Na esteira de uma
proposta de "novo realismo
ontológico"; terminei de ler, anteontem 20 de novembro, enquanto pausava
a digitação da pesquisa; um livro que adquiri em tempos que ainda iam bem as
coisas por aqui, de 2016: "O
sentido da existência". Cheguei à obra, com interesse porque passa
pelo Idealismo alemão. À filosofia clássica alemã... entre outros, dos quais
tenho lido para a pesquisa:
"O
novo livro de um dos nomes mais importantes do novo realismo Em O sentido da
existência, Markus Gabriel argumenta contra a ideia de que o mundo seria uma
construção forjada por nós, uma espécie de alucinação coletiva mediada pela
história do desenvolvimento cultural da humanidade. Inserindo-se em um debate
inaugurado por Maurizio Ferraris, o autor alemão discorre a favor de um novo
realismo ontológico, espécie de retorno à verdade, em que os fatos existem, sem
que com isso se determine desde o princípio no que consistem. Unindo duas
tradições distintas, a filosofia analítica e a filosofia continental, passando
por autores como Gottlob Frege e Friedrich Schelling, Markus Gabriel discute
com filósofos contemporâneos, como Jürgen Habermas e Quentin Meillassoux, e
revigora o idealismo alemão numa escrita clara e acessível."
Antes, em 2016, portanto, a leitura era só por curiosidade e ainda não tinha ouvido falar nada sobre a obra do autor. Com esta leitura, no entanto, como muita coisa que ele escreve tem forte relação com temas do idealismo alemão, do realismo, propondo uma discussão e críticas interessantes a vários aspectos com os quais concordo, inclusive tocando em aspecto da neurociência, da filosofia da consciência e vários outros correlatos que inclusive escrevo aqui.
Além deste livro: "O sentido da existência: para um novo realismo ontológico" e os outros
do autor que estou destacando aqui, há um outro traduzido, recentemente: “O sentido do pensar: a filosofia
desafia a inteligência artificial” que pretendo ler em breve, também e aqui um trecho
da obra:
“Por causa da enchente de informações a que estamos inevitavelmente expostos em nossa infoesfera – em nossos arredores digitais –, colocam-se novos desafios para o pensamento filosófico. O presente livro é uma tentativa de refletir sobre o que seria propriamente o pensamento, a fim de, possivelmente, recuperar um pouco de controle sobre o âmbito que hoje é reivindicado pelos questionáveis magos do vale do silicone e pelos seus adeptos tecnófilos na afirmação de criar verdadeira inteligência artificial. Precisamos desenfeitiçar os nossos gadgets eletrônicos e descartar a crença em sua onipotência, se não quisermos virar vítimas da digitalização, viciados em informação sem salvação e zumbis tecnológicos."
A estes acrescento ainda: "Eu não sou meu cérebro: filosofia do espírito para o século XXI".
“Este
livro visa, de maneira universalmente compreensível, abrir novas perspectivas
para a filosofia do espírito. O autoconhecimento já se encontra, há muito tempo
no centro da filosofia, e a sua história prévia ajuda a compreender melhor de
onde vem tanto os verdadeiros quanto os aparentes problemas com os quais nos
ocupamos hoje. Em que medida deveríamos adequar nossa imagem do ser humano ao
progresso tecnológico? Para que seja possível lidar de algum modo com questões
como essa, de maneira sensata, devemos examinar, de modo mais preciso do que
estamos habituados a fazer no nosso dia a dia, conceitos de nosso autorretrato,
tais como consciência, espírito, Eu, pensamento ou liberdade.”
Disto resulta que pretendo ler estas outras de suas obras em breve. Entre as quais, cito as "sinopses" e "trecho das obras" abaixo, juntamente com algumas outras que de certa forma tratam do tema:
Mas, agora, retornando aos trabalhos!
______.
GABRIEL, Markus. Eu não sou meu cérebro: filosofia do espíriot para o século XXI. Trad. Lucas Machado. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2018.
______. O sentido
do pensar: a filosofia desafia a inteligência artificial. Trad. Lucas
Machado. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2021.
______. Ich ist nischt Gehirn: Philosophie des Geister für das 21 Jahrundert. Ullstein Taschenbuch, 2017.
______. I am not a brain: philosophy of mind for the twenty-first century.
Translated by Christopher Turner. Polity Press, 2017.
______. O sentido da existência: para um novo
realismo ontológico. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2016.
______. El nuevo realismo: la filosofía del
siglo XXI/ coordinado por Mario Teodoro Ramírez ; textos de Maurizio Ferraris
[y otros siete]. - México, Cd. Mx: Siglo XXI Editores: Universidad Michoacana
de San Nicolas de Hidalgo, 2016.
______. New Realism: problems and perspectives.
Edited by Alexander Kane St. Kliment Ohridski University Press. Sofia 2019.
_______
SUGESTÕES
DE LEITURAS RELACIONADAS AO TEMA
ARAUJO, S. F.. Searle's
New Mistery, Or, How Not to
Solve the Problem of Consciousness. Rivista Internazionale di Filosofia e
Psicologia, 4:1-12, 2013. http://www.rifp.it/ojs/index.php/rifp...
______. Psicologia
e neurociência: uma avaliação da perspectiva materialista no estudo
dos fenômenos mentais. 2. ed. revista e ampliada. Juiz de Fora: EDUJF, 2011.
______. O
eterno retorno do materialismo: padrões recorrentes de explicações
materialistas dos fenômenos mentais. Revista de Psiquiatria Clínica, 40: 114-9,
2013. http://www.scielo.br/scielo.php?scrip...
DESCARTES, René. O mundo (ou Tratado da luz) e O Homem. Apêndices, tradução e notas: César Augusto Battisti, Marisa
Carneiro de Oliveira Franco Donatelli. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2009.
______. Oeuvres.
Org. C. Adam e P. Tannery. Paris: Vrin, 1996. 11v. [indicadas no texto como Ad
& Tan]
_______. Descartes: oeuvres et lettres. Org. André Bidoux. Paris:
Gallimard, 1953. (Pléiade).
______. Discursos
do Método; Meditações; Objeções e Respostas; As Paixões da
Alma; Cartas. (Introdução de Gilles-Gaston Granger; prefácio e
notas de Gerard Lebrun; Trad. de J. Guinsberg), Bento Prado J. 3. ed. São
Paulo: Abril Cultural, 1983 (Os Pensadores).
DUPRÉ, John. Process
of life: essays in the philosophy of biology, Oxford University
Press(UK); Reprint. 2014.
______. Everything
Flows: Towards a processual philosophy of biology. OUP
Oxford; Illustrated edição , 2018.
______. The
Metaphysics of biology. Cambridge University Press, 2021.
HADOT, P. O
véu de Ísis: ensaio sobre a história da idéia de natureza. Tradução de
Mariana Sérvulo. São Paulo, Loyola, 2004, 359 pgs.
McGINN, Collin . Inborn knowledge: the mystery within. Cambridge,
Massachussets: MIT Press, 2016.
MOUZE, L. 'De
quoi parle le Fedre?' In. Platon. Phédre. Paris,
Librairie Genérale Française, Edition Les Classiques de Philosophie, Livre de
Poche, 2007, 315 pgs.
PLATÃO. As Leis
e Epinomis. Trad. Edson Bini. Bauru, SP: Edipro, 2010..
________. Banquete,
Fédon, Sofista e Político. Trad. José Cavalcante de Souza, Jorge
Paleikat e João Cruz Costa. São Paulo: Abril Cultural, 1972.
________. Fedro, Cartas
e Primeiro Alcibíades. Trad. Carlos Alberto Nunes. Belém: ed. da
Universidade Federal do Pará, 1975.
________. Fedro,
Eutífron, Apologia de Sócrates, Críton, Fédon. Trad. Edson Bini. Bauru, SP:
Edipro, 2008.
________. Górgias,
Eutidemo, Hípias Maior e Hípias Menor. Trad. Edson Bini. Bauru, SP:
EDIPRO, 2007.
________. Mênon. Trad.
Maura Iglésias. Rio de Janeiro: Ed. PUC-RIO; São Paulo: Ed. Loyola, 2001.
________. Górgias, Protágoras. 3. ed. Trad. Carlos Alberto Nunes. Edição bilíngue; Belém, PA, 2021.
________. Mênon, Eutidemo. 3. ed. Trad. Carlos Alberto Nunes. Edição bilíngue; Belém, PA, 2021.
________. República
de Platão. Trad. J. Guinsburg. São Paulo: Perspectiva, 2012.
________. Teeteto. Trad.
Adriana Manuela Nogueira e Marcelo Boeri. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian,
2010.
________. Sofista. Político. Timeu.
Crátilo. Trad. Maria Gabriela de Bragança. 2. ed. Mem Martins -
Portugal: Publicações Europa-América, 1999.
PRICE, A. W. Conflito mental. Campinas, SP: Ed. Papirus, 1998.
_____. Mental conflict. London: Ed. Routledge, 1995.
SWINBURNE, Richard. Are We Bodies or Souls? Oxford University Press, 2019.
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