quarta-feira, 24 de junho de 2020

REVISITANDO A LÓGICA DE KANT: REGRAS... LIMITES.

Cave of Heavenly Palace, Halong Bay, Vietnam

(IMAGEM: "Pinterest")

Tendo prosseguido com os estudos, ainda tentando escrever um pouco mais sobre a pesquisa, há sempre o necessário intervalo, uma pausa breve na oficina. E, além do muito apreço ao tema e muito à obra, voltei, pela manhã ao "Manual dos cursos de Lógica geral", de Kant. (já tinha escrito aqui, sobre essa obra em 17 julho de 2019). 

Parti, além da obra em si, de inestimável valor pessoal (considerando, de onde veio e a dedicatória, como destaquei, na primeira vez que a citei aqui); da afirmação de Kant sobre a “Lógica”, desde Aristóteles, não ter dado quase nenhum passo à frente nem para trás, dado que “o limite da Lógica acha-se determinado de maneira bem precisa, por ser ela uma ciência que expõe circunstanciadamente e prova de modo rigoroso unicamente as regras formais de todo o pensamento.” 

E, seria tal “limite”, a vantagem de seu sucesso como ciência. Claro é que tal afirmação já foi bastante contestada e embora me interesse muito, não vou me demorar sobre ela. Só vou começar a pensar a ideia de "limites" a partir da noção de "regras". Futuramente retorno à questão; após mais estudos e reflexões.

"Tudo na natureza (Natur), tanto no mundo inanimado quanto vivo, ocorre segundo regras (Regeln)embora nem sempre conheçamos essas regras de imediato - A água cai segundo as leis dos gravesm e o movimento da marcha entre os animais produz-se conforme regras. O peixe na água e o pássaro no ar movem-se segundo regras. A Natureza toda, em geral, nada mais é propriamente do que um nexo de fenômenos segundo regras e em parte alguma ocorrre ausência de Regras (Regellosigkeit). Quando pensamos tê-la encontrado, só podemos dizer que as regras nesse caso no são desconhecidas.

O exercício das nossas faculdades (Kräfte) também se faz segundo certas regras, que seguimos inicialmente, inconscientes delas, até que, mediante tentativas e um demorado uso de nossas faculdades, chegamos ao seu conhecimento, o que acaba nos colocando em tal familiaridade com elas que nos custa muita fadiga pensá-la in abstacto. Do mesmo modo a gramática geral (allgemeine Gramatik), por exemplo, é a forma (Form) de uma língua em geral. Mas falamos mesmo não conhecendo a gramática, e quem não a conhece e no entanto fala possui na verdade uma gramática e fala segundo regras de que não tem consciência, porém." (KANT, 2002, p. 25)

História Eclesiástica: os Primeiros Quatro Séculos da Igreja ...

(grifos e destaques, conforme aparecem no texto e alguns eu acrescentei, aqui)

E, mais:

De fundamental importância para compreensão da obra kantiana, uma excelente obra para, em  certa  medida, iniciar estudos sobre kantismo e uma introdução aos temas da Filosofia, inclusive traz um glossário com termos básicos para  auxílio na  leitura.
______.
KANT, Immanuel. Manual dos cursos de lógica geral. 2. ed. Trad. Fausto Castilho. Campinas/SP: Editora da Unicamp, 2002.

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