domingo, 29 de outubro de 2023

SOBRE O SUJEITO MODERNO: CONCEPÇÕES DO "SI MESMO" (SELBSTBEWUSSTSEIN) NA FILOSOFIA CLÁSSICA ALEMÃ



Mais uma obra acrescentada à extensa Bibliografia

Lendo atentamente, estudando!

De bastante relevância, para o que se pretende e se trabalha por aqui nessa página, traz vários elementos da filosofia kantiana, desdobra-se para temas da “Filosofia clássica alemã”, vai a Schelling e os demais idealistas alemães. Temas sobre os quais tenho me dedicado e pretendo refletir e escrever em momento oportuno.

“Karl Ameriks é professor de filosofia na Universidade de Notre Dame. Autor da Teoria da Mente de Kant, ele é ex-presidente da North American Kant Society. Dieter Sturma leciona na Universidade de Luneburg, na Alemanha, e é autor de Kant on Self-Consciousness.”

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“Karl Ameriks is Professor of Philosophy at the University of Notre Dame. Author of Kant's Theory of Mind, he is a past president of the North American Kant Society. Dieter Sturma teaches at Luneburg University in Germany, and is author of Kant über Selbstbewusstsein.”

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Em síntese...

O PROJETO DO SUJEITO MODERNO: CONCEPÇÕES DE SI MESMO NA FILOSOFIA CLÁSSICA ALEMÃ - Dieter Sturma/Karl Ameriks:

“A era da filosofia clássica alemã, de Kant a Hegel, é única na história das teorias filosóficas. Em apenas quarenta anos surgiram: as principais obras de Kant, a Filosofia Elementar de Reinhold, o Wissenschaftslehre de Fichte, as obras filosóficas dos jovens kantianos e pós-kantianos, incluindo, ainda Hölderlin e Novalis, os sistemas idealistas de filósofos de Schelling a Hegel.

Além disso, pesquisas recentes revelaram o significado filosófico de uma série de pensadores até então pouco conhecidos no período de transição da filosofia transcendental de Kant para o idealismo alemão.

Para uma grande variedade de questões, a atenção filosófica atual também se concentrou no valor argumentativo das ideias filosóficas desenvolvidas nesta época. O todo potencial (que não é uma questão meramente quantitativa) deste período certamente ainda não foi devidamente apreciado. Cada época coloca novas questões, e um clássico Este período distingue-se pelo facto de, em retrospectiva, poder ser apresentado em configurações intelectuais sempre novas e, dessa forma, ser capaz de dar respostas sempre novas a questões mudando perguntas. Este ponto emerge especialmente claramente no contexto dos problemas da filosofia atual relativos ao sujeito e à subjetividade. Contra o pano de fundo das tendências da filosofia atual, muito críticas e até antagônicas à subjetividade.

A filosofia clássica alemã assume um significado esmagador, porque desde o seu início, esta filosofia combinou o que constrói e critica o ponto de vista da subjetividade. A grande complexidade de seus argumentos sobre o assunto contrasta com a filosofia atual, pois esses argumentos evitam os exageros de pronunciar uma a morte do sujeito ou a inevitabilidade da sua descentralização ilimitada.

As diversas perspectivas teóricas da filosofia clássica alemã distinguem-se porque abordam, de maneiras muito diferentes, críticas justificadas à subjetividade e reivindicações justificáveis ​​de sua descentralização, mas sem com isso abrir mão da noção de si mesmo.

Tendo como pano de fundo esta constelação histórica e teoricamente complexa de questões do pensamento idealista alemão, este volume assume a tarefa de apresentar novas avaliações históricas dos movimentos filosóficos no período clássico alemão, bem como uma reconsideração sistemática dos fundamentos do pensamento alemão clássico e teorias sobre o assunto. Por trás do nosso título, O Sujeito Moderno: Concepções de Si Mesmo na Filosofia Clássica Alemã, existe também uma pesquisa transatlântica projeto realizado em conjunto por estudiosos americanos e europeus da filosofia alemã. A sua ideia fundadora é a concepção de um "workshop transatlântico" contínuo isso incluirá atitudes e perspectivas provenientes de diferentes tradições e as trará para um objeto comum de pesquisa. Desta forma, o tema deste projeto é programático. Quaisquer que sejam as diferenças nas suas intenções teóricas, todos os participantes concordam que respostas sistematicamente sustentáveis ​​a questões sobre o

O assunto deve ser procurado não nas controvérsias que vão e voltam em nossa época sobre a descentralização geral dos conceitos fundamentais da modernidade, mas sim em um envolvimento argumentativo com as filosofias da subjetividade na era da filosofia clássica alemã.

Os pontos principais da filosofia da subjetividade na filosofia clássica alemã emergem principalmente no contexto do estudo da história da filosofia, enquanto na nos esforços sistemáticos da filosofia contemporânea, a invocação da filosofia clássica alemã geralmente ocorre apenas com hesitação. As únicas exceções aqui são Kant, que agora como antes é um ponto de referência comum para muitas orientações filosóficas divergentes, e em parte Hegel, cuja influência na sociedade anglo-americana contemporânea a filosofia permaneceu limitada principalmente à filosofia social. Os outros grandes nomes deste período, como Reinhold, Fichte, Hölderlin e Schelling aparecem em discussões sistemáticas apenas ocasionalmente, na melhor das hipóteses.

Além disso, a filosofia analítica que dominou o domínio anglo-americano durante tanto tempo teve dificuldade em tematizar o self e a autoconsciência. Até quando não seguiu interesses principalmente reducionistas, dificilmente tentou aproximar-se das ideias dos filósofos clássicos alemães. No entanto, houve alguns há indícios de que a recepção destes filósofos está claramente mudando, pois o significado da teoria da subjetividade na filosofia clássica alemã não permaneceu totalmente despercebido no contexto sistemático da filosofia anglo-americana. Por exemplo, no trabalho de P. F. Strawson, Hector Neri Castañeda, John Rawls e Charles Taylor [...]”.

AMERIKS, Karl; STURMA, Dieter. The modern subject: conceptions of the self in classical german philosophy. State University of New York Press, 1995.

Somente os grifos destaques são meus.

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BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

AMERIKS, Karl. The Cambridge Companion to German Idealism. Cambridge University Press; 2. ed., 2017.

BAVARESCO, Agemir Bavaresco; TAUCHEN, Jair Tauchen; PONTEL, Evandro Pontel (Orgs.). De Kant a Hegel: Leituras e atualizações. - Porto Alegre, RS: Editora Fi, 2019.

BECKENKAMP, Joãosinho. Entre Kant e Hegel. Porto Alegre: Edipucrs, 2004, 288 p.

BEISER, Frederick. The Ffate of reason: german philosophy from Kant to Fichte.  Reprint. Harvard University Press. Harvard University Press, 1993.

______. Diotima’s children: german aesthetic rationalism from Leibniz to Lessing. Oxford: Oxford University Press, 2009.

______. German Idealism: the struggle against subjectivism, 1781-1801. Massachussetts: Harvard University Press, 2008.

BOWIE, Andrew. German philosophy: a very short introduction, Oxford University Press, USA, 2010.

CUNHA, Bruno. A gênese da ética em Kant. São Paulo: Editora LiberArs, 2017.

KANT, Immanuel. Lições de ética. Trad. Bruno Cunha e Charles Fedhaus. São Paulo: Editora Unesp, 2018.

______. Lições sobre a doutrina filosófica da religião. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis, RJ: Vozes, 2019.

______. Lições de metafísica. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis, RJ: Vozes, 2021.

DICK, Corey, Early Modern German Philosophy (1690-1750). OUP. Oxford University Press, 2010.

FERREIRO, Héctor; HOFFMANN, Thomas Sören; BAVARESCO, Agemir (Orgs.). Los aportes del itinerario intelectual de Kant a Hegel. Porto Alegre, RS, Editora Fi: EDIPUCRS, 2014. (Comunicaciones del I Congreso GermanoLatinoamericano sobre la Filosofía de Hegel. Português./Espanhol)

FERRY, Luc. Kant: uma leitura das três "Críticas". 3. ed. Rio de Janeiro: Difel, 2009.

GOLDSCHMIDT, Tyron; PEARCE, Keneth L. (Editores). Idealism: new essays in metaphysics. OUP, 2017.

GUYER, PAUL. The Cambridge companion to Kant. Cambrridge University Press, UK, 1992.

HADOT, Pierre. Não se Esqueça de Viver: Goethe e a tradição dos exercícios espirituais. Malimpensa, Lara Christina de], São Paulo: É Realizações, 2019.

HENRICH, Dieter. Grundlegung aus dem Ich: Untersuchungen zur Vorgeschichte des Idealismus. Tübingen – Jena 1790–1794. Suhrkamp Auflage, 2004.

______. Denken und Selbst: Vorlesungen über Subjektivität. Suhrkamp, 2016.

_____Konstellationen: Probleme und Debatten am Ursprung der idealistischen Philosophie (1789-1795).  Klett-Cotta /J. G. Cotta'sche Buchhandlung Nachfolger, 1991.

HÖFFE, Otfriede. Immanuel Kant. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

______. Immanuel Kant. München: C. H. Beck, 2004.

______. Kant: crítica da razão pura: os fundamentos da filosofia moderna. São Paulo: Edições Loyola, 2013.

HUME, Davis. História natural da religião. Trad. apres. e notas Jaimir Conte. São Paulo: Ed. Unesp, 2005.

______. Trtatado da natureza humana. São Paulo: Ed. Unesp, 2009.

______. Uma investigação sobre os princípios da moral. Trad: José Oscar de Almeida Marques. Campinas, SP: Editora UNICAMP, 1995, p.19.

______. A arte de escrever Ensaios. São Paulo: Ed. Unesp, 2008.

______. Dissertação sobre as paixões. São Paulo: Uluminuras, 2021.

KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos costumes. Trad. Guido A. de. São Paulo: Discurso editoria: Barcarola, 2009.

______. Textos pré-críticos. São Paulo: Editora Unesp, 2005.

______. Textos seletos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.

______. Investigação sobre a clareza dos princípios da teologia e da moral. Lisboa: Imprensa Casa da Moeda, 2007.

LEIBNIZ. G. W. Novos ensaios sobre o entendimento humano. Lisboa: Edições Colibri, 1993.

______. Ensaios de teodicéia. São Paulo: Estação Liberdade, 2013.

______; WOLFF, C; EULER, L.P; BUFFON, G.-L; LAMBERT, J. H; KANT, I. Espaço e pensamento: textos escolhidos. Organização de Márcio Suzuki (Org.). Tradução de Márcio Suzuki e Outros. São Paulo: Editora Clandestina, 2019. 286.

LOCKE, John. Ensaio sobre o entendimento humano. São Paulo: Martins Fontes, 2012. 

PHILONENKO, Alexis. Études kantiennes. Librairie philosophique J. Vrin, Paris, 1982.

WULF, Andrea. Fabelhafte rebellen: die frühen romantiker und die erfindung des ich - reich bebildert, mit vielen farbigen abbildungen und karten. ‎ C.Bertelsmann Verlag, 2022.

 

quarta-feira, 25 de outubro de 2023

REFLEXÃO MATINAL CLIX: ESPERANÇA, VIRTUDE E O LEGADO KANTIANO (III)

 

Como tem sido comum, as minhas leituras e releituras sobre as discussões sobre a Virtude; não somente entre os estoicos, mas em diversos autores e em meio à sociedade, em geral, acrescentei, há algum temopo a obra e estudos realizados por Claudia Blöser e Titus Stahl, com a qual tive contato através de uma resenha também aqui, inclusive com os links que já postei neste blog.

Prosseguindo com o tema da “esperança”, mais uma vez, e ainda que não seja tão raro que se ouçam dizer que o mundo atual tem se tornado tão vazio de sentido por não haver uma preocupação com essa questão, sigo refletindo a temática. Meus destaques e focos estão sempre e principalmente ligados à obra de Kant. foi assim com as reflexões que fiz a partir de "Hope in Kant" em que Blöser desenvolve um relato unificado de esperança conforme discutido em uma série de obras de Immanuel Kant (a primeira e a segunda Críticas, a Religião ... e os escritos políticos de  Immanuel Kant).

Hoje, acrescento "Esperança e o legado kantiano: novas contribuições para a história do otimismo". Editado por Katerina Mihaylova Anna Ezekiel, conforme anotado abaixo: 

"A esperança é entendida como uma parte significativa da experiência humana, inclusive para motivar o comportamento, promover a felicidade e justificar uma concepção de si mesmo como tendo agência. No entanto, permanecem lacunas substanciais em relação ao desenvolvimento do conceito de esperança na história da filosofia. Esta coleção aborda esta lacuna reconstruindo e analisando uma variedade de abordagens da esperança na filosofia alemã do final do século XVIII e do século XIX.

Em 1781, a ideia de Kant de uma “esperança racional” mudou os termos da discussão sobre a esperança e o seu papel para a autocompreensão humana. No século XIX, um amplo debate sobre o significado e a função da esperança surgiu em resposta ao seu trabalho. Baseando-se na experiência de um grupo diversificado de colaboradores, esta coleção explora perspectivas sobre a esperança de Kant, Fichte, Schelling, Schopenhauer, J. S. Beck, J. C. Hoffbauer, Wilhelm von Humboldt, Georg Friedrich Creuzer, Kierkegaard e outros. Os capítulos consideram diferentes aspectos do conceito de esperança, incluindo a racionalidade da esperança, aplicações apropriadas e inadequadas da esperança e a função da esperança em relação à religião e à sociedade.

O resultado é uma coleção valiosa que cobre um século sobre o papel da esperança na formação de atitudes cognitivas e na construção de comunidades sociais, políticas e morais. Como uma visão geral das abordagens filosóficas da esperança durante este período, inclusive por filósofos que hoje são raramente estudados, a coleção constitui um recurso valioso para explorar o desenvolvimento deste importante conceito na filosofia alemã pós-kantiana.”

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“Hope is understood to be a significant part of human experience, including for motivating behaviour, promoting happiness, and justifying a conception of the self as having agency. Yet substantial gaps remain regarding the development of the concept of hope in the history of philosophy. This collection addresses this gap by reconstructing and analysing a variety of approaches to hope in late 18th- and 19th-century German philosophy.

In 1781, Kant's idea of a “rational hope”shifted the terms of discussion about hope and its role for human self-understanding. In the 19th century, a wide-ranging debate over the meaning and function of hope emerged in response to his work. Drawing on expertise from a diverse group of contributors, this collection explores perspectives on hope from Kant, Fichte, Schelling, Schopenhauer, J. S. Beck, J. C. Hoffbauer, Wilhelm von Humboldt, Georg Friedrich Creuzer, Kierkegaard and others. Chapters consider different aspects of the concept of hope, including the rationality of hope, appropriate and inappropriate applications of hope and the function of hope in relation to religion and society.

The result is a valuable collection covering a century of the role of hope in shaping cognitive attitudes and constructing social, political and moral communities. As an overview of philosophical approaches to hope during this period, including by philosophers who are seldom studied today, the collection constitutes a valuable resource for exploring the development of this important concept in post-Kantian German philosophy.”

MIHAYLOVA, Katerine; EZEKIEL, Anna. Hope and the kantian legacy: new contributions to the history of optimism.  Bloomsbury Publishing PLC, 2023.

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Links sobre o tema: 

  1. https://marcosfilosofiamoderna.blogspot.com/2021/04/a-psicologia-moral-daesperanca-claudia.html  
  2. https://marcosfilosofiamoderna.blogspot.com/2022/12/claudia-bloser-hoffnung-in-krisenzeiten.html

 

REFERENCIAS

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______. “Religious Dietary Practices and Secular Food Ethics; or, How to Hope that Your Food Choices Make a Difference Even When You Reasonably Believe That They Don’t.” In: Oxford Handbook on Food Ethics, edited by Anne Barnhill, Mark Budolf[1]son, and Tyler Doggett, 287–312. Oxford: Oxford University Press, 2018.

EBELS-DUGGAN, Kyla. “The Right, the Good, and the Threat of Despair. (Kantian) Ethics and the Need for Hope in God.” In: Oxford Studies in Philosophy of Religion, Volume 7, edited by Jonathan Kvanvig, 81–110. Oxford: Oxford University Press, 2016.

FLIKSCHUH, Katrin. “Hope or Prudence: Practical Faith in Kant’s Political Thinking.” In: Faith and Reason. International Yearbook of German Idealism (7/2009), edited by Jürgen Stolzenberg and Fred Rush, 95–117. Berlin/New York: de Gruyter, 2010.

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MARWEDE, Florian. Das Höchste Gut in Kants Deontologischer Ethik. Berlin/New York: de Gruyter, 2018.

WATKINS, Eric. “The Antinomy of Practical Reason: Reason, the Unconditioned and the Highest Good.” In Kant’s Critique of Practical Reason: A Critical Guide, edited by An[1]drews Reath and Jens Timmermann, 168–96. Cambridge: Cambridge University Press, 2016. 

WILLASCHEK, Marcus. “The Primacy of Practical Reason and the Idea of a Practical Postulate.” In: Kant’s Critique of Practical Reason. A Critical Guide, edited by Andrews Reath and Jens Timmermann, 168–96. Cambridge: Cambridge University Press, 2010.

______. “Must We Believe in the Realizability of Our Ends? On a Premise of Kant’s Argument for the Postulates of Pure Practical Reason.” In:The Highest Good in Kant’s Philosophy, edited by Thomas Höwing, 223–44. Berlin/New York: De Gruyter, 2016.

WIMMER, Reiner. Kants kritische Religionsphilosophie. Berlin/New York: de Gruyter, 1990.

WOOD, Allen.  Kant’s Moral Religion. Ithaca/London: Cornell University Press, 1970.

ZÖLLER, Günther. “Hoffen—Dürfen. Kants kritische Begründung des moralischen Glaubens.” In: Glaube und Vernunft in der Philosophie der Neuzeit, edited by Dietmar H. Heide[1]mann and Raoul Weicker, 245–57. Hildesheim/New York: Olms 2013. 

ZUCKERt, Rachel. “Is Kantian Hope a Feeling?” In: Kant and the Faculty of Feeling, edited by Kelly Sorensen and Diane Williamson, 242–59. Cambridge: Cambridge University Press, 2018.

BIBLIOGRAFIA 

BLÖSER, Claudia; STAHL, Titus (eds.). The Moral Psychology of Hope. Rowman and Littlefield, 2020. 302pp.

BORGES, Maria. Borges. Razão e emoção em Kant. Pelotas, RS: Editora e Gráfica Universitária, 2012. 

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KANT, Immanuel. Crítica da razão pura. 3. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 1994.

______. Crítica da razão prática. Edição bilíngüe.Tradução Valerio Rohden. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

____. Crítica da faculdade do juízo. Trad.Valerio Rohden e António Marques. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1993.

______. Dissertação de 1770. De mundi sensibilis atque inteligibilis forma et principio. Akademie-Ausgabe. Trad. Acerca da forma e dos princípios do mundo sensível e inteligível. Trad., apres. e notas de L. R. dos Santos. Lisboa: Imprensa Casa da Moeda. FCSH da Universidade de Lisboa, 1985.

______. Prolegômenos a qualquer metafísica futura que possa apresentar-se como ciência. Trad. José Oscar de Almeida Marques. São Paulo: Estação Liberdade, 2014)

______. Prolegômenos a toda metafísica futura. Lisboa: Edições 70, 1982.

______. Die Religion Innerhalb Der Grenzen Der Bloße Vernunft. Walter de Gruyter, 2010. (Editado por Ottfried Höffe)

______. Die Religion innerhalb der Grenzen der bloßen Vernunft. W. de Gruyter, 1968.

______. A religião nos limites da simples razão. Edições 70, Lisboa, 1992. 

______. Observações sobre o sentimento do belo e do sublime; Ensaio sobre as doenças mentais. Tradução e estudo de Vinicius de Figueiredo. São Paulo: Editora Clandestina, 2018.

______. Observações sobre o sentimento do Belo e do Sublime; Ensaio sobre as doenças mentais. (Trad. Vinícius Figueiredo). Campinas, SP: Ed. Papirus, 1993.

______. Observações sobre o sentimento do Belo e do Sublime; Ensaio sobre as doenças mentais. Lisboa: Edições 70, 2012.

MIHAYLOVA, Katerine; EZEKIEL, Anna. Hope and the kantian legacy: new contributions to the history of optimism.  Bloomsbury Publishing PLC, 2023.

PHILONENKO, Alexis. Études kantiennes. Librairie philosophique J. Vrin, Paris, 1982.

 

segunda-feira, 23 de outubro de 2023

LEITURA PROGRAMADA SOBRE “RESISTÊNCIA ÀS EVIDÊNCIAS”



Em breve:  de Mona Simion, da Universidade de Glasgow pela Cambridge University Press, com Data prevista de publicação em Fevereiro de 2024

Ano de publicação impressa:2024

Series: Estudos de Cambridge em Filosofia

Sobre o livro

“Temos formas cada vez mais sofisticadas de adquirir e comunicar conhecimento, mas os esforços para difundir esse conhecimento muitas vezes encontram resistência às evidências. O fenómeno da resistência à evidência, embora sujeito a investigação aprofundada na psicologia social, é profundamente sub-teorizado na literatura filosófica. O livro de Mona Simion preocupa-se com a epistemologia positiva: argumenta que temos obrigações epistêmicas de atualizar e formar crenças com base em evidências disponíveis e invictas. Por sua vez, a resistência à evidência facilmente disponível é desvendada como um exemplo de mau funcionamento epistémico. Simion desenvolve um quadro epistemológico totalmente positivo e integrado, em conjunto com novos relatos de evidências, derrota, normas de investigação e suspensão permitida e desinformação. O seu livro é relevante para qualquer pessoa interessada na natureza das evidências e na crença justificada, e nas melhores formas de evitar as consequências práticas de alto risco da resistência às evidências nas políticas e na prática.”

Avaliação

“Pessoas que negam verdades bem estabelecidas são uma característica intrusiva do mundo contemporâneo. Mona Simion argumenta que tal negação manifesta uma violação da nossa obrigação epistémica de responder a provas facilmente disponíveis. Além de lançar luz sobre um fenómeno importante, ela desenvolve novos relatos de provas, derrota, desinformação e das nossas obrigações como investigadores. Este livro rico e abrangente será uma leitura essencial para todos os epistemólogos, bem como para qualquer pessoa interessada nas causas profundas de tantas disfunções políticas contemporâneas.” (Neil Levy - Universidade de Oxford)

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FONTE:

“Out in February 2024: Mona Simion's new book, 'Resistance to Evidence'

We have increasingly sophisticated ways of acquiring and communicating knowledge, but efforts to spread this knowledge often encounter resistance to evidence. The phenomenon of resistance to evidence, while subject to thorough investigation in social psychology, is acutely under-theorized in the philosophical literature. Mona Simion's book is concerned with positive epistemology: it argues that we have epistemic obligations to update and form beliefs on available and undefeated evidence. In turn, one's resistance to easily available evidence is unpacked as an instance of epistemic malfunctioning. Simion develops a full positive, integrated epistemological picture, in conjunction with novel accounts of evidence, defeat, norms of inquiry, and permissible suspension, and disinformation. Her book is relevant for anyone with an interest in the nature of evidence and justified belief, and in the best ways to avoid the high-stakes practical consequences of evidence resistance in policy and practice.”

https://www.cambridge.org/.../147AC15A7EA89095A820FF16B1D..

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SIMION, Mona. Resistance to evidence. Cambridge University Press, 2024.


sábado, 21 de outubro de 2023

RELAÇÃO MENTE-CORPO: PROSSEGUINDO DOS PRIMEIROS APONTAMENTOS A HENRI BERGSON


A antiga questão da "relação mente-corpo", passando Descartes, Kant e aqui estudando a obra de Henr Bergson.

No Prefácio de “Matéria e memória” (pp. 3-4) lemos que:

“Um grande progresso foi realizado em filosofia no dia em que Berkeley estabeleceu, contra os mechanical philosophers, que as qualidades secundárias da matéria tinham pelo menos tanta realidade quanto as qualidades primárias. Seu erro foi acreditar que era preciso para isso transportar a matéria para o interior do espírito e fazer dela uma pura ideia. Certamente, Descartes colocava a matéria demasiado longe de nós quando a confundia com a extensão geométrica. Mas, para reaproximá-la, não havia necessidade de fazê-la coincidir com nosso próprio espírito. Fazendo isso, Berkeley viu-se incapaz de explicar o sucesso da física e obrigado, enquanto Descartes havia feito das relações matemáticas entre os fenômenos sua própria essência, a considerar a ordem matemática do universo como um puro acidente. A crítica kantiana tornou-se então necessária para explicar a razão dessa ordem matemática e para restituir à nossa física um fundamento sólido - o que, aliás, ela só conseguiu ao limitar o alcance de nossos sentidos e de nosso entendimento. A crítica kantiana, nesse ponto ao menos, não teria sido necessária, o espírito humano, nessa direção ao menos, não teria sido levado a limitar seu próprio alcance, a metafísica não teria sido sacrificada à física, se a matéria tivesse sido deixada a meio caminho entre o ponto para onde Descartes a impelia e aquele para onde Berkeley a puxava, ou seja, enfim, lá onde o senso comum a vê. É aí que nós também procuramos vê-la. Nosso primeiro capítulo define essa maneira de olhar a matéria; nosso quarto capítulo tira as conseqüências disso.

Mas, conforme anunciávamos no início, só tratamos da questão da matéria na medida em que ela interessa ao problema abordado no segundo e terceiro capítulos deste livro, que é o próprio objeto do presente estudo: o problema da relação do espírito com o corpo

...

Ainda sobre as obras de Bergson:

“Há tons diferentes de vida mental, e nossa vida psicológica pode se manifestar em alturas diferentes, ora mais perto, ora mais distante da ação, conforme o grau de nossa atenção à vida. Essa é uma das idéias diretrizes e ponto de partida de Matéria e memória, obra em que Henri Bergson afirma a realidade do espírito, a realidade da matéria, e procura determinar a relação entre eles sobre um exemplo preciso, o da memória.”

Também em outra das suas obras Henri Bergson, Prêmio Nobel de Liberatura de 1927, A evolução criadora (1907) representou uma ruptura com as principais correntes filosóficas do fim do século XIX. Diante da apologia do saber científico, rigoroso, das rígidas leis do determinismo, Bergson lança a afirmação de que a totalidade tem a mesma natureza do indivíduo, de um movimento incessante, um impulso de liberdade criadora que transforma de forma irrefreável a matéria. O filósofo francês discorre sobre o problema da existência humana e assevera que a mente – energia pura, impulso vital – é responsável por toda evolução orgânica.”

Portanto, a partir de duas das obras de Bergson, prossigo estudando este tema “relação mente-corpo”, sem nunca me distanciar das leituras fundamentais, claro, com renovado interesse!

Hoje, por exemplo, estou concluindo a leitura de um outro de seus livros que tem capítulos que me surpreenderam. Entre estes, por exemplo, o Cap. II: “A alma e o corpo[1]” (Conferência feita na Société Foi ei Vie, em 28 de abril de 1912).

E, sempre "nos limites da simples razão"... dando “[...] a continuidade, a regularidade e o recolhimento indispensáveis (LE Introdução. VIII, p 30)” ao avanço na compreensão do tema aqui pensado e a ser aprofundado.

Sugestão de leitura:

https://marcosfilosofiamoderna.blogspot.com/2022/07/brevissimas-reflexoes-acerca-de-um.html

(Grifos e Destaques meus)

______.

BERGSON, Henri. Matéria e memória: ensaio sobre a relação do corpo com o espírito. Trad. Paulo Neves. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999. (Coleção tópicos)

______. Evolução criadora. São Paulo: Editora Unesp, 2010.

______. Ensaio sobre os dados imediatos da consciência. São Paulo: Edipro, 2020.

______. A energia espiritual. 2. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2021.

______. Aulas de psicologia e de metafísica. WMF Martins Fontes. 2014.

DESCARTES, R. Oeuvres. Org. C. Adam e P. Tannery. Paris: Vrin, 1996. 11v. [indicadas no texto como Ad & Tan]

_______. Descartes: oeuvres et lettres. Org. André Bidoux. Paris: Gallimard, 1953. (Pléiade).

______. Discursos do Método; Meditações; Objeções e Respostas; As Paixões da Alma; Cartas. (Introdução de Gilles-Gaston Granger; prefácio e notas de Gerard Lebrun; Trad. de J. Guinsberg), Bento Prado J. 3. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983 (Os Pensadores).

______. O mundo (ou Tratado da luz) e O Homem. Apêndices, tradução e notas: César Augusto Battisti, Marisa Carneiro de Oliveira Franco Donatelli. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2009.

DUPRÉ, John. Process of life: essays in the philosophy of biology, Oxford University Press(UK); Reprint. 2014.

______. Everything flows: towards a processual philosophy of biology. OUP Oxford; Illustrated edição, 2018.

______. The metaphysics of biology. Cambridge University Press, 2021.

HULL, David l; RUSE, Michael. The Cambridge companion to the philosophy of biology. Cambridge University Press, 2007.

JANKÉLÉVITCH, V. Der Tod. Berlim, 2017.

KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos costumes. Trad. Guido A. de. São Paulo: Discurso editoria: Barcarola, 2009.

______. Textos seletos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.

______. Textos pré-críticos. São Paulo: Editora Unesp, 2005.

______. Crítica da razão pura. 3. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 1994.

______. Lições de ética. Trad. Bruno Cunha e Charles Fedhaus. São Paulo: Editora Unesp, 2018.

______. O único argumento possível para uma demonstração da existência de Deus. Lisboa: INCM, 2004.

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[1] BERGSON, Henri. A alma e o corpo. In: A energia espiritual. (pp. 29-59).


 

REFLEXÃO MATINAL CLXVIII: O "HEGEMONICON" COMO "PODER INTERIOR" QUE DOMINA E COMANDA AS AÇÕES

(IMAGEM: "Pinterest")   CÓLERA E  "HEGEMONICON"-  ἡγεμονικόν Voltando ao corpo ("Modê Ani"). Consciência tra...