domingo, 29 de dezembro de 2019

À MANEIRA DE ARISTÓTELES: UMA REFLEXÃO SOBRE A FELICIDADE E AS "VIRTUDES"




Destaco, sobre essa obra de Edith Hall, em que discute o tema da "felicidade" na obra de Aristóteles, a maneira como ela "mostra como seus ensinamentos atemporais são exatamente o que precisamos hoje para caminharmos com propósito em direção a uma vida bem vivida."

E, também diz:

"Se você acredita que o objetivo da vida humana é maximizar a felicidade, então você já é um aristotélico iniciante" (Edith Hall)


ARISTOTLE'S WAY é um exame de um dos maiores filósofos da história, mostrando-nos como levar uma vida feliz, realizada e significativa

“Dois mil anos atrás, Aristóteles escreveu um dos livros mais importantes sobre felicidade. Primeiro filósofo a investigar a felicidade subjetiva, ele entendeu sua essência melhor e mais claramente que ninguém, desde então. Mais importante ainda, Aristóteles entendeu a felicidade como disponível para a grande maioria de nós, mas apenas, crucialmente, se decidirmos nos aplicar à sua criação. Segundo Aristóteles, a felicidade não é bem-estar, mas um estado duradouro de satisfação, que deve ser o objetivo final da vida humana. Ficamos felizes ao encontrar um objetivo, realizar nosso potencial e modificar nosso comportamento para nos tornarmos a melhor versão de nós mesmos. Com esses objetivos em mente, Aristóteles desenvolveu um programa humano para se tornar uma pessoa feliz. Aqui, a professora Edith Hall mostra como seus ensinamentos atemporais são exatamente o que precisamos hoje para caminharmos com propósito em direção a uma vida bem vivida. Como Hall escreve: "Se você acredita que o objetivo da vida humana é maximizar a felicidade, então você já é um aristotélico iniciante". Na linguagem moderna, experiente e vibrante, Hall expõe o ponto crucial do pensamento de Aristóteles, misturando anedotas autobiográficas com uma profunda riqueza de aprendizado clássico. Para Hall, cuja vida melhorou muito com o entendimento de Aristóteles, esse é um assunto intensamente pessoal. Ela destila sua sabedoria antiga em dez lições práticas e universais para nos ajudar a enfrentar os momentos difíceis e cruciais da vida, resumindo uma vida da mais rara e brilhante bolsa de estudos.”

(só os grifos e destaques meus)

Sobre o Autor:

Edith Hall first encountered Aristotle when she was twenty, and he changed her life forever. Now one of Britain's foremost classicists, and a Professor at King's College London, she is the first woman to have won the Erasmus Medal of the European Academy. In 2017 she was awarded an Honorary Doctorate from Athens University, just a few streets away from Aristotle's own Lyceum. She is the author of several books, including Introducing the Ancient Greeks. She lives with her family in Cambridgeshire.

______.
HALL, Edith. Aristotle's way: how ancient wisdom can change your life. Penguim Books. Edição Reprint, 2020.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

MEDITAÇÃO RETROSPECTIVA NOTURNA XXV: APONTAMENTOS DIVERSOS

Seja bem vindo outono.
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“[...] perdeu-se o significado profundo de autenticidade. Assim, muita gente acha quase impossível, em nosso tempo, compreender que Sócrates, no preceito ‘conhece-te a ti mesmo’, insistia no mais difícil de todos os desafios. E julga também quase impossível compreender a que Kierkegaard se referia ao proclamar: ‘Aventurar-se, no sentido mais elevado, é precisamente tomar consciência de si mesmo...’ ”  (MAY, Rollo, 1990. p. 47)

Sócrates, filósofo grego, considerado um dos maiores, na filosofia ocidental e universal. Embora ele não tenha deixado nenhum trabalho escrito e poucas idéias possam ser atribuídas com segurança, Sócrates é uma figura capital do pensamento antigo, a ponto de dividir a história da filosofia antiga; chamando aos que o antecederam: os pré-socráticos. Suas reflexões se concentraram no ser humano e particularmente, na ética, e suas idéias nos chegaram por meio de seu aluno Platão, que era seu discípulo direto, e Aristóteles, aluno Platão.

A maior parte do que se sabe sobre Sócrates vem de três contemporâneos: o historiador Xenofonte, o comediante Aristófanes e o filósofo Platão.

  • Xenofonte retratava Sócrates como um sábio absorvido pela ideia de identificar conhecimento e virtude, mas com uma personalidade na qual não faltavam algumas características um tanto vulgares.
  • Aristófanes fez disso o objeto de suas sátiras em uma comédia "As nuvens", obra em que traça um “caricatura” de Sócrates, mostrando-o como um artista de fala enganosa e parece o identificar como os “Sofistas”, em plena ascensão da “democracia” no século de Péricles.
  • Esses dois testemunhos, portanto, se acrescem à imagem de Sócrates apresentada Platão em seus Diálogos, na qual ele aparece como figura principal, uma imagem que não deixa de ser excessivamente idealizada às vezes, mesmo que seja considerada a mais justa.
Durante boa parte de sua vida, Sócrates teria se dedicado a andar pelas praças, mercados e academias de Atenas, levando aos jovens aristocratas ou pessoas comuns (comerciantes, camponeses ou artesãos) com que conversava um novo método, em forma de interrogatórios e reflexão, bases de sua proposta filosófica: a “maiêutica”.

O próprio Sócrates comparou esse método com o trabalho de parteira exercido por sua mãe: era necessário um interlocutor para iluminar a verdade, descobrir por si mesmo como já alojado em sua alma, através de um diálogo no qual o filósofo em que apresentava uma série de perguntas e contrapunha suas objeções às respostas que recebia. Ao final, o objetivo demonstrar que as “opiniões” do interlocutor, no início da conversa, escondiam uma aparência enganosa ou revelava algo de novo, mais próximo a um conhecimento verdadeiro.

A maior parte das conversas filosóficas atribuídas a Sócrates, foram reunidas nos “Diálogos” de Platão. Sócrates apresenta e segue uma linha diretriz que molda o que conhecemos hoje como o ”método socrático”.

O início de suas conversas geralmente era um elogio à sabedoria de seu interlocutor e, posicionando-se sempre como quem “nada sabe”, conduzia a “ironia” e orientava seu diálogo. No início sempre uma pergunta: (por exemplo: o que é virtude?). Traça, incialmente, um elogio à resposta recebida e com um sequência de novas questões e exemplos prossegue com seu método. O objetivo é sempre o “pensar por si mesmo”.

Entre os autores que fazem referência a Sócrates, está Epicteto. Seguindo a filosofia de Sócrates mostra que a filosofia deve ser entendida como a busca da sabedoria pela razão. É a sabedoria que nos capacita bem viver ou viver de modo pleno e feliz e de acordo com o que, porventura, teorizamos. Para Sócrates, como uma vida não examinada não merece ser vivida, a filosofia se configura como um caminho na construção moral do homem que se dispõe a pensar, a pensar bem; e, isto deve estar em consonância com a prática.  Assim, como Sócrates, Epicteto mostra essa mesma concepção de filosofia no seu Encheirídion.

E, para encerrar, e estabelecer mais dois autores, para reflexões pessoais, tenho  acrescentado, e um dos autores que tenho lido bastante e que, como dito acima, remete a Sócrates e carrega muito de socrático em seu livro: "O conceito de ironia". Refiro-me a S. A. Kierkegaard. O segundo é Rollo May, que também estudou todo esse mote apontado acima e o próprio Kierkegaard. Diversas frentes, mas a temática preserva-se sempre nas obras

______.
DINUCCI, A.; JULIEN, A. O Encheiridion de Epicteto. Coimbra: Imprensa de Coimbra, 2014.
EPICTETO. Entretiens. Livre I. Trad. Joseph Souilhé. Paris: Les Belles Lettres, 1956.
______. Epictetus Discourses. Book I. Trad. Dobbin. Oxford: Clarendon, 2008.
______. O Encheirídion de Epicteto. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2012. (Edição Bilíngue)
______. Testemunhos e Fragmentos. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2008.
EPICTETUS. The Discourses of Epictetus as reported by Arrian; Fragments; Encheiridion. Trad. Oldfather. Harvard: Loeb, 1928.
HADOT, Pierre. The inner citadel: the meditations of Marcus Aurelius. London: Harvard University Press, 2001. 
KIEKEGAARD, S. A. O conceito de ironia: Constantemente referido a Sócrates - Edição de Bolso. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.
LONG, Georg. Discourses of Epictetus, with Encheiridion and fragments. Londres: Georg Bell and sons, 1890.
MAY, Rollo. O homem à procura de si mesmo. São Paulo: Ed. Círculo do livro, 1992.
SÉNECA, Lúcio Aneu. Cartas a Lucílio. 5. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 2014.
XENOFONTE. Apologia de Sócrates. 5. ed. Trad. Líbero Rangel de Andrade. São Paulo: Nova Cultural, 1991. (p. 164-165). (Col. Os Pensadores)

domingo, 22 de dezembro de 2019

REFLEXÃO MATINAL LXIX: BREVÍSSIMA


30 ilusat tiiki aias ja vee ideid.

“Numa pequena seleção das notas kantianas sobre ética, nas 'Reflexões de Filosofia Moral', já se articula um discurso consistente acerca de uma moral puramente racional, atenuam-se, do mesmo modo, as críticas kantianas à doutrina do sentimento moral.”

...
Refl. 6907.1776-78. Pr XIII (Immanuel Kant)

“A felicidade constitui-se de duas maneiras: ou aquela que é efeito do livre arbítrio de um ser racional em si, ou aquela que é um efeito contingente e externo dependente da natureza. Os seres racionais podem criar a felicidade verdadeira que é, sobretudo, independente da natureza, através de ações que estão dirigidas a eles mesmos e a outros reciprocamente. E sem isso a natureza não pode conceder felicidade genuína. Esta é a felicidade do mundo do entendimento. Por isso a representação da perfeição moral também nos comove. A saber, vemos que uma felicidade tão grande se baseia meramente na vontade. Não posso dizer que gostaria de ser demasiadamente bom apenas se os demais também quisessem, pois nesse caso alcançar o propósito não é possível. Eu devo buscar, da minha parte, alcançar o modelo da perfeição em um possível mundo bom. É bom em si mesmo aquilo que não depende meramente de condições contingentes, mas de meu arbítrio (AA 19:202-3).”

quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

MEDITAÇÃO RETROSPECTIVA NOTURNA XXIV: OS BENS VERDADEIROS


Fontes, Seu Jardim Com Mais Emoção!por Depósito Santa Mariah
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Tanto Epicteto, como o próprio Sêneca, numa descrição da razão, diriam que é próprio da razão exigir de nós uma vida plena, simples e disciplinada, de acordo com a "Lei natural", e que, com a aplicação desta, a nossa vida resultaria em liberdade e felicidade.

Segundo eles, como estóicos, se a razão não segue a "Lei natural", ela se envereda por trilhas viciosas e, com a desculpa de que viver é tarefa complexa, o homem, decide-se por desvios improdutivos e não as seguindo, tornam, a vida difícil, infeliz. Quase que, com isso, criam uma “segunda natureza” viciosa e indisciplinada.

Enfim, tendo aprendido a seguir “meditando andando” (Hanh, 2000) por essas trilhas da “filosofia prática” tanto em Epicteto quanto em Sêneca, uma vida simples e sem apegos infundados ao que nos seja exterior, é fundamental.

A isso acrescento, do professor Aldo Dinucci e Antonio Tarquínio, um trecho da “Introdução ao Manual de Epicteto” referindo-se a Sócrates, no Eutidemo; "Diálogo" platônico que tomei para meditação dessa noite:

Os estoicos “Consideram Sócrates o exemplo máximo onde se realiza uma filosofia voltada para a construção de um homem integralmente forte e livre, repercutindo muitos temas do pensamento socrático, como, por exemplo, a questão da piedade. (Dinucci; Taquínio, 2012)

Aforismos:

a) "A água do mar é a mais pura e a mais poluída; para os peixes é potável e salutar, mas para os homens é impotável e deletéria"[1]

b) "Para Divindade, tudo é belo, bom e justo, mas os homens supuseram umas coisas injustas, outras justas"[2]

"No Eutidemo de Platão, Sócrates observa que os bens reconhecidos pelos mortais se transformam em males se administrados por imprudentes. Apresentarei o argumento de Sócrates no Eutidemo de um modo didático. Pensem, leitores, em uma lista de bens. Suponho que nela incluirão coisas como a riqueza, a saúde, o poder, um elevado status social, o prazer, a vida. 
Mas considerem o seguinte: a riqueza na mão de um tolo se torna inútil ou destrutiva; e se pode ser má, não é em si mesma nem boa, nem má. A saúde também nem sempre é um bem, já que seu contrário, a doença, pode por vezes levar o homem a valorizar sua vida e tomar ciência de si mesmo. O poder já foi ocasião para a ruína e a destruição de muitos. Um elevado status social pode concorrer para tornar o homem arrogante e cercá-lo de falsos amigos. O prazer também nem sempre é um bem, pois há prazeres que escravizam e destroem os homens. Seu contrário, a dor, nem sempre é um mal, pois às vezes é um meio para se obter algo maior (como o atleta que se submete a um treinamento extenuante para melhorar seu desempenho). E a vida também não é em si mesma um bem ou um mal, pois há ocasiões em que a morte é opção melhor que a vida (como no caso de alguém que, para continuar vivendo, tem que trair seus princípios, sujeitar-se a indignidades, ou compactuar com crimes).” (Dinucci; Taquínio, 2012)

(os grifos são meus)

__________.
ARRIANO FLÁVIO. O Encheirídion de Epicteto. Edição Bilíngue. Tradução do texto grego e notas Aldo Dinucci; Alfredo Julien. Textos e notas de Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão, SE: Universidade Federal de Sergipe, 2012.

DINUCCI, Aldo; TAQUÍNIO, Antonio. Introdução ao manual de Epicteto. 
São Cristóvão, SE: Universidade Federal de Sergipe, 2012.

HANH, Thich Nhat. Meditação andando: um para a paz interior. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.



[1] HIPÓLITO. Hippolytus' Refutationes omnium heresium. Gottingen: Duncker, 1859, ix, 10, 5
[2] PORFÍRIO. Porphyrii Quaestionum homericarum ad Iliadem pertinentium reliquias collegit disposuit. Ed. B. G. Teubner. Charleston: Nabu Press, 2010, iv, 4.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

SIM À VIDA, APESAR DE TUDO: VIKTOR FRANKL


Yes to Life: In Spite of Everything por [Frankl, Viktor E.]

A obra anunciada como lançamento para 2020, já acrescento aqui, para futura inclusão nas minhas leituras do próximo ano.

"Onze meses após sua libertação de Auschwitz, Viktor E. Frankl realizou uma série de palestras públicas em Viena. O psiquiatra, que se tornaria mundialmente famoso, explicou seus pensamentos centrais sobre significado, resiliência e a importância de abraçar a vida, mesmo diante de grandes adversidades.
Publicadas pela primeira vez, as palavras de Frankl ressoam tão fortemente hoje quanto em 1946. Ele oferece uma exploração perspicaz da máxima: 'Viva como se você estivesse vivendo pela segunda vez' e revela sua convicção básica de que toda crise também inclui uma oportunidade. Apesar dos horrores indescritíveis do campo, Frankl aprendeu com seus companheiros de prisão que sempre é possível dizer "sim à vida" - uma lição profunda e atemporal para todos nós."

(só os grifos e destaques são meus) 

Após leitura da obra, que no início postei como "a ser lançada", acrescento uma Sugestão de Link: 
Disponível em: 
______.
FRANKL,Viktor. Yes to Life: In spite of everything. Beacon Press, 2020.


About the Author:
"Born in Vienna in 1905, Viktor E. Frankl earned an MD and a PhD from the University of Vienna and was a professor of neurology and psychiatry at the University of Vienna Medical School. After the Nazis seized power, his wife, father, mother and brother all died in concentration camps. Frankl was interned in four camps himself before the end of the war, and only he and his sister survived. He wrote Man's Search for Meaning in nine days after he returned to Vienna, and wrote the three essays that make up Yes to Life some eleven months later. He went on to hold professorships at Harvard, Stanford, and the International University in San Diego, California, and wrote many other books before his death in 1997."

segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

MACHADO DE ASSIS NOS INTERVALOS


"Há pessoas que parecem nascer errado, em clima diverso ou contrário ao de que precisam [...]" 

(ASSIS, Machado de. In: Memorial de Aires, 2009. p. 97).

Sempre há motivos para uma pausa, e nas pausas sempre há o que fazer. 

Nesse caso, retornei hoje ao "The Collected Stories of Machado de Assis", sobre o autor que nas pausas, sempre acho tempo e releio uma de suas obras.

Na pausa de hoje, relendo, como é praxe, durante os recessos, uma das obras de Machado de Assis e, recordando, acabei de reler parte deste"The Collected Stories of Machado de Assis”; que li, em 2018.

E, na sequência, acabei de reler uma resenha (dez. 2019) de "Flora Thomson-DeVeaux, doutora pela Brown University, que à época finalizava uma nova tradução das Memórias póstumas de Brás Cubas para o inglês, e apresenta The Collected Stories of Machado de Assis, volume com todos os 76 contos recolhidos por Machado de Assis, em livro, traduzidos para o inglês por Margaret Jull Costa e Robin Patterson. 

E, ainda, como desde há muito tempo, tenho estudado a obra do autor; nas pausas, sempre retorno a um de seus títulos. Grande autor!

A este estudo que estou acompanhando, acrescentei uma edição da Nova Fronteira"Todos os romances e contos consagrados de Machado de Assis”:

“Com o primeiro volume: a denominada, fase romântica de Machado: "Ressurreição", "A mão e a luva", "Helena e Iaiá Garcia"...

O segundo volume: as obras-primas de Machado de Assis... naquilo em que se pode ler de seu “realismo”: "Memórias póstumas de Brás Cubas", "Quincas Borba" e "Dom Casmurro"...

E, o terceiro volume: seus dois últimos romances escritos pelo “Bruxo do Cosme Velho”, e presença do conselheiro Aires, em “memorial de Aires”, ‘espécie de alter ego do escritor’, que quando me surpreendeu. Além de contos.”

...

MACHADO DE ASSIS. Todos os romances e contos consagrados de Machado de Assis. Rio de Janeiro, RJ: Nova Fronteira, 2016. ("Box" em três volumes)

______. Memorial de Aires. Porto Alegre, RS: L&PM, 2009.

______.


ou:

Book review:


(só os grifos e destaques são meus)

sábado, 7 de dezembro de 2019

PENSADORES ALEMÃES: LEIBNIZ

Resultado de imagem para leibniz
Gottfried Wilhelm Leibniz? Além de filósofo, ele também foi uma figura central na história da matemática, fez importantes contribuições para a física e para a tecnologia, e antecipou noções que surgiram muito mais tarde nas áreas da biologia, medicina, geologia, psicologia, linguística e na informática".
Grande Leibniz, ao som de uma das obras que mais reverencio! E, mesmo com a "ironia" do Voltaire, esse foi o que entendo como "ser filósofo". Boa filosofia, entre as que me dispensam de certas outras coisas... (da modinha).
Link do vídeo:
https://www.facebook.com/EmbaixadaAlemanha/videos/469545607003277/?eid=ARCUVvR2Ux7kwAkfGqLPf6OZl4B6qV_qMGX8TEhTadKbM7Qo5O6d0HWSaJhvVGODNT0NQjIgqOtcXQTm

sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

REFLEXÃO MATINAL LXVIII: ASKESIS

A Jurubeba Cultural:  Raio de luz ...
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Epicteto, seguindo a filosofia de Sócrates mostra que a filosofia deve ser entendida como a busca da sabedoria pela razão. É a sabedoria que nos capacita bem viver ou viver de modo pleno e feliz e de acordo com o que, porventura, teorizamos. Para Sócrates, como uma vida não examinada não merece ser vivida, a filosofia se configura como um caminho na construção moral do homem que se dispõe a pensar, a pensar bem; e, isto deve estar em consonância com a prática.  Assim, como Sócrates, Epicteto mostra essa mesma concepção de filosofia no seu Encheirídion. Já citamos aqui, por estarmos estudando os fundamentos do estoicismo, o capítulo XLVI, em que recomenda:

“Jamais te declares filósofo. Nem, entre os homens comuns, fales frequentemente sobre princípios filosóficos, mas age de acordo com os princípios filosóficos. Por exemplo: em um banquete, não discorras sobre como se deve comer, mas come como se deve. Lembra que Sócrates, em toda parte, punha de lado as demonstrações, de tal modo que os outros o procuravam quando desejavam ser apresentados aos filósofos por ele. E ele os levava! [XLVI.2] E dessa maneira, sendo desdenhado, ele ia.  Com efeito, caso, em meio a homens comuns, uma discussão sobre algum princípio filosófico sobrevenha, silencia ao máximo, pois o perigo de vomitar imediatamente o que não digeriste é grande. E quando alguém te falar que nada sabes e não te morderes, sabe então que começaste a ação. Do mesmo modo que as ovelhas não mostram o quanto comeram, trazendo  a forragem ao pastor, mas, tendo digerido internamente o pasto, produzem lã e leite,  também tu não mostres os princípios filosóficos aos homens comuns, mas, após tê-los digerido, <mostra> as ações.”

E, reforça, no capítulo XLIX:

“Quando alguém se crê merecedor de reverência por ser capaz de compreender e interpretar os livros de Crisipo, diz para ti mesmo: “Se Crisipo não escreveu de modo obscuro, ele não tem pelo que se crer merecedor de reverência”. Mas o que eu desejo? Conhecer a natureza e segui-la. Busco então quem a interpreta. Ouvindo que é Crisipo, vou a ele. Mas não compreendo seus escritos. Busco então quem os interpreta – até aí, absolutamente nada há que mereça reverência. Quando eu acho o intérprete, resta-me fazer uso das coisas prescritas – unicamente isso é digno de reverência. Ora, se admiro o próprio <ato de> interpretar, que outra coisa me torno senão gramático ao invés de filósofo? Com a diferença que, no lugar de Homero, interpreto Crisipo. Então, quando alguém me disser “Interpreta algo de Crisipo para mim”, sobretudo enrubescerei quando não for capaz de exibir ações semelhantes às palavras e condizentes <com elas>.”

Ou seja, o que é realmente importante e fundamental é que estudar a filosofia não é só esmerar-se no burilamento dos discursos inflamados no verbo, mas vazios de conteúdos. Importa mesmo que apare as arestas na prática e aquisição de virtudes; aperfeiçoarmos a nós mesmos, como complementa:

“[LI] Por quanto tempo ainda esperarás para que te julgues merecedor das melhores coisas e para que em nada transgridas os ditames da razão? Recebeste os princípios filosóficos, com os quais foi preciso concordar, e concordaste.  Por qual mestre ainda esperas para que confies a ele a correção de ti mesmo? Não és mais um adolescente, já és um homem feito. Se agora fores descuidado e preguiçoso, e sempre fizeres adiamentos após adiamentos, fixando um dia após o outro o dia depois do qual cuidarás de ti mesmo, não perceberás que não progrides. E permanecerás, tanto vivendo quanto morrendo, um homem comum. [LI.2] Então, a partir de agora, como um homem feito e que progride, considera a tua vida merecedora de valor. E que seja lei inviolável para ti tudo o que se afigurar como o melhor. Então, se uma tarefa árdua, ou prazerosa, ou grandiosa, ou obscura te for apresentada, lembra que essa é a hora da luta, que essa é a hora dos Jogos Olímpicos, e que não há mais nada pelo que esperar, e que, por um revés ou um deslize, perde-se o progresso, ou o conserva. [LIII.3] Deste modo Sócrates realizou-se: de todas as coisas com que se deparou, não cuidou de nenhuma outra, exceto a razão. E tu, mesmo que não sejas Sócrates, deves viver desejando ser como Sócrates.”

Portanto, quanto o que se pretende como objetivo na filosofia, e nisso está nosso foco, é sintetizado por Epicteto, no capítulo LII, do Encheirídion:

“O primeiro e mais necessário tópico da filosofia é o da aplicação dos princípios [...]”

(grifos meus)
______.

ARRIANO FLÁVIO. O Encheirídion de Epicteto. Edição Bilíngue. Tradução do texto grego e notas Aldo Dinucci; Alfredo Julien. Textos e notas de Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão. Universidade Federal de Sergipe, 2012.

DINUCCI, Aldo; TAQUÍNIO, Antonio. Introdução ao manual de Epicteto. 2012.


______.
Askesis [1]. "Do grego. Significa exercício. É o esforço para renunciar aos prazeres sensíveis tendo em vista o aperfeiçoamento moral ou espiritual, ou ainda a realização de uma obra que exija o domínio da vontade. Os estóicos submetiam-se a essa disciplina para escapar ao domínio dos sentidos e da afetividade; os ascetas cristãos aplicavam-na a fim de se desapegarem do mundo e aproximarem-se de Deus. P. Ext., chamamos de ascese o método perseverante, gerador de sacrifícios, que o pesquisador, erudito ou filósofo, se inflige (por exemplo, Descartes, quando duvida)."




[1] DUROZOI, G. e ROUSSEL, A. Dicionário de Filosofia. Trad. Marina Appenzeller. Campinas, SP: Papirus, 1993.



quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

LOCKE E LEIBNIZ: SOBRE A DISCUSSÃO FÉ X RAZÃO


1. Resultado de imagem para novos ensaios sobre o entendimento humano 2. Resultado de imagem para novos ensaios sobre o entendimento humano
(Ainda Estudando o tema, como sempre, atual para mim)

BOA FILOSOFIA
Uma reflexão a partir de John Locke, sobre "fé e razão"

Com a leitura matinal, do livro II do Ensaio, Locke, tratando da lei divina, sustenta que o homem pode ter acesso a ela por meio de duas fontes: luz natural e revelação.

A luz natural é a razão de que o homem é dotado para conhecer a lei moral que deve governar a sua vida. A revelação é uma comunicação divina que traria ao homem algumas verdades “já prontas”.

Já, em seu primeiro livro, o Ensaio, várias vezes, Locke faz referência ao binômio razão-revelação. Uma definição desses termos, mais sistemática só é apresentada no livro IV. 

No capítulo XVIII desse livro IV, por exemplo, Locke dedica-se a uma análise da razão. E, no capítulo XIX, encontramos o estudo da relação entre  (religiosa) e razão, e apresenta uma definição para os dois termos:

"Por razão eu entendo, em contraposição à fé, descobrir certeza ou probabilidade numa proposição ou verdade à qual a mente chega por deduções a partir de ideias de sensação ou de reflexão, suas faculdades naturais.(Ensaio. IV.XVIII.2)"

E, a "fé, por outro lado, é assentir a uma proposição, que não apresentada por deduções da razão, mas com base no crédito daquele que as propõe como vindas de Deus por comunicação extraordinária. Essa via de manifestar verdades ao homem nós chamamos revelação.(Ensaio. IV.XVIII.2)"

O filósofo alemão Leibniz se interessou muito pelo Ensaio de Locke; e escreveu uma obra crítica intitulada Novos ensaios sobre o entendimento humano, que se corresponde com o Ensaio parágrafo por parágrafo. 

Logo no prefácio, Leibniz diz o seguinte:

“Sendo que o Ensaio sobre o entendimento, obra publicada por um ilustre inglês, constitui um dos mais belos e mais estimados livros do tempo atual, tomei a resolução de fazer-lhe observações (…)”. 

As observações, bem diferentes de Locke sobre vários temas do Ensaio, mas quando fala do capítulo XVIII do livro IV, Leibniz concorda, quase que integralmente, com o pensamento de Locke. 

Leibniz comenta a relação entre a razão e a fé; é isso que decidi voltar a estudar na manhã de hoje e, com certeza, prosseguirei, já que os autores e a temática fundamental não foge do meus interesses básicos pessoais nem dos que tenho estudado para a pesquisa em si mesmo.

______.
AYERS, M. Locke: ideias e coisas. Trad. José Oscar de Almeida Marques. São Paulo: Editora Unesp, 2000.

LEIBNIZ, G. W. Novos ensaios sobre o entendimento humano. Lisboa: Edições Colibri, 1993

______.Novos ensaios sobre o entendimento humano. Trad. Luiz João Baraúna. São Paulo: Nova Cultura, 1996.

LIMA VAZ, H. C. Experiência mística e filosofia na tradição ocidental. São Paulo: Edições Loyola, 2009.
http://socserv.socsci.mcmaster.ca/~econ/ugcm/3ll3/locke/index.html.

______. Ensaio sobre o entendimento humano. Trad. Pedro Paulo Pimenta. São Paulo: Martins Fontes, 2012. (pp. 757-777)

______. An essay concerning human understanding. Edited with an Introduction, Critical Apparatusand Glossary by PeterH.Nidditch. Oxford, Clarendon Press, 1975.

______. La ley de la naturaleza. Traducción Carlos Mellizo. Madrid: Editorial Tecnos, 2007.

______. Draft A do ensaio sobre o entendimento humano. Trad. Pedro Paulo Pimenta. São Paulo: Editora Unesp, 2013.

______. The philosophical works and selected correspondence of John Locke. Edição eletrônica da série Past Masters. Acessado em 4 de dezembro de 2019. https://searchworks.stanford.edu/view/9390257

domingo, 1 de dezembro de 2019

REFLEXÃO MATINAL LXVII: AS PAIXÕES

uma escada
(IMAGEM: Pinterest)

“[XXVII] Ὥσπερ σκοπὸς πρὸς τὸ ἀποτυχεῖν οὐ τίθεται, οὕτως οὐδὲ κακοῦ φύσις ἐν κόσμῳ γίνεται.

[27.1] Do mesmo modo que um alvo não é fixado para não ser atingido, assim também a natureza do mal não existe no cosmos.” EPICTETO, 2012)

Revisitando velho e recorrente tema...

Geralmente, em filosofia, Aristóteles e Platão podem ser vistos como os primeiros pensadores a tratarem detidamente o tema da "paixões", e seu papel na constituição do ser humano. Para eles, as paixões se apresentam como obstáculos na obtenção do verdadeiro conhecimento, Platão chega a equiparar paixões e doenças, por exemplo.  Na Modernidade, autores da área da Psicologia, tentam explicar os mecanismos para o funcionamento e consequências destas para conduta do ser humano. Na Filosofia, portanto, vários outros filósofos se dedicaram ao tema. Por exemplo: Cícero, Henri Bergson, René. Descartes, J.-J. Rousseau, Thomas Hobbes, Baruch Spinoza, Immanuel Kant, David Hume, Michel de Montaigne, Nicolau Maquiavel. Voltaire e outros.

No final do texto, acrescento uma nota de rodapé, referente ao que tenho refletido sobre o tema, há alguns anos; saindo do campo específico do texto, que é um esforço de continuidade nas reflexões sobre o tema na filosofia e na psicologia, conforme autores listados no parágrafo acima.

Na Ética a Nicômaco, capítulo 3 do livro 1, Aristóteles aponta elementos sobre como deve ser estudado o assunto das paixões. Ele mesmo, parece reconhecer os limites e a dificuldade em se traçar um estudo definitivo.

A quem pretenda estudar o assunto, Aristóteles sugere uma conduta que reconheça a dificuldade em se apresentar argumentos definitivos; conclusões apressadas. A razão não pode tudo, nesse assunto. As paixões, segundo Aristóteles, deixam, mesmo assim, abertas as possibilidades para nosso autogoverno. Como lemos em Lebrun (1987):

“O virtuoso, [ao invés de refrear as paixões], age corretamente, mas em harmonia com suas paixões, porque ele as dominou de uma vez por todas. Não só aprendeu a agir de modo conveniente, mas a sentir o páthos adequado” (LEBRUN, 1987, p. 20).

Raciocínio bem próximo, tenho estudado nas obras de pensadores estoicos como as de Epicteto, Musônio Rufo, Sêneca e Marco Aurélio.

Ou seja: na obra de Aristóteles, a discussão sobre as paixões é fundamental na formação de indivíduo virtuoso. Para ele, o homem é responsável pela autoeducação das tendências naturais; o mau uso ou usá-las para o bem e virtude, é responsabilidade de cada um. Alcançar a virtude, portanto, seria o resultado do exercício constante da razão pelo homem. Ainda nos diz, Lebrun:

“Devemos aprender a viver em conformidade com o lógos, mas sem esquecer que as paixões continuam sendo a matéria de nossa conduta – e que só a propósito de seres passionais se pode falar em conduta razoável. Paixão e razão são inseparáveis, assim como a matéria é inseparável da obra e o mármore da estátua (LEBRUN, 1987, p. 22).”

Resta-nos assim, em relação à paixões, enfrentarmos a questão da autoeducação e dominá-las. E, acima de tudo, bem conduzí-las![1]

"[5a] As coisas não inquietam os homens, mas as opiniões sobre as coisas." (EPICTETO, 2012)

______.
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[1] Ainda, só para reflexão pessoal: li, na obra do século XIX, do autor francês Allan Kardec (2013), o seguinte:
“907. Será intrinsecamente mau o princípio originário das paixões, embora esteja na Natureza?
“Não; a paixão está no excesso de que se acresceu a vontade, visto que o princípio que lhe dá origem foi posto no homem para o bem, tanto que as paixões podem levá-lo à realização de grandes coisas. O abuso que delas se faz é que causa o mal.”
908. Como se poderá determinar o limite onde as paixões deixam de ser boas para se tornarem más?
“As paixões são como um corcel, que só tem utilidade quando governado, e que se torna perigoso quando passa a governar. Uma paixão se torna perigosa a partir do momento em que deixais de poder governá-la, e que dá em resultado um prejuízo qualquer para vós mesmos ou para outrem.”


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