domingo, 16 de abril de 2023

MEDITAÇÃO RETROSPECTIVA NOTURNA: "AS PAIXÔES DA ALMA"


"
Um clássico é um livro que nunca terminou de dizer aquilo que tinha para dizer." (CALVINO, 2007, p. 11)

.'.

Retornando aos poucos às atividades normais, ao intenso trabalho e, enquanto isso, retomando alguns capítulos, nos últimos dias, de duas obras  de René Descartes que desde a graduação, sempre revisito. É só por serem clássicos valem ler e reler como clássicos, uma regra por aqui. Nenhum dos meus interesses excluem os clássicos. Indispensáveis!

E, ainda , tomando o estudo do tema como uma das tarefas fundamentais e, com certeza, para alcançar 'Aταραξία - ataraxia e ἀπάθεια - apátheia. Como sempre digo quando são desse tipo, estão bem em consonância com os enunciados básicos que, como princípios, já são adotados aqui, pois:

"[...] se a razão prevalecer, as paixões nem sequer começarão; mas se elas se encaminharem contra a vontade da razão, elas se manterão contra a vontade da razão. Pois é mais fácil detê-las no começo do que controlá-las quando ganham força." (DESCARTES. InPaixões da alma.)

. ' .

As duas obras a que me refiro: "Regras Para a Direção do Espírito" e "As paixões da alma", de René Descartes, um dos grandes, de quem sempre extraio excertos para reflexões no blog.

Aqui, no caso, As paixões da alma; sempre revisitando essa brevíssima reflexão dela selecionada, sobre as "emoções":

"Ora, visto que essas emoções interiores nos tocam mais de perto e têm, por conseguinte, muito mais poder sobre nós do que as paixões que se encontram com elas, e das quais diferem, é certo que, contanto que a alma tenha sempre do que se contentar em seu íntimo, todas as perturbações que vêm de outras partes não dispõem de poder algum para prejudicá-la. Servem, antes, para lhe aumentar a alegria, pelo fato de, vendo que não pode ser por elas ofendido, conhecer com isso a sua própria perfeição. E, para que a nossa alma tenha assim do que estar contente, precisa apenas seguir estritamente a virtude. Pois quem quer que haja vivido de tal maneira que sua consciência não possa censurá-lo de alguma vez ter deixado de fazer todas as coisas que julgou serem as melhores (que é o que chamo aqui seguir a virtude), recebe daí uma satisfação tão poderosa para torná-lo feliz que os mais violentos esforços da paixão nunca têm poder suficiente para perturbar a tranqüilidade de sua alma".

Em andamento...

Mais sobre o tema emhttps://marcosfilosofiamoderna.blogspot.com/

Link para saber mais e estudar sobre o tema "paixões, vícios e virtudes" da alma em outra perspectiva: https://kardecpedia.com/

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