segunda-feira, 6 de abril de 2020

REFLEXÃO MATINAL XXXV: PROFILAXIA E SERENIDADE

(IMAGEM: "Pinterest")

"Devemos viver como médicos, tratando a nós mesmos com a razão, contra os males de não usá-la" (Musónio Rufo)*

Não alimentar hábitos ruins; reeducar-se no restabelecimento da saúde.

Medidas profiláticas a evitar desvios futuros. O projeto iniciado, já há algum tempo, prossegue.

O foco: desenvolver a Sabedoria prática; uma tarefa difícil e extremamente relevante do ponto de vista existencial estudado aqui nesta página.

Reconstruir trajetórias, desde o início, com o propósito de reedificar o ponto de vista”, olhar do presente para o passado e a partir dos erros a evitar; redirecionar, em bases firmes, o futuro e os objetivos.

Fundamental que se busque a elevação, considerando com serenidade o progresso. Estar no caminho; fazer sempre o melhor. E, retomando alguns trechos de obras estudadas para reflexão matinal de hoje, reli o trecho abaixo:

“Para Epicteto, o ato de pôr em prática a filosofia supõe o afastamento das coisas exteriores e o aperfeiçoamento da capacidade de escolha, de modo a ‘torná-la harmoniosa à natureza, elevada, livre, desimpedida, desembaraçada, leal, digna com a natureza’ (Diss. 18). Essa liberação e valoração da capacidade de escolha só é possível, segundo Epicteto, com a aplicação do primeiro teorema exposto em (Diss. 1.1 e Ench.1): ‘das coisas, umas estão sob nosso encargo (aquelas relacionadas à capacidade de escolha), outras não. As primeiras são livres e desimpedidas por natureza (pois temos o poder de tomá-las ao nosso encargo e sermos, consequentemente, livres como elas). As outras são servis, pois estão sob o poder alheio (das forças da natureza e de outros seres humanos)’. Se nos ligarmos a estas, alerta Epicteto, desejando-as ou evitando-as, acabamos por perder a possibilidade de sermos livres, submetendo-nos à mesma necessidade que as governa (Diss. 1.18.19). Não se submeter às coisas exteriores significa ter uma nova atitude diante delas: não vê-las como coisas boas ou más em si mesmas, não se queixar ou lamentar-se diante delas (Diss. 1.18.23), mas enfrentá-las como serenidade e coragem.". (DINUCCI, Aldo. In: P E R I, v . 0 8, n . 0 2, 2016 . p . 1 7 7 - 1 9 1)

Viver! Sempre viver!

“Mantenha-se forte; mantenha-se bem” (Sêneca)

______.

ARRIANO FLÁVIO. O Encheirídion de Epicteto. Edição Bilíngue. Tradução do texto grego e notas Aldo Dinucci; Alfredo Julien. Textos e notas de Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão. Universidade Federal de Sergipe, 2012.

CÍCERO. On Duties. Trad. W. Miller. Harvard: Loeb Classical Library, 1913.

______. On the Nature of the Gods. Academics. Trad. H. Rackham. Harvard: Loeb Classical Library, 1933.

______. De Finibus. Bonorum Et Malorum. Trad. H. Rackham. Harvard: Loeb Classical Library, 1914.

______. Letters to Friends. Volume I: Letters 1-113. Trad. B. Shackleton. Harvard: Loeb, 2001.

DESCARTES, René.  As paixões da alma. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

DIÓGENES LAÉRCIO. Lives of Eminent Philosophers. vol. I, II.Trad. R. D. Hicks. Harvard: Loeb Classical Library, 1925.

DINUCCI, A.; JULIEN, A. O Encheiridion de Epicteto. Coimbra: Imprensa de Coimbra, 2014.

EPICTETO. Entretiens. Livre I, II, III, IV. Trad. Joseph Souilhé. Paris: Les Belles Lettres, 1956.

______. Epictetus Discourses. Book I. Trad. Dobbin. Oxford: Clarendon, 2008.

______. Testemunhos e Fragmentos. Trad. Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão: EdiUFS, 2008.

EPICTETUS. The Discourses of Epictetus as reported by Arrian; Fragments; Encheiridion. Trad. Oldfather. Harvard: Loeb, 1928.

HADOT, Pierre. The inner citadel: the meditations of Marcus Aurelius. London: Harvard University Press, 2001.

______. A filosofia como maneira de viver: entrevistas de Jeannie Carlier e Arnold I. Davidson. (Trad. Lara Christina de Malimpensa). São Paulo: É Realizações, 2016.

______. Exercícios Espirituais e Filosofia Antiga. Trad. Flavio Fontenelle Loque e Loraine Oliveira. Prefácio de Davidson, Arnold. São Paulo: É Realizações, 2014. 

MARCO AURÉLIO. Meditações. São Paulo: Abril Cultural, 1973.

SÉNECA, Lúcio Aneu. Cartas a Lucílio. 5. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 2014.


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