dedico. Aprender sempre!

Aqui, ouvindo a "Chaconne em D, de J. S. Bach", algumas "Cantatas", seguindo pela obra Alfred Durr. Um pouquinho de Música Barroca para Oboé e, recentemente, após ter relido pela manhã "Alucinações musicais", cotejando, lembrei-me desta passagem na obra do Oliver Sacks:

"A música, única entre as artes, é completamente abstrata e profundamente emocional. Não tem poder de representar nada particular ou externo, mas tem um poder único de expressar estados ou sentimentos internos. A música pode perfurar o coração diretamente; não precisa de mediação. Não é preciso saber nada sobre Dido e Enéias para se comover com seu lamento por ele; quem já perdeu alguém sabe o que Dido está expressando. E há, finalmente, um paradoxo profundo e misterioso aqui, pois embora tal música faça a pessoa sentir dor e tristeza mais intensamente, ela traz consolo e consolo ao mesmo tempo."

Instigado, voltei a reler esse pequeno livro para uma pausa, um breve intervalo das leituras referentes à pesquisa, como sempre faço e principalmente, sobre estes temas.

______.

SACKS, Oliver. Alucinações musicais: relatos sobre a música e o cérbro, 2007.)

______. Musicophilia: Tales of Music and the Brain, 2016).

______. Um antropólogo em marte: sete histórias paradoxais. São Paulo: Companhia das letras, (edição de bolso), 2006.

______. O olhar da mente. São Paulo: Companhia das letras, 2010.

______. O rio da consciência. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.

JANKÉLÉVITCH,  Vladimir. A música e o inefável. São Paulo: Editora Perspectiva, 2018.

______. La Musique et l'ineffable. Paris: Essais,  1961.

______. Die Musik und das Unaussprechliche. Suhrkamp Verlag, 2016.

sexta-feira, 17 de setembro de 2021

REFLEXÃO MATINAL XCII: "ESTAR NO MUNDO"

 

(IMAGEM: "Pinterest")

“Faça uma prática dizer a todas as impressões fortes: ‘Uma impressão é tudo o que você é’. Em seguida, teste e avalie com seus critérios, mas um principalmente: pergunte: ‘Isso é algo que está ou não está sob meu controle?’ E se não é uma das coisas que você controla, diga: ‘Então não é minha preocupação’. (EPICTETO. D. II, 18)

A recomendação é excelente! Portanto, cabe-nos concentrar a atenção no que está sob nosso controle, a Natureza cuida do que está longe do nosso poder.

Assim, pela vontade, podemos dedicar bom tempo exercitando o domínio das nossas opiniões, das paixões; como li, recentemente, sobre a piedade Epicteteana. Uma tonalidade de alta confiança é percebida também nesse texto do imperador-filósofo:

"Toma conta de mim e atira-me para onde quiseres — porque, seja onde for, conservarei a minha consciência tranquila, isto é, satisfeita, contanto que eu proceda em conformidade com a minha natureza de homem. Valeria a pena que, por tão pouco, a minha alma se considerasse infeliz, se tornasse inferior a si mesma, se rebaixasse, se apaixonasse, se deixasse abater, se inquietasse? E que encontrarás na vida a que mereça tanto?"

"[...] Portanto, se coisa alguma sucede a cada ser senão o que é ordinário e natural, por que motivo hás de indignar-te? Pois a natureza nada te deu que fosse insuportável."

APARANDO AS ARESTAS

E, enquanto faço uma pausa, preparo um cafezinho indispensável, reflito sobre esta passagem do grande Plotino:

"Recolhe-te em ti mesmo e observa. E se achas que ainda não és belo, faze o que faz o criador de uma estátua que deve ser bela. Ele corta aqui e ali, alisa acolá, torna uma linha mais leve, uma outra mais pura, até que na estátua surge um belo rosto. Faze o mesmo: corta o excesso, endireita o que está torto, leva luz ao que está sombrio, trabalha para fazer com que tudo resplandeça em beleza, e não cesses de cinzelar a tua estátua até que ela desprenda sobre ti o divino esplendor da virtude, até que vejas a bondade final estabelecida com firmeza no santuário sem mácula."

Por certo, se assim fosse, estaríamos mais ligados ao “estar no mundo sem ser do mundo”; num constante olhar para “dentro de si”. 

Que sejam dias de muito trabalho e estudos, mesmo com dificuldades; em Paz!

______.

SUGESTÃO DE LEITURAS

DINUCCI, A.; JULIEN, A. O Encheiridion de Epicteto. Coimbra: Imprensa de Coimbra, 2014.

EPICTETO. Entretiens. Livre I. Trad. Joseph Souilhé. Paris: Les Belles Lettres, 1956.

______. Epictetus Discourses. Book I. Trad. Dobbin. Oxford: Clarendon, 2008.

______. O Encheirídion de Epicteto. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2012. (Edição Bilíngue)

______. Testemunhos e Fragmentos. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2008.

EPICTETUS. The Discourses of Epictetus as reported by Arrian; Fragments; Encheiridion. Trad. Oldfather. Harvard: Loeb, 1928.

GAZOLLA, Rachel.  O ofício do filósofo estóico: o duplo registro do discurso da Stoa, Loyola, São Paulo, 1999.

HADOT, Pierre. The inner citadel: the meditations of Marcus Aurelius. London: Harvard University Press, 2001. 

IRVINE, William B. A guide to the good life: the ancient art of Stoic joy. New York: Oxford University Press, 2009.

KARDEC, A. Le Livre des Esprits. Paris, Dervy-Livres, s.d. (dépôt légal 1985). (O Livro dos Espíritos. Trad. Guillon Ribeiro, ______. O livro dos Espíritos. 93. ed. - 1. reimpressão (edição histórica). Brasília, DF: Feb, 2013. ("As virtudes e os vícios": Q. 893-906).

KING, C. Musonius Rufus: Lectures and Sayings. CreateSpace Independent Publishing Platform, 2011.

LONG, Georg. Discourses of Epictetus, with Encheiridion and fragments. Londres: Georg Bell and sons, 1890.

LUTZ, C. Musonius Rufus, the Roman Socrates. Yale Classical Studies 10 3-147, 1947.

MARCO AURÉLIO. Meditações. São Paulo: Abril Cultural, 1973. (Livro VIII: 45, 46)

SÉNECA, Lúcio Aneu. Cartas a Lucílio. 5. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 2014.

XENOFONTE. Apologia de Sócrates. 5. ed. Trad. Líbero Rangel de Andrade. São Paulo: Nova Cultural, 1991. (p. 164-165). (Col. Os Pensadores)

quarta-feira, 15 de setembro de 2021

REFLEXÃO VESPERTINA I: AGIR COM MODERAÇÃO

 

(IMAGEM: "Pinterest")

reflexão vespertina de hoje; como de praxe, é mais um exercício fugindo da trivialidade, que instaura o domínio da superficialidade, destrói o sentimento de moderação e da busca do necessário, antes visto como normalidade.

A prática comum, desse modo, entre os estudos, tem sido a adoção sistemática, disciplinada, de exercícios que propiciam um distanciamento das agruras do cotidiano no firme propósito de buscar ou resgatar instantes de Paz. Nas passagens de filosofia, citadas aqui, a repetida tentativa de refletir sobre este esforço; esta busca constante pela moderação.

Pois que:     

"A natureza dá-nos em abundância o que naturalmente necessitamos. A civilização do luxo é um desvio em relação à natureza: dia-a-dia cria novas necessidades, que aumentam de época para época; o engenho está a serviço dos vícios”.

Onde está a moderação?

“Desapareceu de entre nós a antiga moderação natural que limitava os desejos às necessidades; hoje, desejar apenas o essencial é dar provas de mesquinho provincianismo”

É então que a filosofia de Sêneca e dos estoicos, portanto, ganha aqui, para tal reflexão, o sentido de medicamentum. Ou seja; um guia para aprimoramento do caráter puramente humano. A compreensão da natureza nos conduzirá à superação de temores e à compreensão do homem e do que está para além das suas limitações.

Exercitemo-nos, na busca pela moderação. A fuga do trivial.

A moderada normalidade é meta por aqui.

E,

Como resultando das muitas "meditações matinais" que tenho feito, surgiu a lembrança de que os estoicos propunham também “meditações vespertinas” e “meditações noturnas”, como já escrevi aqui, outras vezes.

E, não é novidade que, em geral, a filosofia é vista como um exercício inútil, reservado a desocupados que vivem isolados em suas torres de marfim. A considerar-se que a filosofia tem mesmo uma característica bastante voltada à reflexão teórica, abre-se imenso campo para que a vejam como inaplicável, portanto, dispensável.

Mas, como outros estoicos, o filósofo estoico Caio Musônio Rufo, chamado por alguns de “Sócrates romano”, tornou-se à sua época conhecido não só por sua coerência interna, ou seja, pela aproximação entre o que ensinava e o que vivenciava mas por ter ensinado outro grande estoico: Epicteto; sobre quem tenho dedicado alguns breves textos aqui, no Blog.

Aqui, mais uma vez, vou destacar que nas minhas leituras cada vez mais frequentes sobre estoicismo, que o mais notório princípio para prática dessa filosofia é o conjunto de "exercícios práticos". Ora, visto que os objetivos estoicos estão sempre ajustados de forma a dar mais valor à ação do que às palavras, a maneira de agir de cada indivíduo que pretenda ser um estoico é priorizada devido ao fato de que verdadeiramente a ação mostra como uma pessoa realmente é. Daí a incessante busca, realizando tais "exercícios práticos" no cotidiano para alcançar o sempre almejado princípio da eustatheia (tranquilidade) e desenvolver a euthymia (crença em si). E, como, também, já anotei aqui nessa página, mais de uma vez, nunca é demais reforçar e refazer o caminho no sentido de dar continuidade às reflexões pessoais, procurando juntar teoria prática, uma das maneiras estoicas de se posicionar em oposição àqueles que julgam a filosofia como inútil. A referência estoica é Sócrates.

Então, nesta meditação vespertina de hoje, reflito e proponho:

“(a) As coisas não inquietam os homens, mas as opiniões sobre as coisas. Por exemplo: a morte nada tem de terrível, ou também a Sócrates teria se afigurado assim, mas é a opinião a respeito da morte — de que ela é terrível — que é terrível! Então, quando se nos apresentarem entraves, ou nos inquietarmos, ou nos afligirmos, jamais consideraremos outra coisa a causa senão nós mesmos — isto é: as nossas próprias opiniões.

(b) É ação de quem não se educou acusar os outros pelas coisas que ele próprio faz erroneamente. De quem começou a se educar, acusar a si próprio. De quem já se educou, não acusar os outros nem a si próprio.”

Acrescento:

(c) Outra recomendação de Musônio Rufo valorizava a "moderação", ou sōphrosúnē (σωφροσύνη - em grego antigo). A sōphrosúnē consiste em abrandar suas emoções; não comer demais, ser frugal e comportar-se com certo equilíbrio e gravitas. A moderação está profundamente relacionada com estabelecimento de médias nas atividades práticas pessoais. E, no que se refere especificamente às emoçõesMusônio Rufo afirma, por exemplo, que:

“Palavras de aconselhamento e admoestação oferecidas quando as emoções de uma pessoa estão em seu ponto mais alto e transbordante pouco ou nada adiantam. [Fragmento nº 36]”

Portanto, como um método para exercício dessas recomendações, segue a indicação abaixo:

“O método a que Musônio Rufo se refere pode ser a prática estoica da meditação retrospectiva noturna, a qual envolve a reflexão sobre o que você fez de bom ou de ruim em cada dia e a imaginação sobre o modo de melhorar sua conduta dali por diante. 

À mesa do jantar ou à hora de dormir, converse com seu filho sobre como foi o dia para vocês dois, discutindo o que deu certo e o que deu errado. Vocês perderam alguma oportunidade de fazer algo positivo pelo seu crescimento enquanto pessoas? Útil tanto para os filhos como para os pais é refletir sobre sua própria conduta, fazer comentários sobre suas falhas pessoais e revirar o cérebro em busca de soluções que visem ao aprimoramento de si. Sabedoria não é algo que se adquira do dia para a noite: estamos sempre nos empenhando na direção dela.”

método de Musônio Rufo apresentado acima como "meditação vespertina",  é uma proposta de reflexão sobre o que fizemos de bom ou ruim ao longo de cada dia e o estabelecimento ou reforço de "metas" a serem vencidas para a melhora da conduta a partir de cada novo dia que vai terminando.

Isso já aparece nas atribuições necessárias ao "προκόπτον –prokopton”, tanto na "meditação retrospectiva noturna", quanto nas "reflexões matinais"

Ademais, como fiz aqui, nunca é dispensável reforçar e prosseguir nos termos expostos em que nos colocaremos em uníssono o que dizemos e o que fazemos. Moderação e equilíbrio dos polos.

(Grifos e destaques meus)

______.

SUGESTÃO DE LEITURAS

DINUCCI, A.; JULIEN, A. O Encheiridion de Epicteto. Coimbra: Imprensa de Coimbra, 2014.

EPICTETO. Entretiens. Livre I. Trad. Joseph Souilhé. Paris: Les Belles Lettres, 1956.

______. Epictetus Discourses. Book I. Trad. Dobbin. Oxford: Clarendon, 2008.

______. O Encheirídion de Epicteto. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2012. (Edição Bilíngue)

______. Testemunhos e Fragmentos. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2008.

EPICTETUS. The Discourses of Epictetus as reported by Arrian; Fragments; Encheiridion. Trad. Oldfather. Harvard: Loeb, 1928.

HADOT, Pierre. The inner citadel: the meditations of Marcus Aurelius. London: Harvard University Press, 2001. 

IRVINE, William B. A guide to the good life: the ancient art of Stoic joy. New York: Oxford University Press, 2009.

KARDEC, A. Le Livre des Esprits. Paris, Dervy-Livres, s.d. (dépôt légal 1985). (O Livro dos Espíritos. Trad. Guillon Ribeiro, ______. O livro dos Espíritos. 93. ed. - 1. reimpressão (edição histórica). Brasília, DF: Feb, 2013. ("As virtudes e os vícios": Q. 893-906).

KING, C. Musonius Rufus: Lectures and Sayings. CreateSpace Independent Publishing Platform, 2011.

LONG, Georg. Discourses of Epictetus, with Encheiridion and fragments. Londres: Georg Bell and sons, 1890.

LUTZ, C. Musonius Rufus, the Roman Socrates. Yale Classical Studies 10 3-147, 1947.

SÉNECA, Lúcio Aneu. Cartas a Lucílio. 5. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 2014.

XENOFONTE. Apologia de Sócrates. 5. ed. Trad. Líbero Rangel de Andrade. São Paulo: Nova Cultural, 1991. (p. 164-165). (Col. Os Pensadores)

sábado, 11 de setembro de 2021

UMA REFLEXÃO SOBRE UM "PROBLEMA EXISTENCIAL E METAFÍSICO" NO DIÁLOGO "CLARA", DE SCHELLING

Pausa na oficina! Lendo Schelling.

Mantendo as leituras de sempre; Immanuel Kant, o Idealismo alemão; Ética das virtudes; Espiritualidade e saúde; relação mente-corpo e um pouquinho de Estoicismo...

E, hoje, encerrando a leitura dessa tradução de um texto "inacabado" de Schelling: "Clara ou Sobre a conexão da natureza com o mundo dos espíritos: um diálogo".

Interessante, exatamente por tratar-se de um autor que conheço pouco, suas relações com o que estudo e por ser um tema que não sabia ter sido discutido por ele!

. ‘ .

F. W. J. Schelling: "Clara ou Sobre a conexão da natureza com o mundo dos espíritos: um diálogo".

"Com o diálogo "Clara", Schelling coloca um problema existencial e metafísico: a base da questão de saber se e de que maneira é possível conceber, de maneira filosófica, lógica e conceitual, uma relação entre a natureza e o mundo dos espíritos, entre a vida física e a vida espiritual, entre imanência e transcendência, encontra-se de fato a esperança de poder alcançar, naturalmente, um momento que garanta a sobrevivência do homem após a morte. Esta última pergunta anima a intenção mais profunda de Schelling, que escreve o diálogo principalmente para encontrar respostas para a dor causada pela morte prematura de sua esposa Caroline Michaelis (1809). No entanto, este não é o problema tradicional da imortalidade da alma, mesmo que a "Clara" tenha alguma analogia com a "Fedone" platônica. Schelling não apenas busca a sobrevivência da alma ou espírito após a morte, mas visa a sobrevivência de todo o homem, incluindo seu corpo, sua dimensão natural e sensível. A natureza radical e a sinceridade da questão são refletidas em uma linguagem que, conceitual e filosófica, muitas vezes se transforma em poética e descritiva, e na estrutura oferecida quase inteiramente por ambientes naturais, que não servem apenas como pano de fundo romântico para argumentos filosóficos, mas constituem o ponto de partida necessário para qualquer conhecimento do mundo espiritual.

(Introdução de Wofgang Neuser)"

______.

SCHELLING. F. W. J. Schelling. "Clara ou Sobre a conexão da natureza com o mundo dos espíritos: um diálogo". 2. ed. Trad. Muriel Maria-Flickinger. Porto Alegre, RS: EDIPUCRS, 2015.

quarta-feira, 8 de setembro de 2021

CICLO DE CONFERÊNCIAS SOBRE A "CRÍTICA DA RAZÃO PURA" DE IMMANUEL KANT

 


Continuando a série de palestras e encontros sobre sua obra magna, a Crítica da razão pura, em que pesquisadores de sua obra do Brasil inteiro, abordam uma temática da Crítica e buscam elucidar seus conceitos.

Quinto encontro será nessa sexta feira (10/09), às 16h. Com participação do professor Luciano Codato (UNIFESP)

Tema: "O lado conceitual da experiência humana: Analítica dos conceitos"

Link: https://www.youtube.com/watch?v=XPdiJ0_kre4

terça-feira, 7 de setembro de 2021

IMMANUEL KANT E O IDEALISMO ALEMÃO: UM MANUAL

 


"Immanuel Kant e o Idealismo alemão: ein Handbuch"
"Wie relevant ist die Philosophie Kants und des Deutschen Idealismus für die Gegenwart?
Am Anfang war Kant. Seine "Kritik der reinen Vernunft" war eine Initialzündung und eröffnete einen neuen Denkraum. Darin waren sich die drei wichtigsten Repräsentanten des Deutschen Idealismus — Fichte, Schelling und Hegel — einig. Auch Karl Leonhard Reinhold, Friedrich Schiller und Friedrich Hölderlin gingen damit konform.
Doch wie sieht das heute aus? Gehört Kant ins Museum der Philosophiegeschichte? Haben die Denker des Deutschen Idealismus, die sich auf Kant beziehen, uns noch etwas zu sagen?
- Ist Kants Philosophie noch zeitgemäß? Problemlagen und Perspektiven, die für heutige Debatten relevant sind
- Fichte, Schelling, Hegel: die Entwicklung der Philosophie nach Kant
- Betrachtungen zur Elementarphilosophie Karl Leonhard Reinholds und ihrer Folgen
- Eigenständige und originelle Zugänge zu den philosophischen Strömungen
- Ein Handbuch, das einen Einstieg in das tiefere Studium ermöglicht
Warum wir die Philosophie Kants und des Deutschen Idealismus heute noch brauchen
Das von Klaus Vieweg herausgegebene Buch stellt wichtige Aspekte von Kants Denken sowie ausgewählte Hauptstränge der fulminanten Denkbewegung nach Kant vor. Der Herausgeber ist Professor für Klassische Deutsche Philosophie und beschäftigt sich vor allem mit der Philosophie des Deutschen Idealismus, insbesondere mit Hegel, und dem Skeptizismus. Zusammen mit fünf weiteren Expert:innen eröffnet er den Leserinnen und Lesern Zugänge zu einer Epoche der Weltphilosophie, die keineswegs ins Museum gehört!"

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"Quão relevantes são a filosofia de Kant e o idealismo alemão para o presente?
No início havia Kant, sua "Crítica da Razão Pura" foi uma centelha inicial e abriu um novo espaço para o pensamento. Os três representantes mais importantes do idealismo alemão - Fichte, Schelling e Hegel - concordaram com isso. Karl Leonhard Reinhold, Friedrich Schiller e Friedrich Hölderlin também se conformaram com isso.
Mas como está hoje? Kant pertence ao museu da história da filosofia? Os pensadores do idealismo alemão que se referem a Kant têm mais alguma coisa a nos dizer?
- A filosofia de Kant ainda é atual? Problemas e perspectivas são relevantes para os debates de hoje?
- Fichte, Schelling, Hegel: o desenvolvimento da filosofia de Kant

- Considerações sobre a filosofia elementar de Karl Leonhard Reinhold e suas consequências

- Abordagens independentes e originais para correntes filosóficas.
- Um manual que permite uma introdução a um estudo mais aprofundado
Por que ainda precisamos da filosofia de Kant e do idealismo alemão hoje
O livro publicado por Klaus Vieweg apresenta aspectos importantes do pensamento de Kant, bem como linhas principais, selecionada,s do movimento do pensamento alemão após Kant.

O editor é professor de filosofia clássica alemã e lida principalmente com a filosofia do idealismo alemão, especialmente com Hegel, e com o ceticismo. Junto com cinco outros especialistas, ele dá aos leitores acesso a uma época da filosofia mundial que de forma alguma pertence a um museu! "
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Trecho da obra:


segunda-feira, 6 de setembro de 2021

REFLEXÕES E NOVAS PERSPECTIVAS EM EPISTEMOLOGIA: "CIÊNCIA E PSEUDOCIÊNCIA"

  


Este livro explica como a lógica da mudança de teoria emprega modelos formais na investigação de mudanças em bancos de dados e estados de crença. Os tópicos cobertos incluem caracterizações equivalentes de operações AGM, representações estendidas dos estados de crença, operadores de mudança não incluídos na estrutura original, mudança iterada, aplicações do modelo, suas conexões com outras estruturas formais e críticas ao modelo.”

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A demarcação entre ciência e pseudociência faz parte da tarefa mais abrangente de determinar quais são as crenças epistemicamente justificadas. Este verbete esclarece a natureza específica da pseudociência em relação a outras categorias de doutrinas e de práticas não-científicas, inclusive a recusa da ciência e a resistência aos fatos. Os critérios de demarcação mais importantes são discutidos e algumas das suas fraquezas são expostas. Por último, enfatiza-se que há muito mais consenso sobre questões particulares de demarcação do que sobre os critérios gerais em que esses juízos devem se basear. Isso é um indício de que há muito trabalho filosófico importante por fazer sobre a demarcação entre ciência e pseudociência.”  (HANSSON, Sven ove. First published Wed Sep 3, 2008; substantive revision Thu May 20, 2021. 

Disponível em: https://plato.stanford.edu/entries/pseudo-science/Acesso em: 06 de setembro de 2021).

E, por falar em "epistemologia”; nas últimas manhãs dedicadas à retomada dos estudos e trabalhos, volto, com esforços, a uma outra obra de Karl Popper que há muito desejava reler (alguns capítulos, especificamente).

Tem sido uma constante, nesse tópico “filosofia da ciência”, na leitura dos clássicos da área, que eu encaminhe minhas reflexões sobre a forma como Popper trata a importância e relevância da metafísica ante o “critério de demarcação científica” (Popper, 1972).

De grande importância, para mim, ainda que Popper não tenha desenvolvido claramente essa questão em suas obras, quis ler aqui: qual pode ser a importância da metafísica para a investigação do conhecimento científico, ainda hoje. Certo é que Karl R. Popper não nega os pressupostos de teor metafísico na produção da ciência.

Assim, admitindo que haja tal relevância, importante que se investigue a função que a metafísica teria no desenvolvimento e produção da ciência. Popper defendeu tal relevância da metafísica em torno das “teorias da ciência”, presente, segundo ele, desde a antiguidade.

Leitor de Kant, retomo a questão sem me afastar das referências básicas e, para me manter refletindo sobre “os dois os problemas fundamentais da teoria do conhecimento: o problema da indução (problema de Hume) e o problema da demarcação (problema de Kant)”:

Mas, este retorno ao tema deve-se ao recente contato com a obra de Sven Ove Hansson citada desde o início e que motivou-me a escrever este brevíssimo texto que pretendo melhorar e aprofundar, no texto e no tema. A começar pelo livroBelief Change: introduction and overview”.

“This book explains how the logic of theory change employs formal models in the investigation of changes in belief states and databases. The topics covered include equivalent characterizations of AGM operations, extended representations of the belief states, change operators not included in the original framework, iterated change, applications of the model, its connections with other formal frameworks, and criticism of the model.”

Incluí acima, neste texto, o link do artigo que li e tive primeiro contato com este autor.

Ou seja, começando um novo caminho de reflexões a partir de produções mais recentes sobre o tema.

(os grifos destaques são meus)

______.

FERMÉ, Eduardo; HANSSON, Sven Ove. Belief Change: introduction and overview. Springer,  2018.

______. Vetenskap och ovetenskap, Stockholm: Tiden, 1983.

______. “Defining Pseudoscience”, Philosophia Naturalis, 33: 169–176. 1996.

______. “Falsificationism Falsified”, Foundations of Science, 11: 275–286, 2006.

______. “Values in Pure and Applied Science”, Foundations of Science, 12: 257–268, 2007.

______. “Philosophy in the Defence of Science”, Theoria, 77(1): 101–103, 2011.

______. “Defining pseudoscience and science”, pp. 61–77 in Pigliucci and Boudry (eds.), 2013.

______. Philosophy of pseudoscience: reconsidering the demarcation problem. University of Chicago Press; Illustrated edição, 2013.

KANT, Immanuel. Crítica da razão pura. 3, ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 1994.

_____. KUHN, Thomas S., 1974. “Logic of Discovery or Psychology of Research?”, pp. 798–819 in P.A. Schilpp, The Philosophy of Karl Popper, The Library of Living Philosophers, vol xiv, book ii. La Salle: Open Court.

LAKATOS, Imre, 1970. “Falsification and the Methodology of Research program”, pp 91–197 in Imre Lakatos and Alan Musgrave (eds.) Criticism and the Growth of Knowledge. Cambridge: Cambridge University Press.

______. 1974a. “Popper on Demarcation and Induction”, pp. 241–273 in P.A. Schilpp, The Philosophy of Karl Popper, The Library of Living Philosophers, vol xiv, book i. La Salle: Open Court.

______. 1974b. “Science and pseudoscience”, Conceptus, 8: 5–9.

_____. 1981. “Science and pseudoscience”, pp. 114–121 in S Brown et al. (eds.) Conceptions of Inquiry: A Reader London: Methuen.

LAUDAN, Larry, 1983. “The demise of the demarcation problem”, pp. 111–127 in R.S. Cohan and L. Laudan (eds.), Physics, Philosophy, and Psychoanalysis, Dordrecht: Reidel.

MEYER, Catherine; MIKKEL Borch-Jacobsen. [et al.]. O livro negro da psicanáliseViver e pensar melhor sem Freud. 5.ed. Trad. de Simone Perelson e Beatriz Medina. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.

POPPER, K. (1993). Lógica da pesquisa científica. São Paulo: Edusp.

______. Conjecturas e refutações. Trad. Bath S. Brasília: UB, 1972.

______. Os dois problemas fundamentais da teoria do conhecimento. São Paulo: Editora Unesp, 2013.

______. O conhecimento e o problema mente-corpo. Lisboa: Edições 70, 2009.

______; ECCLES, J. C. O cérebro e o pensamento. Campinas, SP: Papirus; Brasília, DF: Ed. Universidade de Brasília, 1992.

______. O conhecimento objetivo. Belo Horizonte, MG: Itatiaia, 1999.

______. O eu e seu cérebro. Campinas, SP: Papirus; Brasília, DF: Ed. Universidade de Brasília, 1995.

O SUPOSTO "CONFLITO CIÊNCIA X RELIGIÃO" (II)

Recentemente, acrescentei, uma obra de  Alvin Plantinga  que até recentemente não conhecia: “ Ciência, religião e naturalismo:  onde está o ...