domingo, 5 de janeiro de 2025

REFLEXÃO MATINAL CLIX: “CURA OU CONTROLE DAS PAIXÕES”? UMA REFLEXÃO SOBRE PERFECTIBILIDADE (III)

(IMAGEM: "Pinterest")

(em andamento)

“As paixões são como um corcel, que só tem utilidade quando governado, e que se torna perigoso quando passa a governar. Uma paixão se torna perigosa a partir do momento em que deixais de poder governá-la, e que dá em resultado um prejuízo qualquer para vós mesmos ou para outrem.” (LE, Q. 908)

Tem sido comum e bastante frequente, nas leituras de autores escolhidos para um determinado enfoque, encontrar nestes, reflexões sobre a "natureza humana". Na obra dos Estoicos entre outros grandes filósofos, por exemplo, o tema é fundamental. É o que foi a Reflexão matinal de hoje.

Começo com Musonius Rufus, que teria dito:

Todos nós fomos feitos pela natureza, de forma que possamos viver livre de erros e de forma nobre, não que um possa e outro não possa, todos podemos.”

Evidente que, como andam as coisas hoje em dia, não é difícil encontrar, inúmeros opositores ensandecidos, desequilibrados, a insistirem na negação de que se possa nascer com inclinação para as virtudes. Preferem defender que possa haver no homem uma natureza corrupta em si mesma do que admitir que, na verdade, haveria a possibilidade de que uma certa “natureza humana” pudesse ter se corrompido; que se tenha tomado direções equivocadas e desviado da meta, a qual como diz Musonius Rufus: “todos podemos” chegar. A filosofia seria uma ferramenta para retorno à nossa verdadeira “natureza humana”. Este é o foco aqui!

O que se aprenderá com a filosofia, no modo defendido aqui é que ela pode sim, revelar uma "essência" em nós. O erro, o equívoco, será uma constante mesmo na vida de quem persista em agir corretamente, mas daí não se poder ratificar que há somente uma natureza corrompida; pelo contrário, o que haveria é que, no exercício cotidiano a ocorrência dos erros e dos desvios de rota sempre se apresentam. Cabe-nos a “escolha”!

E, é isso, que exige de nós, sempre, uma profunda e repetida reflexão, por parecer apontar na direção de uma solução distante e quase impossível. Os Estoicos defendem que qualquer um pode reverter um mau comportamento, reparar os erros e se reorientar na direção no caminho das Virtudes dedicando-se ao estudo regular, constante e disciplinado da filosofia. Para eles a prática das virtudes começa por aí e prossegue-se aprendendo a separar o que é bom (virtude) do que é mau (vícios).

A meta, portanto: aprendermos a admitir que há coisas às quais podemos impor nosso controle e há coisas que fogem da nossa alçada e é pífio o poder de termos controle sobre elas. O que a proposta dos Estóicos sugere é que se exercite as ações em consonância com as que fogem ao nosso domínio, que estariam, talvez, no domínio das leis naturais. A Filosofia é tomada, portanto, como prática diária na correção dos erros e na compreensão e aceitação das próprias limitações.

Ademais, tendo estudado com frequência a obra dos estoicos, com profundo interesse no estudo sobre as paixões, recentemente, a partir mesmo do próprio Descartes, encontrei relações bem interessantes a serem pensadas e acrescentei um artigo do prof. S.S. Chibeni que corrobora em grande medida as minhas reflexões.

Portanto, é nesse sentido acrescento um trecho de artigo deste professor sobre o que diz Descartes em seu “Paixões da alma” porque neste texto ele apresenta o tema numa nova perspectiva, tomando como ponto de partida uma análise da “natureza das paixões”; desenvolve a ideia de “controle das paixões” muito presente no texto de Descartes enquanto os estoicos por exemplo falavam em “cura das paixões”.

Ou seja, analisa  “[...] as paixões dos pontos de vista fisiológico, psicológico e anímico. Utilizando [...] as noções de paixões boas e más, de efeitos bons e maus, de malefícios e benefícios sem questionar a distinção do bem e do mal. É evidente que para aplicarmo-nos ao controle de nossas paixões é preciso antes saber distinguir o bem do mal. Isso cabe à área da filosofia denominada moral ou ética. Descartes e a maior parte dos grandes filósofos atribuíram grande importância ao estudo da moral, procurando determinar o critério do bem e do mal e os fundamentos nos quais se apóie. Segundo ele não “[...] podemos adentrar esse assunto aqui. E se atém “[...] unicamente a alguns aspectos das relações entre as paixões e a moral, tratados em As Paixões da Alma.” sugerindo para isso a leitura atenta nesse ponto os parágrafos 47 - 49 e 52; os parágrafos 137-138 e ainda do LE Q. 907-908. (eu sempre estendo até à questão 912)

No fina de seu artigo, na seção “Na direção do infinito” ao fazer uma proposta para essa busca, diz ele: 

“Não poderíamos concluir este pequeno trabalho sem mencionar que no final da terceira parte de seu livro Descartes apresenta brevemente um outro aspecto das percepções da alma, complementar ao das paixões, tais quais as entendia. Vimos que para ele estas últimas tinham sempre uma "contraparte" orgânica. 

Sugerimos, por nossa vez, que esse aspecto talvez não seja central nas paixões, que parecem antes ser inerentes à própria alma.

De qualquer modo, dentro do referencial que elaborou, Descartes também notou que há percepções da alma que radicam nela própria, ou, em suas palavras, "emoções interiores que são excitadas na alma apenas pela própria alma" (§ 147; grifamos). Um dos exemplos que dá é a "alegria intelectual" que sentimos quando lemos um romance ou assistimos a uma peça teatral em que as situações excitam em nós diversas paixões, como a alegria, a tristeza, o ódio, o amor, trazendo-nos todas uma espécie de prazer de ordem superior.

Vejamos estas belas passagens do parágrafo 148, em que Descartes desenvolve o tema:

Ora, visto que essas emoções interiores nos tocam mais de perto e têm, por conseguinte, muito mais poder sobre nós do que as paixões que se encontram com elas, e das quais diferem, é certo que, contanto que a alma tenha sempre do que se contentar em seu íntimo, todas as perturbações que vêm de outras partes não dispõem de poder algum para prejudicá-la. Servem, antes, para lhe aumentar a alegria, pelo fato de, vendo que não pode ser por elas ofendido, conhecer com isso a sua própria perfeição. E, para que a nossa alma tenha assim do que estar contente, precisa apenas seguir estritamente a virtude. Pois quem quer que haja vivido de tal maneira que sua consciência não possa censurá-lo de alguma vez ter deixado de fazer todas as coisas que julgou serem as melhores (que é o que chamo aqui seguir a virtude), recebe daí uma satisfação tão poderosa para torná-lo feliz que os mais violentos esforços da paixão nunca têm poder suficiente para perturbar a tranqüilidade de sua alma.

Descartes aponta, assim, uma espécie de sublimação dos sentimentos, na direção da alegria perene e sem mácula que resulta tão-somente da prática da virtude. Essa a alegria que viveremos um dia, quando, pelos nossos esforços, lograrmos alcançar a excelsa condição de Espíritos puros.”

Bastante oportuno sem dúvidas, para as intenções de estudos por aqui, encontrar estas relações entre grandes filósofos e aproveitar seus escritos para a “filosofia prática” (Chibeni, 1997)

Link para o artigo: https://www.geeu.net.br/artigos/paixoes.pdf

 

(Só os grifos destaques são meus)

______.

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Nova Cultural, 1987 (col. Os Pensadores).

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CHIBENI, S.S. "As paixões: uma breve análise filosófica e espírita.", Reformador, junho de 1997, pp. 176-80.

CÍCERO. On ends (The Finibus). Tradução de H. Rackham. Harvard: https://www.loebclassics.com, 1914.

DESCARTES, R. Les Passions de l’Âme. In: Adam, C. e Tannery, P. (eds.) Oeuvres de Descartes. Tomo XI, pp. 291-497. Paris, Vrin, 1967.

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______. Discursos do Método; Meditações metafísicas; Objeções e Respostas; As Paixões da Alma; Cartas. (Introdução de Gilles-Gaston Granger; prefácio e notas de Gerard Lebrun; Trad. de J. Guinsberg), Bento Prado J. 3. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983 (Os Pensadores).

DUPLÁ, Leonardo Rodriguez. Mal y la gracia: la religión natural de Kant. Barcelona: Herder; 2019.

EPICTÉTE. Entretiens. Livres I, II, III, IV. Trad. Joseph Souilhé. Paris: Les Belles Lettres, 1956.

______. Epictetus Discourses. Trad. Dobbin. Oxford: Clarendon, 2008.

______. O Encheirídion de Epicteto. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2012. (Edição Bilíngue).

______. Testemunhos e Fragmentos. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2008.

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______. Crítica da razão pura. Tradução Valerio Rohden e Udo Moosburguer. Coleção Os Pensadores. São Paulo,Abril Cultural, 1983.

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______. Crítica da razão pura. Trad. Fernando Costa Matos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.

______. Dissertação de 1770. De mundi sensibilis ataque inteligibilis forma et princípio. Akademie-Ausgabe. Acerca da forma e dos princípios do mundo sensível e inteligível. Trad. apres. e notas de Leonel Ribeiro dos Santos. Lisboa: Imprensa Casa da Moeda. FCSH da Universidade de Lisboa, 1985.

______. Prolegômenos a qualquer metafísica futura que possa apresentar-se como ciência. Trad. José Oscar de Almeida Marques. São Paulo: Estação Liberdade, 2014)

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KARDEC, A. Le Livre des Esprits. Paris, Dervy-Livres, s.d. (dépôt légal 1985). (O Livro dos Espíritos. Trad. Guillon Ribeiro, ______. O livro dos Espíritos. 93. ed. - 1. reimpressão (edição histórica). Brasília, DF: Feb, 2013. (Q. 907-912)

LEBRUN, Gérard. O conceito de paixão. In: NOVAES, Adauto (org.). Os sentidos da paixão. São Paulo: Cia. das Letras, 1987.

MARCO AURÉLIO. Meditações. São Paulo: Abril Cultural, 1973. (Livro II. 1).

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PRICE, A. W. Conflito mental. Campinas, SP: Ed. Papirus, 1998.

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______. "Love and Friendship in Plato and Aristotle". Oxford Clarendon Press, 1989.

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RICOUER, Paul. Ser, essência e substância em Platão e Aristóteles. São Paulo: Martins Fontes, 2014.

SÉNECA, Lúcio Aneu. Cartas a Lucílio. 5. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 2014. (Carta LXXV)

SCHLEIERMACHER, F. D. E. Introdução aos Diálogos de Platão. Belo Horizonte, MG: Ed. UFMG, 2018.

TEIXEIRA, L. Ensaio sobre a Moral de Descartes. 1955. 222p. Tese (Cátedra) – Faculdade de Filosofia Ciências e Letras. São Paulo, 1955.

ZINGANO, Marco. Aristóteles: tratado da virtude moral. São Paulo: Odysseus Editora, 2008.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

REFLEXÕES SOBRE A MENTIRA EM KANT E AGOSTINHO

  
Dizer a verdade só é, portanto, um dever em relação àqueles que têm direito à verdade.” (KANT, 2013, p.72).

Benjamin Constant e Immanuel Kant defendem posições diferentes em relação aos primeiros princípios da moral e do direito.

E, nas condições físicas atuais prossigo estudando e tentando escrever o máximo possível. Aqui, por exemplo, retomei um tema da reflexão kantiana sobre Ética e sobre o Direito.  E, revisitei o texto de Kant e o de Constant.

Trata-se do problema central de saber, a partir do texto de Kant sobre questão da mentira. Kant a define como uma inverdade intencional que envolve questões tanto éticas como jurídicas, pois o ato de mentir além de tornar indigno quem o pratica ainda torna inútil a fonte do direito. Benjamim Constant em seu texto "Das reações políticascriticou Kant por ter afirmado que a mentira, independente de qual seja, é inadmissível porque torna o homem indigno. Constant admite que o direito de mentir em determinados casos é legitimado, pois, segundo o filósofo, dizer a verdade só é, portanto, um dever em relação àqueles que têm direito à verdade. Ora, o dever é o que  corresponde aos direitos de um outro, então, onde não há direitos não há deveres. Kant refuta Constant ao afirmar que seu posicionamento sobre um suposto direito de mentir, em primeiro lugar; se trata de uma fórmula pouco clara, na medida em que a verdade não é um bem ao qual o direito possa ser outorgado a alguém, mas negado a um outro; em segundo lugar, e sobretudo, porque o dever de veracidade não faz nenhuma distinção entre pessoas em relação às quais se tem esse dever, ou em relação às quais também se pudesse isentar dele, isso porque é um dever incondicional, válido em todas as circunstâncias. Pois, a mentira, enquanto violação do dever ético, é um ato indigno, que merece desprezo.

Portanto, para Kant, a questão da mentira é um problema moral, que envolve tanto a ética quanto o direito, onde não é possível um direito de mentir nem a sua legitimação. Pois, nenhuma inverdade intencional na manifestação do pensamento de alguém pode deixar de ser considerado como mentira porque um ato assim viola o direito de outros ao tornar inútil a fonte do direito, pois, sendo o princípio de verdade um dever “que deve ser considerado a base de todos os deveres a serem fundados sobre um contrato, e a lei desses deveres, desde que se lhe permita a menor exceção, torna-se vacilante e inútil.” (KANT, 2013, p. 74). Deste modo, a mentira por mais que seja bem intencionada não pode ser defendido por ser um ato indigno.

E, porque estou estudando e tentando aproximação entre Santo Agostinho e Immanuel Kant sobre o problema da mentira. Os dois estão entre os filósofos que consideram a mentira inadmissível em qualquer circunstância. Para isso, fiz releitura da questão na discussão entre Kant e Constant. 

E, esta reflexão sobre a mentira continua a ser fundamental para a compreensão ética da verdade em tempos de “fake news” e “pós-verdade.

______.

AGOSTINHO. A mentira - Contra a mentira. Trad. Ary E. Pintarelli e Alessandro Jocelito Beccari. Petrópolis, RJ: Vozes, 2025.

______. Retratações. Trad. Ary E. Pintarelli. Petrópolis, RJ: Vozes, 2025.

BECKENKAMP, Joãosinho. Introdução à filosofia crítica de Kant. Editora UFMG,  2017.

CUNHA, Bruno. A gênese da ética em Kant. São Paulo: Editora LiberArs, 2017.

GUYER, PAUL. The Cambridge companion to Kant. Cambrridge University Press, UK, 1992.

HÖFFE, Otfried. Immanuel Kant. Tradução Christian Viktor Hamm, Valerio Rohden. – São Paulo: Martins Fontes, 2005.

KANT, Immanuel. Lições de ética. Trad. Bruno Cunha e Charles Fedhaus. São Paulo: Editora Unesp, 2018.

______. A religião nos limites da simples razão. Edições 70, Lisboa, 1992.

______. A religião nos limites da razão pura. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2024.

______.Vorlesung über die philosophische EncyclopädieInKant gesalmmelte Schriften, XXIX, Berlin, Akademie, 1980, pp. 8 e 12).

______. Observações sobre o sentimento do belo e do sublime; Ensaio sobre as doenças mentais. Tradução e estudo de Vinicius de Figueiredo. São Paulo: Editora Clandestina, 2018.

______. Observações sobre o sentimento do Belo e do Sublime; Ensaio sobre as doenças mentais. (Trad. Vinícius Figueiredo). Campinas, SP: Ed. Papirus, 1993.

______. Observações sobre o sentimento do Belo e do Sublime; Ensaio sobre as doenças mentais. Lisboa: Edições 70, 2012.

______. Die Religion innerhalb der Grenzen der bloßen Vernunft. W. de Gruyter, 1968.

______. Fundamentação da metafísica dos costumes. Trad. Guido A. de. São Paulo: Discurso editoria: Barcarola, 2009.

______. A metafísica dos costumes. Trad. Clélia Aparecida Martins. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.

______. Textos pré-críticos. São Paulo: Editora Unesp, 2005.

______. Sobre um suposto direito de mentir por amor à humanidade. In: Textos seletos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.

______. Investigação sobre a clareza dos princípios da teologia e da moral. Lisboa: Imprensa Casa da Moeda, 2007.

______. Lições de Ética. Trad. Bruno Cunha e Charles Feldhaus. São Paulo: Unesp, 2018.

______. Lições sobre a Doutrina Filosófica da Religião. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis: Vozes/ São Francisco, 2019.

______. Lições de Metafísica. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis: Vozes/São Francisco, 2021.

______. Crítica da razão pura. Tradução Valerio Rohden e Udo Moosburguer. Coleção Os Pensadores. São Paulo,Abril Cultural, 1983.

______. Crítica da razão pura. "Do ideal de Sumo Bem como um fundamento determinante do fim último da razão pura. Segunda seção". (A805, 806 - B833, 834). Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 1994.

______. Crítica da razão pura. Trad. Fernando Costa Matos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.

______. Dissertação de 1770. De mundi sensibilis ataque inteligibilis forma et princípio. Akademie-Ausgabe. Acerca da forma e dos princípios do mundo sensível e inteligível. Trad. apres. e notas de Leonel Ribeiro dos Santos. Lisboa: Imprensa Casa da Moeda. FCSH da Universidade de Lisboa, 1985.

______. Prolegômenos a qualquer metafísica futura que possa apresentar-se como ciência. Trad. José Oscar de Almeida Marques. São Paulo: Estação Liberdade, 2014)

______. Prolegômenos a toda metafísica futura. Lisboa: Edições 70, 1982.

______. Resposta à pergunta: o que é esclarecimento? InEstudos Kantianos, Marília, v. 8, n. 2, p. 179-189, Jul./Dez., 2020.

______. Crítica da razão prática. Tradução de Valério Rohden. São Paulo, Martins Fontes, 2002.

______. Crítica da razão pura. Trad. Monique Hulshof. Petrópolis, RJ: Vozes, 2016.

______. Sobre a Pedagogia. Tradução de Francisco Cock Fontenella. Piracicaba, SP: Editora Unimep, 1996.

______. Antropologia de um ponto de vista pragmático. Tradução Clélia Aparecida Martins. São Paulo: Iluminuras, 2006.

______. Sobre a Pedagogia. Petrópolis, RJ, Editora Vozes, 2021.

SALGADO, Joaquim Carlos. A idéia de Justiça em Kant: seu fundamento na liberdade e na igualdade. 2. ed. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1995.

TERRA, Ricardo R. Kant e o direito. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2004.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

MEDITAÇÃO VESPERTINA CLX: REFLEXÕES METAFÍSICAS SOBRE DEUS E "VIDA BOA"

Muito interessante!

Trecho da Sinopse da editora:

Dois filósofos fazem e respondem às grandes questões sobre a busca pela fé e pela felicidade

Para buscadores de todos os tipos, a filosofia é um autocuidado atemporal. Os professores de filosofia de Notre Dame Meghan Sullivan e Paul Blaschko revigoraram essa tradição em seu curso de graduação extremamente popular e influente "Deus e a Vida Boa", no qual eles lutam com as grandes questões sobre como viver e o que torna a vida significativa.”:

"Ao mesmo tempo revolucionário e conservador... positivamente caloroso, estranhamente livre de moralismo, acolhedor de discordâncias e engajamento." -- Los Angeles Review of Books

Dois filósofos fazem e respondem às grandes questões sobre a busca pela fé e pela felicidade

Para buscadores de todos os tipos, a filosofia é um autocuidado atemporal. Os professores de filosofia da Universidade de Notre Dame, Meghan Sullivan e Paul Blaschko, guiaram milhares de estudantes na jornada para a fé e a felicidade em seu curso de graduação de sucesso, God and the Good Life.

Agora, eles nos convidam para sua sala de aula para lutar com as grandes questões sobre como viver e o que torna a vida significativa. Eles destilam orientação de Aristóteles, Platão, Marco Aurélio, Iris Murdoch e W. E. B. Du Bois para trabalhar questões como o que justifica nossas crenças, se devemos praticar uma religião e quais sacrifícios devemos fazer pelos outros.

O Method Good Life aplica a sabedoria atemporal da filosofia a estudos de caso do mundo real que exploram o amor, as finanças, a verdade e muito mais. Ao fazer isso, este livro nos empurra para escapar de nossas próprias cavernas, fazer perguntas mais fortes, explicar nossos objetivos mais profundos e lutar contra o sofrimento, a natureza da morte e a existência de Deus.

______.

Link para saber mais sobre a obra (inclusive é possível ler Um trecho do cap. 5):

https://meghansullivan.org/good-life-method-penguin/

Os Grifos e Destaques são meus.

______.

BIBLIOGRAFIA E SUGESTÕES DE LEITURA

ARRIANO FLÁVIO. O Encheirídion de Epicteto. Edição Bilíngue. Tradução do texto grego e notas Aldo Dinucci; Alfredo Julien. Textos e notas de Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão. Universidade Federal de Sergipe, 2012 

BECK, Aaron T; Alford, Brad A. O poder integrador da terapia cognitiva. Porto Alegra, RS: Artmed, 2000.

BECK, Judith S. Terapia cognitiva: teoria e prática. Porto Alegre, RS, 2997.

BLASCHKO, Paul; SULLIVAN, Good life method. Penguim Books, 2023.

BOÉCIO. (Anicius Manlius Torquatus Severinus Boetius)A consolação da filosofia. prefácio de Marc Fumaroli ; tradução do latim por Willian Li. – 2. ed. – São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2012. – (Clássicos WMF).

CALVINO, Italo. Por que ler os clássicos. Trad. Milton Moulin. São Paulo: Companhia de bolso, 2007.

CAMUS, Albert. O estrangeiro. 54. ed. Rio de Janeiro, RJ: Record, 1979.

DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 3. ed. – Porto Alegre, RS: Artmed, 2019.

______. Religião, psicopatologia e saúde mental. Porto Alegre, RS: Artmed, 2008.

DINUCCI, A.; JULIEN, A. O Encheiridion de Epicteto. Coimbra: Imprensa de Coimbra, 2014.

______. Epictetus Discourses. Trad. Dobbin. Oxford: Clarendon, 2008.

______. Testemunhos e Fragmentos. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2008.

______. The Discourses of Epictetus as reported by Arrian; fragments: Encheiridion. Trad. Oldfather. Harvard: Loeb, 1928.  https://www.loebclassics.com/

CÍCERO, M.T. 1988. De finibus bonorum et malorum / Über die Ziele des menschlichen Handelns. Edição e tradução: Olof Gigon. München/Zürich: Ártemis.

CUNHA, Bruno. A gênese da ética em Kant. São Paulo: Editora LiberArs, 2017.

DUPLÁ, Leonardo Rodriguez. Mal y la gracia: la religión natural de Kant. Barcelona: Herder; 2019.

FRANKL,Viktor. Yes to Life: in spite of everything. Beacon Press, 2020.

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GALENO. Aforismos. São Paulo: E. Unifesp, 2010.

______. On the passions and errors of the soul. Translated by Paul W . Harkins with an introduction and interpretation by Walter Riese. Ohio State University Press, 1963.

GAZOLLA, Rachel.  O ofício do filósofo estóico: o duplo registro do discurso da Stoa, Loyola, São Paulo, 1999.

HADOT, Pierre. The inner citadel: the meditations of Marcus Aurelius. London: Harvard University Press, 2001.

______. A filosofia como maneira de viver: entrevistas de Jeannie Carlier e Arnold I. Davidson. (Trad. Lara Christina de Malimpensa). São Paulo: É Realizações, 2016.

______. Exercícios espirituais e filosofia antiga. Trad. Flávio Fontenelle Loque, Loraine Oliveira. São Paulo: É Realizações, Coleção Filosofia Atual, 2014.

GAZOLLA, Rachel.  O ofício do filósofo estóico: o duplo registro do discurso da Stoa, Loyola, São Paulo, 1999.

HADOT, Pierre. The inner citadel: the meditations of Marcus Aurelius. London: Harvard University Press, 2001.

HANH, Thich Nhat. Meditação andando: guia para a paz interior. 21. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.

______. Silêncio: o poder da quietude em um mundo barulhento. Rio de Janeiro, RJ: Harper Collins, 2018.

HUIZINGA, Johan. Nas sombras do amanhã: um diagnóstico da enfermidade espiritual de nosso tempo . - Trad. Sérgio Marinho, Goiânia-GO: Editora Caminhos, 2017.

INWOOD, Brad. Reading Seneca: stoic philosophy at Rome. Oxford, Reino Unido: Clarendon Press, 2005.

IRVINE, William B. A Guide to the Good Life: the ancient art of Stoic joy. New York: Oxford University Press, 2009.

KANT, Immanuel. Observações sobre o sentimento do belo e do sublime. Papirus, Campinas, 1993.

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REFLEXÃO MATINAL CLIX: “CURA OU CONTROLE DAS PAIXÕES”? UMA REFLEXÃO SOBRE PERFECTIBILIDADE (III)

( IMAGEM : "Pinterest") (em andamento) “As paixões são como um corcel, que só tem utilidade quando governado, e que se torna perig...