quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

REFLEXÃO VESPERTINA CXLIV: FRANKL E A "FALTA DE SENTIDO"

 


Mais uma, uma nova obra desta vez, mas sempre a maneira peculiar com que Viktor E. Frankl (1905 – 1997), investigou a questão do "sentido", como vejo, ultrapassa em grande medida, uma mera especulação (tão em voga e disseminada em discursos empolados e vazios). De seus livros, deste inclusive, pelo contrário: é possível extrair de sua posição uma boa reflexão filosófica.

Parte do problema expresso pelo “sentimento de vazio de sentido” que leva as pessoas a procurar o psicólogo e o psiquiatra; um “vazio existencial” e a “depressão”, há muito discutidas nas áreas de saúde, apresentam-se cada vez mais como “doenças do século XXI”; ponto alto da investigação de Frankl em seu livro. O fato de o homem, na maioria das vezes, não saber o que quer deveria, segundo ele, servir para que tal ignorância a respeito de tal "sentido" fosse substituída por uma profunda reflexão sobre a Vida.

Ou seja, a discussão “terapêutica” de Frankl coloca o problema da “busca de sentido” como um tema de fundamental interesse humano, não somente como reflexão que aumente o sentido da existência mas como algo segundo o qual seria impossível viver sem. Buscar sentido em Viver constitui, portanto, para Frankl, a questão existencial primeira. Dado que é um sobrevivente de “campos de concentração” torna-se mais intenso o que ele pretende com a sua proposta: quase que num sentido kantiano de que viver é um dever. A busca pelo sentido, portanto, é imprescindível: viver bem.

Ademais, acrescentando esssa no leitura:

O livro Sobre o sentido da vida: “Os textos reproduzidos neste livro, transcrições de três das conferências ministradas por Viktor Frankl no ano de 1946, têm enorme força e incrível atualidade. Eles refletem sucintamente o conjunto das ideias desse grande médico e psicoterapeuta, difundidas, nas décadas seguintes, por meio de inúmeros artigos e livros. A profundidade com que Viktor Frankl ilumina a conditio humana nesses três textos não tem igual. É, portanto, extraordinário o mérito da [...] publicação deste volume do pensamento de Viktor Frankl para o público atual, em especial para os jovens.” Do Prefácio de Joachim Bauer

(os Grifos e Destaques são meus)

______.

FRANKL, ViktorA falta de sentido: um desafio para a psicoterapia. Auster, 2021.

______. Sobre o sentido da vida. Petrópolis, RJ: Vozes Nobilis, 2022.

______. Psicoterapia e sentido da vida. 7. ed. São Paulo: Quadrante Editora, 2019.

______. O Sofrimento Humano: Fundamentos antropológicos da psicoterapia. Trad. Bocarro, Karleno e Bittencourt, Renato. Prefácio, Marino, Heloísa Reis. São Paulo: É Realizações, 2019.

______. Yes to Life: in spite of everything. Beacon Press, 2020.

______. Um sentido para a vida: psicoterapia e humanismo. Aparecida, SP: Ideias e letras, 2005.

______. The doctor and the soul: from psycotherapy to logotherapy. New york: Bantam Books, 1955.

______. Psycotherapy and existencialism: selected papers on logotherapy. New York: Simon and Schuster, 1970

______. Angst und Zwang. Acta  Psychotherapeutica, I, 1953, pp. 111-120.

______. Teoria e terapia das neuroses: introdução à logoterapia e à análise existencial. São Paulo: É Realizações, 2016.

KARDEC, A. Le Livre des Esprits. Paris, Dervy-Livres, s.d. (dépôt légal 1985). (O Livro dos Espíritos. Trad. Guillon Ribeiro, ______. O livro dos Espíritos. 93. ed. - 1. reimpressão (edição histórica). Brasília, DF: Feb, 2013. (Q. 903-912)

ROBERTSON, Donald. The Philosophy of Cognitive Behavioural Therapy (CBT): stoic philosophy as rational and Cognitive Psychotherapy. Londres  :Karnac Books, 2010.

SCHLEIERMACHER, F. D. E. Introdução aos Diálogos de Platão. Belo Horizonte, MG: Ed. UFMG, 2018.

SELLARS, J. The Art of Living: The Stoics on the Nature and Function of philosophy. Burlington: Ashgate, 2003.

TOLSTOY, Leon. A morte de Ivan Ilitch. Porto Alegre, RS: L&PM, 1997.

 

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