Como tem sido comum, as minhas
leituras e releituras sobre as discussões sobre a Virtude; não
somente entre os estoicos, mas em diversos autores e em meio à
sociedade, em geral, acrescentei, há algum temopo a obra e estudos realizados por Claudia Blöser e Titus
Stahl, com a qual tive contato através de uma resenha também aqui, inclusive com os links que já postei neste blog.
Prosseguindo com o tema da “esperança”, mais uma vez, e ainda que não seja tão raro que se ouçam dizer que o mundo atual tem se tornado tão vazio de sentido por não haver uma preocupação com essa questão, sigo refletindo a temática. Meus destaques e focos estão sempre e principalmente ligados à obra de Kant. foi assim com as reflexões que fiz a partir de "Hope in Kant" em que Blöser desenvolve um relato unificado de esperança conforme discutido em uma série de obras de Immanuel Kant (a primeira e a segunda Críticas, a Religião ... e os escritos políticos de Immanuel Kant).
Hoje, acrescento "Esperança e o legado kantiano: novas contribuições para a história do otimismo". Editado por Katerina Mihaylova Anna Ezekiel, conforme anotado abaixo:
"A esperança é entendida como uma parte significativa da experiência humana, inclusive para motivar o comportamento, promover a felicidade e justificar uma concepção de si mesmo como tendo agência. No entanto, permanecem lacunas substanciais em relação ao desenvolvimento do conceito de esperança na história da filosofia. Esta coleção aborda esta lacuna reconstruindo e analisando uma variedade de abordagens da esperança na filosofia alemã do final do século XVIII e do século XIX.
Em 1781, a ideia de Kant
de uma “esperança racional” mudou os termos da discussão sobre a
esperança e o seu papel para a autocompreensão humana. No século XIX, um amplo
debate sobre o significado e a função da esperança surgiu em resposta ao seu
trabalho. Baseando-se na experiência de um grupo diversificado de
colaboradores, esta coleção explora perspectivas sobre a esperança de Kant,
Fichte, Schelling, Schopenhauer, J. S. Beck, J. C. Hoffbauer, Wilhelm von
Humboldt, Georg Friedrich Creuzer, Kierkegaard e outros. Os capítulos
consideram diferentes aspectos do conceito de esperança, incluindo a
racionalidade da esperança, aplicações apropriadas e inadequadas da esperança e
a função da esperança em relação à religião e à sociedade.
O resultado é uma coleção
valiosa que cobre um século sobre o papel da esperança na formação de atitudes
cognitivas e na construção de comunidades sociais, políticas e morais. Como uma
visão geral das abordagens filosóficas da esperança durante este período,
inclusive por filósofos que hoje são raramente estudados, a coleção constitui
um recurso valioso para explorar o desenvolvimento deste importante conceito na
filosofia alemã pós-kantiana.”
______.
“Hope is understood to be
a significant part of human experience, including for motivating behaviour,
promoting happiness, and justifying a conception of the self as having agency.
Yet substantial gaps remain regarding the development of the concept of hope in
the history of philosophy. This collection addresses this gap by reconstructing
and analysing a variety of approaches to hope in late 18th- and 19th-century
German philosophy.
In 1781, Kant's idea of a “rational hope”shifted the terms of discussion about
hope and its role for human self-understanding. In the 19th century, a
wide-ranging debate over the meaning and function of hope emerged in response
to his work. Drawing on expertise from a diverse group of contributors, this
collection explores perspectives on hope from Kant, Fichte, Schelling,
Schopenhauer, J. S. Beck, J. C. Hoffbauer, Wilhelm von Humboldt, Georg
Friedrich Creuzer, Kierkegaard and others. Chapters consider different aspects
of the concept of hope, including the rationality of hope, appropriate and
inappropriate applications of hope and the function of hope in relation to
religion and society.
The result is a valuable
collection covering a century of the role of hope in shaping cognitive
attitudes and constructing social, political and moral communities. As an
overview of philosophical approaches to hope during this period, including by
philosophers who are seldom studied today, the collection constitutes a
valuable resource for exploring the development of this important concept in
post-Kantian German philosophy.”
MIHAYLOVA, Katerine; EZEKIEL,
Anna. Hope and the kantian legacy:
new contributions
to the history of optimism. Bloomsbury Publishing PLC, 2023.
______.
Links sobre o tema:
- https://marcosfilosofiamoderna.blogspot.com/2021/04/a-psicologia-moral-daesperanca-claudia.html
- https://marcosfilosofiamoderna.blogspot.com/2022/12/claudia-bloser-hoffnung-in-krisenzeiten.html
REFERENCIAS
CHIGNELL, Andrew. “Rational Hope, Moral Order, and
the Revolution of the Will.” In Divine Order, Human Order, and the Order of
Nature: Historical Perspectives, edited by Eric Watkins, 197–218. Oxford:
Oxford University Press, 2013.
______. “Religious Dietary Practices and Secular
Food Ethics; or, How to Hope that Your Food Choices Make a Difference Even When
You Reasonably Believe That They Don’t.” In: Oxford
Handbook on Food Ethics, edited by Anne Barnhill, Mark Budolf[1]son, and
Tyler Doggett, 287–312. Oxford: Oxford University Press, 2018.
EBELS-DUGGAN, Kyla. “The Right, the Good, and
the Threat of Despair. (Kantian) Ethics and the Need for Hope in God.” In: Oxford
Studies in Philosophy of Religion, Volume 7, edited by Jonathan Kvanvig,
81–110. Oxford: Oxford University Press, 2016.
FLIKSCHUH, Katrin. “Hope or Prudence:
Practical Faith in Kant’s Political Thinking.” In: Faith
and Reason. International Yearbook of German Idealism (7/2009), edited by
Jürgen Stolzenberg and Fred Rush, 95–117. Berlin/New York: de Gruyter, 2010.
HAN-PILE, Béatrice. “Hope, Powerlessness,
and Agency.” Midwest Studies in Philosophy XLI: 175–201. 74, 2017.
INSOLE, Christopher. “The Irreducible
Importance of Religious Hope in Kant’s Conception of the Highest Good.” Philosophy
83 (325): 333–51, 2008.
MARWEDE, Florian. Das Höchste Gut in Kants
Deontologischer Ethik. Berlin/New York: de Gruyter, 2018.
WATKINS, Eric. “The Antinomy of Practical
Reason: Reason, the Unconditioned and the Highest Good.” In Kant’s
Critique of Practical Reason: A Critical Guide, edited by An[1]drews Reath and
Jens Timmermann, 168–96. Cambridge: Cambridge University Press, 2016.
WILLASCHEK, Marcus. “The Primacy of
Practical Reason and the Idea of a Practical Postulate.” In:
Kant’s Critique of Practical Reason. A Critical Guide, edited by Andrews Reath
and Jens Timmermann, 168–96. Cambridge: Cambridge University Press, 2010.
______. “Must We Believe in the
Realizability of Our Ends? On a Premise of Kant’s Argument for the
Postulates of Pure Practical Reason.” In:The Highest Good in
Kant’s Philosophy, edited by Thomas Höwing, 223–44. Berlin/New York: De
Gruyter, 2016.
WIMMER, Reiner. Kants kritische
Religionsphilosophie. Berlin/New York: de Gruyter, 1990.
WOOD, Allen. Kant’s Moral Religion. Ithaca/London:
Cornell University Press, 1970.
ZÖLLER, Günther. “Hoffen—Dürfen. Kants kritische
Begründung des moralischen Glaubens.” In: Glaube und
Vernunft in der Philosophie der Neuzeit, edited by Dietmar H. Heide[1]mann
and Raoul Weicker, 245–57. Hildesheim/New York: Olms 2013.
ZUCKERt, Rachel. “Is Kantian Hope a
Feeling?” In: Kant and the Faculty of Feeling,
edited by Kelly Sorensen and Diane Williamson, 242–59. Cambridge: Cambridge
University Press, 2018.
BIBLIOGRAFIA
BLÖSER, Claudia; STAHL, Titus (eds.). The
Moral Psychology of Hope. Rowman and Littlefield, 2020. 302pp.
BORGES, Maria. Borges. Razão e emoção
em Kant. Pelotas, RS: Editora e Gráfica Universitária, 2012.
______. Emotion, Reason, and Action in Kant. Bloomsbury
Academic, 2019.
KANT, Immanuel. Crítica da razão pura. 3.
ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 1994.
______. Crítica da razão prática. Edição
bilíngüe.Tradução Valerio Rohden. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
____. Crítica da faculdade do
juízo. Trad.Valerio Rohden e António Marques. Rio de Janeiro: Forense
Universitária, 1993.
______. Dissertação de 1770. De
mundi sensibilis atque inteligibilis forma et principio. Akademie-Ausgabe.
Trad. Acerca da forma e dos princípios do mundo sensível e
inteligível. Trad., apres. e notas de L. R. dos Santos. Lisboa: Imprensa
Casa da Moeda. FCSH da Universidade de Lisboa, 1985.
______. Prolegômenos a qualquer metafísica
futura que possa apresentar-se como ciência. Trad. José Oscar de
Almeida Marques. São Paulo: Estação Liberdade, 2014)
______. Prolegômenos a toda metafísica
futura. Lisboa: Edições 70, 1982.
______. Die Religion Innerhalb Der Grenzen
Der Bloße Vernunft. Walter de Gruyter, 2010. (Editado por Ottfried
Höffe)
______. Die Religion innerhalb der Grenzen
der bloßen Vernunft. W. de Gruyter, 1968.
______. A religião nos limites da simples
razão. Edições 70, Lisboa, 1992.
______. Observações sobre o sentimento do
belo e do sublime; Ensaio sobre as doenças mentais. Tradução e
estudo de Vinicius de Figueiredo. São Paulo: Editora Clandestina, 2018.
______. Observações sobre o sentimento do
Belo e do Sublime; Ensaio sobre as doenças mentais. (Trad.
Vinícius Figueiredo). Campinas, SP: Ed. Papirus, 1993.
______. Observações sobre o sentimento do
Belo e do Sublime; Ensaio sobre as doenças mentais. Lisboa:
Edições 70, 2012.
MIHAYLOVA, Katerine; EZEKIEL, Anna. Hope and the kantian legacy: new contributions to the history of optimism. Bloomsbury Publishing PLC, 2023.
PHILONENKO, Alexis. Études kantiennes. Librairie
philosophique J. Vrin, Paris, 1982.
Nenhum comentário:
Postar um comentário