Agora, em meio a essa releitura, temos agora a publicação recente de outra outra obra de Tugendhat que não conhecia e trata da Filosofia da linguagem.
Interessa-me a esse lançamento porque se dedicou em seus estudos a autores que tenho estudado regularmente. "A obra de Tugendhat abrange amplamente os temas da ética e da linguagem, mantendo permanente diálogo com Aristóteles, Kant, Schopenhauer, Hegel, Hume e Wittgenstein, entre outros" (César Benjamin).
As informações sobre a obra retirei do Site conforme adicione abaixo, com os devidos créditos.
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"Na assim chamada filosofia analítica, ou filosofia analítica da linguagem, há pouca reflexão sobre seus próprios fundamentos, e hoje menos do que antes. A maior parte dos problemas de que ela trata são herdados, não são questionados. Isso se deve, em parte, a uma falta de consciência histórica. Um modo de filosofar só pode chegar a ser uma posição filosófica fundamental mediante o confronto com concepções anteriores da filosofia. Esta reflexão sobre fundamentos não é apenas um ato adicional de autoesclarecimento. Perceber a tarefa que tem sido sempre a atividade filosófica genuína é condição de uma habilidade filosófica: o exame das questões, métodos e conceitos básicos existentes, além do desenvolvimento de novos. Estas lições oferecem um estímulo nessa direção."
Ernst Tugendhat
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Ernst Tugendhat (1930-2023) foi um dos maiores filósofos da atualidade. Fez sua formação principalmente em Freiburg, na Alemanha, e em Stanford, nos Estados Unidos, unindo de forma pioneira a tradição filosófica europeia e o estilo analítico característico dos anglo-saxões. Depois de defender teses sobre Aristóteles e sobre o conceito de verdade em Husserl e em Heidegger, tornou-se professor catedrático em Heidelberg entre 1966 e 1975. De 1975 a 1980, foi colaborador do Instituto Max Planck, em Starnberg, quando trabalhou com Jürgen Habermas. De 1980 a 1992, foi professor emérito de filosofia na Universidade Livre de Berlim.
Depois de aposentar-se, foi professor visitante na Universidade Católica do Chile, em Santiago, pesquisador no Institut für die Wissenchaften vom Manschen, em Viena, e professor visitante em Praga. Em 2005, recebeu o prêmio Meister Eckhart, concedido pela Identity Foundation. Os dois outros ganhadores, nas edições de 2003 e 2004, haviam sido, respectivamente, Richard Rorty e Lévi-Strauss.
A obra de Tugendhat abrange amplamente os temas da ética e da linguagem, mantendo permanente diálogo com Aristóteles, Kant, Schopenhauer, Hegel, Hume e Wittgenstein, entre outros. Publicadas pela primeira vez em 1976, estas Lições introdutórias... são consideradas o marco fundamental do diálogo entre diferentes tradições filosóficas e o início de uma trajetória que levará o autor a uma antropologia filosófica. Mantendo-se no âmbito da teoria analítica, que revitalizou, Tugendhat enfatiza a análise lógica e semântica das expressões linguísticas e estuda a relação entre linguagem e realidade.
Para ele, a estrutura predicativa da linguagem é um elemento fundamental na caracterização da condição humana, pois ela nos diferencia dos demais animais e nos projeta dentro do espaço da deliberação, em situações de indecisão. Distanciados dos objetos, passamos a conviver com a dúvida sobre o que somos e o que devemos ser. A linguagem predicativa e o consequente pensamento instrumental tornam inevitável questionar as razões dos nossos modos de vida. "A pergunta de Heidegger sobre a compreensão do ser", diz Tugendhat, "só pode adquirir um significado concreto e exequível no quadro de referência de uma filosofia analítica da linguagem." (César Benjamin)
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Fonte: Site da editora Contraponto
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TORRES, José Carlos Brum (Org.). Manual de ética: questões de ética teórica e aplicada. Petrópolis, RJ: Vozes; Caxias do sul: Universidade de Caxias do Sul: BNDES, 2014.
TUGENDHAT, Ernst. Lições introdutórias à filosofia analítica da linguagem. Tradução: Ronai Rocha e Ernildo Stein. Editora Contraponto, 2024. 680 páginas.
______. Lições sobre ética. 5. ed. revista. Petrópolis, RJ: Vozes, 1996.