Encontrei, já fazem alguns anos, estudando sobre o "Bem Supremo", uma discreta relação entre a filosofia moral kantiana e a ética estoica antiga. Em Cícero (um "platônico", com interesse em estoicismo), é possível essa aproximação. Assim, a partir da Crítica da razão prática de Immanuel Kant e Sobre os fins (De finibus bonorum et malorum) de Cícero, ainda estou estudando essa aproximação. Immanuel Kant, é sabido, critica a associação entre virtude e felicidade e, fez uma reformulação do conceito de “bem supremo”.
Portanto, desafio posto; ainda estou trabalhando no tema, desde 10 de novembro de 2019.
Hoje, continuando com essa reflexão matinal, vejo que, na visão de Cicero, a Natureza é “o mais belo dos governos”, e no "De finibus bonorum et malorum":
“Aquele que quer viver de acordo com a natureza deve partir da visão de conjunto do mundo e da providência. Não é possível emitir juízos verdadeiros sobre os bens e os males sem conhecer todo o sistema da natureza e da vida dos deuses, nem saber se a natureza humana está ou não de acordo com a natureza universal. E, não se pode ver, sem a física, que importância (e ela é imensa) tem as antigas máximas dos sábios: ‘Obedece às circunstâncias’, ‘Segue Deus’, ‘Conhece-te a ti mesmo’, ‘Nada em excesso’, etc. Somente o conhecimento dessa ciência pode nos ensinar o que pode a natureza na prática da justiça, na conservação de nossas amizades e de nossos apegos [...]”
2. "De finibus bonorum et malorum", de Marcus Tullius Cicero, foram escritos em 45 aC. BC e é considerado um dos mais extensos trabalhos filosóficos de Cícero.
Em três diálogos, são apresentadas diferentes abordagens da filosofia grega sobre o propósito e o significado da vida.
É tema fundamental da obra de Cícero, o Bem e o mal; nesse sentido passo pela reflexão sobre uma "Teodicéia kantiana", além disso, a obra reflete amplamente sobre "Os objetivos da ação humana". (trad. Julius von Kirchmann 1802-1884) de 1874.
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