segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

MEDITAÇÃO VESPERTINA CLXIII: AINDA O SOBRE "SENTIDO DA VIDA" NO EXISTENCIALISMO DE KIERKEGAARD


Sobre o autor:

Kierkegaard, existencialista ("cristão"), um pensador Dinamarquês; nasceu em Copenhague em 1813 e morreu nesta mesma cidade em 1855. Segundo Kierkegaard, o homem tem que renunciar a si mesmo para superar as limitações que a realidade lhe impõe e assim aceder ao transcendente, a Deus e à verdadeira individualidade. Realçou a existência concreta, (crítica ao idealismo hegeliano), de um homem que anseia pela transcendência, investigando os sentimentos de “angústia” e “desespero” que são inseparáveis da condição subjetiva humana.

1. Na cidade de H... viveu há alguns anos um jovem estudante chamado Johannes Climacus que não desejava de modo algum fazer-se notar no mundo dado que pelo contrário sua única felicidade era viver retirado e em silêncio. Aqueles que o conheciam um pouco melhor procuravam explicar pela melancolia ou pela paixão sua natureza fechada que fugia de todo contato permanente com os homens. Os partidários desta última hipótese de certa maneira não estavam errados; enganavam-se porém ao pensar que era uma jovem o objeto de seus sonhos.´ Assim começa este extraordinário conto inacabado de Kierkegaard sobre as inquietações do jovem Climacus arrebatado pela paixão pela filosofia.

-

2. Uma obra sobre as obras de Kierkegaard: "Do desespero silencioso ao elogio do amor desinteressado". (2004):

Colocando-se entre "Sócrates" e "Cristo", o filósofo dinamarquês fala "no silêncio", para além da linguagem. Com um enfoque na reflexão sobre o modo como sentimos a existência e sobre como reelaborar a "melancolia". 

"Esta coletânea revela três momentos da sinfonia que Kierkegaard escreveu, em obras assinadas ou pseudônimas. Mais que a faceta ético-existencial, transmite uma noção das facetas estética e religiosa do autor dinamarquês, cuja interioridade apaixonada busca antídoto eficaz para a melancolia, que parece ser a doença dos tempos mais recentes, e que por isso precisa ser levada a sério."

Grifos e Destaques meus.

______.

JASPERS, Karl. Il medico nell'età della técnica. Con un saggio introduttivo di Umberto Galimberti. Milano: Raffaello Cortina Editore, 1991.

______. Caminhos para a sabedoria: uma introdução à vida filosofica. Petrópolis, RJ: editora Vozes, 2022.

______. Der Arzt im technischen Zeitalter: Technik und Medizin. Arzt und Patient. Kritik der Psychotherapie. 2. ed. München: Piper, 1999.

______. Psicopatologia geral: psicologia compreensiva, explicativa e fenomenologia. São Paulo: Atheneu, 1979. (2 vols.)

______. Plato and Augustine. Edited by Hannah Arendt. Translated by Ralph Manheim. New York: Harvest Book, 1962.

______. Introdução ao pensamento filosófico. 16. ed. São Paulo: Cultirx, 1971.

KANT, Immanuel. Lições de ética. Trad. Bruno Cunha e Charles Fedhaus. São Paulo: Editora Unesp, 2018.

KARDEC, A. Le Livre des Esprits. Paris, Dervy-Livres, s.d. (dépôt légal 1985). ______. O livro dos Espíritos. Trad. Guillon Ribeiro, 93. ed. - 1. reimpressão (edição histórica). Brasília, DF: Feb, 2013. (Q. 893-919: "As virtudes e os vícios”; “Paixões"; “Caracteres do homem de bem”; “Conhecimento de si mesmo” e 920-933: "Felicidade"; Q. 614-648: "Caracteres da Lei natural"; "Origem e conhecimento da Lei natural"; "O bem e o mal"; "Divisão da Lei natural").

KIERKEGAARD, S. A. O desespero humano: doença até a morte. São Paulo: Abril Cultural, 1979.

______.  Discursos edificantes em diversos espíritos. São Paulo: Liberars, 2018.

______. O desespero humano: São Paulo: Ed. UNESP, 2010.

______. Do desespero silencioso ao elogio do amor desinteressado. (Org. Alvaro Valls). Escritos, 2004.

______. As obras do amor. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.

______. O conceito de angústia. 3. ed. Trad. Alvaro Valls. Petrópolis, RJ, Vozes, 2015.

MAY, Rollo. (Org.). Psicologia existencial. Rio de Janeiro: Globo, 1980.

______. A descoberta do ser. São Paulo: Rocco, 1988.

______. O homem à procura de si mesmo. São Paulo: Ed. Círculo do livro, 1992.

______. Psicologia do dilema humano. 2. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.


domingo, 26 de janeiro de 2025

UM TEMA, DOIS AUTORES E OS DIFERENTES ENFOQUES NO NATURALISMO E REALISMO

Continuando um estudo sobre esse tema:

Há muito tempo li esse texto de Émile Zola, idealizador do Naturalismo na Literatura, indicado por uma professora especialista em Machado de Assis em 1995 (ela sabia que estudo nas horas vagas a Literatura russa, alemã e brasileira. Dele também li outras obras como “Germinal” (inclusive assisti uma adaptação em filme), “Caso Dreyfus com o artigo “J’Accuse”, de importante repercussão à época que acabou salvando  o oficial Alfred Dreyfus, acusado de forma injusta por traição.

Agora, acabei de reler A Morte de Olivier Bécaille(1884) numa edição da L&PM mas que pela primeira tinha lido em francês. Nesta edição da L&PM há também dois outros texto: “Nantas” e “A Inundação”. Ler Zola é muito prazeroso.  

Começa com a frase: Foi num sábado, às seis horas da manhã, que morri, após três dias de enfermidade.”

O que me trouxe a essa nova leitura da obra, agora em português, foi, em certa medida, uma "aproximação" com tema no texto de outro autor que também, desde a 6ª série, leio e releio atentamente. Trata-se das “Memórias Póstumas de Brás Cubas” (1881), um dos livros sobre o qual ainda não comentei aqui no Blog.

As história de Zola têm enfoques diferentes de Machado, num trata-se de uma narrativa do além-túmulo (que alguns dizem ser uma crítica ou ironia às ideias espíritas que à sua época, chegavam ao Brasil e com as quais Machado - crítico do otimismo científico - não concordava), e Zola narra a história de alguém é tido como  já tendo falecido (que talvez trate-se de catalepsia. Aliás, recentemente li alguns textos que informam que entre os séculos XVIII e XIX na Europa temia-se muito ser enterrado vivo e isso assustava as pessoas!

Num documentário recente, soube que isso realmente acontecia à ´poca com bastante frequência. Inclusive, haviam casos em que se sepultavam os mortos com uma das mãos amarrada a um badalo de sino para que se acordasse o morto desse o alarme. Tendo até sido popularizada a expressão “salvo pelo gongo (ou pelo sino)”.

Recomendo também, para quem for ler a edição em português, ler também as outras duas belíssimas reunidas no livro.  

Sobre Machado de Assis:

Acesse em

https://www.scielo.br/j/mael/a/7vSDzYRjTH7DRRNTzt459mC/?format=pdf&lang=en

(Só os Grifos Destaques são meus)

______.

MACHADO DE ASSIS. Todos os romances e contos consagrados de Machado de Assis. Rio de Janeiro, RJ: Nova Fronteira, 2016. ("Box" em três volumes).

______. (autor); COSTA, Margaret  Jull (trad.); PATERSON, Robin( trad.); WOOD, Michael (prólogo). Collected stories of Machado de Assis. Liveright Publishing Corporation. New YorK: USA, 2018.

______. Memorial de Aires. Porto Alegre, RS: L&PM, 2009.

______. Esaú e Jacó. Porto Alegre, RS: L&PM, 1998.

______. Memórias póstumas de Brás Cubas. 6. ed. São Paulo: Ed. Ática, 1977.

______. Obra Completa. Rio de Janeiro: Editora José Aguilar Ltda, 1959. 3 volumes 

______. A Semana. Rio de Janeiro: W. M. Jackson Editores, 1942, 3 volumes.  

_______. Diálogos e Reflexões de um Relojoeiro. Rio de Janeiro: Ediouro, s/d. 

_______. Papéis Avulsos. Rio de Janeiro: W.M. Jackson Editores, 1944. 

_______. Histórias sem data. Rio de Janeiro: W.M. Jackson Editores, 1942.

_______. Bons dias. 3. ed. Campinas, SP: Ed. Unicamp, 2008.

_______. Fábrica de contos: ciência e literatura em Machado de Assis. 3. ed. Campinas, SP: Ed. Unicamp, 2010.

______. Notas semanais. Campinas, SP: Ed. Unicamp, 2008.

KARDEC, A. Le Livre des Esprits. Paris, Dervy-Livres, s.d. (dépôt légal 1985). (O Livro dos Espíritos. Trad. Guillon Ribeiro, ______. O livro dos Espíritos. 93. ed. - 1. reimpressão (edição histórica). Brasília, DF: Feb, 2013.

ZOLA, Émile. A morte de Olivier bécaille. Porto Alegre, RS: L&PM, 2001.

______. La mort de Olivier Bécaille. Paris: Librio Flammarion, 2000.


sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

ESTUDOS SOBRE KANT, O A PRIORI E AS ORIGENS DAS REPRESENTAÇÕES

 

 
ESTUDOS sobre Kant e o a priori  Leonel Ribeiro dos Santos, Robert B. Louden, Ubirajara R. de  Azevedo Marques (organizadores). – Marília : Oficina Universitária ; São Paulo : Cultura Acadêmica, 2017. 364 p. 

Por conta de um "fadário" (trabalho difícil, ser fiel ao que se lê), gosto de postar sempre isso; pois é certo que gosto sempre de revisitar, o tema desde os "Prolegômenos...” essa temática; tão incompreendida... Ainda!

A filosofia kantiana recusou o “inatismo” e o “empirismo”; negou que pudéssemos conhecer a coisa em si (Das Ding an sich). O conhecimento está circunscrito aos limites da experiência. A “revolução copernicana” prioriza o sujeito do conhecimento, enquanto para os empiristas e inatistas o enfoque era dado ao objeto do conhecimento.

Há quem, no entanto, leitor de manuais, acha-se dominando qualquer tema!

Ainda chego lá, estudando os autores, os originais destes autores! Preciso ler; sigo estudando!

"[...] o problema da origem das formas puras do espaço e do tempo, como também o da origem dos conceitos puros do entendimento, é, em nível de articulação da Crítica, uma etapa já percorrida." E, "[...] com a Dissertação de 1770, a questão é diretamente enfocada; e com ela, de pronto afastada a origem inata ou empírico-abstrata da futuras Anschauungsformen e Gedankenformen". (MARQUES, U. R. A., 1990).

Por isso, é certo que gosto sempre de revisitar a "Dissertação de 1770", os "Prolegômenos...”, o período "pré-crítico"; e essa temática; tão incompreendida... Ainda!

A filosofia kantiana recusou o “inatismo” e o “empirismo”; negou que pudéssemos conhecer a coisa em si (Das Ding an sich). O conhecimento está circunscrito aos limites da experiência.

A “revolução copernicana” prioriza o sujeito do conhecimento, enquanto para os empiristas e inatistas o enfoque era dado ao objeto do conhecimento.

...

Kant distingue 3 modos de conhecimento:

​​​​​​​a sensibilidade

o entendimento

- a razão

A partir daí, Kant desenvolve as condições de possibilidades do conhecimento e o fundamento da sua validade.

Tudo o que chegamos a conhecer não passa de uma "construção" forjada por nossas sensações, uma espécie de "produção artificial", gerado por nossa inexorável submissão ao espaço e ao tempo, portanto, a posteriori; enquanto, o que está para além de nossa percepção sensorial ( ou a priori) nos é inacessível.

Essa é a grande contribuição de Kant na tentativa de superação da Metafísica.

Portanto, disso disso decorre a questão se os pretendentes à Metafísica devem reconhecer que a metafísica clássica foi posta em cheque e que à própria razão existem limites e o que foi dito ser sua capacidade conhecer ilimitada (quanto ao supra-sensível) não está no seu alcance e não pode conhecer (os limites da razão); só podemos conhecer o que é dado para nós pela experiência.

Prossigo estudando...

A este livro sobre "Kant e o a priori " acrescentei ainda: " 'A priori' Канта в науке и философии. Современные споры". (O a priori de Kant na ciência e na filosofia: disputas modernas).

"O volume oferecido ao leitor fornece uma visão bastante abrangente da nova direção que liga a própria história da filosofia à história e à filosofia da ciência. O conteúdo do livro centra-se na história da origem do "a priori" de Kant e no seu futuro destino na filosofia e na ciência. A base é um ensaio monumental do eminente filósofo Michael Friedman, um dos objetivos do qual é reavaliar a leitura moderna de Kant por empiristas lógicos e também por fenomenólogos, no espírito de continuar os esforços de Friedman para construir pontes entre a filosofia analítica e a filosofia continental. Para uma melhor compreensão das disputas atuais sobre o destino do a priori, inclui uma série de obras dos oponentes de Friedman - especialistas proeminentes em filosofia e história da ciência, que são legitimamente co-autores do livro. O grande mérito de todos os ensaios é uma rica lista de fontes que fornecem uma boa visão do estado deste novo e interessante campo de pesquisa filosófica."
______.
Michael Friedman (falecido em 2 de abril de 1947) - filósofo americano, professor de filosofia das humanidades na Universidade de Stanford.
Friedman é mais conhecido por seu trabalho em filosofia da ciência, particularmente explicação científica e filosofia da física, bem como por seus trabalhos históricos sobre Immanuel Kant."

______.

FRIEDMAN, Michael. O a priori de Kant na ciência e na filosofia: disputas modernas. Канон+ РООИ "Реабилитация", 2025.

FRIEDMAN, Michael. Kant's construction of nature: a reading of the metaphysical foundation of natural science: ‎ Cambridge University Press; Reprint, 2015.

______. Kant and the Exact Sciences. Harvard University Press; Revised ed. 1998.

DESCARTES, René. Discurso do MétodoIn:__________. Tradução de João Gama. Introdução e notas de Étienne Gilson. Lisboa: Edições 70, 1987.

HUME, David. Investigação Acerca do Entendimento Humano. Trad. José Oscar de Almeida Marquws. São Paulo: Ed. Unesp, 2004.

______. Tratado da natureza humana. Trad. Débora Danowski. São Paulo: Ed. Unesp, 2009.

KANT, Immanuel. Crítica da razão pura. São Paulo: Abril Cultural, 1989. (Os pensadores).

______. Crítica da razão pura. 5. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 1994.

______. Crítica da razão pura. 3. ed. Petrópolis, RJ: Vozes; Bragança Paulista, SP: Editora Universitária São Francisco, 2013.

______. Dissertação de 1770. De mundi sensibilis atque inteligibilis forma et principio. Akademie-Ausgabe. Trad. Acerca da forma e dos princípios do mundo sensível e inteligível. Trad., apres. e notas de L. R. dos Santos. Lisboa: Imprensa Casa da Moeda. FCSH da Universidade de Lisboa, 1985.

______. Prolegômenos a toda metafísica futura. Lisboa: Edições 70, 1982.

______. Prolegômenos a qualquer metafísica futura que possa apresentar-se como ciência. São Paulo: Estação Liberdade, 2014. 

LEIBNIZ. G. W. Novos ensaios sobre o entendimento humano. Lisboa: Edições Colibri, 1993.

LOCKE, John. Ensaio Acerca do Entendimento Humano. São Paulo: Editora: Nova Cultural, 1999. (Os pensadores).

______. Ensaio Acerca do Entendimento Humano. São Paulo: Martins Fontes, 2012.

MARQUES, U. R. A. Kant e o problema da origem das representações elementares:apontamentos. In: Tras/Form/Ação. 13: 41-72, 1990.

SANTOS, Leonel Ribeiro dos; LOUDEN, Robert B.; MARQUES, Ubirajara R. de Azevedo (organizadores). Kant e o a priori. Marília, SP: Oficina Universitária ; São Paulo : Cultura Acadêmica, 2017. 364 p. 


quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

IMMANUEL KANT E MODERNIDADE: "A ATUALIDADE DE SEU PENSAMENTO"

Desde que li pela primeira vez por indicação da profa. Clélia (In Memoriam) alguns textos do prof. Heiner Klemme passei a acompanhar outras obras que publicou. Hoje, estou lendo essa que acrescento abaixo.

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Como podemos encontrar nossos rumos no mundo sem nos perdermos, como podemos preservar nossas habilidades e capacidades racionais? Kant é o filósofo da razão pura e do imperativo categórico. Mas suas reflexões sobre a autopreservação da razão também o mostram como um filósofo com uma consciência clara do que importa em nossas vidas: autoaprovação e autoconfiança, autopensamento e crítica, esclarecimento e humanidade, justiça e liberdade, superação de nossa dependência autoinfligida e a troca de argumentos e perspectivas. Com seu foco na autopreservação da razão, o livro oferece uma nova abordagem ao trabalho de Kant e oferece uma contribuição ao debate sobre a modernidade de seu pensamento.

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Wie können wir uns in der Welt ohne Selbstverlust orientieren, wie unsere rationalen Fähigkeiten und Vermögen erhalten? Kant ist der Philosoph der reinen Vernunft und des kategorischen Imperativs. Aber mit seinen Überlegungen zur Selbsterhaltung der Vernunft erweist er sich zugleich als ein Philosoph mit einem klaren Bewusstsein davon, worauf es in unserem Leben ankommt: auf Selbstbilligung und Selbstständigkeit, auf Selbstdenken und Kritik, auf Aufklärung und Humanität, auf Recht und Freiheit, auf die Überwindung unserer Unmündigkeit und auf den Austausch von Argumenten und Perspektiven. Mit seinem Fokus auf die Selbsterhaltung der Vernunft bietet das Buch einen neuen Zugang zu Kants Werk und leistet zugleich einen Beitrag zur Debatte über die Modernität seines Denkens. How can we find our bearings in the world without losing ourselves, how can we preserve our rational abilities and capacities? Kant is the philosopher of pure reason and the categorical imperative. But his reflections on the self-preservation of reason also show him as a philosopher with a clear awareness of what matters in our lives: self-approval and self-reliance, self-thinking and criticism, enlightenment and humanity, justice and freedom, overcoming our self-inflicted dependency, and the exchange of arguments and perspectives. With its focus on the self-preservation of reason, the book offers a new approach to Kant's work and offers a contribution to the debate about the modernity of his thought.

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How can we find our bearings in the world without losing ourselves, how can we preserve our rational abilities and capacities? Kant is the philosopher of pure reason and the categorical imperative. But his reflections on the self-preservation of reason also show him as a philosopher with a clear awareness of what matters in our lives: self-approval and self-reliance, self-thinking and criticism, enlightenment and humanity, justice and freedom, overcoming our self-inflicted dependency, and the exchange of arguments and perspectives. With its focus on the self-preservation of reason, the book offers a new approach to Kant's work and offers a contribution to the debate about the modernity of his thought.

______.

KLEMME, Heiner, Die Selbsterhaltung der Vernunft: Kant Und Die Modernität seines Denkens. Frankfurt am Main Verlag Vitorio Klosterman, 2023.


 

terça-feira, 21 de janeiro de 2025

MEDITAÇÃO VESPERTINA: AINDA O "SUMO BEM NO PENSAMENTO DE KANT" (II)

Em desenvovimento:

Aproveitando que amanhã 22 de janeiro, haverá a Palestra on-line do prof. Bruno Cunha sobre o tema "Sumo bem e Teodiceia no pensamento de Kant" no evento Kant300anni", com Inscrições no QR code; acrescentarei às minhas leitura e estudos para posterior estudo. 

"O Professor Bruno Cunha apresentará sua "[...] tese compatibilista entre a corrente que considera que o Bem Supremo ser compreendido uma perspectiva individual, tanscendente e religiosa, segundo a qual a conexão entre virtude e felicidade é pens´vel sob as condições conjuntas da imortalidade da alma e da existência de Deus; a perspectiva coletiva e imanente, a partir da qual se atrbui um papel central à dimensão histórica e política. Por último, argumenta que "[...] como problema da razão, o Sumo Bem dever ser interpretado, em suas dimensões imanente e transcendente, como uma nova abordagem do problema da Teodicéia."

Com certeza será uma excelente proposta de discussão e acréscimo interessante às minhas reflexões sobre o tema. 

...

"Todo o interesse da minha razão (tanto especulativa como prática) concentra-se nas seguintes três interrogações:

Na Crítica da razão pura, Kant expõe, pela primeira vez, a sua doutrina do Sumo Bem, no “Cânone da razão pura”, na Segunda Seção com o título “Do ideal do sumo bem como um fundamento determinante do fim último da razão pura” .

...

KANT, Immanuel. Crítica da razão pura. 3. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 1994. (B 832-847)

______. Crítica da razão pura. 3. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 1994. (B 832-847)

______. Crítica da razão pura. Tradução Valerio Rohden e Udo Moosburguer. Coleção Os Pensadores. São Paulo,Abril Cultural, 1983.

______. Crítica da razão pura. 3. ed. Trad. Fernando Costa Matos. Petrópolis, RJ: Vozes; Bragança Paulista, SP: Editora Universitária São Francisco, 2013.


REFLEXÃO MATINAL CLX: O BEM SUPREMO, A LEI NATURAL E A TAREFA DO HOMEM DE BEM

(IMAGEM: "Pinterest")

Apontamentos para uma reflexão mais elaborada:

A isso cheguei, após ter relido e continuo estudando algumas questões no LE. Entre elas, principalmente as 614-621, 919 e a 964. Que tratam,exatamente, da Lei natural, da Consciência,, do Conhecimento de si e do Cuidado de si perante a Lei. 

Ademais,

"Sempre que queiras saber qual a atitude a evitar ou a assumir, regula-te pelo bem supremo, pelo objetivo de toda a tua vida. Todas as nossas ações devem conformar-se com o bem supremo: somente é capaz de determinar as ações individuais o homem que possui a noção do objetivo supremo da vida" (SÉNECA, 2014 - "Carta 71"; (2))

HOMEM DE BEM

“O verdadeiro “homem de bem” - “[...] encara de um ponto mais elevado o futuro”.

...

E, são Caracteres do homem de bem:

918. Por que indícios se pode reconhecer em um homem o progresso real que lhe elevará o Espírito [...]"?

“O espírito prova a sua elevação, quando todos os atos de sua vida corporal representam a prática da lei de Deus e quando antecipadamente compreende a vida espiritual.”

A.K.: Verdadeiramente, homem de bem é o que pratica a lei de justiça, amor e caridade, na sua maior pureza. Se interrogar a própria consciência sobre os atos que praticou, perguntará se não transgrediu essa lei, se não fez o mal, se fez todo o bem que podia, se ninguém tem motivos para dele se queixar, enfim se fez aos outros o que desejara que lhe fizessem.

Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem contar com qualquer retribuição, e sacrifica seus interesses à justiça. É bondoso, humanitário e benevolente para com todos, porque vê irmãos em todos os homens, sem distinção de raças, nem de crenças. Se Deus lhe outorgou o poder e a riqueza, considera essas coisas como UM DEPÓSITO, de que lhe cumpre usar para o bem. Delas não se envaidece, por saber que Deus, que lhas deu, também lhas pode retirar.

Se sob a sua dependência a ordem social colocou outros homens, trata-os com bondade e complacência, porque são seus iguais perante Deus. Usa da sua autoridade para lhes levantar o moral e não para os esmagar com seu orgulho. É indulgente para com as fraquezas alheias, porque sabe que também precisa da indulgência dos outros [...]"

______.

ARISTÓTELES. MetafísicaÉtica a Nicômaco; Poética. (Tradução Vincenzo Coceo, Leonel Vallandro e Gerd Bornheim e Eudoro de Souza. São Paulo: Nova Cultural, 1984.

ARRIANO FLÁVIO. O Encheirídion de Epicteto. Edição Bilíngue. Tradução do texto grego e notas Aldo Dinucci; Alfredo Julien. Textos e notas de Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão. Universidade Federal de Sergipe, 2012)

BECK, Judith S. Terapia cognitiva: teoria e prática. Porto Alegre, RS, 2997.

BUTLER, J; CLARKE, S; HUTCHESON, F; MANDEVILLE, B; SHAFTESBURY, L; WOLLASTON, WFilosofia moral britânica: textos do século XVIII. Campinas, SP: Ed. Unicamp, 2014.

CUNHA, Bruno. A gênese da ética em Kant. São Paulo: Editora LiberArs, 2017.

DINUCCI, A.; JULIEN, A. O Encheiridion de Epicteto. Coimbra: Imprensa de Coimbra, 2014.

______. Introdução ao Manual de Epicteto. 3. ed. São Cristóvão: EdiUFS, 2012.

DUPLÁ, Leonardo Rodriguez. Mal y la gracia: la religión natural de Kant. Barcelona: Herder; 2019.

GALENO. On the passions and errors of the soul. Translated by Paul W . Harkins with an introduction and interpretation by Walter Riese. Ohio State University Press, 1963.

GAZOLLA, Rachel.  O ofício do filósofo estóico: o duplo registro do discurso da Stoa, Loyola, São Paulo, 1999.

HADOT, Pierre. The inner citadel: the meditations of Marcus Aurelius. London: Harvard University Press, 2001.

______. A filosofia como maneira de viver: entrevistas de Jeannie Carlier e Arnold I. Davidson. (Trad. Lara Christina de Malimpensa). São Paulo: É Realizações, 2016.

______. Exercícios espirituais e filosofia antiga. Trad. Flávio Fontenelle Loque, Loraine Oliveira. São Paulo: É Realizações, Coleção Filosofia Atual, 2014.

HANH, Thich Nhat. Meditação andando: guia para a paz interior. 21. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.

_____. Silêncio: o poder da quietude em um mundo barulhento. Rio de Janeiro, RJ: Harper Collins, 2018.

HÖFFE, Otfried. Immanuel Kant. Tradução Christian Viktor Hamm, Valerio Rohden. – São Paulo: Martins Fontes, 2005.

KANT, Immanuel. Crítica da razão pura. "Do ideal de Sumo Bem como um fundamento determinante do fim último da razão puraSegunda seção". (A 805, 806 - B833, 834). Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 1994.

______. Lições de Ética. Trad. Bruno Cunha e Charles Feldhaus. São Paulo: Unesp, 2018.

______. Crítica da razão prática. Trad. Monique Hulshof. Petrópolis, RJ: Vozes, 2016.

______. Sobre a Pedagogia. Tradução de Francisco Cock Fontenella. Piracicaba, SP: Editora Unimep, 1996.

______. Sobre a Pedagogia. Petrópolis, RJ, Editora Vozes, 2021.

______. Antropologia de um ponto de vista pragmático. Tradução Clélia Aparecida Martins. São Paulo: Iluminuras, 2006.

______. Cursos de Antropologia: a faculdade de conhecer (Excertos). Seleção, tradução e notas de Márcio Suzuki. São Paulo: Editora Clandestina, 2017.

______. Resposta à pergunta: o que é “esclarecimento”?. In: Immanuel Kant textos seletos. Petrópolis, RJ: Vozes, 1985.

KARDEC, A. Le Livre des Esprits. Paris, Dervy-Livres, s.d. (dépôt légal 1985). (O Livro dos Espíritos. Trad. Guillon Ribeiro, ______. O livro dos Espíritos. 93. ed. - 1. reimpressão (edição histórica). Brasília, DF: Feb, 2013. (Q. "A lei natural"; 614-621; "As leis do progresso" - Q. 776-802) "As virtudes e os vícios" - Q. 893-912; 918-919 e 964)

LEBRUN, Gérard. O conceito de paixão. In: NOVAES, Adauto (org.). Os sentidos da paixão. São Paulo: Cia. das Letras, 1987.

MARCO AURÉLIO. Meditações. São Paulo: Abril Cultural, 1973.

______. Meditações. São Paulo: Penguin/Companhia das Letras, 2023.

PLATÃO. Mênon. Trad. Maura Iglésias. Rio de Janeiro: Ed. PUC-RIO; São Paulo: Ed. Loyola, 2001.

________. República de Platão. Trad. J. Guinsburg. São Paulo: Perspectiva, 2012.

________. Teeteto. Trad. Adriana Manuela Nogueira e Marcelo Boeri. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2010.

________. Timeu. Trad. Maria José Figueredo. Lisboa: Instituto Piaget, 2003.

ROBERTSON, Donald. The Philosophy of Cognitive Behavioural Therapy (CBT): stoic philosophy as rational and Cognitive Psychotherapy. Londres  :Karnac Books, 2010.

______. Pense como um imperador. Trad. Maya Guimarães. Porto Alegre: Citadel Editora, 2020.

______. How to think Like a roman emperor: the stoic philosophy of Marcus Aurelius. New York: St. Martin's Press, 2019.

SELLARS, J. The Art of Living: the stoics on the nature and function of philosophy. Burlington: Ashgate, 2003.

SÉNECA, Lúcio Aneu. Cartas a Lucílio. 5. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 2014.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

PALESTRA: "SUMO BEM E TEODICEIA NO PENSAMENTO DE KANT"

Palestra on-line "Sumo bem e Teodiceia no pensamento de Kant" no evento Kant300anni

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O Professor Bruno Cunha apresentará sua "[...] tese compatibilista entre a corrente que considera que o Bem Supremo ser compreendido uma perspectiva individual, tanscendente e religiosa, segundo a qual a conexão entre virtude e felicidade é pens´vel sob as condições conjuntas da imortalidade da alma e da existência de Deus; a perspectiva coletiva e imanente, a partir da qual se atrbui um papel central à dimensão histórica e política. Por último, argumenta que "[...] como problema da razão, o Sumo Bem dever ser interpretado, em suas dimensões imanente e transcendente, como uma nova abordagem do problema da Teodicéia."

Uma excelente proposta de discussão:






A "CRENÇA EM KANT": BELIEF IN KANT

PROGRAMA DO EVENTO
Em 24 de janeiro de 2025

 

AINDA ALGUNS TÓPICOS SOBRE "O PROCESSO DE SEPARAÇÃO ENTRE FILOSOFIA E PSICOLOGIA" (II)

 

Assim que foi lançado, acrescentei aqui em 17.10.2020, uma obra que tratava da separação, no séc. XIX entre filosofia e a psicologia. Conheço outras obras do autor. Ademais a temática não se distancia dos meus interesses de pesquisa atuais.

Trata-se do livro: Psicologia e filosofia: estudos sobre a querela em torno ao psicologismo”, que discute e defende que “o processo de separação entre filosofia e psicologia marca um dos temas decisivos nas origens da filosofia contemporânea, dando lugar, como um de seus desdobramentos, à chamada querela em torno ao psicologismo (Psychologismusstreit). Esta enfatiza primariamente a questão acerca da possibilidade ou da impossibilidade da redução da filosofia ― em especial, suas disciplinas normativas, como a lógica, a ética e a estética ― à psicologia. Tal querela é decisiva para a formação de todas as escolas filosóficas que surgiram desde a segunda metade do século XIX até o início do século XX, dentre as quais se destacam a psicologia descritiva, o neokantismo, a fenomenologia, a hermenêutica e a filosofia analítica.”

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Hoje 16.01.2025 soube do Lançamento de novo livro do prof. Mario:

Trata-se de "Novas considerações sobre a relação psicologia-filosofia: estudos sobre a querela em torno ao psicologismo (Psychologismusstreit)".

Conheci o trabalho do prof. Mario Ariel González Porta a partir de textos e cursos sobre Kant; escreveu e também li alguns de seus textos sobre a relação Psicologia-Filosofia.

(Grifos destaques  meus)

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"O livro trata da confrontação central para a gênese da fenomenologia entre o projeto fenomenológico e o psicologismo. De maneira atenta e rica em termos históricos, Mário Porta reconstrói os vários âmbitos desse embate e mostra o que a fenomenologia aporta em termos de solução para esse problema."

______.

ASSIS, Machado de. Todos os romances e contos consagrados de Machado de Assis. Rio de Janeiro, RJ: Nova Fronteira, 2016. ("Box" em três volumes)

______. Memorial de Aires. Porto Alegre, RS: L&PM, 2009.

______. Esaú e Jacó. Porto Alegre, RS: L&PM, 1998.

BARROS, Daniel Martins de. Machado de Assis: loucura e as leis. São Paulo: Brasiliense, 2010.

BORCH-JACOBSEN, Mikkel; SHAMDASANI, Sonu. The Freud files: an inquiry into the history of psychoanalysis. Cambridge University Press, 2012.

CORDÁS, Táki Athanássios; BARROS, Daniel Martins de; GONZALEZ, Michele Oliveira. Personagens ou pacientes? 2: mais clássicos da literatura mundial para refletir sobre a natureza humana. Porto Alegre, RS: Artmed, 2019.

DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 3. ed. – Porto Alegre, RS: Artmed, 2019.

______. Religião, psicopatologia e saúde mental. Porto Alegre, RS: Artmed, 2008.

DALRYMPLE, Theodore. Evasivas admiráveis: como a psicologia subverte a moralidade. São Paulo: Ed. É Realizações, 2017.

FERMÉ, Eduardo; Hansson, Sven Ove. Belief Change: introduction and overview. Springer,  2018.

FFYTCHE, Matt. The foundation of the unconscious: Schelling, Freud and the birth of the modern psyche. Cambridge University Press, 2011.

JUNG, Carl Gustav. Psicologia do insconsciente. 22. ed. Petrópolis/RJ: Editora Vozes, 2011. (Obras completas, Vol. 7/1).

______. O eu e seu inconsciente. 27. ed. Petrópolis/RJ: Editora Vozes, 2011. (Obras completas, Vol. 7/2). FREUD, Sigmund. Interpretação do sonhos. In: Obras completas. vol 4. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

______. Estudos psiquiátricos. 6. ed. Petrópolis/RJ: Editora Vozes, 2011. (Obras completas, Vol. 1)

______. Psicologia do inconsciente. Petrópolis/RJ: Editora Vozes, 2011. (Obras completas, Vol. 7/1).

______. O eu e o inconsciente. Petrópolis/RJ: Editora Vozes, 2011. (Obras completas, Vol. 7/2.)

______. Estudos experimentais. 6. ed. Petrópolis/RJ: Editora Vozes, 2011. (Obras completas, Vol. 2)

______. Psicogênese das doenças mentais. 6.ed. Petrópolis/RJ: Editora Vozes, 2011. (Obras completas, Vol. 3)

______. Freud e a psicanálise. 6. ed. Petrópolis/RJ: Editora Vozes, 2011. (Obras completas, Vol. 4)

______. Presente e futuro. 6. ed. Petrópolis/RJ: Editora Vozes,2011. (Obras completas, Vol. 10/1)

LEITE NETO, A.; CECÍLIO, A. L.; JAHN, H. (Orgs.). Machado de Assis: obra completa em quatro volumes. LEITE NETO, A.; CECÍLIO, A. L.; JAHN, H. (Orgs.). 2.ed. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2008. 4v.

PORTA, Mario Ariel González. Psicologia e filosofia: estudos sobre a querela em torno ao psicologismo (Psychologismusstreit). São Paulo: Edições Loyola, 2020.

______. O pensamento de Kant. Brasília, DF: Academia Monergista, 2023.

POPPER, K. (1993). Lógica da pesquisa científica. São Paulo: Edusp.

______. O conhecimento e o problema mente-corpo. Lisboa: Edições 70, 2009.

______; ECCLES, J. C. O cérebro e o pensamento. Campinas, SP: Papirus; Brasília, DF: Ed. Universidade de Brasília, 1992.

______. O conhecimento objetivo. Belo Horizonte, MG: Itatiaia, 1999.

______. O eu e seu cérebro. Campinas, SP: Papirus; Brasília, DF: Ed. Universidade de Brasília, 1995.

______. Conjecturas e refutações. Trad. Bath S. Brasília: UB, 1972.

SHAMDASANI, Sonu. Jung e a construção da psicologia moderna: o sonho de uma ciência. Aparecida, SP: Editora Idéias & Letras, 2011.

 

 


quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

MEDITAÇÃO RETROSPECTIVA NOTURNA CLXVII: UMA RECORDAÇÃO DO "EEDME 1990"

Um Clinâmen

Estive lá!

Jovens dirigentes se encontraram no 6º EEDME em Presidente Prudente:

Bateu saudades da época.

Entre 6 e 8 de outubro de 1990 realizou-se no Campus da Unesp de Presidente Prudente o 6º EEDME. (Escondidinho, de costas para o Dirigente estadual à época, apareço na foto olhando para trás).

Organizado pelo DM/USE. Cerca de 140 Jovens Dirigentes de Mocidade oriundos de várias regiões do Estado. Estiveram reunidos e discutiram à época o tema "Mocidade: uma questão pessoal e social" desenvolvido através de vários estudos em grupo.



segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

MEDITAÇÃO VERSPETINA CLXI: DA ANTROPLOGIA KANTIANA E OUTRAS POSSÍVEIS RELAÇÕES BUSCADAS (II)


Após a “reflexão matinal”, estudando os textos de sempre, tentando escrever e revisando o texto para submissão sobre uma pesquisa, reli os trechos abaixo. 

De todas as leituras recentes sempre, em certa medida, tenho notado um renovado convite a estar atento ao que realmente está ao nosso alcance e o que não é de nossa alçada, separando pacientemente uma coisa da outra para continuar o caminho nas correções. Convite sempre reiterado, principalmente, na linha de interpretação do que escrevemos aqui, neste texto e outros. Ora, cabendo sempre observar que a prática visada concernente à filosofia moral aqui, numa perspectiva "estoica" ou "kantiana", amparadas em outras referências clássicas na filosofia, preservar a motivação na busca individual pela Virtude e "cura das paixões" (no LE 907-912: controle ou "vencer as suas más inclinações"). 

Aliás, este tema "paixões" que tem sido frequente aqui nesta página, também aparece na obra citada abaixo "Antropologia de um ponto de vista pragmático" e vou escrever algo mais sobre isso, em breve. Inclusive, tentando relacionar as fontes consultadas com frequência. 

Aqui, faço um esboço sobre temas e problemas da filosofia clássica alemã, focado em questões antropológicas no pensamento clássico alemão, especificamente sobre o tema na Antropologia de Kant: “O caráter da espécie”, "a destinação do ser humanos" e a "faculdade de conhecer" (Kant. 2006, p. 215-227) entre outro temas na obra relacionados esses citados. 

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Sobre o tema e a obra:

Este inverno, pela segunda vez, estou oferecendo um curso em antropologia, o qual pretendo transformar em uma disciplina acadêmica própria... Meu intuito é expor através dela as fontes de todas as ciências, ciências da moral, ou habilidade, do convívio social, dos métodos de educar e governar seres humanos, e assim, de tudo o que pertence ao prático... Incluo muitas observações da vida comum, de forma que, meus leitores terão muitas oportunidades para comparar sua própria experiência com as minhas considerações e assim, do início ao fim, achar as aulas divertidas e nunca áridas. Em meu tempo livre, estou trabalhando em um exercício preparatório para alunos a partir desse (na minha opinião) muito prazeroso estudo empírico (Beobachtungslehre) da habilidade, prudência, e até sabedoria que, junto com a geografia física e diferente de toda outra instrução, pode ser chamado de conhecimento do mundo.

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Kant - (Carta a Marcus Herz, em 1773)

No caso de um livro que o próprio autor desejou que fosse “popular” talvez não seja supérfluo lembrar que a filosofia de Kant, por ser crítica, pretende estabelecer limites bem definidos para o conhecimento teórico, com a finalidade de assegurar à ciência a certeza e a objetividade que só podem ser alcançadas por via de regras e procedimentos formais sistematicamente construídos. E importante perceber corretamente o significa desses limites: não se trata de restringir os horizontes humanos nem de renunciar à experiência das possibilidades de conhecer e agir. Um iluminista que se dedica ao exame da razão só pode ter como meta a expansão de seu poder por via do conhecimento aprofundado da sua natureza. Se para ampliar aprimorar é preciso por vezes limitar e disciplinar, isso é algo que decorre de uma dialética interna à condição humana e de uma visão lúcida da finitude. Tenha-se presente, portanto, o caráter positivo dessa tarefa, inteiramente coerente com a perspectiva do progresso da humanidade no uso da razão.

O “ponto de vista pragmático” que Kant adota na sua Antropologia deriva desse humanismo progressista: a cultura e a educação do gênero humano só fazem sentido se servirem ao aprimoramento de cada homem, e este é o significado profundo da vinculação do saber antropológico ao mundo humano. Não se trata de utilitarismo e sim de uma concepção profunda de que o homem é, para si mesmo, finalidade e não instrumento. É isso que constitui a autenticidade de um conhecimento “pragmático”, que confere ao homem a prerrogativa de conhecer e dominar o mundo para servir aos fins humanos. Por isso o conhecimento das condições em que o homem elabora a sua própria existência não deve ser a mera descrição de mecanismos e habilidades inatos ou adquiridos, mas a avaliação do proveito que a espécie pode tirar daí para o aprimoramento de si mesma. A antropologia deve ser pragmática porque ela é inseparável do interesse do homem por si próprio e do compromisso que deve manter consigo mesmo.

É este o motivo pelo qual esse conhecimento não pode ser apenas teórico, isto é, não deve sujeitar-se aos limites da estrita objetividade, não porque desdenhe o rigor, mas porque o que está em jogo nesse caso justifica e mesmo exige um mais amplo descortino. A espécie de rigor que aí deve ser praticado conjuga-se com a ousadia de um desvelamento profundo na prática da observação. Hábitos contraídos e atitudes convencionadas devem ser superados quando o homem deseja verdadeiramente “estudar a si mesmo”. Dados de ordem científica devem ser justapostos às imagens construídas na literatura e nas artes, consideradas como fonte de apreensão dos caracteres humanos. Singularidades raciais e culturais devem ser comparadas, para ressaltar o sentido da diversidade. A antropologia, respeitando  os limites da crítica do conhecimento, ao mesmo tempo se abre à totalidade.

É esta mescla de ambição e desprendimento ― algo que talvez esteja no cerne da atitude filosófica ― que faz da Antropologia de Kant uma lição para a nossa atualidade. (Franklin Leopoldo e Silva).

(os Grifos e Destaques no texto são meus)

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Fonte: Amazon.com.br

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BECK, Judith S. Terapia cognitiva: teoria e prática. Porto Alegre, RS, 2997.

BUTLER, J; CLARKE, S; HUTCHESON, F; MANDEVILLE, B; SHAFTESBURY, L; WOLLASTON, WFilosofia moral britânica: textos do século XVIII. Campinas, SP: Ed. Unicamp, 2014.

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______. Cursos de Antropologia: a faculdade de conhecer (Excertos). Seleção, tradução e notas de Márcio Suzuki. São Paulo: Editora Clandestina, 2017.

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I CICLO DE CONFERÊNCIAS: O LUGAR DE DEUS NA FILOSOFIA ALEMÃ

  No  " Canal Filosofia de Combate" Convidamos todos a participar do "I ciclo de palestras: o lugar de Deus na filosofia alem...