domingo, 9 de dezembro de 2018

REFLEXÃO MATINAL XIV




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VISÃO DE MUNDO

À medida que prossigo com a leitura dos textos produzidos pelos estoicos percebo uma abordagem mais focada na reflexão com fins práticos, para aplicação na vida cotidiana dos resultados a que se chegou refletindo. Inegável a profundidade dos estoicos em temas mais voltados à ação do que à teoria do conhecimento e outros assuntos
Mais evidente ainda é que a atividade teórica dos estoicos está sempre situada numa abordagem que diverge profundamente da maneira com que se tem defendido o que seja a Filosofia atualmente, por exemplo.
Ora, desde Sócrates, portanto, levar a cabo uma atividade filosófica exige do seu praticante uma opção por um determinado “modo de viver” que está situado desde o início da atividade filosófica, sem foco inicial num objetivo a ser alcançado, pelo contrário, uma visão de mundo já está na base da escolha de determinado “modo de viver” em oposição a outras formas de agir e é esta que determina e dá os contornos daquilo que pretende ensinar e como vai ensinar.
Tomada a decisão, escolhido o caminho, tendo como ponto de partida uma tal "visão de mundo" a orientar cada passo;  com "eustatheia" (tranquilidade) e "euthymia" (crença em si) prossigamos como sugerem os estoicos, neste caso: Epictetus.

"Pergunte-se o seguinte no início da manhã:

O que está faltando para que eu me liberte da paixão?
E para alcançar a tranquilidade?
O que sou eu? 
Um corpo, um dono de propriedades ou uma reputação?
Nenhuma dessas coisas. 
O que, então? 
Um ser racional. 
O que, então, é exigido de mim? 
Meditar sobre as minhas ações.
Como eu me afastei da serenidade? 
O que eu fiz de hostil, indiferente e não-social?
O que eu falhei em fazer em todos esses momentos?" - (Epictetus).

______.
PS:

* "908. Como se poderá determinar o limite onde as paixões deixam de ser boas para se tornarem más?


“As paixões são como um corcel, que só tem utilidade quando governado, e que se torna perigoso quando passa a governar. Uma paixão se torna perigosa a partir do momento em que deixais de poder governá-la, e que dá em resultado um prejuízo qualquer para vós mesmos ou para outrem.”




...
* (KARDEC, Allan. O livro dos Espíritos. 93. ed. 1. reimpressão. (edição histórica). Brasília: FEB, 2013)

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