Foi
esta
a Meditação retrospectiva noturna de hoje!
Mais uma vez reli um livro do Sêneca que
teria influenciado, como se sabe, grandes pensadores, como
Michel de Montaigne (1533-1592) nos Ensaios,
obra em que reuniu uma grande
quantidade de textos independentes entre si e com diversos temas.
Falando
da natureza, da capacidade humana em refletir e até sobre
a tristeza, a vaidade dos homens. Montaigne: um “humanista
radical”?, um “precursor do Iluminismo”?
Aqui,
volto
a destacar um de seus textos dos Ensaios,
no Livro I desta obra, em que afirma "Que filosofar é
aprender a morrer", refletindo sobre a vida e a morte.
Assim,
enquanto lembro este texto dos Ensaios, na verdade
retorno à leitura de uma outre obra obra, uma coletânea
de Cartas de Sêneca, selecionadas pela
professora Renata Cazarini de Freitas (UFF), sobre “Edificar-se
para a morte”. São dois
autores, Sêneca e Montaigne, que viveram em épocas
distantes; de minha parte nem sempre adoto a mesma reflexão ou conclusões sobre os temas, mas a
tentativa aqui é a
de refletir sobre um tema que não deve ser “tabu”
para alguém que pretenda "filosofar".
Segue,
portanto, a sugestão da obra (uma coletânea sobre o tema
nas Cartas de Sêneca) que acabei de ler, agora pela
manhã: “Edificar-se para a morte: das cartas morais a Lucílio”.
À
esta obra, portanto, acrescento, de Susan James: “Life
and death in Early Modern Philosophy” e algumas outras obras que tem me ajudado a pensar sobre o assunto.
Algumas conclusões dos autores não são as mesmas a que chego ou prefiro, mas o
tema e as reflexões são de extrema importância por aqui... E, a ele tenho me
dedicado nos intervalos da pesquisa principal.
Sinopse da obra: “Este livro pretende transmitir
a amplitude do interesse filosófico na vida e na morte durante o início do
período moderno. Abrange debates em metafísica, ciências da vida (como agora as
chamamos), epistemologia, filosofia da matemática, psicologia filosófica,
filosofia da religião, filosofia da educação e ética. Ao mesmo tempo, pretende
iluminar as relações entre os problemas explorados sob estes títulos. Grande
parte do fascínio das primeiras discussões modernas sobre a vida e a morte reside
na forma como compromissos aparentemente díspares se fundem em perspectivas
estranhas e desconhecidas e desafiam alguns dos nossos pressupostos mais
profundamente enraizados.
Nos últimos anos, tem havido uma onda de
interesse no lugar das ciências da vida na filosofia natural moderna, e
questões biológicas sobre a vida e a morte fazem parte do assunto discutido
nestes capítulos. Mas Vida e Morte na Filosofia Moderna tem uma ambição
adicional: ligar as preocupações predominantemente teóricas associadas ao
estudo dos organismos ao aspecto prático da filosofia. Em vez de dar prioridade
a temas que antecipam as preocupações da ciência moderna, o volume pretende
lembrar-nos que a filosofia, tal como a entenderam os nossos primeiros
predecessores modernos, tratava também de aprender a viver e a morrer – isto,
acima de tudo, é por que a vida e a morte eram importantes para eles.”
...
“This book sets out to convey
the breadth of philosophical interest in life and death during the early modern
period. It ranges over debates in metaphysics, the life sciences (as we now
call them), epistemology, the philosophy of mathematics, philosophical
psychology, the philosophy of religion, the philosophy of education, and
ethics. At the same time, it aims to illuminate the relationships between the
problems explored under these headings. Much of the fascination of early modern
discussions of life and death lies in the way apparently disparate commitments
merge into strange and unfamiliar outlooks, and challenge some of our most
deeply rooted assumptions.
In recent years there has been a wave of
interest in the place of the life sciences within early modern natural
philosophy, and biological questions about life and death form part of the
subject matter discussed in these chapters. But Life and Death in Early Modern
Philosophy has a further ambition: to link the predominantly theoretical
preoccupations associated with the study of organisms to the practical aspect
of philosophy. Instead of giving priority to themes that anticipate the
preoccupations of modern science, the volume aims to remind us that philosophy,
as our early modern predecessors understood it, was also about learning how to
live and how to die--this, above all, is why life and death mattered to them.”
...
Link de um artigo sobre o postulado da imortalidade em Immanuel Kant:
“The Postulate of Immortality in the Critique of Practical Reason (and Beyond)” - Published online by Cambridge University Press: 26 January 2024:
Acrescento ainda uma matéria de 2022:
Link: "A médica que quer mudar visão sobre a morte no século 21: 'Medicina não é suficiente' "
...
(Grifos e Destaques meus)
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