Apontamentos para ajudar a memória na
elaboração de um texto futuro: esboço.
Tentando retornar a trabalho, recuperar atrasos e
prosseguir!
...
Incluindo
no projeto de Serenidade [εὐροίας].
...
Não
me surpreendi ouvindo o próprio autor (In memoriam) dizer que
este livro foi um fracasso de vendas.
Primeiro, porque ataca um vício tão comum, que precisamos
superar.
Em segundo
lugar, porque defende uma tese bastante interessante, que me agrada porque
contraria visões contemporâneas herdadas de um autor que estou estudando
atentamente.
E, por
último, por se tornar em mais uma ferramenta de estudos sobre as paixões e
vícios no blog pessoal.
...
O
LIVRO:
GIKOVATE,
Flávio. "Vício dos vícios: um estudo sobre a vaidade
humana. São Paulo: MG Editores associados, 1987.
O
prazer de se exibir, chamar a atenção e se destacar que é como a vaidade é
definida pelo autor participa de todas as ações do ser humano e é parte
essencial em todo tipo de interação social. O livro defende que a serenidade e
a boa qualidade de vida só serão possíveis para aqueles que não se deixaram
escravizar pela vaidade."
I.
De
tão próximos, tendemos esperar grandes coisas. O mínimo reconhecimento
profissional ou pessoal. Decepções cruentas, acumulam-se; o tapete sempre se
movendo sob os pés; seguido de risos sarcásticos.
No
entanto, de tão longe, de onde menos se espera, surpreendentemente vem um
alento... Não, isso não é o fundamental, mas bem sei o quanto faz Bem ter o
trabalho reconhecido. Só isso!
"Consciência
tranquila e fé no futuro". Posso prosseguir com o Lema.
...
"Vi entre os homens um
mal que prevalece sob o sol. (Cohélet)"
"Vaidades... tudo
vaidades...(Cohélet)"
Recordava-me há pouco do que
disse o Cohélet:
"Tudo
é vão e fútil. Futilidade das futilidades! Sim, tudo é fútil. (1 : 2)".
E,
acrescentei, de uma lembrança de 2019 e antes, um texto de um dos estoicos
estudados aqui. A mesma ideia está presente em Epicteto, Sêneca,
e entre outros que sigo relendo, estudando sempre com enfoque sobre algo
que se busca tanto e que não me apetece, a Gloríola: e o que
ela é?
É
só futilidade das futilidades mesmo... e, para este
efêmero rincão!
.'.
“Daqui
a pouco tempo, só restará de ti cinza ou um esqueleto, um nome ou nem sequer um
nome — e o nome é apenas ruído vão, um eco. As coisas mais apreciadas na vida
não passam de vaidade, podridão, mesquinhez, cães que mordem, crianças que
brigam, riem e logo a seguir choram. Fé, pudor, justiça e verdade fugiram “para
o Olimpo, bem longe da face da Terra”. O que te prende ainda aqui, se é verdade
que os objetos sensíveis não têm estabilidade nem duração, se os sentidos,
desprovidos de agudeza, são fracos e facilmente enganados, se a tua própria
alma pequenina é apenas um vapor do sangue, se a glória perante tais homens é
apenas vaidade? Por que não esperas com serenidade o momento de te apagares ou
mudares de morada? E até que chegue esse momento, de que precisas? Que outra
coisa além de venerar e abençoar os deuses, fazer bem aos homens, suportá-los,
abster-te e considerar que todas as coisas que vês, alheias ao teu corpo e ao
teu espírito, não te pertencem nem estão sob o teu poder?
...
Podes
sempre ter uma vida feliz porque está na tua mão seguir o caminho direito,
pensar e proceder com método. Eis aqui duas coisas comuns à alma de Deus e do
homem e de todo ser racional: não poder ser estorvado por outro; colocar o bem
em intenções e ações conformes à justiça, e limitar aí os seus desejos.”
Para
que correr atrás de reconhecimentos, pueris e até repugnantes aplausos, da
“gloríola”, “futilidade”, de nadas, de efêmeros, insignificantes... ?
Ademais,
como acabei de reler, agora mesmo, a edição bilíngue (grego-português)
do Manual de Epicteto e agora lendo e estudando a
primeira tiragem brasileira do Livro 1 das Diatribes de
Epicteto, com tradução do prof. Aldo Dinucci, obra que só conhecia em
"grego-francês":
II.
“Diatribe
1.21 – A respeito dos que desejam ser admirados[1]
(1) Quando alguém está na posição que deve ter
na vida, não fica embasbacado com as coisas exteriores. (2) Homem, o que
desejas que te ocorra? “Eu me contento se eu desejar e repudiar segundo a
natureza; se me servir do impulso e da repulsa segundo a natureza; e o mesmo
quanto à intenção, ao propósito, ao assentimento”. Então por que andas de lá
para cá diante de nós como se tivesses engolido uma espada? (3) – Desejo que os
que me encontrem me admirem e, seguindo-me, exclamem: “O grande filósofo!” (4)
Quem são estes que queres que te admirem? Não são aqueles sobre os quais
costumas dizer que estão loucos? Queres ser admirado pelos loucos?”
(Os Grifos e
os Destaques são meus)
Esta
foi, portanto, a reflexão matinal antes da retomada e
intensificação do estudos cotidianos.
______.
ARRIANO
FLÁVIO. As Diatribes de Epicteto. Livro I. Tradução,
introdução e comentário Aldo Dinucci. Universidade Federal de Sergipe. Série
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[1] ARRIANO FLÁVIO. As Diatribes de
Epicteto. Livro I. 2020. (p. 139)
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