sábado, 6 de dezembro de 2025

LUDWIG VAN BEETHOVEN: "FANTASIA CORAL Op. 80"

Enquanto ouço, mais uma vez, o coral da "Fantasia Coral. Op. 80" de Beethoven, reli este livro e anotei algumas passagens; um presente de fim de ano (2002), da amiga Dora Incontri. Uma discussão instigante. "As advertências de Kant sobre os limites da razão pura não nos devem deter" (de Körner para Schiller. Dresden, 15 fevereiro 1793. In: Kallias...)

Pois: "O homem, sabemos, não é exclusivamente matéria nem exclusivamente espírito" (SCHILLER, 1995 - Carta XV, p. 82)

Há quase 9 anos publiquei no “Facebook” este mesmo texto. Trecho que usei numa palestra no dia 27.09.2015, em São Paulo. Para relembrar e continuar, ressaltando que sempre publico nas redes sociais e, em certa medida, estas anotações se inserem em minhas leituras e pesquisas. Só como forma de aprendizagem e fixação das ideias. Às “Cartas” Também tenho adicionado reflexões sobre a correspondência entre Schiller e Körner (presente de uma amiga, texto que tem sempre lugar nas minhas releituras e reflexões). Tudo, sempre, em relação aos escritos kantianos como pano de fundo:

...

"Dá ao mundo em que ages a direção do bem, e o ritmo calmo do tempo trará a evolução. Tu lhe terás dado esta direção quando, ensinando, tiveres elevado seus pensamentos até o necessário e eterno; quando, agindo ou formando, tiveres transformado o necessário e eterno em objeto de seus impulsos. 

O edifício da ilusão e do arbítrio cairá, terá de cair, já terá caído, tão logo tiveres a certeza de que ele se inclina; é preciso, contudo, que se incline no homem interior e não apenas no exterior. 

[...] 

E, para que não te aconteça receber da realidade o modelo que deves oferecer-lhe, não te atrevas à sua duvidosa companhia antes de estares seguro de um cortejo ideal em teu coração. Vive com teu século, mas não sejas sua criatura; serve teus contemporâneos, mas naquilo de que carecem, não no que louvam."


______.

Ouvindo a "SCHMEICHELND HOLD UND LIEBLICH KLINGEN UNSERE LEBENS HARMONIEN".

Link para ouvir a obra: https://www.youtube.com/watch?v=cSfMH9Y5bi8... (1)

Texto do Coral da "Fantasia Coral. Op. 80" de Beethoven. Poema de Cristoph Kuffner (2) - Tradução de Amancio Cueto Junior

"Com graça, charme e doçura soam

as harmonias de nossas vidas,

e do sentido da beleza geram

as flores que eternamente florescem.

Paz e alegria deslizam alegremente,

com o jogo alternado das ondas;

Tudo o que é bruto e hostil,

transforma-se num sublime sentimento.

Quando a mágica da música reina

e as palavras sagradas são ditas,

O glorioso deve ser concebido,

Noite e tempestade se tornam luz.

Paz exterior e bênção interior

reinam para os afortunados.

O sol da primavera da arte

deixa a luz surgir de ambos.

Grandeza, que entrou no coração,

floresce como novo em toda sua beleza,

Quando um espírito levanta vôo,

ecoa em resposta um coro de espíritos.

Então aceitem, ó belas almas,

alegremente os dons da bela arte:

Quando amor e força se juntam,

a graça de Deus recompensa os homens."

______.

1. Sempre que a ouço fica evidente, para mim, a notória e marcante presença da "estrutura", em certa medida, das notas que Ludwig van Beethoven usaria na 9ª Sinfonia. Enquanto sigo ouvindo e relendo os poemas; este de Christopher Kuffner e o do J. C. Friedrich Schiller (Ode à Alegria - An die Freund, na tradução da amiga Dora Incontri , que está na Nona Sinfonia.

2. A origem do texto cantado não é conhecida com segurança. Algumas fontes indicam tratar-se de uma variação de "Seufzer eines Ungeliebten und Gegenliebten, uma Lied que teria sido escrito por Beethoven, em 1795. No entanto, outras fontes apontam que o autor teria sido Christopher Kuffner, um poeta contemporáneo de Beethoven, que teria adaptado sua obra "Schmeichelnd hold und lieblich klingen unsere Lebens Harmonien".

______.

BURKE, Edmund. Investigação filosófica sobre a origem de nossas ideias do sublime e da beleza. São Paulo: Edipro, 2016.

HEIJDER, Was Beethoven een asperger?: een 21ste-eeuwse visie op een 19de-eeuws genie. Uitgeverij Ludwig, 2016

______. Beethoven: the Asperger connection.  Independently Published, 2020.

KANT, Immanuel. Crítica da faculdade do juízo. Trad. Valério Rohden e Antonio Marques. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2012.

SCHILLER, J. C. Friedrich. Cartas sobre a educação estética do homem. São Paulo: Iluminuras, 1995.

______. Kallias ou sobre a beleza: a correspondência entre Schiller e Körner (jan-fev. 1793. Trad. Ricardo Barbosa. Rio de Janeiro: J. Zahar Editores, 2002.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

TEMPO DE ESTUDOS: PREPARANDO LEITURA DE "KANTISCHER ANARCHISMUS" (UMA INTERPRETAÇÂO)

 

Laçamento em 2025: Kantischer Anarchismus (2025)

Acabei de saber deste lançamento:

Um lançamento (2025) que já adiciono e vou ler em breve e comentar aqui, assim que tiver maior acesso à obra. Por tratar-se de um tema e autor como Kant que estudo e sempre faço brevíssimas resenhas aqui. Enquanto não cheguei à obra anotei aqui as informações iniciais que já encontrei na internet. Inclusive informações sobre o autor e uma sinopse que está na página da editora (alemão e inglês). O assunto não está entre os assuntos de maior interesse, mas já está na lista de livros a serem lidos em breve:

"O anarquismo kantiano refere-se a uma interpretação da filosofia de Immanuel Kant que o descreve como um pensador radicalmente crítico da dominação, sugerindo que ele não via uma necessidade absoluta de concentrar o poder político em um Estado. Essa posição foi reconstruída pelo filósofo Martin Welsch, que a conecta ao direito constitucional e à dialética da Ilustração. Uma interpretação que vê em Kant um crítico do poder estatal, argumentando que a sua obra pode ser lida de forma a questionar a concentração do poder no Estado."

Kantischer Anarchismus: In Auseinandersetzung mit dem Werk seines Doktorvaters H. F. Fulda macht Martin Welsch zentrale Aspekte der kantischen Gesellschaftstheorie unter dem Dach des Anarchismus einsichtig. Er zeigt einerseits einzelne Mängel klassisch republikanischer bis hin zu autoritären Lesarten Kants auf und begründet deren Genese. Andererseits gewinnt er von Kant her die Anarchie nicht als bloß negative Staatsverneinung, sondern als antiautoritäres und partizipatives Umgehen mit dem öffentlichen Recht durch freie Vernunftwesen. Dadurch ringt Welsch dem Kantianismus zukunftsweisende und bedenkenswerte Schlagseiten ab. (Robert König, Philosoph und Theologe, Universität Wien”)

...

O livro "Anarquismo Kantiano", de Vittorio Klostermann, oferece uma análise aprofundada das visões filosóficas de Immanuel Kant, particularmente no que diz respeito aos conceitos de humanidade e integridade moral. Nos últimos anos, o pensamento de Kant tem sido frequentemente examinado criticamente; contudo, o autor Martin Welsch apresenta uma perspectiva alternativa baseada no legado de Hans Friedrich Fulda. Welsch reconstrói a posição do anarquismo kantiano e destaca sua importância para o direito constitucional. Esta obra é importante não apenas para aqueles interessados ​​em filosofia, mas também para juristas que se dedicam aos fundamentos éticos do direito. A contextualização temática dentro da história da filosofia permite aos leitores compreender o desenvolvimento e a influência das ideias de Kant no contexto da filosofia política. Assim, o livro representa uma valiosa contribuição para o debate sobre a relevância do pensamento de Kant na sociedade moderna.

...

The book "Kantian Anarchism" by Vittorio Klostermann offers an in-depth analysis of the philosophical views of Immanuel Kant, particularly regarding the concepts of humanity and moral integrity. In recent years, Kant's thinking has often been critically examined; however, the author Martin Welsch presents an alternative perspective based on the legacy of Hans Friedrich Fulda. Welsch reconstructs the position of Kantian anarchism and highlights its significance for constitutional law. This work is not only important for those interested in philosophy but also for legal scholars who engage with the ethical foundations of law. The thematic placement within the history of philosophy allows readers to understand the development and influence of Kant's ideas in the context of political philosophy. Thus, the book is a valuable contribution to the discussion about the relevance of Kant's thinking in modern society.

...

______.

AMERIKS, Karl; BOYLE, Nicolas; DISLEY, Liz; The impact of idealism (4 volumes). Philosophy and natural sciences: the legacy of post-kantian german thought. Cambridge University Press, 2013. (Vol. I)

_______. WALKER, John.The impact of idealism (4 volumes). Historical, Social and Political Thought: the Legacy of Post-Kantian German Thought. Cambridge University Press, 2013. (Vol.II)

_______. Ian COOPER, Christoph Jamme. The impact of idealism. Aesthetics and literature: the legacy of Post-Kantian German Thought. Cambridge University Press, 2013. (Vol. III).

BAVARESCO, Agemir Bavaresco; TAUCHEN, Jair Tauchen; PONTEL, Evandro Pontel (Orgs.). De Kant a Hegel: Leituras e atualizações. - Porto Alegre, RS: Editora Fi, 2019.

BECKENKAMP, Joãosinho. Entre Kant e Hegel. Porto Alegre: Edipucrs, 2004, 288 p.

BRUNNER, Jürgen. Das radikale Böse und die Freiheit der Willkür: Kants Theorie des Bösen und die Vorstufen bei Baumgarten. Hamburg: Felix Meiner Verlag, 2025.

BUTLER, J; CLARKE, S; HUTCHESON, F; MANDEVILLE, B; SHAFTESBURY, L; WOLLASTON, WFilosofia moral britânica: textos do século XVIII. Campinas, SP: Ed. Unicamp, 2014.

CÍCERO, M.T. 1988. De finibus bonorum et malorum / Über die Ziele des menschlichen Handelns. Edição e tradução: Olof Gigon. München/Zürich: Ártemis.

CUNHA, Bruno. A gênese da ética em Kant. São Paulo: Editora LiberArs, 2017.

DUPLÁ, Leonardo Rodriguez. Mal y la gracia: la religión natural de Kant. Barcelona: Herder; 2019.

FERREIRO, Héctor; HOFFMANN, Thomas Sören; BAVARESCO, Agemir (Orgs.). Los aportes del itinerario intelectual de Kant a Hegel. Porto Alegre, RS, Editora Fi: EDIPUCRS, 2014. (Comunicaciones del I Congreso GermanoLatinoamericano sobre la Filosofía de Hegel. Português./Espanhol)

FERRY, Luc. Kant: uma leitura das três "Críticas". 3. ed. Rio de Janeiro: Difel, 2009.

GUYER, PAUL. The Cambridge companion to Kant. Cambrridge University Press, UK, 1992.

HÖFFE, Otfriede. Immanuel Kant. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

______. Immanuel Kant. München: C. H. Beck, 2004.

______. Kant: crítica da razão pura: os fundamentos da filosofia moderna. São Paulo: Edições Loyola, 2013.

KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos costumes. Trad. Guido A. de. São Paulo: Discurso editoria: Barcarola, 2009.

______. Lições de ética. Trad. Bruno Cunha e Charles Fedhaus. São Paulo: Editora Unesp, 2018.

______. Começo conjectural da história humana. São Paulo: Unesp, 2010. (p.80-81).

______. Ideia de uma história de um ponto de vista cosmopolita. São Paulo: Martins Fontes, 2004.

______. A religião nos limites da simples razão. Edições 70, Lisboa, 1992.

______. A religião nos limites da simples razão. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2024.

______.Vorlesung über die philosophische EncyclopädieInKant gesalmmelte Schriften, XXIX, Berlin, Akademie, 1980, pp. 8 e 12)

______. Textos pré-críticos. São Paulo: Editora Unesp, 2005.

______. Textos seletos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.

______. Investigação sobre a clareza dos princípios da teologia e da moral. Lisboa: Imprensa Casa da Moeda, 2007.

______. Crítica da razão pura. 3. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 1994.

______. Crítica da razão prática. Edição bilíngüe. Tradução Valerio Rohden. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

____. Crítica da faculdade do juízo. Trad.Valerio Rohden e António Marques. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1993.

______. Dissertação de 1770. De mundi sensibilis atque inteligibilis forma et principio. Akademie-Ausgabe. Trad. Acerca da forma e dos princípios do mundo sensível e inteligível. Trad., apres. e notas de L. R. dos Santos. Lisboa: Imprensa Casa da Moeda. FCSH da Universidade de Lisboa, 1985.

______. Prolegômenos a qualquer metafísica futura que possa apresentar-se como ciência. Trad. José Oscar de Almeida Marques. São Paulo: Estação Liberdade, 2014)

______. Prolegômenos a toda metafísica futura. Lisboa: Edições 70, 1982.

KARDEC, A. Le Livre des Esprits. Paris, Dervy-Livres, s.d. (dépôt légal 1985). ______. O livro dos Espíritos. Trad. Guillon Ribeiro, 93. ed. - 1. reimpressão (edição histórica). Brasília, DF: Feb, 2013. (Q. 893-919: "As virtude e os vícios”; “Paixões"; “Caracteres do homem de bem”; “Conhecimento de si mesmo” e 920-933: "Felicidade"; Q. 614-648: "Caracteres da Lei natural"; "Origem e conhecimento da Lei natural"; "O bem e o mal"; "Divisão da Lei natural").

KROPOTKIN, Piotr. Apoio mútuo. São Paulo: Biblioteca Terra Livre, 2021.

NOVELLI, Pedro Geraldo Aparecido. In: Rev. Simbio-Logias. V.1, n.1, mai/2008.

PEREIRA, Oswaldo Porchat. Vida comum e ceticismo. São Paulo: Brasiliense, 1994.

PEREIRA, Oswaldo Porchat. Vida comum e ceticismo. São Paulo: Brasiliense, 1994.

PHILONENKO, Alexis. Études kantiennes. Librairie philosophique J. Vrin, Paris, 1982.

______. L'Oeuvre de Kant: la philosophie critique. Tome I et II. J. Vrin, 1996. (col. Bibliothèque d'histoire de la philosophie)

SCHOPENHAUER, Arthur. Metafísica dos costumesSão Paulo: Editora Unesp, 2024.

______. Os dois problemas fundamentais da ética. Petrópolis, RJ: Vozes, 2024.

______. 3. ed. Sobre a filosofia universitária. Tradução, apresentação e notas de Maria Lúcia Mello Oliveira Cacciola e Márcio Suzuki. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2023.

THOUREAU, Henry David. Andar a pé: um ritual interior de sabedoria e liberdade. Loures: Editora Alma dos livros, 2021

VUJOŠEVIĆ, Marijana. Kant on Self-Control. Cambridge University Press; 2024.

WELSCH, Martin. Kantischer Anarchismus. Wien: Kloatermann, 2025.


terça-feira, 2 de dezembro de 2025

MEDITAÇÃO VESPERTINA CLX: DIGRESSÃO (2) SOBRE "COSMOVISÃO" E O "MANUAL DE ESTOICISMO" (II)

reflexão vespertina de hoje; como de praxe, é mais um exercício fugindo da trivialidade, que instaura o domínio da superficialidade, destrói o sentimento de moderação e da busca do necessário, antes visto como normalidade.

A prática comum, desse modo, entre os estudos, tem sido a adoção sistemática, disciplinada, de exercícios que propiciam um distanciamento das agruras do cotidiano no firme propósito de buscar ou resgatar instantes de Paz. Nas passagens de filosofia, citadas aqui, a repetida tentativa de refletir sobre este esforço; esta busca constante pela moderação.

Pois que:     

"A natureza dá-nos em abundância o que naturalmente necessitamos. A civilização do luxo é um desvio em relação à natureza: dia-a-dia cria novas necessidades, que aumentam de época para época; o engenho está a serviço dos vícios”.

Onde está a moderação?

“Desapareceu de entre nós a antiga moderação natural que limitava os desejos às necessidades; hoje, desejar apenas o essencial é dar provas de mesquinho provincianismo”

É então que a filosofia de Sêneca e dos estoicos, portanto, ganha aqui, para tal reflexão, o sentido de medicamentum. Ou seja; um guia para aprimoramento do caráter puramente humano. A compreensão da natureza nos conduzirá à superação de temores e à compreensão do homem e do que está para além das suas limitações.

Exercitemo-nos, na busca pela moderação. A fuga do trivial.

A moderada normalidade é meta por aqui.

E,

Como resultando das muitas "meditações matinais" que tenho feito, surgiu a lembrança de que os estoicos propunham também “meditações vespertinas” e “meditações noturnas”, como já escrevi aqui, outras vezes.

E, não é novidade que, em geral, a filosofia é vista por alguns como um exercício inútil, reservado a desocupados que vivem isolados em suas torres de marfim. A considerar-se que a filosofia tem mesmo uma característica bastante voltada à reflexão teórica, abre-se imenso campo para que a vejam como inaplicável, portanto, dispensável.

Mas, como outros estoicos, o filósofo estoico Caio Musônio Rufo, chamado por alguns de “Sócrates romano”, tornou-se à sua época conhecido não só por sua coerência interna, ou seja, pela aproximação entre o que ensinava e o que vivenciava mas por ter ensinado outro grande estoico: Epicteto; sobre quem tenho dedicado alguns breves textos aqui, no Blog.

Aqui, mais uma vez, vou destacar que nas minhas leituras cada vez mais frequentes sobre estoicismo, que o mais notório princípio para prática dessa filosofia é o conjunto de "exercícios práticos". Ora, visto que os objetivos estoicos estão sempre ajustados de forma a dar mais valor à ação do que às palavras, a maneira de agir de cada indivíduo que pretenda ser um estoico é priorizada devido ao fato de que verdadeiramente a ação mostra como uma pessoa realmente é. Daí a incessante busca, realizando tais "exercícios práticos" no cotidiano para alcançar o sempre almejado princípio da eustatheia (tranquilidade) e desenvolver a euthymia (crença em si). E, como, também, já anotei aqui nessa página, mais de uma vez, nunca é demais reforçar e refazer o caminho no sentido de dar continuidade às reflexões pessoais, procurando juntar teoria prática, uma das maneiras estoicas de se posicionar em oposição àqueles que julgam a filosofia como inútil. A referência estoica é Sócrates.

Então, nesta meditação vespertina de hoje, reflito e proponho:

“(a) As coisas não inquietam os homens, mas as opiniões sobre as coisas. Por exemplo: a morte nada tem de terrível, ou também a Sócrates teria se afigurado assim, mas é a opinião a respeito da morte — de que ela é terrível — que é terrível! Então, quando se nos apresentarem entraves, ou nos inquietarmos, ou nos afligirmos, jamais consideraremos outra coisa a causa senão nós mesmos — isto é: as nossas próprias opiniões.

(b) É ação de quem não se educou acusar os outros pelas coisas que ele próprio faz erroneamente. De quem começou a se educar, acusar a si próprio. De quem já se educou, não acusar os outros nem a si próprio.”

Acrescento:

(c) Outra recomendação de Musônio Rufo valorizava a "moderação", ou sōphrosúnē (σωφροσύνη - em grego antigo). A sōphrosúnē consiste em abrandar suas emoções; não comer demais, ser frugal e comportar-se com certo equilíbrio e gravitas. A moderação está profundamente relacionada com estabelecimento de médias nas atividades práticas pessoais. E, no que se refere especificamente às emoçõesMusônio Rufo afirma, por exemplo, que:

“Palavras de aconselhamento e admoestação oferecidas quando as emoções de uma pessoa estão em seu ponto mais alto e transbordante pouco ou nada adiantam. [Fragmento nº 36]”

Portanto, como um método para exercício dessas recomendações, segue a indicação abaixo:

“O método a que Musônio Rufo se refere pode ser a prática estoica da meditação retrospectiva noturna, a qual envolve a reflexão sobre o que você fez de bom ou de ruim em cada dia e a imaginação sobre o modo de melhorar sua conduta dali por diante. 

À mesa do jantar ou à hora de dormir, converse com seu filho sobre como foi o dia para vocês dois, discutindo o que deu certo e o que deu errado. Vocês perderam alguma oportunidade de fazer algo positivo pelo seu crescimento enquanto pessoas? Útil tanto para os filhos como para os pais é refletir sobre sua própria conduta, fazer comentários sobre suas falhas pessoais e revirar o cérebro em busca de soluções que visem ao aprimoramento de si. Sabedoria não é algo que se adquira do dia para a noite: estamos sempre nos empenhando na direção dela.”

método de Musônio Rufo apresentado acima como "meditação vespertina",  é uma proposta de reflexão sobre o que fizemos de bom ou ruim ao longo de cada dia e o estabelecimento ou reforço de "metas" a serem vencidas para a melhora da conduta a partir de cada novo dia que vai terminando.

Isso já aparece nas atribuições necessárias ao "προκόπτον –prokopton”, tanto na "meditação retrospectiva noturna", quanto nas "reflexões matinais"

Ademais, como fiz aqui, nunca é dispensável reforçar e prosseguir nos termos expostos em que nos colocaremos em uníssono o que dizemos e o que fazemos. Moderação e equilíbrio dos polos.

(Grifos destaques meus)

______.

SUGESTÃO DE LEITURAS

DINUCCI, A.; JULIEN, A. O Encheiridion de Epicteto. Coimbra: Imprensa de Coimbra, 2014.

DINUCCI, Aldo. Manual de estoicismo. Campinas, SP: Editora Auster, 2023. 

______. JULIEN, Alfredo. Manual de estoicismo. São Paulo: Penguin/ Companhia da Letras, 2025.

EPICTETO. Entretiens. Livre I. Trad. Joseph Souilhé. Paris: Les Belles Lettres, 1956.

______. Epictetus Discourses. Book I. Trad. Dobbin. Oxford: Clarendon, 2008.

______. O Encheirídion de Epicteto. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2012. (Edição Bilíngue)

______. Testemunhos e Fragmentos. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2008.

EPICTETUS. The Discourses of Epictetus as reported by Arrian; Fragments; Encheiridion. Trad. Oldfather. Harvard: Loeb, 1928.

HADOT, Pierre. The inner citadel: the meditations of Marcus Aurelius. London: Harvard University Press, 2001. 

IRVINE, William B. A guide to the good life: the ancient art of Stoic joy. New York: Oxford University Press, 2009.

KARDEC, A. Le Livre des Esprits. Paris, Dervy-Livres, s.d. (dépôt légal 1985). (O Livro dos Espíritos. Trad. Guillon Ribeiro, ______. O livro dos Espíritos. 93. ed. - 1. reimpressão (edição histórica). Brasília, DF: Feb, 2013. ("As virtudes e os vícios": Q. 893-906).

KING, C. Musonius Rufus: Lectures and Sayings. CreateSpace Independent Publishing Platform, 2011.

LONG, Georg. Discourses of Epictetus, with Encheiridion and fragments. Londres: Georg Bell and sons, 1890.

LUTZ, C. Musonius Rufus, the Roman Socrates. Yale Classical Studies 10 3-147, 1947.

MARCO AURÉLIO. Meditações. São Paulo: Abril Cultural, 1973. (Livro II. 1).

______.  Meditações. São Paulo: Penguim/Companhia das Letras, 2023.

SÉNECA, Lúcio Aneu. Cartas a Lucílio. 5. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 2014.

XENOFONTE. Apologia de Sócrates. 5. ed. Trad. Líbero Rangel de Andrade. São Paulo: Nova Cultural, 1991. (p. 164-165). (Col. Os Pensadores)

domingo, 2 de novembro de 2025

MEDITAÇÃO VESPERTINA CLX: “RAZÃO NA RELIGIÃO” EM KANT E HEGEL

Retornando aos estudos 

Estudando sempre, mantendo o foco de sempre, acrescentando novos textos às leituras sobre o período “pré-crítico” kantiano, destaco aqui hoje, esta obra: "Reason in religion: the foundations of Hegel's philosophy of religion"

Cheguei a esta obra assim que terminei mais uma releitura dos textos básicos da pesquisa sobre Idealismo alemão na trilha da filosofia clássica alemã: “Entre filosofia e medicina”, retomando e mantendo um vínculo temático que sempre mantenho presente nas minhas leituras.

Em grande medida, esta obra “Entre filosofia e medicina” está ligada à uma tradição “Wollfiana", a um universo da obra do autor da “Psicologia empírica” que está na bibliografia também.

Como sigo estudando o período “pré-crítico”, tenho encontrado vários textos sobre o tema; por isso, acrescento mais este: “Reason in religion: the foundations of Hegel's philosophy of religion” com enfoque no período entre Kant e Hegel, por ser de grande ajuda nos estudos do período e à leitura do tema, além de oferecer um enfoque sobre “razão e religião” que pretendo aprofundar a partir dos textos de Kant principalmete. Assunto que sempre está entre meus interesses. 

...

"Tradução do “Die Vernunft in der Religion: Studien zur Grundlegung der Religionsphilosophie Hegels, (copyright © by Friedrich Frommann Verlag). Gunther Holzboog GmbH & Co., Stuttgart-Bad Cannstatt, 1986.

Jaeschke, Walter. [Vernunft in der Religion. English] Reason in religion: the foundations of Hegel's philosophy of religion. Translated by J. Michael Stewart and Peter C. Hodgson. p. cm. University of California Press, 1992."

Único em escopo e perspectiva crítica, A Razão na Religião traça a evolução de um ramo singular da filosofia de Hegel. Walter Jaeschke examina uma obra abrangente, desde os primeiros escritos teológicos até as Palestras de Berlim sobre a Filosofia da Religião, estas últimas reconstruídas pela primeira vez tal como Hegel as apresentou, permitindo um estudo detalhado do desenvolvimento e das mudanças em sua abordagem.

O pensamento religioso de Hegel é meticulosamente situado em relação a seus predecessores, contemporâneos, discípulos e críticos. A obra começa com uma análise da ruptura de Hegel com a concepção moral da religião de Kant e conclui com a controvérsia sobre a filosofia da religião de Hegel durante a década posterior à sua morte. O autor também oferece uma valiosa contribuição para os debates atuais sobre a tarefa da teologia filosófica em relação à filosofia da religião e à questão de se, e como, é possível ter conhecimento de Deus.”

...

Unique in both scope and critical perspective, Reason in Religion traces the evolution of a distinctive branch of Hegel's philosophy. Walter Jaeschke takes account of a sweeping oeuvre, from the early theological writings to the Berlin Lectures on the Philosophy of Religion, the latter reconstructed for the first time as Hegel actually presented them, permitting a detailed study of the development and changes in his approach.

Hegel's religious thought is scrupulously placed in relation to his predecessors, contemporaries, disciples, and critics. The work begins with an account of Hegel's break with Kant's moral conception of religion, and concludes with the controversy over Hegel's philosophy of religion during the decade following his death. The author also makes a valuable contribution to present-day discussions of the task of philosophical theology in relation to philosophy of religion and the question of whether, and how, it is possible to have knowledge of God.” (Fonte: Amazon.com).

______.

BAVARESCO, Agemir Bavaresco; TAUCHEN, Jair Tauchen; PONTEL, Evandro Pontel (Orgs.). De Kant a Hegel: Leituras e atualizações. - Porto Alegre, RS: Editora Fi, 2019.

BECKENKAMP, Joãosinho. Entre Kant e Hegel. Porto Alegre: Edipucrs, 2004, 288 p.

BRUNNER, Jürgen. Das radikale Böse und die Freiheit der Willkür: Kants Theorie des Bösen und die Vorstufen bei Baumgarten. Hamburg: Felix Meiner Verlag, 2025.

BUTLER, J; CLARKE, S; HUTCHESON, F; MANDEVILLE, B; SHAFTESBURY, L; WOLLASTON, WFilosofia moral britânica: textos do século XVIII. Campinas, SP: Ed. Unicamp, 2014.

CÍCERO, M.T. 1988. De finibus bonorum et malorum / Über die Ziele des menschlichen Handelns. Edição e tradução: Olof Gigon. München/Zürich: Ártemis.

CUNHA, Bruno. A gênese da ética em Kant. São Paulo: Editora LiberArs, 2017.

DUPLÁ, Leonardo Rodriguez. Mal y la gracia: la religión natural de Kant. Barcelona: Herder; 2019.

FERREIRO, Héctor; HOFFMANN, Thomas Sören; BAVARESCO, Agemir (Orgs.). Los aportes del itinerario intelectual de Kant a Hegel. Porto Alegre, RS, Editora Fi: EDIPUCRS, 2014. (Comunicaciones del I Congreso GermanoLatinoamericano sobre la Filosofía de Hegel. Português./Espanhol)

FERRY, Luc. Kant: uma leitura das três "Críticas". 3. ed. Rio de Janeiro: Difel, 2009.

GUYER, PAUL. The Cambridge companion to Kant. Cambrridge University Press, UK, 1992.

HÖFFE, Otfriede. Immanuel Kant. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

______. Immanuel Kant. München: C. H. Beck, 2004.

______. Kant: crítica da razão pura: os fundamentos da filosofia moderna. São Paulo: Edições Loyola, 2013.

KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos costumes. Trad. Guido A. de. São Paulo: Discurso editoria: Barcarola, 2009.

______. Lições de ética. Trad. Bruno Cunha e Charles Fedhaus. São Paulo: Editora Unesp, 2018.

______. Começo conjectural da história humana. São Paulo: Unesp, 2010. (p.80-81).

______. Ideia de uma história de um ponto de vista cosmopolita. São Paulo: Martins Fontes, 2004.

______. A religião nos limites da simples razão. Edições 70, Lisboa, 1992.

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______.Vorlesung über die philosophische EncyclopädieInKant gesalmmelte Schriften, XXIX, Berlin, Akademie, 1980, pp. 8 e 12)

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______. Prolegômenos a qualquer metafísica futura que possa apresentar-se como ciência. Trad. José Oscar de Almeida Marques. São Paulo: Estação Liberdade, 2014)

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VUJOŠEVIĆ, Marijana. Kant on Self-Control. Cambridge University Press; 2024.

terça-feira, 28 de outubro de 2025

TEMPO DE ESTUDOS: SOBRE A "RELIGIÃO" PARA KANT

Em andamento... Elaborando...

Pausa nos trabalhos com mais releituras, na "tônica dominante" das leituras de sempre.

"[...] longe da posição de Kant está a visão secularista que trata a religião com desprezo, considerando-a como nada mais que uma relíquia do passado ou um deplorável refúgio para os ignorantes e supersticiosos" (A. W., 2009): 

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ANTOGNAZZA, Maria Rosa. The Oxford Handbook of Leibniz. Oxford University Press, 2018.

BICALHO, Vanessa Brun. Ciência e sabedoria de vida na filosofia transcendental de Kant à luz do estoicismo. Tese de Doutorado (Campus de Toledo). Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Unioeste, 2021,

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______. Réflexions métaphysiques (1780-1789). Introduction, traduction et notes par Sophie Grapotte, Docteur de l’Université de Bourgogne, membre du « Groupe de travail sur la philosophie allemande du XVIIIe siècle » (CERPHI). Paris: Vrin, 2011.

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______; WOLFF, C; EULER, L.P; BUFFON, G.-L; LAMBERT, J. H; KANT, I. Espaço e pensamento: textos escolhidos. Organização de Márcio Suzuki (Org.). Tradução de Márcio Suzuki e Outros. São Paulo: Editora Clandestina, 2019. 286.

LOCKE, John. Ensaio sobre o entendimento humano. São Paulo: Martins Fontes, 2012. 

PHILONENKO, Alexis. L'Oeuvre de Kant: la philosophie critique. Tome I. J. Paris: Vrin, 1996. (col. Bibliothèque d'histoire de la philosophie)

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THEIS, Robert (dir.). Théologie et religion. Paris: Vrin, 2013.


LUDWIG VAN BEETHOVEN: "FANTASIA CORAL Op. 80"

Enquanto ouço, mais uma vez, o coral da " Fantasia Coral. Op. 80 " de Beethoven, reli este  livro e anotei algumas passagens; um p...