quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

GILSON E O QUE É O BELO



À minha volta, lamento, mas estão a glorificar o "feio" e o "grotesto". Não quero isso que grassa mundo afora. Ao menos, recuando aos clássicos, reencontramos o tênue fio da esperança. E, aqui, Étienne Gilson nos apresenta uma proposta bem elevada sobre o que é filosofar sobre a arte, sobre o Belo

"Chama-se belo [...] àquilo que provoca a admiração e retém o olhar. Precisemos desde logo este ponto essencial: o belo artístico se define sempre, mesmo do simples ponto de vista de sua definição nominal, como dado numa percepção sensível cuja apreensão é desejável em si e por si mesma. A percepção-tipo que se costuma citar nesse caso é a visão, e já que toda percepção do belo é desejável à medida que se acompanha de prazer, os Escolásticos definiam o belo como aquilo cuja visão dá prazer, ou antes, 'o que agrada à visão' (id quo visum placet).[...] Não se trata de dizer que o próprio belo consiste no prazer que produz, mas antes que se reconhece a presença do belo pelo prazer de que sua apreensão se acompanha."

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"Em Introdução às Artes do Belo, Etiénne Gilson pretende responder à pergunta mais básica, simples e desprezada a respeito das belas-artes: afinal, o que é a arte? O autor parte da convicção de que a arte não pertence à ordem do conhecer, mas à ordem do fazer, e explica o que é estética, aborda a relação entre a arte e o sagrado, e fala da incapacidade de perceber a beleza." 

______.
(GILSON, Etiéne.  Introdução às artes do Belo. São Paulo: Ed. É Realizações, 2010)

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