domingo, 21 de dezembro de 2025

MEDITAÇÃO RETROSPECTIVA NOTURNA CLXXI: PERSPECTIVAS SOBRE "DOENÇAS DA ALMA", "VÍCIOS E VIRTUDES", "CURA DAS PAIXÕES" E "SEELSORGE"

(IMAGEM: "Pinterest")
Pausa na Oficina. Desenvolvendo.

PARA NOVOS APONTAMENTOS.

Estudando um tema, sobre o qual estudo desde os anos 80" sem abandonar o principal...

Mais uma vez, revisitando velho e recorrente tema: “As paixões”. Tenho escrito aqui vários pequenos textos sobre autores que, em grande medida, tomam uma postura dos que acreditam que as paixões, são bem próximas do que se denomina doença e propõem a “cura das paixões”, outros propondo uma “moderação das paixões”, como os estoicos e outros citados abaixo. Mas, aqui não se trata mais de suprimi-las, nem mesmo de contê-las, moderando-as. “Para Hume, a contraparte da dessacralização do mundo é, justamente, aquele “culto das paixões” que ensina a conviver em sociedade e a usufruir do prazer a que a natureza humana está predisposta.” 

Recentemente, nas pausas, tenho lido e relido algumas publicações de Frederick Campbell Crews (1933-2024). Publicou ensaios, foi crítico literário e professor emérito de Inglês na University of California, Berkeley.

Meu interesse em sua obra, o tema, parte da fase em que Crews passou a estudar e criticar a obra de Freud. Analisa em seus escritos, o estilo, o método e a relevância científica das suas propostas tendo participado, entre os anos 80 e 90 de debates conhecidos como "guerras de Freud."

O que me levou ao tema foi meu interesse desde a graduação. À época ainda via como bons olhos o assunto. Com a leitura de Karl R. Popper e sua crítica sobre o “critério de demarcação” comecei a ver outros lados da mesma temática. Continuei e, recentemente, como disse acima cheguei a Crews, Hansson Catherine Meyer e demais autores, citados abaixo, que tem me ajudado bastante nestas leituras e releituras do tema que, desde à época são constantes. Tenho descoberto e me surpreendido com as nos abordagens. Portanto, ddou prosseguimento...  

E, tem mais:

Hoje, acrescento Oskar Pfister que estou lendo desde o 29 de novembro de 2025.

1. L'Ilusion d'un avenir "Em 1928, o pastor Pfister, de Zurique, empreendeu uma resposta a O Futuro de uma Ilusão” (1927), de Freud, texto seminal que analisa o "fenômeno religioso" sob a perspectiva do "conhecimento inconsciente", em suas dimensões clínica e cultural. Psicanalista profundamente devotado a Freud, a quem conhecera cerca de vinte anos antes, Oskar Pfister recorreu à concepção de religião do fundador da psicanálise — seu profundo respeito por Freud não o impediu de apresentar uma firme defesa do que considerava religião autêntica, renovada pelo "cuidado das almas" (Seelesorge) enriquecido pela psicanálise. Este texto, aqui retraduzido com a máxima precisão, acompanhado de um índice e um glossário, é precedido por um estudo preliminar — que situa o pensamento de Pfister e as questões fundamentais em jogo neste debate — e seguido por Notas Históricas e Críticas destinadas a elucidar suas numerosas alusões. O leitor terá a oportunidade de acompanhar o argumento passo a passo e analisá-lo em conjunto com o texto de Freud (nova tradução, Cerf, 2012). A publicação desta edição crítica constitui uma contribuição teórica e histórica para o debate em curso sobre "Psicanálise e Religião"

...

Fonte (Amazon): “En 1928, le pasteur Pfister de Zürich entreprend de répondre à L'avenir d'une illusion de Freud (1927), le texte majeur d'analyse du " fait religieux " du point du vue du " savoir de l'inconscient ", en ses dimensions cliniques et culturelles. Psychanalyste très attaché à Freud, qu'il a rencontré une vingtaine d'années plus tôt, Oskar Pfister en appelle à la représentation de la religion que donne le créateur de la psychanalyse – le respect profond à son égard ne l'empêchant pas de produire une défense pied à pied de ce qu'il tient pour la religion authentique, renouvelée par le " soin des âmes " (Seelesorge) fécondée par la psychanalyse. Ce texte, retraduit ici de la façon la plus précise, accompagné d'index et d'un glossaire, est précédé d'une étude préliminaire – situant la pensée propre de Pfister et les enjeux de fond de ce débat – et est suivi de Notes historiques et critiques destinées à en saisir les nombreuses allusions. Le lecteur aura le loisir de suivre pas à pas l'argumentation de l'écrit et de l'envisager parallèlement au texte de Freud (nouvelle traduction, Cerf, 2012). La publication de cette édition critique constitue une contribution théorique et historique au débat " Psychanalyse et religion " jusqu'en son actualité.”.

2. https://marcosfilosofiamoderna.blogspot.com/2018/08/uma-discussao-sobre-evasivas-amiraveis.html?m=1

3. Revisitando os clássicos sobre o tema.

Geralmente, em filosofia, Aristóteles e Platão podem ser vistos como os primeiros pensadores a tratarem detidamente o tema da "paixões", e seu papel na constituição do ser humano. Para eles, as paixões se apresentam como obstáculos na obtenção do verdadeiro conhecimento, Platão chega a equiparar paixões e doenças, por exemplo. Na Modernidade, autores da área da Psicologia, tentam explicar os mecanismos para o funcionamento e consequências destas para conduta do ser humano. Na Filosofia, portanto, vários outros filósofos se dedicaram ao tema. Por exemplo: Cícero, Henri Bergson, René. Descartes, J.-J. Rousseau, Thomas Hobbes, Baruch Spinoza, Immanuel Kant, David Hume, Michel de Montaigne, Nicolau Maquiavel. Voltaire, Hume e outros.

No final do texto, acrescento uma nota de rodapé, referente ao que tenho refletido sobre o tema, há alguns anos; saindo do campo específico do texto, que é um esforço de continuidade nas reflexões sobre o tema na filosofia e na psicologia, conforme autores listados no parágrafo acima.

Na Ética a Nicômaco, capítulo 3 do livro 1, Aristóteles aponta elementos sobre como deve ser estudado o assunto das paixões. Ele mesmo, parece reconhecer os limites e a dificuldade em se traçar um estudo definitivo.

A quem pretenda estudar o assunto, Aristóteles sugere uma conduta que reconheça a dificuldade em se apresentar argumentos definitivos; conclusões apressadas. A razão (tem limites) não pode tudo, nesse assunto. As paixões, segundo Aristóteles, deixam, mesmo assim, abertas as possibilidades para nosso autogoverno. Como lemos em Lebrun (1987):

“O virtuoso, [ao invés de refrear as paixões], age corretamente, mas em harmonia com suas paixões, porque ele as dominou de uma vez por todas. Não só aprendeu a agir de modo conveniente, mas a sentir o páthos adequado” (LEBRUN, 1987, p. 20).

Raciocínio bem próximo, tenho estudado nas obras de pensadores estoicos como as de Epicteto, Musônio Rufo, Sêneca e Marco Aurélio.

Ou seja: na obra de Aristóteles, a discussão sobre as paixões é fundamental na formação de indivíduo virtuoso. Para ele, o homem é responsável pela autoeducação das tendências naturais; o mau uso ou usá-las para o bem e virtude, é responsabilidade de cada um. Alcançar a virtude, portanto, seria o resultado do exercício constante da razão pelo homem. Ainda nos diz, Lebrun:

“Devemos aprender a viver em conformidade com o lógos, mas sem esquecer que as paixões continuam sendo a matéria de nossa conduta – e que só a propósito de seres passionais se pode falar em conduta razoável. Paixão e razão são inseparáveis, assim como a matéria é inseparável da obra e o mármore da estátua (LEBRUN, 1987, p. 22).”

Resta-nos assim, em relação à paixões, enfrentarmos a questão da autoeducação e dominá-las. E, acima de tudo, bem conduzí-las!

"[5a] As coisas não inquietam os homens, mas as opiniões sobre as coisas." (EPICTETO, 2012)

Hoje, 16 de janeiro, acabei der reler um outro livro de David Hume sobre as paixões e anoto aqui o que diz o prof. Pedro Paulo Pimenta.

E, segundo o tradutor: “O Sr. Hume possui um sentimento delicado, um pensamento de feitio original, uma linguagem perspícua, não raro elegante, qualidades que não poderiam deixar de recomendar seus escritos a todo leitor de bom gosto. É pena que um gênio como esse empregue as suas habilidades como frequentemente o faz em seus ataques à religião de seu país. Ele não age como um inimigo franco e leal, mas tenta enfraquecer a autoridade dela por meio de sugestões oblíquas e insinuações ardilosas. Desse ponto de vista, sua obra não merece muita estima, se é que merece alguma; e poucos leitores dotados de discernimento o louvarão com epítetos de acuidade ou elegância, se considerarem que ele emprega essas qualidades para preencher a mente com as incômodas flutuações do ceticismo e com uma infidelidade sombria. (William Rose, 1757).

As paixões nunca foram bem vistas pelos filósofos. De Platão Aristóteles a Descartes e Hobbes, elas são o contraponto da razão. Imiscuindo-se na imaginação, atrapalham as deliberações razoáveis e perturbam a conduta. Incontornáveis, porque enraizadas no corpo, devem ser contidas. Em manuais dedicados à conduta do entendimento, Locke e Espinosa tentam proteger as ideias retas e sãs contra a ação insidiosa desse inimigo formidável. Nessa história de desconfiança, Hume é a exceção. Adepto de uma filosofia experimental pautada por um rigoroso método de análise da experiência moral, ele se distancia dos filósofos e aproxima-se dos moralistas. É um admirador dos preceitos clássicos do Grande Século francês, época em que a boa sociedade se dedicava ao que Auerbach chamou de “culto das paixões”. Leitor de Racine, Hume descobre nas próprias paixões o antídoto para os males que elas causam. Doravante, não se trata mais de suprimi-las, nem mesmo de contê-las. Apropriando-se da sua força magnífica, a arte, e em especial a arte de escrever, elabora uma pedagogia da sensibilidade. A partir desse preceito, Hume tece considerações críticas sobre a oratória, a tragédia, a poesia e a história, ocupando-se delas em seus ensaios morais e literários (publicados pela Iluminuras no volume A arte de escrever ensaio). Já neste outro volume, o leitor encontrará, além da Dissertação sobre as paixões, que retoma o livro II do Tratado da natureza humana, o opúsculo História natural da religião. Esse texto veemente encontra as paixões na origem primeira da religião. Mas que não se espere desse cético convicto uma defesa da “religião natural”, baseada na ciência e na razão. A implacável descrição da gênese do fenômeno religioso termina com um elogio da descrença. Mas não do niilismo. Para Hume, a contraparte da dessacralização do mundo é, justamente, aquele “culto das paixões” que ensina a conviver em sociedade e a usufruir do prazer a que a natureza humana está predisposta.” (Pedro Paulo Pimenta)

4. OUTRAS PRERSPECTIVAS:

"Poderia sempre o homem, pelos seus esforços, vencer as suas más inclinações?

“Sim, e por vezes fazendo esforços bem pequenos. O que lhe falta é a vontade. Ah! Quão poucos dentre vós fazem esforços!” (LE 909)

Na Carta LXXV, Lúcio Aneu Sêneca, ao dirigir-se a Lucílio, fala sobre o “progresso moral” e ao tratar da "doença moral e do doente", utiliza-se de comparação com a Medicina. 

Tenho notado, nas leituras que faço das obras dos antigos, as aproximações que fazem entre a Medicina e a Filosofia; e, é, exatamente por isso, que tenho aproveitado as pausas na pesquisa principal para aprender com eles essa relação da filosofia com a saúde, a medicina **.

É notório, na Carta citada, que o estudante de filosofia “é um doente”, e seu professor um médico. A carta toda faz esta aproximação, comparando o filósofo com o médico. Alguém que se pretenda estudar filosofia “é um doente”, que precisa de tratamento intensivo, não  de lições de lazer. Ora:

“Um doente não chama um médico por que é eloquente; mas se acontecer que o médico que pode curá-lo também discorra elegantemente sobre o tratamento a ser seguido, o paciente vai levá-lo em bom crédito.” (LXXV : 6)

Um dos pontos principais da carta, portanto é a classificação dos que estudam a Filosofia, encerrando com uma definição, do significado que seja a Liberdade: “[...] não temer nem homens nem deuses; significa não desejar a maldade ou o excesso; significa possuir poder supremo sobre si mesmo e é um bem inestimável ser mestre de si mesmo.” (LXXV : 17)

Mas, li a carta focado nesta analogia que ele faz entre o professor de Filosofia, o estudante de Filosofia e o Médico. Claro, destaco, desta carta o que ele diz sobre as paixões, que, para mim justifica essa analogia. Por exemplo:

“Muitas vezes, já expliquei a diferença entre as doenças da mente e suas paixões. E vou lembrá-lo mais uma vez: as doenças são endurecidas e vícios crônicos, como a ganância e ambição; eles envolvem a mente em um aperto muito próximo, e começam a ser seus males permanentes. Para dar uma definição breve: por “doença” queremos dizer uma perversão persistente do julgamento, de modo que as coisas que são levemente desejáveis são consideradas altamente desejáveis. Ou, se você preferir, podemos defini-la assim: ser muito zeloso em lutar por coisas que são apenas ligeiramente desejáveis ou não desejáveis de todo, ou valorizar as coisas que devem ser valorizadas apenas ligeiramente. (LXXV : 11)

Para mim, nesse estudo, a citação abaixo, da carta, já coloca um desafio imenso, bem no sentido das reflexões que tenho feito a partir de todos autores que tenho estudado atualmente. Diz ele, a Lucílio:

“Paixões” são impulsos indesejáveis do espírito, repentinas e veementes; elas vêm tão frequentemente, e tão pouca atenção tem sido dada a elas, que causam um estado de doença; assim como um catarro, quando há apenas um caso e o catarro ainda não se tornou habitual, produz apenas tosse, mas, quando se torna regular e crônico provoca a tuberculose. Portanto, podemos dizer que aqueles que fizeram o maior progresso estão além do alcance das “doenças”; mas eles ainda sentem as “paixões”, mesmo quando muito perto da perfeição.” (LXXV : 12)

Ou seja: as paixões são o que precisamos dominar, nosso progresso moral, disso depende. E, acrescento uma última questão, para pensarmos com Sêneca e avançarmos refletindo: 

 "Como se poderá determinar o limite onde as paixões deixam de ser boas para se tornarem más?

"As paixões são como um corcel, que só tem utilidade quando governado, e que se torna perigoso quando passa a governar. Uma paixão se torna perigosa a partir do momento em que deixais de poder governá-la, e que dá em resultado um prejuízo qualquer para vós mesmos ou para outrem.” (LE 908). 

Mas, ainda assim, apesar dos esforços:

"Não haverá paixões tão vivas e irresistíveis que a vontade seja impotente para dominá-las?

“Há muitas pessoas que dizem: Quero, mas a vontade só lhes está nos lábios. Querem, porém muito satisfeitas ficam que não seja como “querem”. Quando o homem crê que não pode vencer as suas paixões, é que seu Espírito se compraz nelas, em consequência da sua inferioridade. Compreende a sua natureza espiritual aquele que as procura reprimir. Vencê-las é, para ele, uma vitória do Espírito sobre a matéria." (LE 911)

Quanto à Carta: Sêneca termina, como sempre, aconselhando:

“Mantenha-se Forte. Mantenha-se Bem.”

4a. Acrescentando hoje 18.12.2025:

CUNHA, Bruno. A teodiceia de Kant em À paz perpétua. In: Cadernos de filosofia alemã. jul/dez 2025.  Disponível em: https://revistas.usp.br/filosofiaalema/article/view/225988/219723?fbclid=IwVERTSAOyYJ5leHRuA2FlbQIxMABzcnRjBmFwcF9pZAwzNTA2ODU1MzE3MjgAAR6wcp4tGVJkeKmgTY-aVoBZPuqehwJvVQVH5J1GzYQsx1Wqf8tzYlkw_bZnag_aem_QOXvn6Tc0hhYgqCFCKfIaw&sfnsn=wiwspmo. Acesso em: 18.12.2025.

4b. CUNHA, B. Virtude e moralidadenas lições de ética de Kant. In: ethic@, Florianópolis, v. 24, 01-28.  Novembro. 2025. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ethic/article/view/108628/60762 . Acesso em: 18.12.2025.

Assim prossigamos...

(Os grifos destaques são meus)

.'.

** As obras relacionadas na Bibliografia, todas tem, de certa forma, algo do que anotei acima. Em maior ou menor especificidade, do que tenho estudado e, com o tempo, será objetivo de organização e reelaboração futura...

______.

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Nova Cultural, 1987 (col. Os Pensadores).

______. Ethica Nicomachea - III 9 - IV 15: As virtudes morais. Trad. Marco Zingano. São Paulo: Odysseus Editora, 2019.

ARRIANO FLÁVIO. O Encheirídion. Edição Bilíngue. Tradução do texto grego e notas Aldo Dinucci; Alfredo Julien. Textos e notas de Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão. Universidade Federal de Sergipe, 2012).

CÍCERO. On ends (The Finibus). Tradução de H. Rackham. Harvard: https://www.loebclassics.com, 1914.

DESCARTES, R. Oeuvres. Org. C. Adam e P. Tannery. Paris: Vrin, 1996. 11v. [indicadas no texto como Ad & Tan]

_______. Descartes: oeuvres et lettres. Org. André Bidoux. Paris: Gallimard, 1953. (Pléiade).

______. Discursos do Método; Meditações metafísicas; Objeções e Respostas; As Paixões da Alma; Cartas. (Introdução de Gilles-Gaston Granger; prefácio e notas de Gerard Lebrun; Trad. de J. Guinsberg), Bento Prado J. 3. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983 (Os Pensadores).

EPICTÉTE. Entretiens. Livre I, II, III, IV. Trad. Joseph Souilhé. Paris: Les Belles Lettres, 1956.

______. Epictetus Discourses. Trad. Dobbin. Oxford: Clarendon, 2008.

______. O Encheirídion de Epicteto. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2012. (Edição Bilíngue).

______. Testemunhos e Fragmentos. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2008.

______. The Discourses of Epictetus as reported by Arrian; fragments: Encheiridion. Trad. Oldfather. Harvard: Loeb, 1928.  https://www.loebclassics.com/

FOOT, Philippa. Natural goodness. Clarendon Press, 2003.

______. Moral dilemmas: and other topics in moral philosophy. Oxford University Press, 2003)

______. Virtues and Vices: and other essays in moral philosophy. OUP Oxford; Reprint, 2003). Informações sobre a a autora:https://pt.wikipedia.org/wiki/Philippa_Foot

GALENO. Aforismos. São Paulo: E. Unifesp, 2010.

______. On the passions and errors of the soul. Translated by Paul W . Harkins with an introduction and interpretation by Walter Riese. Ohio State University Press, 1963.

GAZOLLA, Rachel.  O ofício do filósofo estóico: o duplo registro do discurso da Stoa, Loyola, São Paulo, 1999.

HADOT, Pierre. The inner citadel: the meditations of Marcus Aurelius. London: Harvard University Press, 2001.

HANH, Thich Nhat. Meditação andando: guia para a paz interior. 21. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.

HUME, David. História natural da religião. Trad. apres. e notas Jaimir Conte. São Paulo: Ed. Unesp, 2005.

______. Trtatado da natureza humana. São Paulo: Ed. Unesp, 2009.

______. Uma investigação sobre os princípios da moral. Trad: José Oscar de Almeida Marques. Campinas, SP: Editora UNICAMP, 1995, p.19.

______. A arte de escrever Ensaios. São Paulo: Ed. Unesp, 2008.

______. Dissertação sobre as paixões: seguida de História natural da religião. Trad. Pedro Paulo Pimenta. São Paulo: Iluminuras, 2021.

______. Dissertação sobre as paixões Trad. Jaimir Conte. In: Revista Princípios. Natal, v.18, n.29, jan./jun. 2011, p. 371-399.

KANT, Immanuel. Crítica da razão pura. "Do ideal de Sumo Bem como um fundamento determinante do fim último da razão puraSegunda seção". (A805, 806 - B833, 834). Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 1994.

______. Lições de Ética. Trad. Bruno Cunha e Charles Feldhaus. São Paulo: Unesp, 2018.

______. Crítica da razão prática. Trad. Monique Hulshof. Petrópolis, RJ: Vozes, 2016.

______. Sobre a Pedagogia. Tradução de Francisco Cock Fontenella. Piracicaba, SP: Editora Unimep, 1996.

______. Sobre a Pedagogia. Petrópolis, RJ, Editora Vozes, 2021.

______. Antropologia de um ponto de vista pragmático. Tradução Clélia Aparecida Martins. São Paulo: Iluminuras, 2006.

______. Cursos de Antropologia: a faculdade de conhecer (Excertos). Seleção, tradução e notas de Márcio Suzuki. São Paulo: Editora Clandestina, 2017.

______. Resposta à pergunta: o que é “esclarecimento”?. In: Immanuel Kant textos seletos. Petrópolis, RJ: Vozes, 1985.

KARDEC, A. Le Livre des Esprits. Paris, Dervy-Livres, s.d. (dépôt légal 1985). O livro dos Espíritos. 93. ed. - 1. reimpressão (edição histórica) Trad. Guillon Ribeiro. Brasília, DF: Feb, 2013. (Q. 907-912: "paixões"; 893-906: “virtudes . “vícios” e 920-933: "felicidade")

LEBRUN, Gérard. O conceito de paixãoIn: NOVAES, Adauto (org.). Os sentidos da paixão. São Paulo: Cia. das Letras, 1987.

MARCO AURÉLIO. Meditações. São Paulo: Abril Cultural, 1973. (Livro II. 1).

NUSSBAUM, Martha C. A fragilidade da bondade: fortuna e ética na tragédia e na filosofia grega. São Paulo, Martins Fontes, 2009.

PAULA, Aline Pereira de. O pastor da análise. São Paulo: UICLAP. 2022.

PFISTER, O. A ilusão de um futuroIn: WONDRACEK, K. H. K. (Org.). O futuro e a ilusãoum embate com Freud sobre Psicanálise e Religião. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003. p. 17-56.

______. L'Ilusion d'un avenir. Paris: Éditions du Cerf, 2014

PORTA, Mario Ariel González. Psicologia e filosofia: estudos sobre a querela em torno ao psicologismo (Psychologismusstreit). São Paulo: Edições Loyola, 2020.

PRICE, A. W. Conflito mental. Campinas, SP: Ed. Papirus, 1998.

______. Mental conflict. London: Ed. Routledge, 1995.

QUEVEDO, J. ; IZQUIERDO, I. (Orgs.). Neurobiologia dos transtornos psiquiátricos. Porto Alegre: Artmed, 2020. 388 p.

ROBERTSON, Donald. The Philosophy of Cognitive Behavioural Therapy (CBT): stoic philosophy as rational and Cognitive Psychotherapy. Londres: Karnac Books, 2010.

SELLARS, J. The Art of Living: The Stoics on the Nature and Function of philosophy. Burlington: Ashgate, 2003.

SÊNECA, Lúcio Aneu. Cartas a Lucílio. 14. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gubekian, 2014 (Carta LXXX).

SCHLEIERMACHER, F. D. E. Introdução aos Diálogos de Platão. Belo Horizonte, MG: Ed. UFMG, 2018.

SCHNEEWIND, Jeromé. Obligation and virtue: an overwien of Kant's moral philosophy. The Cambridge Companio to Kant. United Kingdom. Cambridge University Press, 1992.

______. Aristotle, Kant and the stoics: rethinnking happiness and duty. Cambridge University Press; Edição: Reprint, 1998.

THOUREAU, Henry David. Andar a pé: um ritual interior de sabedoria e liberdade. Loures: Editora Alma dos livros, 2021.

TEIXEIRA, L. Ensaio sobre a Moral de Descartes. 222p. Tese (Cátedra) – Faculdade de Filosofia Ciências e Letras. São Paulo, 1955.

 

quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

TEMPO DE ESTUDOS SOBRE O TEMA: "CURA DA ALMA" (SEELSORGE)

 Ok

Pausa na Oficina. Estudando um tema, sobre o qual estudo desde os anos 80" sem abandonar o principal...

Recentemente, nas pausas, tenho lido e relido algumas publicações de Frederick Campbell Crews (1933-2024). Publicou ensaios, foi crítico literário e professor emérito de Inglês na University of California, Berkeley.

Meu interesse em sua obra, o tema, parte da fase em que Crews passou a estudar e criticar a obra de Freud. Analisa em seus escritos, o estilo, o método e a relevância científica das suas propostas tendo participado, entre os anos 80 e 90 de debates conhecidos como "guerras de Freud."

O que me levou ao tema foi meu interesse desde a graduação. À época ainda via como bons olhos o assunto. Com a leitura de Karl R. Popper e sua crítica sobre o “critério de demarcação” comecei a ver outros lados da mesma temática. Continuei e, recentemente, como disse acima cheguei a Crews, Hansson Catherine Meyer e demais autores, citados abaixo, que tem me ajudado bastante nestas leituras e releituras do tema que, desde à época são constantes. Tenho descoberto e me surpreendido com as nos abordagens. Portanto, ddou prosseguimento...  

E, tem mais:

Hoje, acrescento Oskar Pfister que estou lendo desde o 29 de novembro de 2025.

1. L'Ilusion d'un avenir "Em 1928, o pastor Pfister, de Zurique, empreendeu uma resposta a O Futuro de uma Ilusão(1927), de Freud, texto seminal que analisa o "fenômeno religioso" sob a perspectiva do "conhecimento inconsciente", em suas dimensões clínica e cultural. Psicanalista profundamente devotado a Freud, a quem conhecera cerca de vinte anos antes, Oskar Pfister recorreu à concepção de religião do fundador da psicanálise — seu profundo respeito por Freud não o impediu de apresentar uma firme defesa do que considerava religião autêntica, renovada pelo "cuidado das almas" (Seelesorge) enriquecido pela psicanálise. Este texto, aqui retraduzido com a máxima precisão, acompanhado de um índice e um glossário, é precedido por um estudo preliminar — que situa o pensamento de Pfister e as questões fundamentais em jogo neste debate — e seguido por Notas Históricas e Críticas destinadas a elucidar suas numerosas alusões. O leitor terá a oportunidade de acompanhar o argumento passo a passo e analisá-lo em conjunto com o texto de Freud (nova tradução, Cerf, 2012). A publicação desta edição crítica constitui uma contribuição teórica e histórica para o debate em curso sobre "Psicanálise e Religião"

...

Fonte (Amazon): “En 1928, le pasteur Pfister de Zürich entreprend de répondre à L'avenir d'une illusion de Freud (1927), le texte majeur d'analyse du " fait religieux " du point du vue du " savoir de l'inconscient ", en ses dimensions cliniques et culturelles. Psychanalyste très attaché à Freud, qu'il a rencontré une vingtaine d'années plus tôt, Oskar Pfister en appelle à la représentation de la religion que donne le créateur de la psychanalyse – le respect profond à son égard ne l'empêchant pas de produire une défense pied à pied de ce qu'il tient pour la religion authentique, renouvelée par le " soin des âmes " (Seelesorge) fécondée par la psychanalyse. Ce texte, retraduit ici de la façon la plus précise, accompagné d'index et d'un glossaire, est précédé d'une étude préliminaire – situant la pensée propre de Pfister et les enjeux de fond de ce débat – et est suivi de Notes historiques et critiques destinées à en saisir les nombreuses allusions. Le lecteur aura le loisir de suivre pas à pas l'argumentation de l'écrit et de l'envisager parallèlement au texte de Freud (nouvelle traduction, Cerf, 2012). La publication de cette édition critique constitue une contribution théorique et historique au débat " Psychanalyse et religion " jusqu'en son actualité.”.

2. https://marcosfilosofiamoderna.blogspot.com/2018/08/uma-discussao-sobre-evasivas-amiraveis.html?m=1

...

ALLERS, Rudolf. O que há de errado com Freud? ‎ Rio de Janeiro, RJ: Editora CDB, 2023.

BAARS, B. J. The cognitive revolution in psychology. The Guilford Press, 1986.

BORCH-JACOBSEN, Mikkel; SHAMDASANI, Sonu. The Freud files: an inquiry into the history of psychoanalysis. Cambridge University Press, 2012.

BORSCH-JACOBSEN, Mikkel. Os pacientes de Freud: destinos. Lisboa: Edições Texto & Grafia, 2012.

CAPONNETTO, Mario; ABUD Jordán; ALONSO, Ernesto. O que é a Psicologia? Sobre o estatuto epistemológico da psicologia. Rio de Janeiro, RJ, Centro Dom Bosco, 2024.

CHALMERS, D. (1996). The conscious mind: in search of a fundamental Theory. Oxford University Press.

CREWS, Frederick. (Ed.). Unauthorized Freud: doubters confront a legend. New York: Penguin, 1999.

______. Freud: The making of an Illusion. New York: Metropolitan Books/Henry Holt & Company, 2017.

______. Out of my System: psychoanalysis, ideology, and critical method. Oxford University Pres, 1975.

______. O gênio da retórica. In: Folha de São Paulo (Caderno Mais+). São Paulo, domingo, 22 de outubro de 2000. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/mais/fs2210200012.htmAcesso em: 25 de fevereiro de 2022.

DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 3. ed. – Porto Alegre, RS: Artmed, 2019.

______. Religião, psicopatologia e saúde mental. Porto Alegre, RS: Artmed, 2008.

DALRYMPLE, Theodore. Evasivas admiráveis: como a psicologia subverte a moralidade. São Paulo: Ed. É Realizações, 2017.

FERMÉ, Eduardo; HANSSON, Sven Ove. Belief Change: introduction and overview. Springer,  2018.

______. Vetenskap och ovetenskap, Stockholm: Tiden, 1983.

______. “Defining Pseudoscience”, Philosophia Naturalis, 33: 169–176. 1996.

______. “Falsificationism Falsified”, Foundations of Science, 11: 275–286, 2006.

______. “Values in Pure and Applied Science”, Foundations of Science, 12: 257–268, 2007.

______. “Philosophy in the Defence of Science”, Theoria, 77(1): 101–103, 2011.

______. “Defining pseudoscience and science”, pp. 61–77 in Pigliucci and Boudry (eds.), 2013.

______. Philosophy of pseudoscience: reconsidering the demarcation problem. University of Chicago Press; Illustrated edição, 2013.

______. Descriptor revision: belief change through direct choice.  Springer; Softcover reprint of the original, 2018)

FACKENHEIM, Emil.  The God within: Kant, Schelling, and Historicity. University of Toronto Press, 1996.

FREUD, Sigmund. Interpretação do sonhos. Obras completas. vol 4. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

FREUD, Erns L; MENG, Heinrich (Org.). Cartas entre Freud e Pfister: um diálogo entre psicanálise e fé cristã. Viçosa, MG: Utimato, 2009. 

GALLAGHER, S. (2005). How the Body Shapes the Mind. Oxford University Press.

IZQUIERDO, Ivan. A arte de esquecer: cérebro, memória e esquecimento. 2. ed.  Rio de Janeiro: Vieira & Lent, 2010.

______. Memória. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2018. 140 p.FFYTCHE, Matt. The foundation of the unconscious: Schelling, Freud and the birth of the modern psyche. Cambridge University Press, 2011.

JUNG. Carl Gustav. Freud e a psicanálise. 6. ed. Petrópolis/RJ: Editora Vozes, 2011. (Obras completas, Vol. 4)

______. Psicologia do inconsciente. 22. ed. Petrópolis/RJ: Editora Vozes, 2011. (Obras completas, Vol. 7/1).

______. O eu e seu inconsciente. 27. ed. Petrópolis/RJ: Editora Vozes, 2011. (Obras completas, Vol. 7/2).

KANT, Immanuel. Crítica da razão pura. 3, ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 1994.

KUHN, Thomas S. “Logic of Discovery or Psychology of Research?”, pp. 798–819 In P.A. Schilpp, The Philosophy of Karl Popper, The Library of Living Philosophers, vol xiv, book ii. La Salle: Open Court, !974.

LAKATOS, Imre. “Falsification and the Methodology of Research program”, pp 91–197 In Imre Lakatos and Alan Musgrave (eds.) Criticism and the Growth of Knowledge. Cambridge: Cambridge University Press, 1970.

______. “Popper on Demarcation and Induction”, pp. 241–273 In P.A. Schilpp, The Philosophy of Karl Popper, The Library of Living Philosophers, vol xiv, book i. La Salle: Open Court, 1974a.

______. “Science and pseudoscience”, Conceptus, 8: 5–9, 1974b.

______.  “Science and pseudoscience”, pp. 114–121 in S Brown et al. (eds.) Conceptions of Inquiry: A Reader London: Methuen, 1981.

LAUDAN, Larry. “The demise of the demarcation problem”, pp. 111–127 in R.S. Cohan and L. Laudan (eds.), Physics, Philosophy, and Psychoanalysis, Dordrecht: Reidel 1983.

______. O progresso e deus problemas: rumo a uma teoria do crescimento científico. São Paulo: Ed. Unesp, 2012.

LUDWIG, K. The mind–body problem: an overview. In: S. P. Stich; & T. A warfield Ted A. The blackwell guide to philosophy of mind (pp. 1-46). Blackwell Publishing, 2003.

MEYER, Catherine; MIKKEL Borch-Jacobsen. [et al.]. O livro negro da psicanáliseViver e pensar melhor sem Freud. 5.ed. Trad. de Simone Perelson e Beatriz Medina. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.

NICOLÉLIS, Miguel. O verdadeiro criador de tudo: Como o cérebro humano esculpiu o universo como nós o conhecemosSão Paulo: Editora Crítica, 2020.

______. Muito além do nosso eu. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.FREUD, Erns L; MENG, Heinrich (Org.). Cartas entre Freud e Pfister: um diálogo entre psicanálise e fé cristã. Viçosa, MG: Utimato, 2009. 

PAULA, Aline Pereira de. O pastor da análise. São Paulo: UICLAP. 2022.

PFISTER, O. A ilusão de um futuroIn: WONDRACEK, K. H. K. (Org.). O futuro e a ilusãoum embate com Freud sobre Psicanálise e Religião. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003. p. 17-56.

______. L'Ilusion d'un avenir. Paris: Éditions du Cerf, 2014

 POPPER, Karl. Lógica da pesquisa científica. São Paulo: Edusp, 1993.

______. Conjecturas e refutações. Trad. Bath S. Brasília: UB, 1972.

______. Os dois problemas fundamentais da teoria do conhecimento. São Paulo: Editora Unesp, 2013.

______. O conhecimento e o problema mente-corpo. Lisboa: Edições 70, 2009.

______; ECCLES, J. C. O cérebro e o pensamento. Campinas, SP: Papirus; Brasília, DF: Ed. Universidade de Brasília, 1992.

______. O conhecimento objetivo. Belo Horizonte, MG: Itatiaia, 1999.

______. O eu e seu cérebro. Campinas, SP: Papirus; Brasília, DF: Ed. Universidade de Brasília, 1995.

RUSSEL Bertrand. Os problemas da filosofia. Lisboa: Edições 70, 2008.

SANDLER, Paulo Cesar. As origens da psicanálise na obra de Kant: a apreensão da realidade. Rio de janeiro: Imago, 2000. (Vol. III)

______. Raízes psicanalíticas no Iluminismo. Rio de janeiro: Imago, 2000. (Vol. I)

______. Os primórdios do movimento romântico e a psicanálise. Rio de janeiro: Imago, 2000. (Vol. II)

SCHELLING, F. W. J. Investigações Filosóficas sobre a essência da liberdade humana: e os assuntos com ela relacionados. Edições 70, 2018.

SEARLE, J. (1992). The rediscovery of mind: representation and mind. Bradford Book.

SCRUTON, Roger. Freud e fraude. In: Contra a corrente. Lisboa: Edições 70, 2022. (pp. 154-156)

VELIQ, Fabiano. Oskar Pfster e a crítica à concepção freudiana de religião. In: Fractal: Revista de Psicologia, v. 30, n. 2, p. 161-165, maio-ago. 2018: Disponível em: https://doi.org/10.22409/1984-0292/v30i2/5503 . Acesso em: 29.11.205.

XAVIER, Leiserée Adriene Fritsch.  Kant a Freud: o imperativo categórico e o superego. José Ernani de Carvalho Pacheco (editor). Curitiba, PR:  Editora Juruá, 2009. 








sábado, 6 de dezembro de 2025

LUDWIG VAN BEETHOVEN: "FANTASIA CORAL Op. 80"

Enquanto ouço, mais uma vez, o coral da "Fantasia Coral. Op. 80" de Beethoven, reli este livro e anotei algumas passagens; um presente de fim de ano (2002), da amiga Dora Incontri. Uma discussão instigante. "As advertências de Kant sobre os limites da razão pura não nos devem deter" (de Körner para Schiller. Dresden, 15 fevereiro 1793. In: Kallias...)

Pois: "O homem, sabemos, não é exclusivamente matéria nem exclusivamente espírito" (SCHILLER, 1995 - Carta XV, p. 82)

Há quase 9 anos publiquei no “Facebook” este mesmo texto. Trecho que usei numa palestra no dia 27.09.2015, em São Paulo. Para relembrar e continuar, ressaltando que sempre publico nas redes sociais e, em certa medida, estas anotações se inserem em minhas leituras e pesquisas. Só como forma de aprendizagem e fixação das ideias. Às “Cartas” Também tenho adicionado reflexões sobre a correspondência entre Schiller e Körner (presente de uma amiga, texto que tem sempre lugar nas minhas releituras e reflexões). Tudo, sempre, em relação aos escritos kantianos como pano de fundo:

...

"Dá ao mundo em que ages a direção do bem, e o ritmo calmo do tempo trará a evolução. Tu lhe terás dado esta direção quando, ensinando, tiveres elevado seus pensamentos até o necessário e eterno; quando, agindo ou formando, tiveres transformado o necessário e eterno em objeto de seus impulsos. 

O edifício da ilusão e do arbítrio cairá, terá de cair, já terá caído, tão logo tiveres a certeza de que ele se inclina; é preciso, contudo, que se incline no homem interior e não apenas no exterior. 

[...] 

E, para que não te aconteça receber da realidade o modelo que deves oferecer-lhe, não te atrevas à sua duvidosa companhia antes de estares seguro de um cortejo ideal em teu coração. Vive com teu século, mas não sejas sua criatura; serve teus contemporâneos, mas naquilo de que carecem, não no que louvam."


______.

Ouvindo a "SCHMEICHELND HOLD UND LIEBLICH KLINGEN UNSERE LEBENS HARMONIEN".

Link para ouvir a obra: https://www.youtube.com/watch?v=cSfMH9Y5bi8... (1)

Texto do Coral da "Fantasia Coral. Op. 80" de Beethoven. Poema de Cristoph Kuffner (2) - Tradução de Amancio Cueto Junior

"Com graça, charme e doçura soam

as harmonias de nossas vidas,

e do sentido da beleza geram

as flores que eternamente florescem.

Paz e alegria deslizam alegremente,

com o jogo alternado das ondas;

Tudo o que é bruto e hostil,

transforma-se num sublime sentimento.

Quando a mágica da música reina

e as palavras sagradas são ditas,

O glorioso deve ser concebido,

Noite e tempestade se tornam luz.

Paz exterior e bênção interior

reinam para os afortunados.

O sol da primavera da arte

deixa a luz surgir de ambos.

Grandeza, que entrou no coração,

floresce como novo em toda sua beleza,

Quando um espírito levanta vôo,

ecoa em resposta um coro de espíritos.

Então aceitem, ó belas almas,

alegremente os dons da bela arte:

Quando amor e força se juntam,

a graça de Deus recompensa os homens."

______.

1. Sempre que a ouço fica evidente, para mim, a notória e marcante presença da "estrutura", em certa medida, das notas que Ludwig van Beethoven usaria na 9ª Sinfonia. Enquanto sigo ouvindo e relendo os poemas; este de Christopher Kuffner e o do J. C. Friedrich Schiller (Ode à Alegria - An die Freund, na tradução da amiga Dora Incontri , que está na Nona Sinfonia.

2. A origem do texto cantado não é conhecida com segurança. Algumas fontes indicam tratar-se de uma variação de "Seufzer eines Ungeliebten und Gegenliebten, uma Lied que teria sido escrito por Beethoven, em 1795. No entanto, outras fontes apontam que o autor teria sido Christopher Kuffner, um poeta contemporáneo de Beethoven, que teria adaptado sua obra "Schmeichelnd hold und lieblich klingen unsere Lebens Harmonien".

______.

BURKE, Edmund. Investigação filosófica sobre a origem de nossas ideias do sublime e da beleza. São Paulo: Edipro, 2016.

HEIJDER, Was Beethoven een asperger?: een 21ste-eeuwse visie op een 19de-eeuws genie. Uitgeverij Ludwig, 2016

______. Beethoven: the Asperger connection.  Independently Published, 2020.

KANT, Immanuel. Crítica da faculdade do juízo. Trad. Valério Rohden e Antonio Marques. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2012.

SCHILLER, J. C. Friedrich. Cartas sobre a educação estética do homem. São Paulo: Iluminuras, 1995.

______. Kallias ou sobre a beleza: a correspondência entre Schiller e Körner (jan-fev. 1793. Trad. Ricardo Barbosa. Rio de Janeiro: J. Zahar Editores, 2002.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

TEMPO DE ESTUDOS: PREPARANDO LEITURA DE "KANTISCHER ANARCHISMUS" (UMA INTERPRETAÇÂO)

 

Laçamento em 2025: Kantischer Anarchismus (2025)

Acabei de saber deste lançamento:

Um lançamento (2025) que já adiciono e vou ler em breve e comentar aqui, assim que tiver maior acesso à obra. Por tratar-se de um tema e autor como Kant que estudo e sempre faço brevíssimas resenhas aqui. Enquanto não cheguei à obra anotei aqui as informações iniciais que já encontrei na internet. Inclusive informações sobre o autor e uma sinopse que está na página da editora (alemão e inglês). O assunto não está entre os assuntos de maior interesse, mas já está na lista de livros a serem lidos em breve:

"O anarquismo kantiano refere-se a uma interpretação da filosofia de Immanuel Kant que o descreve como um pensador radicalmente crítico da dominação, sugerindo que ele não via uma necessidade absoluta de concentrar o poder político em um Estado. Essa posição foi reconstruída pelo filósofo Martin Welsch, que a conecta ao direito constitucional e à dialética da Ilustração. Uma interpretação que vê em Kant um crítico do poder estatal, argumentando que a sua obra pode ser lida de forma a questionar a concentração do poder no Estado."

Kantischer Anarchismus: In Auseinandersetzung mit dem Werk seines Doktorvaters H. F. Fulda macht Martin Welsch zentrale Aspekte der kantischen Gesellschaftstheorie unter dem Dach des Anarchismus einsichtig. Er zeigt einerseits einzelne Mängel klassisch republikanischer bis hin zu autoritären Lesarten Kants auf und begründet deren Genese. Andererseits gewinnt er von Kant her die Anarchie nicht als bloß negative Staatsverneinung, sondern als antiautoritäres und partizipatives Umgehen mit dem öffentlichen Recht durch freie Vernunftwesen. Dadurch ringt Welsch dem Kantianismus zukunftsweisende und bedenkenswerte Schlagseiten ab. (Robert König, Philosoph und Theologe, Universität Wien”)

...

O livro "Anarquismo Kantiano", de Vittorio Klostermann, oferece uma análise aprofundada das visões filosóficas de Immanuel Kant, particularmente no que diz respeito aos conceitos de humanidade e integridade moral. Nos últimos anos, o pensamento de Kant tem sido frequentemente examinado criticamente; contudo, o autor Martin Welsch apresenta uma perspectiva alternativa baseada no legado de Hans Friedrich Fulda. Welsch reconstrói a posição do anarquismo kantiano e destaca sua importância para o direito constitucional. Esta obra é importante não apenas para aqueles interessados ​​em filosofia, mas também para juristas que se dedicam aos fundamentos éticos do direito. A contextualização temática dentro da história da filosofia permite aos leitores compreender o desenvolvimento e a influência das ideias de Kant no contexto da filosofia política. Assim, o livro representa uma valiosa contribuição para o debate sobre a relevância do pensamento de Kant na sociedade moderna.

...

The book "Kantian Anarchism" by Vittorio Klostermann offers an in-depth analysis of the philosophical views of Immanuel Kant, particularly regarding the concepts of humanity and moral integrity. In recent years, Kant's thinking has often been critically examined; however, the author Martin Welsch presents an alternative perspective based on the legacy of Hans Friedrich Fulda. Welsch reconstructs the position of Kantian anarchism and highlights its significance for constitutional law. This work is not only important for those interested in philosophy but also for legal scholars who engage with the ethical foundations of law. The thematic placement within the history of philosophy allows readers to understand the development and influence of Kant's ideas in the context of political philosophy. Thus, the book is a valuable contribution to the discussion about the relevance of Kant's thinking in modern society.

...

______.

AMERIKS, Karl; BOYLE, Nicolas; DISLEY, Liz; The impact of idealism (4 volumes). Philosophy and natural sciences: the legacy of post-kantian german thought. Cambridge University Press, 2013. (Vol. I)

_______. WALKER, John.The impact of idealism (4 volumes). Historical, Social and Political Thought: the Legacy of Post-Kantian German Thought. Cambridge University Press, 2013. (Vol.II)

_______. Ian COOPER, Christoph Jamme. The impact of idealism. Aesthetics and literature: the legacy of Post-Kantian German Thought. Cambridge University Press, 2013. (Vol. III).

BAVARESCO, Agemir Bavaresco; TAUCHEN, Jair Tauchen; PONTEL, Evandro Pontel (Orgs.). De Kant a Hegel: Leituras e atualizações. - Porto Alegre, RS: Editora Fi, 2019.

BECKENKAMP, Joãosinho. Entre Kant e Hegel. Porto Alegre: Edipucrs, 2004, 288 p.

BRUNNER, Jürgen. Das radikale Böse und die Freiheit der Willkür: Kants Theorie des Bösen und die Vorstufen bei Baumgarten. Hamburg: Felix Meiner Verlag, 2025.

BUTLER, J; CLARKE, S; HUTCHESON, F; MANDEVILLE, B; SHAFTESBURY, L; WOLLASTON, WFilosofia moral britânica: textos do século XVIII. Campinas, SP: Ed. Unicamp, 2014.

CÍCERO, M.T. 1988. De finibus bonorum et malorum / Über die Ziele des menschlichen Handelns. Edição e tradução: Olof Gigon. München/Zürich: Ártemis.

CUNHA, Bruno. A gênese da ética em Kant. São Paulo: Editora LiberArs, 2017.

DUPLÁ, Leonardo Rodriguez. Mal y la gracia: la religión natural de Kant. Barcelona: Herder; 2019.

FERREIRO, Héctor; HOFFMANN, Thomas Sören; BAVARESCO, Agemir (Orgs.). Los aportes del itinerario intelectual de Kant a Hegel. Porto Alegre, RS, Editora Fi: EDIPUCRS, 2014. (Comunicaciones del I Congreso GermanoLatinoamericano sobre la Filosofía de Hegel. Português./Espanhol)

FERRY, Luc. Kant: uma leitura das três "Críticas". 3. ed. Rio de Janeiro: Difel, 2009.

GUYER, PAUL. The Cambridge companion to Kant. Cambrridge University Press, UK, 1992.

HÖFFE, Otfriede. Immanuel Kant. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

______. Immanuel Kant. München: C. H. Beck, 2004.

______. Kant: crítica da razão pura: os fundamentos da filosofia moderna. São Paulo: Edições Loyola, 2013.

KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos costumes. Trad. Guido A. de. São Paulo: Discurso editoria: Barcarola, 2009.

______. Lições de ética. Trad. Bruno Cunha e Charles Fedhaus. São Paulo: Editora Unesp, 2018.

______. Começo conjectural da história humana. São Paulo: Unesp, 2010. (p.80-81).

______. Ideia de uma história de um ponto de vista cosmopolita. São Paulo: Martins Fontes, 2004.

______. A religião nos limites da simples razão. Edições 70, Lisboa, 1992.

______. A religião nos limites da simples razão. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2024.

______.Vorlesung über die philosophische EncyclopädieInKant gesalmmelte Schriften, XXIX, Berlin, Akademie, 1980, pp. 8 e 12)

______. Textos pré-críticos. São Paulo: Editora Unesp, 2005.

______. Textos seletos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.

______. Investigação sobre a clareza dos princípios da teologia e da moral. Lisboa: Imprensa Casa da Moeda, 2007.

______. Crítica da razão pura. 3. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 1994.

______. Crítica da razão prática. Edição bilíngüe. Tradução Valerio Rohden. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

____. Crítica da faculdade do juízo. Trad.Valerio Rohden e António Marques. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1993.

______. Dissertação de 1770. De mundi sensibilis atque inteligibilis forma et principio. Akademie-Ausgabe. Trad. Acerca da forma e dos princípios do mundo sensível e inteligível. Trad., apres. e notas de L. R. dos Santos. Lisboa: Imprensa Casa da Moeda. FCSH da Universidade de Lisboa, 1985.

______. Prolegômenos a qualquer metafísica futura que possa apresentar-se como ciência. Trad. José Oscar de Almeida Marques. São Paulo: Estação Liberdade, 2014)

______. Prolegômenos a toda metafísica futura. Lisboa: Edições 70, 1982.

KARDEC, A. Le Livre des Esprits. Paris, Dervy-Livres, s.d. (dépôt légal 1985). ______. O livro dos Espíritos. Trad. Guillon Ribeiro, 93. ed. - 1. reimpressão (edição histórica). Brasília, DF: Feb, 2013. (Q. 893-919: "As virtude e os vícios”; “Paixões"; “Caracteres do homem de bem”; “Conhecimento de si mesmo” e 920-933: "Felicidade"; Q. 614-648: "Caracteres da Lei natural"; "Origem e conhecimento da Lei natural"; "O bem e o mal"; "Divisão da Lei natural").

KROPOTKIN, Piotr. Apoio mútuo. São Paulo: Biblioteca Terra Livre, 2021.

NOVELLI, Pedro Geraldo Aparecido. In: Rev. Simbio-Logias. V.1, n.1, mai/2008.

PEREIRA, Oswaldo Porchat. Vida comum e ceticismo. São Paulo: Brasiliense, 1994.

PEREIRA, Oswaldo Porchat. Vida comum e ceticismo. São Paulo: Brasiliense, 1994.

PHILONENKO, Alexis. Études kantiennes. Librairie philosophique J. Vrin, Paris, 1982.

______. L'Oeuvre de Kant: la philosophie critique. Tome I et II. J. Vrin, 1996. (col. Bibliothèque d'histoire de la philosophie)

SCHOPENHAUER, Arthur. Metafísica dos costumesSão Paulo: Editora Unesp, 2024.

______. Os dois problemas fundamentais da ética. Petrópolis, RJ: Vozes, 2024.

______. 3. ed. Sobre a filosofia universitária. Tradução, apresentação e notas de Maria Lúcia Mello Oliveira Cacciola e Márcio Suzuki. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2023.

THOUREAU, Henry David. Andar a pé: um ritual interior de sabedoria e liberdade. Loures: Editora Alma dos livros, 2021

VUJOŠEVIĆ, Marijana. Kant on Self-Control. Cambridge University Press; 2024.

WELSCH, Martin. Kantischer Anarchismus. Wien: Kloatermann, 2025.


MEDITAÇÃO RETROSPECTIVA NOTURNA CLXXI: PERSPECTIVAS SOBRE "DOENÇAS DA ALMA", "VÍCIOS E VIRTUDES", "CURA DAS PAIXÕES" E "SEELSORGE"

(IMAGEM: "Pinterest" ) Pausa na Oficina. Desenvolvendo. PARA NOVOS APONTAMENTOS. Estudando um tema, sobre o qual estudo desde os a...