Uma brevíssima reflexão sobre "buscas interiores”; para os dias que seguem.
"Que
queres? Continuar a viver? Isto é, sentir, desejar, desenvolver-te e depois
degenerar, falar, pensar? De tudo isto que te parece mais digno da tua
aspiração? E, se tudo é desprezível, dirige-te ao fim supremo: obedecer à razão
e a Deus. Porém, há contradição em desprezarmos tudo isto e nos afligirmos
quando a morte no-lo arrebata." (MARCO AURÉLIO. Meditações. XII : 31)
Sobre o "fim
supremo: obedecer à razão..." e sobre conquista da felicidade...
“Em
A conquista da felicidade, o filósofo Bertrand Russell buscou diagnosticar as
inúmeras causas da infelicidade na vida moderna, traçando um caminho para
escapar do mal-estar aparentemente inevitável que predomina mesmo em sociedades
prósperas. Que o leitor não espere, como o autor adverte no prefácio, erudições
profundas: o que move esta obra é a convicção de que, com um pouco de esforço
bem-orientado, é possível chegar à felicidade. Escrito originalmente em 1930,
este pequeno livro permanece atual — e muito necessário.” (RUSSEL, A conquista da felicidade, 2015)
Rejeitar a influência de
sentimentos externos, que os estoicos, consideravam como sentimentos nocivos ao pleno
exercício racional, por exemplo: paixão, luxúria, etc. Tidos como vícios
causadores de males que dificultam o homem na tomada de decisões de forma
lógica e racional.
Portanto,
“Como
poderíamos nos tornar prudentes se tivéssemos chegado ao reconhecimento de
quais coisas sejam verdadeiros bens e quais sejam males, mas se nunca tivéssemos
praticado o desprezo às coisas que somente aparentam ser boas? Por conseguinte,
logo após o aprendizado das lições apropriadas para toda e qualquer excelência,
um treino prático deve seguir invariavelmente, se de fato esperamos tirar algum
benefício das lições que acabamos de aprender. [EPICTETO. Diatribes, VI]”
Nesse ponto o de que se
trata é um esforço em viver sempre de acordo com a natureza, sempre agindo como
um ser dotado de plena autarquia; senhor de si mesmo. Pois,
o homem, como ser racional que é, deve fazer de suas próprias virtudes a
conquista do objetivo maior que é a plena felicidade.
_____.
ARRIANO FLÁVIO. O
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