sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

“A MÚSICA E O INEFÁVEL”: JANKÉLÉVITCH


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Escrita por Vladimir Jankélévitch (1903-1985) “A música e o inefável”, terá sua primeira tradução para a língua portuguesa, a ser publicada em 2018 pela Editora Perspectiva, na coleção “Estudos”, obra de interesse para a filosofia da arte e, da estética musical. Já estou planejando um tempinho para essa leitura em 2018, com certeza!

"Il y a dans la musique une double complication, génératrice de problèmes métaphysiques et de problèmes moraux, et bien faite pour entretenir notre perplexité. Car la musique est à la fois expressive et inexpressive, sérieuse et frivole, profonde et superficielle ; elle a un sens et n'a pas de sens. La musique est-elle un divertissement sans portée ? ou bien est-elle un langage chiffré et comme le hiéroglyphe d'un mystère ? Ou peut-être les deux ensemble ? Mais cette équivoque essentielle a aussi un aspect moral : il y a un contraste déroutant, une ironique et scandaleuse disproportion entre la puissance incantatoire de la musique et l'inévidence foncière du beau musical."

Was ist Musik? Bedeutungslose Unterhaltung oder eine chiffrierte Sprache, die Hieroglyphe eines Mysteriums? Ist ihr Zauber Betrug oder Grundlage einer Weisheit? Das sind die tiefen Fragen, denen der bedeutende französische Philosoph Vladimir Jankélévitch in seinem musikphilosophischen Meisterwerk auf den Grund geht. Erstmals 1961 in Frankreich erschienen, ist es nun endlich in deutscher Übersetzung zu entdecken

Qual o significado da música? É possível amá-la incontestadamente ou sua natureza dúbia impossibilita sua definição a tal ponto que seus encantos recaem ao vazio Para Bachelard, como para Bergson, no que se refere à percepção psicológica do tempo e da sua duração , Jankélévitch esmiúça a construção musical e seus reflexos na percepção do ouvinte. A música é o prazer que age sobre o sistema nervoso. Não uma ciência, como querem os musicólogos e estudiosos dessa arte, mas sim um encanto que embriaga e se aloja no íntimo, uma operação irracional mais aparentada à magia que às ciências exatas.

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“Publicada, em 1961, pela primeira vez em sua versão integral, “A música e o inefável” pode ser incluída, sem hesitação, entre tais títulos. A relevância da obra em questão se manifesta, sobretudo, em sua particular abordagem da arte sonora, fruto de um pensamento singular, no qual confluem harmoniosamente diversos vetores, como a filosofia ocidental, a literatura russa, as intuições de artistas, os relatos de místicos cristãos.” (GONTIJO, 2017)

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“Filósofo e musicólogo de ascendência russa, Vladimir Jankélévitch nasceu em 1903, em Bourges, na França. Estudou na Escola Normal Superior, em Paris, e foi influenciado pelo pensamento do filósofo Henri Bergson.

Judeu, Jankélévitch atuou na resistência antinazista durante a Segunda Guerra Mundial e foi professor de filosofia moral na Universidade Sorbonne entre 1951 e 1979. Para ele, a moral é o problema central na reflexão filosófica.

O pensador morreu na capital francesa em 1985. No Brasil, foram publicados os seus livros "Curso de Filosofia Moral" e "O Paradoxo da Moral" (ambos pela ed. WMF Martins Fontes) e "Primeiras e Últimas Páginas" (Papirus, esgotado)”

Fonte: Caderno Mais (Folha de São Paulo. São Paulo, domingo, 06 de setembro de 2009.

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JANKÉLÉVITCH,  Vladimir. A música e o inefável. São Paulo: Editora Perspectiva, 2018.

______. La Musique et l'ineffable. Paris: Essais,  1961.

______. Die Musik und das Unaussprechliche. Suhrkamp Verlag, 2016.





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