Aqui, mais um livro lido sobre o tema, e à medida que adentro no tema, adiciono bibliografia, tenho notado que novas perspectivas de abordagens do tema tem surgido.
Acrescento algumas delas.
Já não é mais possível, na discussão sobre o que é e o que não é ciência, o único
caminho seguido a partir de Popper. Isso posto, inclusive aqui, adiciono
algumas das referências bibliográficas para aprofundamento posterior sobre o que
é “ciência” e o que é “pseudociência”. Aqui, nesse sentido, acrescento de
“O que diferencia a prática da ciência rigorosamente testada e sólida da pseudociência? Neste volume, os colaboradores procuram responder a esta questão, conhecida pelos filósofos da ciência como "o problema da demarcação". Esta questão tem uma longa história na filosofia, que remonta ao início do século XX e à obra de Karl Popper. Mas no final da década de 1980, os estudiosos da área começaram a tratar o problema da demarcação como impossível de resolver e fútil de ponderar. No entanto, os ensaios que Massimo Pigliucci e Maarten Boudry reuniram neste volume são um caso empolgante para a importância inequívoca de refletir sobre a separação entre pseudociência e ciência sólida. Além disso, o problema da demarcação não é um dilema puramente teórico de mero interesse acadêmico: afeta a decisão dos pais de vacinar as crianças e a disposição dos governos em adotar políticas que previnam as mudanças climáticas. A pseudociência muitas vezes imita a ciência, usando a linguagem superficial e as armadilhas da pesquisa científica real para parecer mais respeitável. Mesmo um público bem informado pode ser enganado por essas teorias questionáveis disfarçadas de ciência. Crenças pseudocientíficas competem com ciência sólida nas páginas de saúde dos jornais pela cobertura da mídia e nos laboratórios pelo financiamento da pesquisa. Agora, mais do que nunca, a capacidade de separar descobertas científicas genuínas de descobertas espúrias é vital, e A Filosofia da Pseudociência fornece terreno para filósofos, sociólogos, historiadores e leigos tomarem decisões sobre o que a ciência é ou não.” (PIGLIUCCI; BOUDRY, 2013)
Antes, para essas reflexões que prossigo, tinha lido as obras de Sven Ove Hanson
Em seus livros "[...] explica como a lógica da mudança de teoria emprega modelos formais na investigação de mudanças em bancos de dados e estados de crença. Os tópicos cobertos incluem caracterizações equivalentes de operações AGM, representações estendidas dos estados de crença, operadores de mudança não incluídos na estrutura original, mudança iterada, aplicações do modelo, suas conexões com outras estruturas formais e críticas ao modelo.”
. ' .
“A demarcação entre ciência e pseudociência faz
parte da tarefa mais abrangente de determinar quais são as crenças
epistemicamente justificadas. Este verbete esclarece a natureza específica
da pseudociência em relação a outras categorias de doutrinas e de
práticas não-científicas, inclusive a recusa da ciência e a resistência
aos fatos. Os critérios de demarcação mais importantes são discutidos
e algumas das suas fraquezas são expostas. Por
último, enfatiza-se que há muito mais consenso sobre questões particulares
de demarcação do que sobre os critérios gerais em que esses juízos devem se
basear. Isso é um indício de que há muito trabalho filosófico importante por
fazer sobre a demarcação entre ciência e pseudociência.” (HANSSON,
Sven ove. First published Wed Sep 3, 2008; substantive revision Thu May
20, 2021. Disponível em: https://plato.stanford.edu/entries/pseudo-science/. Acesso em:
06 de setembro de 2021).
E, por falar
em "epistemologia”; nas últimas manhãs dedicadas à retomada dos
estudos e trabalhos, volto, com esforços, a uma outra obra de Karl Popper que
há muito desejava reler (alguns capítulos, especificamente).
Tem sido uma constante,
nesse tópico “filosofia da ciência”, na leitura dos clássicos da área, que eu
encaminhe minhas reflexões sobre a forma como Popper trata a
importância e relevância da metafísica ante o “critério
de demarcação científica” (Popper, 1972).
De grande importância,
para mim, ainda que Popper não tenha desenvolvido claramente essa
questão em suas obras, quis ler aqui: qual pode ser a importância
da metafísica para a investigação do conhecimento científico, ainda
hoje. Certo é que Karl R. Popper não nega os pressupostos de
teor metafísico na produção da ciência.
Assim, admitindo que haja
tal relevância, importante que se investigue a função que
a metafísica teria no desenvolvimento e produção da ciência. Popper defendeu
tal relevância da metafísica em torno das “teorias da ciência”,
presente, segundo ele, desde a antiguidade.
Leitor de Kant,
retomo a questão sem me afastar das referências básicas e, para me manter
refletindo sobre “os dois os problemas fundamentais da teoria do
conhecimento: o problema da indução (problema de Hume)
e o problema da demarcação (problema de Kant)”:
Mas, este retorno ao tema
deve-se ao recente contato com a obra de Sven Ove Hansson citada
desde o início e que motivou-me a escrever este brevíssimo texto que pretendo
melhorar e aprofundar, no texto e no tema. A começar pelo livro ”Belief
Change: introduction and overview”.
“This book explains how
the logic of theory change employs formal models in the investigation of changes
in belief states and databases. The topics covered include equivalent
characterizations of AGM operations, extended representations of the belief
states, change operators not included in the original framework, iterated
change, applications of the model, its connections with other formal
frameworks, and criticism of the model.”
“Este livro explica como
a lógica da mudança de teoria emprega modelos formais na investigação de
mudanças em bancos de dados e estados de crença. Os tópicos cobertos incluem
caracterizações equivalentes de operações AGM, representações estendidas dos
estados de crença, operadores de mudança não incluídos na estrutura original,
mudança iterada, aplicações do modelo, suas conexões com outras estruturas
formais e críticas ao modelo.”
Incluí acima, neste
texto, o link do artigo que li e tive primeiro contato com este
autor.
Ou seja, começando um
novo caminho de reflexões a partir de produções mais recentes sobre o tema.
(os Grifos e Destaques são
meus)
______.
BOUDRY, M. (2021). Diagnosing
pseudoscience – by getting rid of the demarcation problem. Journal for
General Philosophy of Science. https://doi.org/10.1007/s10838-021-09572-4
CHALMERS, A. (2013). The
limitations of falsificationism. In A. Chalmers (Ed.), What is
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HANSSON, Sven Ove. Belief
Change: introduction and overview. Springer, 2018.
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Philosophy of Karl Popper, The Library of Living Philosophers, vol xiv,
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