sexta-feira, 22 de agosto de 2025

REFLEXÃO MATINAL CC: VIRTUDES E REFLEXÕES KANTIANAS (III)

Lançamento: Acrescentando um terceiro livro sobre o tema

Em 2024, concluí essas leituras. à época eram mais dois bons livros entre os excelentes que tenho lido e estudado durante a pesquisa nos últimos anos; os livros de Melissa Merritt são uma contribuição distinta para os estudos da obra de Immanuel Kant; no primeiro, argumenta que precisamos de um relato mais claro e textualmente mais abrangente do que é reflexão, para não apenas entender o relato de Kant sobre a virtude, mas também apreciar como o próprio Kant efetivamente refutaria antigas objeções às suas reflexões. 

"Considered in its complete perfection, virtue is therefore represented not as if a human being possesses virtue but rather as if virtue possesses him; for in the former case it would look as if he still had a choice (for which he would need yet another virtue in order to select virtue before any of the other wares on offer). Metaphysics of Morals (6:406)

“Não pode haver dúvida de que Kant pensava que deveríamos ser reflexivos: devemos nos preocupar em tomar nossas próprias decisões sobre como as coisas são e o que vale a pena fazer. As objeções filosóficas ao ideal reflexivo kantiano centraram-se em preocupações sobre o controle excessivo que a pessoa reflexiva deve exercer sobre sua própria vida mental, e os kantianos que sentem a força dessas objeções recentemente chamaram a atenção para a concepção de virtude moral de Kant como é desenvolvido em seu trabalho posterior, principalmente a Metafísica da Moral. O livro de Melissa Merritt é uma contribuição distinta para essa recente virada para a virtude na erudição de Kant. Merritt argumenta que precisamos de uma explicação mais clara e textualmente mais abrangente do que é a reflexão, a fim de não apenas entender a explicação da virtude de Kant, mas também para apreciar como ela efetivamente refuta objeções de longa data ao ideal reflexivo kantiano.” 

“There can be no doubt that Kant thought we should be reflective: we ought to care to make up our own minds about how things are and what is worth doing. Philosophical objections to the Kantian reflective ideal have centred on concerns about the excessive control that the reflective person is supposed to exert over their own mental life, and Kantians who feel the force of these objections have recently drawn attention to Kant's conception of moral virtue as it is developed in his later work, chiefly the Metaphysics of Morals. Melissa Merritt's book is a distinctive contribution to this recent turn to virtue in Kant scholarship. Merritt argues that we need a clearer, and textually more comprehensive, account of what reflection is, in order not only to understand Kant's account of virtue, but also to appreciate how it effectively rebuts long-standing objections to the Kantian reflective ideal.” 

... 

E, o segundo que recentemente li, também este da mesma autora, The sublime, que além de me ajudar nas reflexões sobre “virtudes” faz também aproximações com Sêneca, um dos autores entre os estóicos que tenho estudado frequentemente: 

“Este livro considera o relato de Kant sobre o sublime no contexto de seus predecessores, tanto nas tradições racionalistas anglófonas quanto nas alemãs. Como Kant diz com evidente endosso que "chamamos sublime aquilo que é absolutamente grande" (KUK: Crítica da faculdade do juízo, 5:248) e nada na natureza pode de fato ser absolutamente grande (só pode figurar como tal, em certas apresentações), Kant conclui que, estritamente falando, o que é sublime só pode ser o chamado humano (Bestimmung) para aperfeiçoar nossa capacidade racional de acordo com o padrão de virtude que é pensado através da lei moral. O Elemento leva em conta a diferença entre respeito e admiração como as duas principais variedades de sentimento sublime, e conclui considerando o papel do estoicismo no relato de Kant sobre o sublime, particularmente através do canal de Sêneca.” 

... 

“This Element considers Kant's account of the sublime in the context of his predecessors both in the Anglophone and German rationalist traditions. Since Kant says with evident endorsement that 'we call sublime that which is absolutely great' (Critique of the Power of Judgment, 5:248) and nothing in nature can in fact be absolutely great (it can only figure as such, in certain presentations), Kant concludes that strictly speaking what is sublime can only be the human calling (Bestimmung) to perfect our rational capacity according to the standard of virtue that is thought through the moral law. The Element takes account of the difference between respect and admiration as the two main varieties of sublime feeling, and concludes by considering the role of Stoicism in Kant's account of the sublime, particularly through the channel of Seneca.” 

...
Lançamento:
Agora acrescentando um terceiro, da mesma autora*:

Embora seja amplamente reconhecido que muitos conceitos centrais à ética kantiana têm origem estoica, ainda há relativamente pouca análise acadêmica aprofundada da importância da ética estoica para o desenvolvimento da filosofia kantiana ao longo do período crítico e além. Este volume reúne um grupo intelectualmente diverso de estudiosos dos clássicos e da filosofia para avançar nossa compreensão deste tópico, abordando questões sobre a transmissão da filosofia estoica no contexto intelectual de Kant, a qualidade da compreensão do próprio Kant sobre o estoicismo, sua transformação de algumas de suas ideias centrais e a importância do tópico para o que permanece vital na ética estoica e kantiana hoje. O volume interessará àqueles que trabalham com história da filosofia, a natureza da racionalidade, a filosofia da ação, a psicologia moral e a teoria da virtude.

* Sobre a autora: "Melissa Merritt is Senior Lecturer in Philosophy at the University of New South Wales. She has published widely on Kant’s theoretical and practical philosophy in journals including Philosophical Quarterly, European Journal of Philosophy, Southern Journal of Philosophy, British Journal for the History of Philosophy and Kantian Review.
______.

BAUMGATEN, Alexander Gottlieb; KANT Immanuel. Baumgarten's elements of first practical philosophy: a critical translation with Kant's reflections on moral philosophy. Bloomsbury Academic; Reprint edição, 2021.

FUNKE, Gerhard (ed.) et al.; SALA, Giovanni B; MALTER, Rudolf. Kant und die Frage nach Gott: Gottesbeweise und Gottesbeweiskritik in den Schriften Kants. Berlim: Walter de Gruyrer, 2010.

KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos costumes. Trad. Guido A. de. São Paulo: Discurso editoria: Barcarola, 2009.

______. Gesammelte Schriften. Vol. I-XXIX. Berlim: Reimer (De Gruyter) 1910-1983.

______. Textos pré-críticos. São Paulo: Editora Unesp, 2005.

______. Textos seletos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.

______. Investigação sobre a clareza dos princípios da teologia e da moral. Lisboa: Imprensa Casa da Moeda, 2007.

______. Kants Populäre Schriften. Edição de Paul Menzer (1911). Berlim: Walter de Grutter; Reprint, 2018.

Lições de ética. Trad. Bruno Cunha e Charles Fedhaus. São Paulo: Editora Unesp, 2018.

______. A religião nos limites da simples razão. Edições 70, Lisboa, 1992.

______. A religião nos limites da simples razão. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2024.

______.Vorlesung über die philosophische EncyclopädieInKant gesalmmelte Schriften, XXIX, Berlin, Akademie, 1980, pp. 8 e 12).

______. Observações sobre o sentimento do belo e do sublime; Ensaio sobre as doenças mentais. Tradução e estudo de Vinicius de Figueiredo. São Paulo: Editora Clandestina, 2018.

______. Observações sobre o sentimento do Belo e do Sublime; Ensaio sobre as doenças mentais. (Trad. Vinícius Figueiredo). Campinas, SP: Ed. Papirus, 1993.

______. Observações sobre o sentimento do Belo e do Sublime; Ensaio sobre as doenças mentais. Lisboa: Edições 70, 2012.

______. Die Religion innerhalb der Grenzen der bloßen Vernunft. W. de Gruyter, 1968.

MERRITT, Melissa. Kant on reflection and virtue. Cambridge Universty Press, 2018.

______. The sublime. Cambridge Universty Press, 2018.

______. Kant and stoic ethics. Cambridge University Press, 2025.

domingo, 17 de agosto de 2025

REFLEXÃO MATINAL CLLXXIV: DIGRESSÃO... COSMOVISÃO E O "MANUAL DE ESTOICISMO" (II)

 

 

Nessa manhã, prosseguindo os estudos de Kant (KrV, KpV e Lições de metafísica, seguindo os trabalhos de Karin de Boer Katharina Kraus e estoicismo, anoto algumas reflexões para retomada e prosseguimento.

Para começar, segundo Sellars, a partir de Epictetus, por exemplo, descreve a filosofia da seguinte maneira: 

A filosofia não promete obter qualquer coisa exterior para o homem, pois se o fizesse ela estaria admitindo algo que se encontra fora de seu material apropriado (hules). Pois assim como a madeira é o material (hule) do carpinteiro, e o bronze o do estatuário, também a própria vida de cada indivíduo (ho bios autou hekastou) é o material da arte de viver (tes peri bion technes). (EPICTETUS, Discursos 1.15.2, apud SELLARS, 2003, p. 56)

Então, em meio a tanta confusão, nos colocamos a pensar no hábito a que tantos se deixam seduzir (eu mesmo me deixei levar noutro tempo): do pessimismo, por um lado e do extremo esforço em "mudar o mundo" por outro lado.

A isso acrescento esse novo livro:

LANÇAMENTO: DINUCCI, Aldo; JULIEN, Alfredo. Manual de estoicismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2025. 

Em breve: o Manual (na tradução de Dinucci e Julien publicada pela Imprensa de Coimbra de 2014), os fragmentos (na tradução de Aldo Dinucci e Alfredo Julien publicada em edição universitária em 2009) e as 4 primeiras diatribes de Epicteto (na tradução de Dinucci publicada pela Imprensa de Coimbra em 2019) em um só volume!”

Sobre o livro:

Conhecido como um mestre do estoicismo, e grande referência para Marco Aurélio e suas Meditações, Epicteto chegou a Roma como um servo, onde aprendeu filosofia e ganhou a liberdade. A partir de então, procurou mostrar como esta disciplina nos ensina a viver. Este livro sintetiza suas ideias fundamentais.

"Manual" significa algo que está "à mão", e foi isto que Flávio Arriano, o compilador dos pensamentos do lendário Epicteto buscou: resumir em um pequeno livreto o pensamento estoico. Esta edição, traduzida diretamente do grego, traz, além do Manual, as famosas Diatribes, e fragmentos epictetianos, que refletem o alcance de seu pensamento, que atrai novos discípulos para a escola da filosofia estoica até hoje.

Link com anotações sobre a obra, sobre o estoicismo e Epicteto: https://marcosfilosofiamoderna.blogspot.com/2023/06/reflexao-matinal-clvi-manual-de.html

Link para o vídeo de Lançamento no youtube: https://youtu.be/pZka-RyZ4fI?si=gZRMAIFZoP_sd_8H

______.

ARRIANO FLÁVIO. O Encheirídion. Edição Bilíngue. Tradução do texto grego e notas Aldo Dinucci; Alfredo Julien. Textos e notas de Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão. Universidade Federal de Sergipe, 2012). 

CUNHA, Bruno. A gênese da ética em Kant. São Paulo: Editora LiberArs, 2017. 

______. Lições sobre a doutrina filosófica da religião. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis, RJ: Vozes, 2019. 

DINUCCI, Aldo. Manual de estoicismo. Campinas, SP: Editora Auster, 2023. 

______. JULIEN, Alfredo. Manual de estoicismo. São Paulo: Penguin/ Companhia da Letras, 2025.

EPICTÉTE. Entretiens. Livre I, II, III, IV. Trad. Joseph Souilhé. Paris: Les Belles Lettres, 1956. 

______. Epictetus Discourses. Trad. Dobbin. Oxford: Clarendon, 2008. 

______. O Encheirídion de Epicteto. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2012. (Edição Bilíngue). 

______. Testemunhos e Fragmentos. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2008. 

______. The Discourses of Epictetus as reported by Arrian; fragments: Encheiridion. Trad. Oldfather. Harvard: Loeb, 1928.  https://www.loebclassics.com/ 

GALENO. Aforismos. São Paulo: E. Unifesp, 2010. 

______. On the passions and errors of the soul. Translated by Paul W . Harkins with an introduction and interpretation by Walter Riese. Ohio State University Press, 1963. 

GAZOLLA, Rachel.  O ofício do filósofo estóico: o duplo registro do discurso da Stoa, Loyola, São Paulo, 1999. 

HADOT, Pierre. The inner citadel: the meditations of Marcus Aurelius. London: Harvard University Press, 2001. 

HANH, Thich Nhat. Meditação andando: guia para a paz interior. 21. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000. 

KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos costumes. Trad. Guido A. de Almeida. São Paulo: Discurso editoria: Barcarola, 2009. 

______. Lições de ética. Trad. Bruno Cunha e Charles Fedhaus. São Paulo: Editora Unesp, 2018. 

______. O único argumento possível para uma demonstração da existência de Deus. Lisboa: INCM, 2004. 

KARDEC, A. Le Livre des Esprits. Paris, Dervy-Livres, s.d. (dépôt légal 1985). ______. O livro dos Espíritos. 93. ed. - 1. reimpressão (edição histórica). Brasília, DF: Feb, 2013a. (Q. 74a “A razão”); Q. 907-912: "paixões"; 893-906: “virtudes e vícios”e 920-933: "felicidade") 

KING, C. Musonius Rufus: Lectures and Sayings. CreateSpace Independent Publishing Platform, 2011. 

LONG, A. A. Epictetus: a stoic and socratic guide to life. New York: Oxford University Press. 2007. 

LUTZ, C. Musonius Rufus: the Roman Socrates. Yale Classical Studies 10 3-147, 1947. 

ROBERTSON, Donald. The Philosophy of Cognitive Behavioural Therapy (CBT): stoic philosophy as rational and Cognitive Psychotherapy. Londres  : Karnac Books, 2010. 

______. Pense como um imperador. Trad. Maya Guimarães. Porto Alegre: Citadel Editora, 2020. 

______. How to think Like a roman emperor: the stoic philosophy of Marcus Aurelius. New York: St. Martin's Press, 2019. 

RUSSEL, Bertrand. A conquista da felicidade. Rio de Jamneiro, RJ: Nova Fornteira, 2015. 

SCHLEIERMACHER, F. D. E. Introdução aos Diálogos de Platão. Belo Horizonte, MG: Ed. UFMG, 2018. 

SCHELLE, Karl Gottlob. A arte de passear. São Paulo: Martins Fontes, 2001.  

SELLARS, J. The Art of Living: The Stoics on the Nature and Function of philosophy. Burlington: Ashgate, 2003.

______. Lições de estoicismo: O que os filósofos antigos têm a ensinar sobre a vida. Rio de Janeiro: Editora Sextante, 2023. 

______. Lessons in Stoicism: What ancient philosophers teach us about how to live.  Londres: Penguin Books Ltd, 2020. 

______. Hellenistic Philosophy. Oxford University Press, 2018. 

______. Aristotle: Understanding the world's greatest philosopher. Pelican, 2023. 

______. Estoicismo. Petrópolis, RJ: Vozes Nobilis, 2024. 

SOLNIT, Rebecca. Wanderlust: a history of walking. Penguim books, 2001. 

SCHNEEWIND, Jeromé. Obligation and virtue: an overwien of Kant's moral philosophy. The Cambridge Companio to Kant. United Kingdom. Cambridge University Press, 1992. 

______. Aristotle, Kant and the stoics: rethinnking happiness and duty. Cambridge University Press; Edição: Reprint, 1998.

______. A invenção da autonomia: uma história da filosofia moral moderna. São Leopoldo: Unisinos, 2001.  

THOUREAU, Henry David. Andar a pé: um ritual interior de sabedoria e liberdade. Loures: Editora Alma dos livros, 2021. 

sábado, 9 de agosto de 2025

REFLEXÃO MATINAL CLXXIII: PROBLEMAS KANTIANOS E A "ORIGEM DO MAL"(II)

 

Há alguns anos, como tem sido uma constante, mantendo o foco das leituras atuais, a que tenho me dedicado, aqui acrescento outra obra sobre a qual acabei de ler uma resenha.

"[...] longe da posição de Kant está a visão secularista que trata a religião com desprezo, considerando-a como nada mais que uma relíquia do passado ou um deplorável refúgio para os ignorantes e supersticiosos" (A. W., 2009)

Prosseguindo os trabalhos com mais uma releitura,  na "tônica dominante" das leituras de hoje.

...

Die zentrale These lautet, dass Kants Theorie des radikalen Bösen mit seiner Konzeption der moralischen Freiheit als Autonomie vereinbar ist. Vorlesungsnachschriften und Baumgartens Vermögenspsychologie erweisen sich als wertvolle Interpretationshilfen. Die handlungstheoretischen Grundlagen von Kants Konzeption einer Freiheit zum Bösen und Irrationalen werden herausgearbeitet. Die freie Entscheidung für eine böse Handlung lässt sich als zurechenbarer Verzicht auf Autonomie auffassen. Im Anschluss an Baumgarten vertritt Kant einen fähigkeitsbasierten und graduell verstehbaren Freiheitsbegriff. Kants Freiheitstheorie baut unmittelbar auf Baumgartens »Psychologia empirica« auf. Kant geht wesentlich über Baumgarten hinaus und entwickelt eine facettenreiche und heute noch diskussionswürdige Position zur Willensfreiheit.

...

“A tese central é que a teoria kantiana do mal radical é compatível com sua concepção de liberdade moral como autonomia. Notas de aula e a psicologia da capacidade de Baumgarten demonstram ser valiosos auxílios à interpretação. Os fundamentos da teoria da ação da concepção kantiana da liberdade para cometer o mal e do irracional são elaborados. A livre decisão de cometer um ato maligno pode ser entendida como uma renúncia atribuível à autonomia. Seguindo Baumgarten, Kant defende um conceito de liberdade baseado na capacidade e gradualmente compreensível. A teoria kantiana da liberdade baseia-se diretamente na "Psychologia empirica" de Baumgarten. Kant vai significativamente além de Baumgarten e desenvolve uma posição multifacetada sobre o livre-arbítrio que ainda hoje é digna de discussão.

...

Link (Kant-Forschungen - Bd 36):

https://meiner-elibrary.de/book/1802/das-radikale-boumlse-und-die-freiheit-der-willkuumlr

...

Encerrando mais uma releitura atenta das “Lições sobre a doutrina filosófica da religião”, outra obra fundamental para o trabalho em andamento. 

O manuscrito estudantil das Lições sobre a doutrina filosófica da religião, ministradas muito provavelmente no semestre de inverno de 1783/1784, foi publicado pela primeira vez em 1817 por Karl Heinrich Ludwig Pölitz. Kant ministrou essas Lições tendo como base escritos metafísicos e teológicos que tinham sido publicados por influentes filósofos alemães de sua época. Mas, em suas Lições, Kant não apenas faz referência à posição desses filósofos. Ao contrário, ele também os comenta e os critica, fornecendo importantes indicações de sua perspectiva filosófica sobre problemas que estão localizados na interface entre teologia, religião, metafísica e filosofia moral. O leitor desses manuscritos adquire uma impressão bastante favorável do alto nível em que Kant e seus contemporâneos refletiram, por exemplo, sobre as, segundo ele, três possíveis provas especulativas da existência de Deus. As Lições sobre a doutrina filosófica da religião são indubitavelmente uma importante fonte para a nossa compreensão da filosofia crítica de Kant.

Acrescento hoje: "Mal y la gracia: la religión natural de Kant"

Kant publicou, em 1793, Religião dentro dos limites da simples razão , seu escrito mais importante sobre a filosofia da religião. Nesta obra ele explicou suas ideias sobre a "religião natural", a única doutrina religiosa em que a própria razão pode ser usada, sem apelar à autoridade da revelação. O método escolhido por Kant consiste em descobrir até que ponto os conteúdos dogmáticos do Cristianismo e os ensinamentos da Bíblia podem ser reconstruídos e assumidos pela razão autônoma.

Procedendo desta forma, Kant proporá dupletos racionais de muitos dos conteúdos da religião positiva sob exame. Durante muito tempo, a religião natural kantiana foi vista com suspeita pelos estudiosos da obra do grande pensador prussiano. Em particular, as objecções levantadas contra a sua teoria do mal radical e a sua concepção da graça tornaram consideravelmente difícil a recepção deste aspecto da filosofia kantiana.

O objetivo deste trabalho é mostrar a coerência interna da religião natural e seu enquadramento harmonioso no projeto crítico kantiano.

(Grifos e Destaques meus)

______.

 

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Nova Cultural, 1987 (col. Os Pensadores).

______. Ethica Nicomachea - III 9 - IV 15: As virtudes morais. Trad. Marco Zingano. São Paulo: Odysseus Editora, 2019.

BICALHO, Vanessa Brun. Ciência e sabedoria de vida na filosofia transcendental de Kant à luz do estoicismo. Tese de Doutorado (Campus de Toledo). Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Unioeste, 2021.

BRUNNER, Jürgen. Das radikale Böse und die Freiheit der Willkür: Kants Theorie des Bösen und die Vorstufen bei Baumgarten. Hamburg: Felix Meiner Verlag, 2025.

BUTLER, J; CLARKE, S; HUTCHESON, F; MANDEVILLE, B; SHAFTESBURY, L; WOLLASTON, WFilosofia moral britânica: textos do século XVIII. Campinas, SP: Ed. Unicamp, 2014.

CÍCERO, M.T. 1988. De finibus bonorum et malorum / Über die Ziele des menschlichen Handelns. Edição e tradução: Olof Gigon. München/Zürich: Ártemis.

CUNHA, Bruno. A gênese da ética em Kant. São Paulo: Editora LiberArs, 2017.

DUPLÁ, Leonardo Rodriguez. Mal y la gracia: la religión natural de Kant. Barcelona: Herder; 2019.

KANT, Immanuel. Lições de ética. Trad. Bruno Cunha e Charles Fedhaus. São Paulo: Editora Unesp, 2018.

______. Começo conjectural da história humana. São Paulo: Unesp, 2010. (p.80-81).

______. Ideia de uma história de um ponto de vista cosmopolita. São Paulo: Martins Fontes, 2004.

______. A religião nos limites da simples razão. Edições 70, Lisboa, 1992.

______. A religião nos limites da simples razão. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2024.

______.Vorlesung über die philosophische EncyclopädieInKant gesalmmelte Schriften, XXIX, Berlin, Akademie, 1980, pp. 8 e 12).

______. Observações sobre o sentimento do belo e do sublime; Ensaio sobre as doenças mentais. Tradução e estudo de Vinicius de Figueiredo. São Paulo: Editora Clandestina, 2018.

______. Observações sobre o sentimento do Belo e do Sublime; Ensaio sobre as doenças mentais. (Trad. Vinícius Figueiredo). Campinas, SP: Ed. Papirus, 1993.

______. Observações sobre o sentimento do Belo e do Sublime; Ensaio sobre as doenças mentais. Lisboa: Edições 70, 2012.

______. Die Religion innerhalb der Grenzen der bloßen Vernunft. W. de Gruyter, 1968.

______. Fundamentação da metafísica dos costumes. Trad. Guido A. de. São Paulo: Discurso editoria: Barcarola, 2009.

______. A metafísica dos costumes. Trad. Clélia Aparecida Martins. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.

______. Textos pré-críticos. São Paulo: Editora Unesp, 2005.

______. Textos seletos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.

______. Investigação sobre a clareza dos princípios da teologia e da moral. Lisboa: Imprensa Casa da Moeda, 2007.

______. Lições de Ética. Trad. Bruno Cunha e Charles Feldhaus. São Paulo: Unesp, 2018.

______. Lições sobre a Doutrina Filosófica da Religião. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis: Vozes/ São Francisco, 2019.

______. Lições de Metafísica. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis: Vozes/São Francisco, 2021.

______. Crítica da razão pura. Tradução Valerio Rohden e Udo Moosburguer. Coleção Os Pensadores. São Paulo,Abril Cultural, 1983.

______. Dissertação de 1770. De mundi sensibilis ataque inteligibilis forma et princípio. Akademie-Ausgabe. Acerca da forma e dos princípios do mundo sensível e inteligível. Trad. apres. e notas de Leonel Ribeiro dos Santos. Lisboa: Imprensa Casa da Moeda. FCSH da Universidade de Lisboa, 1985.

______. Prolegômenos a qualquer metafísica futura que possa apresentar-se como ciência. Trad. José Oscar de Almeida Marques. São Paulo: Estação Liberdade, 2014)

______. Prolegômenos a toda metafísica futura. Lisboa: Edições 70, 1982.

______. Resposta à pergunta: o que é esclarecimento? InEstudos Kantianos, Marília, v. 8, n. 2, p. 179-189, Jul./Dez., 2020.

______. Crítica da razão prática. Tradução de Valério Rohden. São Paulo, Martins Fontes, 2002.

______. Sobre a Pedagogia. Tradução de Francisco Cock Fontenella. Piracicaba, SP: Editora Unimep, 1996.

______. Antropologia de um ponto de vista pragmático. Tradução Clélia Aparecida Martins. São Paulo: Iluminuras, 2006.

______. Sobre a Pedagogia. Petrópolis, RJ, Editora Vozes, 2021.

KARDEC, A. Le Livre des Esprits. Paris, Dervy-Livres, s.d. (dépôt légal 1985). ______. O livro dos Espíritos. Trad. Guillon Ribeiro, 93. ed. - 1. reimpressão (edição histórica). Brasília, DF: Feb, 2013. (Q. 893-919: "As virtude e os vícios”; “Paixões"; “Caracteres do homem de bem”; “Conhecimento de si mesmo” e 920-933: "Felicidade"; Q. 614-648: "Caracteres da Lei natural"; "Origem e conhecimento da Lei natural"; "O bem e o mal"; "Divisão da Lei natural").

SCHOPENHAUER, Arthur. Metafísica dos costumesSão Paulo: Editora Unesp, 2024.

______. Os dois problemas fundamentais da ética. Petrópolis, RJ: Vozes, 2024.

VUJOŠEVIĆ, Marijana. Kant on Self-Control. Cambridge University Press; 2024.


domingo, 3 de agosto de 2025

TEMPO DE ESTUDOS SOBRE O TEMPO (II): BERGSON, O TEMPO E O LIVRE-ARBÍTRIO

 

Kant, Bergson e o Livre-arbítrio ?

Uma digressão, mas lendo Bergson e demais autores pelo interesse em Kant: Ainda estudando sobre o tempo: A primeira vez que li e ouvi sobre essa questão do tempo foi a partir das questões levantadas por Santo Agostinho. Aqui, sempre retorno à tais questões.

Hoje, mais uma vez, encerradas as leituras Obrigatórias, fiz uma pausa para reler um texto sobre “espiritualidade e saúde”, assunto que leva sempre a Sócrates; Platão; Aristóteles; Kant; William James; Koenig; Jaspers; Bergson; Agostinho. Claro, entre outros que consideram o tema muito importante.

Depois, na pausa da tarde, conhecendo um autor que não conhecia Étienne Klein de quem li recentemente o livro: “O tempo que passa?” (em português mas já anotei outros dele  que ainda não foram traduzidos para o português para ler com mais frequência). Bom divulgador de ciências.

Também iniciei um outro livro de um autor que há algum tempo tenho inserido nas minhas leituras. Trata-se do Ensaio sobre os dados imediatos da consciência:

***

Escrita como tese de doutoramento de Henri Bergson, em 1889, Ensaio sobre os dados imediatos da consciência é uma obra que vincula a psicologia à metafísica em uma abordagem poderosa e original.

Com ousadia, Bergson propõe uma refundação da metafísica estabelecida por Kant ao priorizar a experiência da temporalidade em vez da ideia de tempo como forma da consciência interna. 

Essas reflexões, trabalhadas nos dois primeiros capítulos do livro, levam ao questionamento final da obra sobre o que de fato é o ato livre para os seres conscientes.

Ensaio sobre os dados imediatos da consciência é um marco do pensamento filosófico do século XX que ecoa no meio intelectual até os dias atuais, agora reapresentado ao Brasil em nova tradução, de Maria Adriana Camargo Cappello, e com notas explicativas de Débora Cristina Morato Pinto, duas das maiores estudiosas de Bergson no país.

(Grifos e Destaques são meus)

______.

BERGSON, Henri, 1859-1941. Matéria e memória: ensaio sobre a relação do corpo com o espírito. Trad. Paulo Neves. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999. (Coleção tópicos).

______. Essai sur les donnés immédiates de la conscience. Createspace Independent Pub, 2016.

______. Ensaio sobre os dados imediatos da consciênciaTrad. Maria Adriana Camargo Cappello e Notas explicativas de Débora Cristina Morato Pinto. São Paulo: Edipro, 2020.

______. Evolução criadora. São Paulo: Editora Unesp, 2010.

______. Ensaio sobre os dados imediatos da consciência. São Paulo: Edipro, 2020.

______. A energia espiritual. 2. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2021.

______. Duas fontes da moral e da religião. Lisboa: Edições 70, 2019.

ANTOGNAZZA, Maria Rosa. The Oxford Handbook of Leibniz. Oxford University Press, 2018.

BAIASU, Sorin; TIMMONS, Mark (eds.). The Kantian Mind. Routledge, 2023.

BECKENKAMP, Joãosinho. Introdução à filosofia crítica de Kant. Editora UFMG,  2017.

BERGSON, Henri. Ensaio sobre os dados imediatos da consciênciaTrad. Maria Adriana Camargo Cappello e Notas explicativas de Débora Cristina Morato Pinto. São Paulo: Edipro, 2020.

BOHR, Niels. Física atômica e conhecimnto humano. Rio de Janeiro, RJEd. Contraponto, 2007.

BRAGA, Ruben. A apercepção originária de Kant na física do século XX. Brasília, DF, 1991.

EUCLIDES. Os elementos. Trad. Irineu Bicudo. São Paulo: Ed. Unesp, 2009.

FEYMANN, Richard. Lições de física: a edição do novo milênio. Porto Alegre, RS: Bookman, 2019.

______. Lecciones de física. Primera edición de 1971; primera reimpresion en Mexico: Addison Wesley Longman de Mexico S.A.1998.

______; Robbins(editor); MEDINA, Maria Beatriz de (tradutor); Dyson, Freeman (prefácio). Os melhores textos de Richard P. Feynman. São Paulo: Ed. Blucher, 2015.

GRAPOTTE, Sophie (Org.); LEQUAN, Mai; RUFFING, Margit. Kant et les sciences: un dialogue philosophique avec la pluralité des savoirs. Paris: Vrin, 2011.

______; PRUNE-BRETINNET. Tinca, (dir.). Kant et Wolff: héritages et ruptures. Paris: Vrin, 2011.

______. RUFFING, Margit; TERRA, Ricardo. (dir.).  Kant - la raison pratique: concepts et héritages. Paris: Vrin, 2015.

GUYER, PAUL. The Cambridge companion to Kant. Cambrridge University Press, UK, 1992.

HAWKING, Stephen; MLODNOV, Leonard. The Grand Design. ‎New York Bantam. 2010

HERRING, Emily. Herald of a restless world: how Henri Bergson brought philosophy to the people. New York: Basic Books, 2024.

HÖFFE, Otfriede. Immanuel Kant. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

______. Immanuel Kant. München: C. H. Beck, 2004.

______. Kant: crítica da razão pura: os fundamentos da filosofia moderna. São Paulo: Edições Loyola, 2013.

KANT, Immanuel. Crítica da razão pura. 3. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 1994.

______. Crítica da razão prática. Edição bilíngüe.Tradução Valerio Rohden. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

____. Crítica da faculdade do juízo. Trad.Valerio Rohden e António Marques. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1993.

______. Dissertação de 1770. De mundi sensibilis atque inteligibilis forma et principio. Akademie-Ausgabe. Trad. Acerca da forma e dos princípios do mundo sensível e inteligível. Trad., apres. e notas de L. R. dos Santos. Lisboa: Imprensa Casa da Moeda. FCSH da Universidade de Lisboa, 1985.

______. Prolegômenos a qualquer metafísica futura que possa apresentar-se como ciência. Trad. José Oscar de Almeida Marques. São Paulo: Estação Liberdade, 2014)

______. Prolegômenos a toda metafísica futura. Lisboa: Edições 70, 1982

______. Histoire Générale de la Nature et Théorie du ciel. Trad. Pierre Kerszberg, Anne-Marie Roviello e Jean Seidengart. Vrin 1984.

______. Observações sobre o sentimento do belo e do sublime; Ensaio sobre as doenças mentais. Tradução e estudo de Vinicius de Figueiredo. São Paulo: Editora Clandestina, 2018.

______. Observações sobre o sentimento do Belo e do Sublime; Ensaio sobre as doenças mentais. (Trad. Vinícius Figueiredo). Campinas, SP: Ed. Papirus, 1993.

______. Observações sobre o sentimento do Belo e do Sublime; Ensaio sobre as doenças mentais. Lisboa: Edições 70, 2012.

KLEIN, Étienne. O tempo passa? Sãao Paulo: Editora 34, 2019.

______. Discours sur l'origine de l'Univers. Paris: Editions Flammarion, 2010.

______. Diálogos com a esfinge. Lisboa: Instituto Piaget, 1995.

______. O tempo. Lisboa: Instituto Piaget, 1994.

KOYRÉ, Alexandre. Estudos de história do pensamento científico. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2011.

______. Estudos de história do pensamento filosófico. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2011.

______. Do mundo fechado ao universo infinito.  Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2001.

KUHN, T. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 2009.

LAKATOS, Imre. O falseamento e a metodologia dos programas de pesquisa científicaIn: LAKATOS, I. e MUSGRAVE, A. (org.) A crítica e o desenvolvimento do conhecimento. São Paulo: Cultrix, 1979.

_____. History of science and its rational reconstructionsIn: HACKING, I. (org.) Scientific revolutions. Hong-Kong: Oxford University, 1983.

______. Matemática, ciencia y epistemología. Madrid: Alianza, 1987.

______. La metodología de los programas de investigación científica. Madrid: Alianza, 1989.

LEFÈVRE, Wolfgang. (Editor) Between Leibniz, Newton, and Kant: Philosophy and Science in the Eighteenth Century

LEITE, Patrícia Kauark. Teoria quântica e filosofia transcendental: diálogos possíveis. Belo Horizonte, MG, 2022.

______. Théorie quantique et philosophie transcendantale: dialogues possibles. Hermann, 2012.

MARQUES, Ubirajara Rancan de Azevedo (Org.) Kant e a biologia. São Paulo: Editora Barcarola, 2012.

PHILONENKO, Alexis. Études kantiennes. Librairie philosophique J. Vrin, Paris, 1982.

______. L'Oeuvre de Kant: la philosophie critique. Tome I et II. J. Vrin, 1996. (col. Bibliothèque d'histoire de la philosophie)

POINCARÉ, Henri. O valor da ciência. Rio de Janeiro, RJ: Editora Contraponto, 2007.

______. Ensaio fundamentais. Rio de Janeiro, RJ: Editora Contraponto, 2008.

______. A ciência e a hipótese. Brasília, DF: Unb, 1988.

PORTA, Mário Ariel González. O pensamento de Immanuel Kant. Academia Monergista, 2023.

SILVA, Jairo José da. O que é e para que serve a Matemática. São Paulo: Ed. Unesp, 2022.

WATKINS, Eric. Kant and the sciences. Oxford University Press, 2001.

sexta-feira, 1 de agosto de 2025

TEMPO DE ESTUDOS: SOBRE O "BEM SUPREMO" E O "PROPÓSITO E O SIGNIFICADO DA VIDA"

  


Encontrei, já fazem alguns anos, estudando sobre o "Bem Supremo", uma discreta relação entre a filosofia moral kantiana e a ética estoica antiga. Em Cícero (um "platônico", com interesse em estoicismo), é possível essa aproximação. Assim, a partir da Crítica da razão prática de Immanuel Kant e Sobre os fins (De finibus bonorum et malorum) de Cícero, ainda estou estudando essa aproximação. Immanuel Kant, é sabido, critica a associação entre virtude e felicidade e, fez uma reformulação do conceito de “bem supremo”. 

Portanto, desafio posto; ainda estou trabalhando no tema, desde 10 de novembro de 2019.

Hoje, continuando com essa reflexão matinal, vejo que, na visão de Cicero, a Natureza é “o mais belo dos governos”, e no "De finibus bonorum et malorum":

“Aquele que quer viver de acordo com a natureza deve partir da visão de conjunto do mundo e da providência. Não é possível emitir juízos verdadeiros sobre os bens e os males sem conhecer todo o sistema da natureza e da vida dos deuses, nem saber se a natureza humana está ou não de acordo com a natureza universal. E, não se pode  ver, sem a física, que importância (e ela é imensa) tem as antigas máximas dos sábios: ‘Obedece às circunstâncias’‘Segue Deus’‘Conhece-te a ti mesmo’‘Nada em excesso’, etc. Somente o conhecimento dessa ciência pode nos ensinar o que pode a natureza na prática da justiça, na conservação de nossas amizades e de nossos apegos [...]”

2. "De finibus bonorum et malorum", de Marcus Tullius Cicero, foram escritos em 45 aC. BC e é considerado um dos mais extensos trabalhos filosóficos de Cícero.

Em três diálogos, são apresentadas diferentes abordagens da filosofia grega sobre o propósito e o significado da vida.

É tema fundamental da obra de Cícero, o Bem e o mal; nesse sentido passo pela reflexão sobre uma "Teodicéia kantiana", além disso, a obra reflete amplamente sobre "Os objetivos da ação humana". (trad. Julius von Kirchmann 1802-1884) de 1874.

______.

ANTOGNAZZA, Maria Rosa. The Oxford Handbook of Leibniz. Oxford University Press, 2018.

BICALHO, Vanessa Brun. Ciência e sabedoria de vida na filosofia transcendental de Kant à luz do estoicismo. Tese de Doutorado (Campus de Toledo). Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Unioeste, 2021,

BUTLER, J; CLARKE, S; HUTCHESON, F; MANDEVILLE, B; SHAFTESBURY, L; WOLLASTON, W. Filosofia moral britânica: Textos do Século XVIII. Campinas, SP: Ed. Unicamp, 2014.

CÍCERO, M.T. 1988. De finibus bonorum et malorum / Über die Ziele des menschlichen Handelns. Edição e tradução: Olof Gigon. München/Zürich: Ártemis.

CUNHA, Bruno. A gênese da ética em Kant. São Paulo: Editora LiberArs, 2017.

GIKOVATE, Flávio. Vício dos vícios: um estudo sobre a vaidade humana. São Paulo: MG Editores associados, 1987.

______. O mal, o bem e mais além: egoístas, generosos e justos. São Paulo: MG Editores associados, 2005.

______. Mudar: caminhos para a transformação verdadeira. São Paulo: MG Editores associados, 2014.

_____. Os sentidos da vida. São Paulo: Editora Moderna, 2009.

GRAPOTTE, Sophie (Org.); LEQUAN, Mai; RUFFING, Margit. Kant et les sciences: un dialogue philosophique avec la pluralité des savoirs. Paris: Vrin, 2011.

______; PRUNE-BRETINNET. Tinca, (dir.). Kant et Wolff: héritages et ruptures. Paris: Vrin, 2011.

______. RUFFING, Margit; TERRA, Ricardo.(dir.).  Kant - la raison pratique: concepts et héritages. Paris: Vrin, 2015.

KANT, I. Crítica da razão prática. Edição bilíngüe. Tradução Valerio Rohden. São Paulo: Martins Fontes. 2003.

______. Fundamentação da metafísica dos costumes. São Paulo: Discurso editoria: Barcarola, 2009.

_______. Crítica da razão pura. Tradução Valerio Rohden e Udo Moosburguer. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural 1983.

______. A religião nos limites da simples razão. Edições 70, Lisboa, 1992.

_______. Reflexionen zur MoralphilosophieIn: KANT, Immanuel. Kants Werke, Ed. Königlich Preussischen Akademie der Wissenschaften, Berlin, Georg Reimer, <Akademie Text-Ausgabe, Berlin,Walter de Gruyter & Co.>, vol. XIX, 1902.

_______. Dissertação de 1770. Trad. Leonel R. Santos. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda 1985.

_______. Crítica da faculdade do juízo. Trad.Valerio Rohden e António Marques. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1993.

_______. Werkausgabe (ed.Wilhelm Weischedel). Frankfurt am Main: Suhrkamp, vol 8 (Die Metaphysik der Sitten). 1977.

______. Lições de ética. Trad. Bruno Cunha e Charles Fedhaus. São Paulo: Editora Unesp, 2018.

______. Lições sobre a doutrina filosófica da religião. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis, RJ: Vozes, 2019.

______. Lições de metafísica. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis, RJ: Vozes, 2021.

______. Réflexions métaphysiques (1780-1789). Introduction, traduction et notes par Sophie Grapotte, Docteur de l’Université de Bourgogne, membre du « Groupe de travail sur la philosophie allemande du XVIIIe siècle » (CERPHI). Paris: Vrin, 2011.

 ______. Textos pré-críticos. São Paulo: Editora Unesp, 2005.

______. Textos seletos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.

______. Investigação sobre a clareza dos princípios da teologia e da moral. Lisboa: Imprensa Casa da Moeda, 2007.

KARDEC, A. Le Livre des Esprits. Paris, Dervy-Livres, s.d. (dépôt légal 1985). (O Livro dos Espíritos. Trad. Guillon Ribeiro. 93. ed. - 1. reimpressão (edição histórica). Brasília, DF: Feb, 2013. (Q. 907-912: "paixões"; 893-906: “virtudes e vícios” e 920-933: "felicidade")

LEIBNIZ. G. W. Novos ensaios sobre o entendimento humano. Lisboa: Edições Colibri, 1993.

______. Ensaios de teodicéia. São Paulo: Estação Liberdade, 2013.

______; WOLFF, C; EULER, L.P; BUFFON, G.-L; LAMBERT, J. H; KANT, I. Espaço e pensamento: textos escolhidos. Organização de Márcio Suzuki (Org.). Tradução de Márcio Suzuki e Outros. São Paulo: Editora Clandestina, 2019. 286.

LOCKE, John. Ensaio sobre o entendimento humano. São Paulo: Martins Fontes, 2012. 

PHILONENKO, Alexis. L'Oeuvre de Kant: la philosophie critique. Tome I. J. Paris: Vrin, 1996. (col. Bibliothèque d'histoire de la philosophie)

RATEAU, Paul, author. Leibniz on the problem of evil. New York: Oxford University Press, 2019.

SCHMUCKER. Josef. Die Ursprünge der Ethik Kants in seinen vorkritischen Schriften und Reflektionen. Meisenheim: A. Hain, 1961.

THEIS, Robert (dir.). Théologie et religion. Paris: Vrin, 2013.

REFLEXÃO MATINAL CLXXII: ESTUDOS SOBRE OS VÍCIOS VIRTUDES E “DA PERFEIÇÃO MORAL”



(IMAGEM: "Pinterest") 

Continuando os estudos regulares sobre as Q. 893-920 do LE, mas inspirado nas nossas últimas conversas e em algumas palestras do Cosme e do Chibeni, estou hoje estudando dois capítulos importantíssimos: o cap. XII, do LE (Da perfeição moral) e o cap. XVII, do ESE (Imitation... 1864)-(Sede perfeitos).

MARQUINHOS

Mais anotações sobre esse tema (II) (ainda em construção, estudando, relendo, atualizando e acrescentando hoje, numa pausa rápida aqui, novas referências na bibliografia)

O que é virtude?

Tem sido comum as discussões sobre a virtude; não somente entre os estoicos, mas em meio à sociedade, em geral. E, não é raro que se ouçam dizer que o mundo atual tem se tornado tão vazio de sentido por não haver uma preocupação com essa questão. Nesse sentido, diria  Sêneca:

“A razão é igual à razão, tal como a rectidão é igual a si mesma; por conseguinte toda a virtude é igual à virtude, pois a virtude outra coisa não é senão a razão recta. Todas as virtudes são formas da razão; são formas da razão se forem todas rectas e se forem rectas são todas iguais. ” (LXVI.32)

Ou seja: “a virtude é a razão reta.”

Tenho estudado bastante e publicado aqui, alguns temas de teor filosófico diverso, nos quais me exercito. São diversos entre si, mas preservam uma linha tênue de relação: “ética”, “bioética”“filosofia da religião”, o “problema mente-corpo” e o “estoicismo”. Na verdade, publico-os aqui somente para manter salvos os textos e retomá-los num futuro com fins de correção e sistematização. E, entre estes temas está o da Virtude.

Um dia desses, no entanto, sem sair da temática já apontada e que tem sido constante, publiquei aqui uma frase, como tenho feito, exercitando como já disse, a redação. Ainda que fosse só um exercício despretensioso na direção do aperfeiçoamento da escrita, a frase, bem curta e sem muito "ineditismo" reforçava uma postura contrária que mantenho em relação aos nocivos “modismos contemporâneos”, e quem me conhece sabe do que digo. A frase, a que me refiro e sustento serenamente, não com argumentos complexos, que aliás me agradam; mas por mera posição pessoal foi essa: "A essência não só precede à existência como ainda sobreviverá a ela." (MARQUINHOS, 2017)

A ela acrescento uma frase de Epictetus e avanço numa breve reflexão:

"Proteja o bem que existe em você em tudo o que você fizer, e no que diz respeito a todo o resto, receba o que lhe for dado enquanto puder fazer uso sensato. Se não puder, não terá sorte, estará propenso a falhar, perturbado e limitado." (Epictetus)

Para a típica forma de pensar e filosofar dos estoicos haveria, em nós, algo que se preserva em certa medida na execução do pensamento lógico universal, e dessa forma estaria garantida uma coerência e um equilíbrio que auxiliariam na tarefa de cada ser humano no exercício prático e constante de tornar-se a cada dia uma pessoa melhor; uma boa pessoa que segundo o que diz Epictetus, por haver uma essência esta deve ser preservada em nós como uma centelha interior que não pode se extinguir.

As nossas ações, no entanto, devem ser pensadas e direcionadas de certa forma ao bem comum sob pena de ela, para nós perder força e nos enfraquecer nos juízos que nos sejam pedidos acerca de decisões e sobre uma ou outra necessidade de tomar como certo ou verdadeiros atos do nosso cotidiano. Não havendo tal possibilidade de se estabelecer limites, haveria sim se os que, ultrapassando essas barreiras avançassem na ação que prejudicasse a outrem ou a si mesmos. Enfim, Epictetus, recomenda que não percamos essa nossa essência; que façamos o que é certo, o nosso dever.

E, também o imperador e filósofo Marco Aurélio teria escrito em suas Meditações: “Se não é certo, não faça. Se não é verdade, não diga”.

Interessa ressaltar aqui que mesmo sendo um imperador ele fazia esse tipo de ponderação; preservando-se distante do comum dos homens de seu tempo e assegurando a proteção da sua própria essência, similar ao pensamento de Epictetus, ressalte-se; nunca agindo sem estar certo nem faltando com a verdade.

É certo que ao ler este brevíssimo texto, alguém irá esbravejar sobre a questão da liberdade e da possibilidade de podermos fazer o que quisermos das nossas ações e vivermos cada um a sua própria vida do jeito e forma que achar melhor. O problema é atingirmos ou prejudicarmos alguém. Também alertando para o fato de que ao preservarmos aquela essência estaremos mantendo a nossa própria individualidade de forma que não se apague. Reafirma Marco Aurélio: "Meu único medo é fazer algo contrário à natureza humana ;  a coisa errada, do jeito errado, ou no momento errado." (Meditações. 7.20)

Uma reflexão que, com certeza, vou retomar, corrigir e aprofundar e que, recentemente, me levou mais diretamente a partir da Ética das virtudes, a alguns livros de Philippa Foot, que acabei de ler. Seu pensamento, de herança aristotélica, tem me ajudado a refletir sobre alguns tópicos em relação às Virtudes, um dos temas centrais nesta página. Acrescentei abaixo três dos livros dela que li recentemente e, com o tempo vou publicando aqui breves “resenhas” sobre alguns trechos que me interessaram mais de perto e pretendo retomar. A isso somarei mais tarde, obras mais recentes sobre os desdobramentos de suas pesquisas e seu pensamento nos dias atuais.

Ainda, tudo a ser feito!

______.

SUGESTÕES BIBLIOGRÁFICAS 

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Nova Cultural, 1987 (col. Os Pensadores).

______. Aristóteles: Ethica Nicomachea - III 9 - IV 15: As virtudes morais. Trad. Marco Zingano. São Paulo: Odysseus Editora, 2008.

ARRIANO FLÁVIO. O Encheirídion. Edição Bilíngue. Tradução do texto grego e notas Aldo Dinucci; Alfredo Julien. Textos e notas de Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão. Universidade Federal de Sergipe, 2012).

BORGES, Maria. Borges. Razão e emoção em Kant. Pelotas, RS: Editora e Gráfica Universitária, 2012.

______. Emotion, Reason, and Action in Kant. Bloomsbury Academic, 2019.

CÍCERO. On ends (The Finibus). Tradução de H. Rackham. Harvard: https://www.loebclassics.com, 1914.

COELHO, Humberto Schubert. Genealogia do Espírito. Brasília, DF: 2012.

______. Filosofia perene: o modo espiritualista de pensar. São Paulo: Ed. Didier, 2014.

CUNHA, Bruno. A gênese da ética em Kant. São Paulo: Editora LiberArs, 2017.

______. Autonomy and trust in bioethics. The Gifford Lectures University of Edinburgh, Newnham College. Cambridge University Press, 2002.

______. From principles to practice: normativity and judgement in ethics and politics. Cambridge University Press, 2018.

DESCARTES, R. Oeuvres. Org. C. Adam e P. Tannery. Paris: Vrin, 1996. 11v. [indicadas no texto como Ad & Tan]

_______. Oeuvres et lettres. Org. André Bidoux. Paris: Gallimard, 1953. (Pléiade).

______. Discursos do Método; Meditações metafísicas; Objeções e Respostas; As Paixões da Alma; Cartas. (Introdução de Gilles-Gaston Granger; prefácio e notas de Gerard Lebrun; Trad. de J. Guinsberg), Bento Prado J. 3. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983 (Os Pensadores).

EPICTÉTE. Entretiens. Livres I, II, III, IV. Trad. Joseph Souilhé. Paris: Les Belles Lettres, 1956.

______. Epictetus Discourses. Trad. Dobbin. Oxford: Clarendon, 2008.

______. O Encheirídion de Epicteto. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2012. (Edição Bilíngue).

______. Testemunhos e Fragmentos. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2008.

______. The Discourses of Epictetus as reported by Arrian; fragments: Encheiridion. Trad. Oldfather. Harvard: Loeb, 1928.  https://www.loebclassics.com/

FOOT, Philippa. Natural goodness. Clarendon Press, 2003.

______. Moral dilemmas: and other topics in moral philosophy. Oxford University Press, 2003)

______. Virtues and Vices: and other essays in moral philosophy. OUP Oxford; Reprint, 2003).

GALENO. Aforismos. São Paulo: E. Unifesp, 2010.

______. On the passions and errors of the soul. Translated by Paul W . Harkins with an introduction and interpretation by Walter Riese. Ohio State University Press, 1963.

HADOT, Pierre. The inner citadel: the meditations of Marcus Aurelius. London: Harvard University Press, 2001.

HANH, Thich Nhat. Meditação andando: guia para a paz interior. 21. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.

KANT, Immanuel. Vorlesung über die philosophische Encyclopädie. In: Kant gesalmmelte Schriften, XXIX, Berlin, Akademie, 1980, pp. 8 e 12).

______. Fundamentação da metafísica dos costumes. São Paulo: Discurso editoria: Barcarola, 2009.

______. Observações sobre o sentimento do Belo e do Sublime: Ensaio sobre as doenças mentais. (Trad. Vinícius Figueiredo). Campinas, SP: Ed. Papirus, 19993.

______. Lições de ética. Trad. Bruno Cunha e Charles Fedhaus. São Paulo: Editora Unesp, 2018.

______. Lições sobre a doutrina filosófica da religião. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis, RJ: Vozes, 2019.

______. Anthropology from a pragmatic point of view. Carbondale, III: Southern Illinois University Press. 1996. eBook., Base de dados: eBook Collection (EBSCOhost).

______. Antropologia de um ponto de vista pragmático. Trad. Clélia Aparecida Martins. São Paulo: Iluminuras, 2006.

______. Crítica da razão prática. Tradução de Valério Rohden. São Paulo, Martins Fontes, 2002.

______. A metafísica dos costumes. Trad., apresentação e notas de José Lamego. 2. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2011.

KARDEC, A. Le Livre des Esprits. Paris, Dervy-Livres, s.d. (dépôt légal 1985). (O Livro dos Espíritos. Trad. Guillon Ribeiro, ______. O livro dos Espíritos. 93. ed. - 1. reimpressão (edição histórica). Brasília, DF: Feb, 2013a. (Q. 74a “A razão”); Q. 907-912: "paixões"; 893-906: “virtudes e vícios”e 920-933: "felicidade")

______. Imitation de l'evangile selon lê spiritisme. (Paris, 1864). Feb: Rio de Janeiro, RJ, 1979.

LEBRUN, Gérard. O conceito de paixão. In: NOVAES, Adauto (org.). Os sentidos da paixão. São Paulo: Cia. das Letras, 1987.

MARCO AURÉLIO. Meditações. São Paulo: Abril Cultural, 1973. (Livro II. 1).

MASSI, C. D. As leis naturais e a verdadeira felicidade. Curitiba: Kardec Books, 2020.

______. Espírito e matéria: diálogos filosóficos sobre as causas primeiras. Curitiba: Kardec Books, 2020.

NUSSBAUM, Martha C. A fragilidade da bondade: fortuna e ética na tragédia e na filosofia grega. São Paulo, Martins Fontes, 2009. 486 páginas. 

PLATÓN. Carta VII. In: Diálogos VII (Dudosos, Apócrifos, Cartas). Madrid: Gredos, 1992.

RICOUER, Paul. Ser, essência e substância em Platão e Aristóteles. São Paulo: Martins Fontes, 2014.

SÉNECA, Lúcio Aneu. Cartas a Lucílio. 5. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 2014. (Carta LXXV)

SCHLEIERMACHER, F. D. E. Introdução aos Diálogos de Platão. Belo Horizonte, MG: Ed. UFMG, 2018.

TEIXEIRA, L. Ensaio sobre a Moral de Descartes. Tese (Cátedra) – Faculdade de Filosofia Ciências e Letras. São Paulo, 1955.

ZINGANO, Marco. Aristóteles: tratado da virtude moral. São Paulo: Odysseus Editora, 2008.

REFLEXÃO MATINAL CC: VIRTUDES E REFLEXÕES KANTIANAS (III)

Lançamento:  Acrescentando um   terceiro livro sobre o tema Em 2024, concluí essas leituras. à época eram mais dois bons livros entre os exc...