quarta-feira, 17 de junho de 2020

O "PROBLEMA XXX", ANGÚSTIA E A HISTÓRIA DA MELANCOLIA: POSSÍVEIS APROXIMAÇÕES

A partir da releitura do “Problema XXX” em Aristóteles (em 2018), estou estudando a tradição filosófica sobre esse problema, na tentativa de apreender a própria visão da época sobre o conceito de μέλαινα χολὴ e após exposição desse, qual seria a resposta de Aristóteles e uma possível evolução do conceito após suas reflexões. 

A isso, acrescentei, retomando leituras kierkegaardianas que fiz em 1992, de um autor que tenho lido com mais frequência também: Rollo May, no que ele apresenta de influência da obra de S. A. Kierkegaard, que despertou meu interesse para o “Conceito de angústia”, “Temor e tremor”, e a “Psicologia do dilema humano”. Só, mais recentemente, em 2019, tive acesso a outra obra: “As obras do amor”, inclusive acompanhando um grupo de pesquisas da Argentina sobre temas em Kierkegaard.

Hoje, prosseguindo, numa das pausas da pesquisa, li “História da Melancolia” (Cordás; Emílio, 2016).

A obra interessou-me à medida que me permitiu analisar o tema em relação ao que apontei acima, tanto sobre autores quanto sobre os temas. E, ela tem como objetivo o que está delineado na sinopse do livro:

“Doença, loucura, melancolia e depressão são palavras cujos significados e percepções são historicamente construídos e, portanto, mutáveis, refletindo e evidenciando formas de pensar.  Com linguagem acessível, mas sem deixar de lado a qualidade das informações e das reflexões propostas, os autores deste livro apresentam e analisam, a partir dos conhecimentos tanto da psiquiatria como da história, as ideias que influenciaram a compreensão da melancolia na civilização ocidental, da mitologia clássica até o DSM-5.” (a referência completa, seguirá abaixo).

O que pude perceber até aqui, com as leituras, é que o problema ainda está em aberto.

As soluções que se tem apresentado ainda não resolveram uma série de questões. 
O meu interesse, naturalmente, é filosófico, mas tenho acompanhado atentamente as discussões do ponto de vista dos avanços atuais, tanto na pesquisa médica, Nenriciências e da Psiquiatria, sobre esta questão quanto aos avanços na área da Psicologia e na própria Filosofia.

Algumas das leituras resultam breves apontamentos como estes que anoto aqui.

Voltemos ao trabalho!

______.

ARISTÓTELES. Obras Completas. - Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa. Lisboa: INCM - Imprensa Nacional-Casa da Moeda. Lisboa:  2005.

______. O homem de gênio e a melancolia. São Paulo: Nova Aguilar, 2009.

CODÁS, Táki Athanássios; EMÍLIO, Matheus Schumaker. História da melancolia. Proto Alegre, RS: Artmed, 2016.

KIEKEGAARD, S. A. O desespero humano: doença até a morte. São Paulo: Abril Cultural, 1979.

______. O desespero humano: São Paulo: Ed. UNESP, 2010.

______. Do desespero silencioso ao elogio do amor desinteressado.(Org. Alvaro Valls). Escritos, 2004.

______. KIERKEGAARD, S. A. As obras do amor. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.

______. O conceito de angústia. 3. ed. Trad. Alvaro Valls. Petrópolis, RJ, Vozes, 2015.

MAY. Rollo. May, R., Angel, E., & Ellenberger, H. (Orgs.). Existencia: nueva dimension em psiquiatría y psicología. Madrid, Editorial Gredos, 1977.

______. (Org.). Psicologia existencial. Rio de Janeiro: Globo, 1980.

______. A descoberta do ser. São Paulo: Rocco, 1988.

______. O homem à procura de si mesmo. São Paulo: Ed. Círculo do livro, 1992.

______. Psicologia do dilema humano. 2. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.

PONTE, Carlos Roger Sales da; SOUSA, Hudsson Lima de. Reflexões críticas acerca da psicologia existencial de Rollo May. Rev. abordagem gestalt.,  Goiânia ,  v. 17, n. 1, p. 47-58, jun.  2011. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-68672011000100008&lng=pt&nrm=iso>.acessos em  17  ago.  2019.


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