sexta-feira, 5 de abril de 2024

MEDITAÇÃO RETROSPECTIVA NOTURNA CLXIII: AINDA ENTRE KANT E HEGEL E A IMPORTÂNCIA DOS CLÁSSICOS

 


Em andamento... Brevíssima reflexão

É bem verdade que continuo estudando os temas entre a obra de Immanuel Kant e G. W. F. Hegel, lendo o que me aparece desde o período pré-crítico até seus desdobramentos no Idealismo alemão e no Romantismo alemão.

Nas pausas breves, releio algumas das obras de Dieter Henrich, algumas ainda por adquirir, mas as que já tenho acesso sigo estudando e, à medida que vou conseguindo acesso acrescento à bibliografia e às leituras urgentes.

Também de bastante relevância, para o que pretendo aqui nessa página e nas pesquisas, Henrich apresenta vários elementos da filosofia kantiana e hegeliana, e seus desdobramentos temáticos a que tenho me dedicado há algum tempo. Sobre isso tenho que refletir e preciso escrever em momento oportuno.

Sempre preocupado em estudar os clássicos detidamente, a esta anotação acima acrescento um pequeno texto do professor Marco Aurélio Werle, respeitado estudioso dos autores alemães:

Um “problema” (ou não, sei lá) de formação que vejo, já faz mais de dez ou quinze anos, na filosofia é o fato de que os jovens são muito cedo impelidos ou forçados a não só ler textos, mas a produzir textos próprios. Isso faz com que poucos tenham tempo para uma leitura mais demorada e densa, sendo que recorrem a sinopses e resumos. Por exemplo, qual jovem hoje atravessa a República de Platão, a Crítica da razão pura de Kant, a Fenomenologia do espírito de Hegel ou Ser e tempo de Heidegger? Digo, atravessar mesmo, percorrer toda a obra, para “sentir” a potência do que tem pela frente... Sem isso, facilmente se toma estes monumentos como sendo opiniões apenas...

Por considerar importantíssimo, pedi ao professor autorização para reproduzir sua reflexão. Os dias atuais têm mostrado isso. Tenho observado com frequência que isso acontece. Aliás, quando não fazem isso que o professor Marco Aurélio Werle identifica, noto que é recorrente o “estudo” de autores “contemporâneos” que tem exatamente como objetivo “desconstruir”, “ressignificar” os clássicos quando leem. Ou seja, quando leem é para colocar em “suspeita”. Não vejo nisso grande vantagem filosófica.

Ademais, "Um clássico é um livro que nunca terminou de dizer aquilo que tinha para dizer." (CALVINO, 2007, p. 11)

______.

CALVINO, Italo. Porque ler os clássicos. São Paulo: Companhia das letras, 2007.

HEGEL G. W. F. Fenomenologia do espírito. 9. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.

HEIDEGGER, M. Sein und Zeit. Tübingen: M. Niemeyer, 1986.

______. Ser e Tempo. Trad. Fausto Castilho. Campinas - SP: Ed. Unicamp, 2012.

HENRICH, Dieter. The unity of reason: essays on Kant's philosophy. Trad. Jeffrey Edwards. Richard L. Velkely (editor). Library of Congress Cataloging-in-Publication Data. Oxford University Press, 1994.

______. Between Kant and Hegel: lectures on german idealism. Harverd University Press: Cambridge, Massachusssets; London, England, 2008.

______. Grundlegung aus dem Ich: Untersuchungen zur Vorgeschichte des Idealismus. Tübingen – Jena 1790–1794. Suhrkamp Auflage, 2004.

______. Konstellationen: Probleme und Debatten am Ursprung der idealistischen Philosophie (1789-1795).  Klett-Cotta /J. G. Cotta'sche Buchhandlung Nachfolger, 1991.

______. Denken und Selbst: Vorlesungen über Subjektivität. Suhrkamp, 2016.

______. Pensar e ser si mesmo: preleções sobre a subjetividade. (Trad. Markus A. Hediger; Lucas Machado. Petrópolis, RJ: Vozes, 2018.

KANT, Immanuel. A religião nos limites da simples razão. Edições 70, Lisboa, 1992. 

______.Vorlesung über die philosophische EncyclopädieInKant gesalmmelte Schriften, XXIX, Berlin, Akademie, 1980, pp. 8 e 12).

______. Observações sobre o sentimento do belo e do sublime; Ensaio sobre as doenças mentais. Tradução e estudo de Vinicius de Figueiredo. São Paulo: Editora Clandestina, 2018.

______. Observações sobre o sentimento do Belo e do Sublime; Ensaio sobre as doenças mentais. (Trad. Vinícius Figueiredo). Campinas, SP: Ed. Papirus, 1993.

______. Observações sobre o sentimento do Belo e do Sublime; Ensaio sobre as doenças mentais. Lisboa: Edições 70, 2012.

______. Die Religion innerhalb der Grenzen der bloßen Vernunft. W. de Gruyter, 1968.

______. Fundamentação da metafísica dos costumes. Trad. Guido A. de. São Paulo: Discurso editoria: Barcarola, 2009.

______. Textos pré-críticos. São Paulo: Editora Unesp, 2005.

______. Textos seletos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.

______. Investigação sobre a clareza dos princípios da teologia e da moral. Lisboa: Imprensa Casa da Moeda, 2007.

_____. Lições de Ética. Trad. Bruno Cunha e Charles Feldhaus. São Paulo: Unesp, 2018.

______. Lições sobre a Doutrina Filosófica da Religião. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis: Vozes/ São Francisco, 2019.

______. Lições de Metafísica. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis: Vozes/São Francisco, 2021.

______. Crítica da razão pura. Tradução Valerio Rohden e Udo Moosburguer. Coleção Os Pensadores. São Paulo,Abril Cultural, 1983.

______. Dissertação de 1770. De mundi sensibilis ataque inteligibilis forma et princípio. Akademie-Ausgabe. Acerca da forma e dos princípios do mundo sensível e inteligível. Trad. apres. e notas de Leonel Ribeiro dos Santos. Lisboa: Imprensa Casa da Moeda. FCSH da Universidade de Lisboa, 1985.

______. Prolegômenos a qualquer metafísica futura que possa apresentar-se como ciência. Trad. José Oscar de Almeida Marques. São Paulo: Estação Liberdade, 2014)

______. Prolegômenos a toda metafísica futura. Lisboa: Edições 70, 1982.

______. Resposta à pergunta: o que é esclarecimento? InEstudos Kantianos, Marília, v. 8, n. 2, p. 179-189, Jul./Dez., 2020.

______. Crítica da razão prática. Tradução de Valério Rohden. São Paulo, Martins Fontes, 2002.

PLATÃO. República. 12. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 2001.

______. República. 3. ed. Belém, PA: EDUFPA. Trad. Carlos Alberto Nunes, 2000.

 

 

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