terça-feira, 6 de maio de 2025

FILOSOFIA DA MENTE: REVISTANDO O "DUALISMO CARTESIANO" (III)

1. A proposta do autor é “dissolver sem resolver, problema mente-corpo 

Só isso e exatamente por isso, já se justifica a minha leitura da obra; da qual só soube da existência hoje.

Aristotle initiated the systematic investigation of perception, the emotions, memory, desire and action, developing his own account of these phenomena and their interconnection. The aim of this book is to gain a philosophical understanding of his views and to examine how far they withstand
critical scrutiny. Aristotle's account, it is argued, constitutes a philosophically live alternative to conventional post-Cartesian thinking about psychological phenomena and their place in a material world. It offers a way to dissolve, rather than solve, the mind-body problem we have inherited.”

“Aristóteles iniciou a investigação sistemática da percepção, das emoções, da memória, do desejo e da ação, desenvolvendo seu próprio relato desses fenômenos e sua interconexão. O objetivo deste livro é obter uma compreensão filosófica de seus pontos de vista e examinar até que ponto eles resistem

escrutínio crítico. A explicação de Aristóteles, argumenta-se, constitui uma alternativa filosoficamente viva ao pensamento pós-cartesiano convencional sobre fenômenos psicológicos e seu lugar em um mundo material. Oferece uma maneira de dissolver, em vez de resolver, o problema mente-corpo que herdamos.”

Para saber mais, o Link:

https://ndpr.nd.edu/reviews/the-undivided-self-aristotle-and-the-mind-body-problem/?fbclid=IwAR2zA_KrD9KqtKWkOpGUxoAU91YZbl_2tj2xLtHLSPdj5po5XKnkA0bHjIA

. ' .

2. "[..] a fim de que se note que o corpo, tomado em geral, é uma substância, razão pela qual também ele não perece de modo algum; mas que o corpo humano, na medida em que difere dos outros corpos, não é formado e composto senão de certa configuração de membros e outros acidentes semelhantes; e a alma humana, ao contrário não é assim composta de quaisquer acidentes, mas é uma pura substância (...) é, no entanto, sempre a mesma alma; ao passo que o corpo humano não mais é o mesmo pelo simples fato de se encontrar mudada a figura de alguma de suas partes. Donde se segue que o corpo humano pode facilmente perecer, mas que o espírito ou a alma do homem [...] é imortal por sua natureza (DESCARTES, Traité de l’Homme *. 1649/1983, p. 80)"

* Tratado do Homem (Traité de l’Homme), de René Descartes, publicado pela primeira vez, em 1662, em latim, através de tradução feita por Florent Shuyl, que era doutor em filosofia pela universidade de Utrecht e doutor em medicina pela escola de Leyde. Dois anos mais tarde, em 1664, Claude Clerselier, que era advogado no Parlamento em Paris e filósofo cartesiano, publicou o texto francês.

Uma pausa nos trabalhos, mais uma, na pesquisa; retomei a leitura dessa temática, de retorno a algumas ideias que semre reaparecem e aproveito para uma ligeira releitura. Das primeiras páginas que reli dessa obra, há pouco.

O tema de Descartes é o corpo material naquilo que se refere a noções de fisiologia, funções e movimentos de órgãos físicos, que ele explica por mecanismos que ele criou por dedução, certamente a partir das dissecações de animais das quais participou.

A isso, portanto, acrescentei, hoje: "Philosophy of mind", escrito por Jaegwong Kim:

"Este livro explora uma série de questões na filosofia da mente, com o problema mente-corpo como o foco principal. Ele serve como um estímulo para o leitor se envolver com os problemas da mente e tentar chegar a um acordo com eles, e examina o dualismo mente-corpo de Descartes. "

"This book explores a range of issues in the philosophy of mind, with the mind-body problem as the main focus. It serves as a stimulus to the reader to engage with the problems of the mind and try to come to terms with them, and examines Descartes's mind-body dualism."

(grifos e destaques meus)

3. Prossigamos com os trabalhos... Antes reflitamos:

"Procuram a alma nas dobras do cérebro, enquanto ela se ergue a cada instante à nossa frente, livre e independente, numa porção de fenômenos inexplicáveis só pelas leis da matéria, notadamente nos sonhos, no sonambulismo natural e artificial e na dupla vista à distância, não nos fenômenos raros, excepcionais, sutis, que exigem pacientes pesquisas do sábio e do filósofo, mas nos mais vulgares. Lá está ela, que parece dizer: Olhai e ver-me-eis; estou sob vossos olhos e não me vedes; vistes-me muitas e muitas vezes; vedes-me todos os dias; os próprios meninos me veem; o sábio e o ignorante, o homem de gênio e o ignorante me veem e vós não me reconheceis." (Revue, julho de 1865)

Ah, as dificuldades, os limites, os prazos...

______.

DESCARTES, R. Oeuvres. Org. C. Adam e P. Tannery. Paris: Vrin, 1996. 11v. [indicadas no texto como Ad & Tan]

_______. Descartes: oeuvres et lettres. Org. André Bidoux. Paris: Gallimard, 1953. (Pléiade).

______. Discursos do Método; Meditações; Objeções e Respostas; As Paixões da Alma; Cartas. (Introdução de Gilles-Gaston Granger; prefácio e notas de Gerard Lebrun; Trad. de J. Guinsberg), Bento Prado J. 3. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983 (Os Pensadores).

______. O mundo (ou Tratado da luz) e O Homem. Apêndices, tradução e notas: César Augusto Battisti, Marisa Carneiro de Oliveira Franco Donatelli. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2009.

DICTIONNAIRE Philosophique - édition Garnier Frères (1878). Disponível em: https://fr.wikisource.org/wiki/Wikisource:Index_des_auteurs.

GLEISER, Marcelo. (2014). A ilha do conhecimento: os limites da ciência e a busca por sentido. Rio de Janeiro: Record.

GUEROULT, Martial. Descartes selon l’ordre des raisons. Paris: Aubier-Montaigne, 1955. 2v.

GUYTON, A. C. & Hall, J. E. (2011). Tratado de fisiologia médica (12. Ed.). Rio de Janeiro: Elsevier.

KANT, Immanuel. Crítica da razão pura. 3, ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 1194.

______. Vorlesung über die philosophische Encyclopädie. InKant gesalmmelte Schriften, XXIX, Berlin, Akademie, 1980, pp. 8 e 12).

______. Observações sobre o sentimento do Belo e do Sublime: Ensaio sobre as doenças mentais. (Trad. Vinícius Figueiredo). Campinas, SP: Ed. Papirus, 1993.

______. Observações sobre o sentimento do Belo e do Sublime: Ensaio sobre as doenças mentais. Lisboa: Edições 70, 2012.

KIM, Jaegwon. Philosophy of Mind. 3. ed. Routledge, 2011.

POPPER, K. (1993). Lógica da pesquisa científica. São Paulo: Edusp.

______. O conhecimento e o problema mente-corpo. Lisboa: Edições 70, 2009.

______; ECCLES, J. C. O cérebro e o pensamento. Campinas, SP: Papirus; Brasília, DF: Ed. Universidade de Brasília, 1992.

______. O conhecimento objetivo. Belo Horizonte, MG: Itatiaia, 1999.

______. O eu e seu cérebro. Campinas, SP: Papirus; Brasília, DF: Ed. Universidade de Brasília, 1995.

______. Conjecturas e refutações. Trad. Bath S. Brasília: UB, 1972.

TEIXEIRA, Lívio. Ensaio sobre a moral de Descartes. 1955. 222p. Tese (Cátedra) – Faculdade de Filosofia Ciências e Letras. São Paulo, 1955.

VUILLEMIN, Jules. Mathématiques et métaphisyque chez Descartes. Paris: PUF, 1960.

WOLFF, F. Nossa humanidade: de Aristóteles às neurociências. Trad. Roberto Leal Ferreira. São Paulo: Editora Unesp, 2012.

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