sábado, 27 de maio de 2023

UMA LEITURA “SOBRE AS ESCOLAS DE MEDICINA PARA OS INICIANTES”, DE GALENO

 


"Em primeiro lugar, ao menos desde Sócrates, a opção por um modo de vida não se situa no fim do processo da atividade filosófica, como uma espécie de apêndice acessório, mas, bem ao contrário, na origem, em uma complexa interação entre a reação crítica e outras atitudes existenciais, a visão global de certa maneira de viver e de ver o mundo, e a própria decisão voluntária; e essa opção determina até certo ponto a doutrina e o modo de ensino dessa doutrina. O discurso filosófico tem sua origem, portanto, em uma escolha de vida e em uma opção existencial, e não o contrário. (...). Essa opção existencial implica, por seu turno, certa visão de mundo, e será tarefa do discurso filosófico revelar e justificar racionalmente tanto essa opção existencial como essa representação do mundo. (HADOT, 2014: 17 e 18)"

Prosseguindo com as leituras do período “pré-crítico” kantiano, destaco e releio essa obra: “Entre filosofia e medicina”, um vínculo temático que sempre mantenho presente nas minhas leituras.

E, agora, acrescentando aos "exercícios", a leitura deste texto de Galeno:  Sobre as escolas de medicina para os iniciantes que foi lançado recentemente.

Mais um texto de Galeno que eu não conhecia e, como tenho estudado o tema e também já anotei aqui, não faz muito tempo, tenho focado mais detidamente na filosofia estoica, com objetivos exclusivamente pessoais (um pouco até por aproximação a Kant, sugerido pelo professor Valério Rohden que, num de seus artigos, faz referência a Cícero e fez interessar-me em verificar o quanto este foi estoico).

Além do mais, soube e recebi para leitura e estudos, do professor Luciano Utteich que orientou uma pesquisa sobre Immanuel Kant relacionada com o Estoicismo. Estou lendo a tese concluída.

Assim, somo mais uma oportunidade de me aprofundar no tema: Sobre as escolas de medicina para os iniciantes.

Com “As contribuições de Cláudio Galeno para os fundamentos epistemológicos, físicos e éticos da prática médica e suas relações com as principais tendências filosóficas de sua época influenciaram toda a ciência médica que veio em seguida. Escrito originalmente para iniciantes no ofício, o texto que o leitor tem em mãos oferece uma notável introdução aos princípios fundamentais das escolas de medicina daquele momento, contribuindo também para a compreensão do estatuto epistemológico e ético das artes e ciências do período helenístico.”


______.

ARRIANO FLÁVIO. O Encheirídion. Edição Bilíngue. Tradução do texto grego e notas Aldo Dinucci; Alfredo Julien. Textos e notas de Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão. Universidade Federal de Sergipe, 2012).

BUCHENAU, Stefanie (1969- ) Entre medicina e filosofia: Sulzer; Herder; Kant; Maimon. — São Paulo: Editora Clandestina, 2019. 178 p.

EPICTÉTE. Entretiens. Livre I, II, III, IV. Trad. Joseph Souilhé. Paris: Les Belles Lettres, 1956.

______. Epictetus Discourses. Trad. Dobbin. Oxford: Clarendon, 2008.

______. O Encheirídion de Epicteto. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2012. (Edição Bilíngue).

______. Testemunhos e Fragmentos. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2008.

______. The Discourses of Epictetus as reported by Arrian; fragments: Encheiridion. Trad. Oldfather. Harvard: Loeb, 1928.  https://www.loebclassics.com/

GALENO, Cláudio. Sobre as escolas de medicina para os iniciantes.  Trad. Rodrigo Pinto de Brito, Sussumo Matsui. São Paulo: Editora Unesp, 2022.

­­­______. Aforismos. São Paulo: Editora Unifesp, 2010.

______. On the passions and errors of the soul. Translated by Paul W . Harkins with an introduction and interpretation by Walter Riese. Ohio State University Press, 1963.

GAZOLLA, Rachel.  O ofício do filósofo estóico: o duplo registro do discurso da Stoa, Loyola, São Paulo, 1999.

HADOT, Pierre. The inner citadel: the meditations of Marcus Aurelius. London: Harvard University Press, 2001.

KARDEC, A. Le Livre des Esprits. Paris, Dervy-Livres, s.d. (dépôt légal 1985). (O Livro dos Espíritos. Trad. Guillon Ribeiro, ______. O livro dos Espíritos. 93. ed. - 1. reimpressão (edição histórica). Brasília, DF: Feb, 2013.

KING, C. Musonius Rufus: Lectures and Sayings. CreateSpace Independent Publishing Platform, 2011.

LONG, A. A. Epictetus: a stoic and socratic guide to life. New York: Oxford University Press. 2007.

LUTZ, C. Musonius Rufus: the Roman Socrates. Yale Classical Studies 10 3-147, 1947.

ROBERTSON, Donald. The Philosophy of Cognitive Behavioural Therapy (CBT): stoic philosophy as rational and Cognitive Psychotherapy. Londres  : Karnac Books, 2010.

______. Pense como um imperador. Trad. Maya Guimarães. Porto Alegre: Citadel Editora, 2020.

______. How to think Like a roman emperor: the stoic philosophy of Marcus Aurelius. New York: St. Martin's Press, 2019.

RUSSEL, Bertrand. A conquista da felicidade. Rio de Jamneiro, RJ: Nova Fornteira, 2015.

SELLARS, J. The Art of Living: The Stoics on the Nature and Function of philosophy. Burlington: Ashgate, 2003.

SCHLEIERMACHER, F. D. E. Introdução aos Diálogos de Platão. Belo Horizonte, MG: Ed. UFMG, 2018.

quinta-feira, 25 de maio de 2023

REFLEXÃO MATINAL CLV: AINDA SOBRE "DICOTOMIA DO CONTROLE" E "CURA DAS PAIXÕES"

 

Na Stoa, relendo Epicteto, destacando o Encheirídion, cap. I, 1:

E, diante de tanta bobagem sendo chamada de "filosofia", coloco-me a questão do que esteja sob meu controle, refletindo sempre sobre a "Dicotomia do controle" no (Encheiridion, I:1).

"[I:1] Das coisas existentes, algumas são encargos nossos; outras não. São encargos nossos o juízo, o impulso, o desejo, a repulsa – em suma: tudo quanto seja ação nossa. Não são encargos nossos o corpo, as posses, a reputação, os cargos públicos – em suma: tudo quanto não seja ação nossa."

Ademais, sempre bom também aplicar o "Sustine et Abstine".

Abstenção de tudo o que não seja absolutamente necessário. Pois, na verdade "Onde então, eu procuro o bem e o mal? Não em eventos incontroláveis, mas em mim, nas escolhas que são minhas." (EPICTETUS)

Assim, como os estóicos focar totalmente nas coisas que podemos controlar, não nos preocuparmos com as demais, já que não exercemos poder sobre as mesmas.

Isso, porém, não significa sermos insensíveis às situações que não estão sob nosso controle e sim que o melhor a fazer é buscarmos discernimento e autocontrole para focarmos no que pode ser feito por nós, que esteja ao nosso alcance.

O foco centrado no que está em nosso controle, evita a inação e qualquer indisposição causada por nós mesmos e nos ajuda a nos dedicarmos a tomar as rédeas de nossas vidas. Domar o "corcel" das más paixões (LE 907-912)

______.

ARRIANO FLÁVIO. O Encheirídion. Edição Bilíngue. Tradução do texto grego e notas Aldo Dinucci; Alfredo Julien. Textos e notas de Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão. Universidade Federal de Sergipe, 2012).

CUNHA, Bruno. A gênese da ética em Kant. São Paulo: Editora LiberArs, 2017.

______. Lições sobre a doutrina filosófica da religião. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis, RJ: Vozes, 2019.

EPICTÉTE. Entretiens. Livre I, II, III, IV. Trad. Joseph Souilhé. Paris: Les Belles Lettres, 1956.

______. Epictetus Discourses. Trad. Dobbin. Oxford: Clarendon, 2008.

______. O Encheirídion de Epicteto. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2012. (Edição Bilíngue).

______. Testemunhos e Fragmentos. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2008.

______. The Discourses of Epictetus as reported by Arrian; fragments: Encheiridion. Trad. Oldfather. Harvard: Loeb, 1928.  https://www.loebclassics.com/

GALENO. Aforismos. São Paulo: E. Unifesp, 2010.

______. On the passions and errors of the soul. Translated by Paul W . Harkins with an introduction and interpretation by Walter Riese. Ohio State University Press, 1963.

GAZOLLA, Rachel.  O ofício do filósofo estóico: o duplo registro do discurso da Stoa, Loyola, São Paulo, 1999.

HADOT, Pierre. The inner citadel: the meditations of Marcus Aurelius. London: Harvard University Press, 2001.

HANH, Thich Nhat. Meditação andando: guia para a paz interior. 21. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.

KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos costumes. Trad. Guido A. de Almeida. São Paulo: Discurso editoria: Barcarola, 2009.

______. Lições de ética. Trad. Bruno Cunha e Charles Fedhaus. São Paulo: Editora Unesp, 2018.

______. O único argumento possível para uma demonstração da existência de Deus. Lisboa: INCM, 2004.

KARDEC, A. Le Livre des Esprits. Paris, Dervy-Livres, s.d. (dépôt légal 1985). (O Livro dos Espíritos. Trad. Guillon Ribeiro, ______. O livro dos Espíritos. 93. ed. - 1. reimpressão (edição histórica). Brasília, DF: Feb, 2013a. (Q. 74a “A razão”); Q. 907-912: "paixões"; 893-906: “virtudes e vícios”e 920-933: "felicidade")

KING, C. Musonius Rufus: Lectures and Sayings. CreateSpace Independent Publishing Platform, 2011.

LONG, A. A. Epictetus: a stoic and socratic guide to life. New York: Oxford University Press. 2007.

LUTZ, C. Musonius Rufus: the Roman Socrates. Yale Classical Studies 10 3-147, 1947.

ROBERTSON, Donald. The Philosophy of Cognitive Behavioural Therapy (CBT): stoic philosophy as rational and Cognitive Psychotherapy. Londres  : Karnac Books, 2010.

______. Pense como um imperador. Trad. Maya Guimarães. Porto Alegre: Citadel Editora, 2020.

______. How to think Like a roman emperor: the stoic philosophy of Marcus Aurelius. New York: St. Martin's Press, 2019.

RUSSEL, Bertrand. A conquista da felicidade. Rio de Jamneiro, RJ: Nova Fornteira, 2015.

SCHLEIERMACHER, F. D. E. Introdução aos Diálogos de Platão. Belo Horizonte, MG: Ed. UFMG, 2018.

SCHELLE, Karl Gottlob. A arte de passear. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

SELLARS, J. The Art of Living: The Stoics on the Nature and Function of philosophy. Burlington: Ashgate, 2003.

______. Lições de estoicismo: O que os filósofos antigos têm a ensinar sobre a vida. Rio de Janeiro: Editora Sextante, 2023.

______. Lessons in Stoicism: What ancient philosophers teach us about how to live.  Londres: Penguin Books Ltd, 2020.

______. Hellenistic Philosophy. Oxford University Press, 2018.

______. Aristotle: Understanding the world's greatest philosopher. Pelican, 2023.

SOLNIT, Rebecca. Wanderlust: a history of walking. Penguim books, 2001.

SCHNEEWIND, Jeromé. Obligation and virtue: an overwien of Kant's moral philosophy. The Cambridge Companio to Kant. United Kingdom. Cambridge University Press, 1992.

______. Aristotle, Kant and the stoics: rethinnking happiness and duty. Cambridge University Press; Edição: Reprint, 1998.

______. A invenção da autonomia: uma história da filosofia moral moderna. São Leopoldo: Unisinos, 2001. 

THOUREAU, Henry David. Andar a pé: um ritual interior de sabedoria e liberdade. Loures: Editora Alma dos livros, 2021.

 

 

domingo, 21 de maio de 2023

MEDITAÇÃO RETROSPECTIVA NOTURNA CLII: "TEXTOS FILOSÓFICOS" DE CÍCERO


“Torna meu pensamento capaz de se adaptar seja ao que for que venha a acontecer” 
(EPICTETO, Diatribes, II, 2, 21)

Antes de começar a pensar, ressalte-se que "adaptar-me" aqui não é sinônimo de conivência com absurdos, como se há de perceber abaixo.

Li, certa vez, não me lembro onde, algo sobre a Filosofia estoica ser uma doutrina da coerência consigo mesmo. A Razão perfeita que eles buscam ou defendem é a mesma para pensar a comunidade dos humanos Seria a Razão a que rege o “mundo dos homens”, da mesma maneira, a que rege o homem considerado individualmente.

Nessa maneira de ver as coisas, em que o homem procura seu local of control, sua “inner citadel, está o cerne da razão mesma. 
Inegável que todo o homem tem um conhecimento natural de realidade essencial, sente a aspiração pelo Bem, felicidade e a paz de espírito.

É comum a todo homem o esforço na busca do Bem e em evitar o mal. 

À medida que estudo as obras dos estoicos, sobre os quais anoto aqui nessa página os resultados de pesquisa, fica claro para mim que há no interior do ser humano, aquilo que levou Piere Hadot a chamar de “cidadela interior”, que sempre destaco como “local of control” e “coração” do homem. Onde está seu "coração" aí estará o homem. Portanto, é necessário aferirmos nossas escolhas (proaíresis - προαίρεσις).

Ademais:

A toda a hora sinto a falta daquela sabedoria que caracterizava os nossos tão regrados maiores, pois muito embora dessem o nome de bens a essas inconstantes e frágeis dádivas da fortuna, na prática como na teoria mostravam bem que não as consideravam como tal. Acaso um bem poderá causar mal a alguém? Poderá um homem viver rodeado de bens e ele próprio não ser um homem de bem? Sucede é que todos estes bens são de uma natureza tal que sobejam para os desonestos e são até prejudiciais para a gente de bem.

Assim sendo, pode troçar de mim quem quiser, porque eu dou mais peso à justa razão do que à opinião corrente [...].

Às coisas a que costumamos chamar bens e que não passam de brinquedos da fortuna, a essas nem sequer chamava suas. Perguntará alguém: "O que é então um bem?" Se se define "agir bem" como "agir com rectidão, com honestidade, de acordo com a virtude", então entendo que somente é um bem aquilo que fizermos com rectidão, com honestidade, de acordo com a virtude.”

Prossigo lendo, nas pausas das leituras obrigatórias, essa obra de Cícero. Há muito tempo era um projeto a ser realizado. Excelentetes textos.

______.

BICALHO, Vanessa Brun. Ciência e sabedoria de vida na filosofia transcendental de Kant à luz do estoicismo. Tese de Doutorado (Campus de Toledo). Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Unioeste, 2021.

BUTLER, J; CLARKE, S; HUTCHESON, F; MANDEVILLE, B; SHAFTESBURY, L; WOLLASTON, W. Filosofia moral britânica: Textos do Século XVIII. Campinas, SP: Ed. Unicamp, 2014.

CÍCERO, Marco Túlio. Textos filosóficos.  Tradução do latim, introdução e notas de J. A. Segurado e Campos. 2. ed. Lisboa:  Fundação Calouste Gulbenkian, 2018. (PARADOXO 1 - O único verdadeiro bem é o bem moral, pp. 7-8).

______. De finibus bonorum et malorum / Über die Ziele des menschlichen Handelns. Edição e tradução: Olof Gigon. München/Zürich: Ártemis, 1988.

CUNHA, Bruno. A gênese da ética em Kant. São Paulo: Editora LiberArs, 2017.

GRAPOTTE, Sophie (Org.); LEQUAN, Mai; RUFFING, Margit. Kant et les sciences: un dialogue philosophique avec la pluralité des savoirs. Paris: Vrin, 2011.

______; PRUNE-BRETINNET. Tinca, (dir.). Kant et Wolff: héritages et ruptures. Paris: Vrin, 2011.

______. RUFFING, Margit; TERRA, Ricardo.(dir.).  Kant - la raison pratique: concepts et héritages. Paris: Vrin, 2015.

KANT, I. Crítica da razão prática. Edição bilíngüe. Tradução Valerio Rohden. São Paulo: Martins Fontes. 2003.

______. Fundamentação da metafísica dos costumes. São Paulo: Discurso editoria: Barcarola, 2009.

_______. Crítica da razão pura. Tradução Valerio Rohden e Udo Moosburguer. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural 1983.

______. A religião nos limites da simples razão. Edições 70, Lisboa, 1992.

_______. Reflexionen zur MoralphilosophieIn: KANT, Immanuel. Kants Werke, Ed. Königlich Preussischen Akademie der Wissenschaften, Berlin, Georg Reimer, <Akademie Text-Ausgabe, Berlin,Walter de Gruyter & Co.>, vol. XIX, 1902.

_______. Dissertação de 1770. Trad. Leonel R. Santos. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda 1985.

_______. Crítica da faculdade do juízo. Trad.Valerio Rohden e António Marques. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1993.

_______. Werkausgabe (ed.Wilhelm Weischedel). Frankfurt am Main: Suhrkamp, vol 8 (Die Metaphysik der Sitten). 1977.

______. Lições de ética. Trad. Bruno Cunha e Charles Fedhaus. São Paulo: Editora Unesp, 2018.

______. Lições sobre a doutrina filosófica da religião. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis, RJ: Vozes, 2019.

______. Lições de metafísica. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis, RJ: Vozes, 2021.

______. Réflexions métaphysiques (1780-1789). Introduction, traduction et notes par Sophie Grapotte, Docteur de l’Université de Bourgogne, membre du « Groupe de travail sur la philosophie allemande du XVIIIe siècle » (CERPHI). Paris: Vrin, 2011.

 ______. Textos pré-críticos. São Paulo: Editora Unesp, 2005.

______. Textos seletos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.

______. Investigação sobre a clareza dos princípios da teologia e da moral. Lisboa: Imprensa Casa da Moeda, 2007.

KARDEC, A. Le Livre des Esprits. Paris, Dervy-Livres, s.d. (dépôt légal 1985). (O Livro dos Espíritos. Trad. Guillon Ribeiro. 93. ed. - 1. reimpressão (edição histórica). Brasília, DF: Feb, 2013. (Q. 907-912: "paixões"; 893-906: “virtudes e vícios” e 920-933: "felicidade")

LEIBNIZ. G. W. Novos ensaios sobre o entendimento humano. Lisboa: Edições Colibri, 1993.

______. Ensaios de teodicéia. São Paulo: Estação Liberdade, 2013.

______; WOLFF, C; EULER, L.P; BUFFON, G.-L; LAMBERT, J. H; KANT, I. Espaço e pensamento: textos escolhidos. Organização de Márcio Suzuki (Org.). Tradução de Márcio Suzuki e Outros. São Paulo: Editora Clandestina, 2019. 286.

LOCKE, John. Ensaio sobre o entendimento humano. São Paulo: Martins Fontes, 2012. 

PHILONENKO, Alexis. L'Oeuvre de Kant: la philosophie critique. Tome I. J. Paris: Vrin, 1996. (col. Bibliothèque d'histoire de la philosophie)

RATEAU, Paul, author. Leibniz on the problem of evil. New York: Oxford University Press, 2019.

SCHMUCKER. Josef. Die Ursprünge der Ethik Kants in seinen vorkritischen Schriften und Reflektionen. Meisenheim: A. Hain, 1961.

THEIS, Robert (dir.). Théologie et religion. Paris: Vrin, 2013.

 


PESQUISA CIENTÍFICA: "PROJETO PANGENOMA PODE REVOLUCIONAR A PESQUISA MÉDICA"

Aproveitando uma pausa para reler o livro que Mayana Zatz publicou recentemente: “O legado dos genes” (2021), em que mostra de modo simples e acessível, como se dão alterações fisiológicas que ocorrem com o passar dos anos, revisitei novamente este livro que há algum tempo cotejei com alguns elementos da obra de Otfried Höffe, sobre envelhecimento, comentei aqui em outra postagem no blog em que ele formula uma ética social simples e convincente para a velhice.

Höffe se opõe à superioridade da economia e à predominância de imagens negativas do envelhecimento e responde à ameaça do "envelhecimento da sociedade" com a perspectiva dos "anos vencidos" e também dá conselhos práticos: correr, aprender, amar e rir trabalham contra a velhice e ajudam ao bem-estar.

Pois o que a experiência ensina há muito é confirmado pelas pesquisas: que se encontra as forças que combatem os "males" da idade em extensão considerável de nós em nós mesmos.

E, por outro lado, Mayana Zatz também reflete sobre o tema "envelhecimento" e, por isso acrescento mais esta informação que li recentemente no Jornal da USP, além de ter acompanhado a página em que suas pesquisas são divulgadas. Aprendendo sempre!

Segue o texto abaixo:

Fabiana Mariz conversa com Mayana Zatz - Rádio USPhttps://jornal.usp.br/?p=640335 - Publicado: 18/05/2023

Consórcio iniciado em 2019 pretende mapear a variabilidade genética da população mundial

A revista científica Nature publicou em maio um artigo intitulado A draft human pangenome references. Trata-se de um primeiro rascunho, como os pesquisadores denominaram, sobre o Projeto Pangenoma, um consórcio iniciado em 2019 que pretende mapear a variabilidade genética da população mundial.

O artigo traz as informações genéticas de 47 pessoas ao redor do mundo. “Se, a partir do Projeto Pangenoma, forem conhecidos os genomas de diferentes grupos étnicos, poderemos conhecer a composição da nossa população com muito mais precisão”, afirma Mayana Zatz, diretora do Centro de Estudos do Genoma Humano e Células-Tronco (CEGH-CEL) da USP. “Isso pode contribuir na medicina, isto é, saber quando uma variante genética ainda desconhecida é responsável por uma doença genética ou simplesmente é uma variante rara característica de um determinado grupo étnico.”

Mayana relembra que o Projeto Genoma, iniciado em 1990 com o objetivo de mapear todos os genes humanos até 2005, se difere do Pangenoma por, no primeiro, serem incluídas somente pessoas de ancestralidade europeia. “E isso levou a questionar: como seriam os genomas de outras populações?”

Os integrantes do Projeto Pangenoma pretendem sequenciar os genes de 350 pessoas até meados de 2024. Mayana destaca mais uma importante contribuição desse tipo de estudo: “Sabemos que a resposta a drogas depende dos nossos genomas, o que chamamos de farmacogenômica. Isso quer dizer que diferentes grupos étnicos podem responder diferentemente ao mesmo medicamento”.

Decodificando o DNA

A coluna Decodificando o DNA, com a professora Mayana Zatz, vai ao ar quinzenalmente, quarta-feira às 9h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP,  Jornal da USP e TV USP.

______.

CÍCERO. Saber envelhecer. A amizade. Porto Alegre, RS: L&PM, 1997.

COLLINS, Francis. A linguagem da vida: o DNA e a revolução na sua saúde. São Paulo: Gente: 2010.

______. Belief: readings on the Reason for faith. HarperOne, 2010.

______. The language of life: DNA and the revolution in personalized medicine. Harper Perennial; Illustrated edition, 2011.

______; PETERS, Ted. Playing God?: genetic determinism and human freedon.  Routledge, Year: 2002.

HÖFFE, Otfried. Die hohe Kunst des Alterns: Kleine Philosophie des guten Lebens. 4. Ed. C. H. Beck, 2019.

ZATZ, Mayana; FRANÇA, Martha San Juan; NEWLANDS, Mariana. O legado genes. São Paulo: Objetiva, 2021.

______. GenÉtica: escolha que nossos avós não faziam. Rio de Janeiro: Globo, 2011.


REFLEXÃO MATINAL CLXVIII: O "HEGEMONICON" COMO "PODER INTERIOR" QUE DOMINA E COMANDA AS AÇÕES

(IMAGEM: "Pinterest")   CÓLERA E  "HEGEMONICON"-  ἡγεμονικόν Voltando ao corpo ("Modê Ani"). Consciência tra...