Em andamento... Brevíssima reflexão
É bem verdade que
continuo estudando os temas entre a obra de Immanuel Kant e G. W. F. Hegel,
lendo o que me aparece desde o período pré-crítico até seus desdobramentos no
Idealismo alemão e no Romantismo alemão.
Nas
pausas breves, releio algumas das obras de Dieter Henrich, algumas ainda
por adquirir, mas as que já tenho acesso sigo estudando e, à medida que vou
conseguindo acesso acrescento à bibliografia e às leituras urgentes.
Também
de bastante relevância, para o que pretendo aqui nessa página e nas
pesquisas, Henrich apresenta vários elementos da filosofia kantiana e
hegeliana, e seus desdobramentos temáticos a que tenho me dedicado há algum
tempo. Sobre isso tenho que refletir e preciso escrever em momento oportuno.
Sempre preocupado em
estudar os clássicos detidamente, a esta anotação acima acrescento um pequeno
texto do professor Marco Aurélio Werle, respeitado estudioso dos autores alemães:
“Um “problema”
(ou não, sei lá) de formação que vejo, já faz mais de dez ou quinze anos, na
filosofia é o fato de que os jovens são muito cedo impelidos ou forçados a não
só ler textos, mas a produzir textos próprios. Isso faz com que poucos tenham
tempo para uma leitura mais demorada e densa, sendo que recorrem a sinopses e
resumos. Por exemplo, qual jovem hoje atravessa a República de Platão, a
Crítica da razão pura de Kant, a Fenomenologia do espírito de Hegel ou Ser e
tempo de Heidegger? Digo, atravessar mesmo, percorrer toda a obra, para
“sentir” a potência do que tem pela frente... Sem isso, facilmente se toma
estes monumentos como sendo opiniões apenas...”
Por considerar
importantíssimo, pedi ao professor autorização para reproduzir sua reflexão. Os
dias atuais têm mostrado isso. Tenho observado com frequência que isso acontece.
Aliás, quando não fazem isso que o professor Marco Aurélio Werle identifica, noto
que é recorrente o “estudo” de autores “contemporâneos” que tem exatamente como
objetivo “desconstruir”, “ressignificar” os clássicos quando leem. Ou seja,
quando leem é para colocar em “suspeita”. Não vejo nisso grande vantagem
filosófica.
Ademais, "Um clássico é um
livro que nunca terminou de dizer aquilo que tinha para dizer." (CALVINO, 2007, p. 11)
______.
CALVINO, Italo. Porque ler os clássicos. São Paulo: Companhia das letras, 2007.
HEGEL G. W. F. Fenomenologia do espírito. 9. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.
HEIDEGGER,
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HENRICH, Dieter. The unity of reason: essays on Kant's philosophy. Trad. Jeffrey Edwards. Richard L. Velkely (editor). Library of Congress Cataloging-in-Publication Data. Oxford University Press, 1994.
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e ser si mesmo: preleções sobre a subjetividade. (Trad. Markus A.
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______. Observações
sobre o sentimento do Belo e do Sublime; Ensaio sobre as doenças mentais. (Trad.
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______. Observações
sobre o sentimento do Belo e do Sublime; Ensaio sobre as doenças mentais. Lisboa:
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______. Textos
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2018.
______. Lições
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Petrópolis: Vozes/ São Francisco, 2019.
______.
Lições de Metafísica. Trad. Bruno Cunha. Petrópolis: Vozes/São
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PLATÃO. República. 12.
ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 2001.
______. República. 3.
ed. Belém, PA: EDUFPA. Trad. Carlos Alberto Nunes, 2000.
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